Aula 114-115
Aula 114-115 (28 [1.ª], 31/mar [3.ª], 1/abr [4.ª]) Correção de
questionário de compreensão de apreciação crítica ao filme Um filme em forma
de assim.
Abre o manual na p. 226.
Refere-se aí um poema que transcrevo a seguir. Trata-se do primeiro poema de Mensagem, de Fernando Pessoa, «O dos castelos»:
O dos Castelos
A Europa jaz, posta nos
cotovelos:
De Oriente a Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos, lembrando.
O cotovelo esquerdo é recuado;
O direito é em ângulo disposto.
Aquele diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que se apoia o rosto.
Fita, com olhar sfíngico e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.
O rosto com que fita é Portugal.
Resolve a
pergunta, acrescentando à resposta os topónimos
(nomes de lugares) ou gentílicos
(designações de povos) em falta.
1. O
poema constrói-se através do desenvolvimento de uma personificação.
Explicita-a.
1. A ______ é descrita no poema como se de uma
figura feminina se tratasse. Assim, na descrição do continente europeu, corpo
cujos braços são a ______ e a _____, sobressai a cabeça «cujo rosto é _____».
Nessa cabeça, os cabelos são «românticos», sonhadores, toldam o rosto,
adensando o mistério que envolve a figura. Os olhos são «_____», marca da
herança clássica e civilizacional que este atributo conota, e o olhar que deles
se desprende é «esfíngico», indagador do desconhecido, e «fatal», pois a
procura desse desconhecido é motivada pelo destino.
Responde à pergunta 2; e lê a resposta que
dou à pergunta 3.
2. «A Europa jaz» (v. 1): mostra o valor
expressivo do verbo.
2.
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3. Mostra como nos vv. 10-12 se exprime a
predestinação de Portugal na Europa: alicerçado no passado, continuar, no
futuro, a procura do desconhecido.
3. Portugal é o rosto da
Europa que contempla o desconhecido. Ora, esse desconhecido é o Ocidente, o mar
a desvendar para tornar possível o paradoxo de construir o «futuro do passado».
É a Portugal que cabe, pois, a missão predestinada de construção do futuro.
Como se fez em 1, resolve a pergunta 4,
acrescentando os nomes de lugares.
4.
Explica o título — «O dos castelos» — na sua relação com o resto do
poema.
4.
«O dos castelos» é
_______, definido no poema como o rosto da _______, o olhar e guia da _______,
_______ cujo brasão ostenta os
castelos, referenciais do passado, mas cuja missão é a construção do futuro.
Lembremos que este é o primeiro poema da primeira parte de Mensagem, que remete para a fundação da
nacionalidade inscrita no brasão.
Passa à leitura do poema
de Ana Luísa Amaral «Europa (poema 2)», que tem com «O dos
Castelos» óbvia relação de intertextualidade.
O quadro seguinte, que retirei do manual Plural,
assinala algumas expressões com que o poema alude ao texto de Pessoa,
desdizendo-o, de certo modo:
Fernando
Pessoa |
Ana
Luísa Amaral |
A Europa [...] Fita [...] O Ocidente,
futuro do passado (vv. 10-11) |
Pouco fita a Europa, a não ser mortos (v.
1); nem fita nada (v. 21) |
posta nos cotovelos (v. 1); cotovelo
esquerdo é recuado [...] diz Itália (vv. 5-7); O direito é em ângulo», «diz
Inglaterra» (vv. 6-8) |
nem cotovelos tem (v. 21) |
românticos cabelos (v. 3) |
que ventos lhe assomaram os cabelos? (v.
12) |
A mão [...] em que se apoia o rosto (v.
9) |
nem mãos (v. 20) |
Fita, com olhar esfíngico e fatal (v. 10) |
Não tem olhos agora de fitar (v. 17); Sem
esfinge que deslumbre (v. 25) |
Responde ao item 2
de ‘Ler / Analisar’ (p. 226):
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Escreve uma miniapreciação
crítica, conjunta, destes anúncios:
Anúncio «Há químicos de
que ninguém gosta — Marca Própria Pingo Doce»:
— Adoro estes iogurtes,
porque odeio químicos.
[Vê-se no final:] 5.º
Congresso Mundial de Químicos.
Anúncio «É impressão tua —
Marca Própria Pingo Doce»:
— É impressão minha ou
estou a sentir alguma química?
— Química? É
impressão tua. São do Pingo Doce.
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À direita
da letra — que aliás é mesmo muito tosca —, identifica as figuras de estilo (os
recursos expressivos) presentes nos segmentos sublinhados.
Guerra
Nuclear
(António Variações;
interpretada por Marisa Liz)
Já esqueceram o cantar e o sorriso | _________________
Já não são homens de boa vontade
A loucura está a vencer o juízo
O ódio, a amizade
Estão-se a despir de toda a humanidade | _______________
Vou
protestar,
Denunciar, alertar | ________________
Querem fazer a guerra nuclear
Vou protestar
Denunciar, estou-me a alarmar
Que culpa tenho eu se eles se querem | __________________
Suicidar?
O
tratado de paz foi rasgado | __________________
Já começam a fazer ameaças
O poder já está descontrolado
Estão-se a embriagar
De bombas | ___________________
E os dedos já querem apertar
Vou
protestar
Denunciar, vou alertar
Querem fazer a guerra nuclear
Vou protestar
Denunciar, estou-me a alarmar
Que culpa tenho eu se eles se querem
Suicidar? | ___________________
Vou protestar | __________________
(cfr. vv. ss.)
Estou-me a alarmar
Vou implorar
Ao Deus da vida p’ra os neutralizar
Vou suplicar
Vou-me queixar
Estou-me a alarmar
Vou suplicar
Ao Deus da vida p’ra os neutralizar
Vou
implorar, |
___________________
Vou implorar.
Olimpíadas da Cultura
Clássica
(escrita) — Na manhã (ou madrugada?) de segunda-feira saber-se-á «desafio»
(que, aposto, não será demasiado restritivo — provavelmente, ideias que tenham
em torno das personagens em causa, com o cuidado de se mostrar também algum
conhecimento dos passos de Camões já indicados, serão aproveitáveis sem grandes
acomodações).
Desafio aparecerá no site
das Olimpíadas mas eu tentarei divulgá-lo também (Gaveta de Nuvens).
Texto tem de ser manuscrito (450 a 800 palavras). Terei de enviar os PDF dos
textos ainda nesse mesmo dia. Posso vir à escola para recolher manuscritos e
fazer os PDF ou posso receber os PDF por mail.
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