Aula 18
Aula
18 (8
[1.ª], 9 [3.ª], 10/out [4.ª]) Assistência a começos de seis versões de Frei
Luís de Sousa:
Começar aos 6 minutos e
trinta:
Encenação de Jorge Listopad em 1967 acessível só aqui.
Começar no final do
primeiro minuto:
Começar aos 9 minutos:
Começar aos 3 minutos:
As representações de que vimos
a parte correspondente à cena I e ao começo da cena II do Ato
Primeiro de Frei Luís Sousa, de Almeida Garrett, são:
Filme/Peça |
Ano |
Realizador/Encenador |
Atores
para Madalena e Telmo |
Frei Luís de Sousa |
1950 |
António Lopes Ribeiro |
Maria Sampaio, João Villaret |
Frei
Luís de Sousa |
1967 |
Jorge
Listopad |
Carmen
Dolores, Luís Santos |
Frei
Luís de Sousa |
1986 |
Jorge
Listopad |
Carmen
Dolores, Carlos Wallenstein |
Quem és tu? |
2001 |
João Botelho |
Suzana Borges, José Pinto |
Madalena |
2013 |
Jorge
Pinto |
Emília
Silvestre, ¿Jorge Pinto? |
Frei
Luís de Sousa |
2019
|
Miguel
Loureiro |
Maria
Duarte, Ângelo Torres |
Agora, o texto de Garrett (descarto
só título, género — «Drama» — e «Pessoas»):
Ato Primeiro
Câmara antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegância portuguesa
dos princípios do século dezassete. Porcelanas, charões , sedas, flores, etc. No
fundo, duas grandes janelas rasgadas, dando para um eirado que olha sobre o Tejo
e donde se vê toda Lisboa; entre as janelas o retrato, em corpo inteiro, de um cavaleiro
moço, vestido de preto, com a cruz branca de noviço de S. João de Jerusalém. Defronte
e para a boca da cena um bufete pequeno, coberto de rico pano de veludo verde franjado
de prata; sobre o bufete alguns livros, obras de tapeçaria meias feitas e um vaso
da China de colo alto, com flores. Algumas cadeiras antigas, tamboretes rasos, contadores.
Da direita do espectador, porta de comunicação para o interior da casa, outra da
esquerda para o exterior. É no fim da tarde.
Cena
I
Madalena só, sentada junto à banca,
os pés sobre uma grande almofada, um livro aberto no regaço, e as mãos cruzadas
sobre ele, como quem descaiu da leitura na meditação.
Madalena (repetindo maquinalmente
e devagar o que acaba de ler) –
Naquele engano d’alma ledo
e cego,
que a fortuna não deixa durar
muito…
Com paz e alegria d’alma...
um engano, um engano de poucos instantes que seja... deve de ser a felicidade suprema
neste mundo. E que importa que o não deixe durar muito a fortuna? Viveu-se, pode-se
morrer. Mas eu!... (Pausa). Oh! que o não saiba ele ao menos, que não suspeite
o estado em que eu vivo... este medo, estes contínuos terrores, que ainda me não
deixaram gozar um só momento de toda a imensa felicidade que me dava o seu amor.
Oh! que amor, que felicidade... que desgraça a minha! (Torna a descair em profunda
meditação; silêncio breve).
Cena
II
Madalena, Telmo Pais
Telmo (chegando ao pé de
Madalena, que o não sentiu entrar) – A minha senhora está a ler?…
Madalena (despertando) –
Ah! sois vós, Telmo... Não, já não leio: há pouca luz de dia já; confundia-me a
vista. E é um bonito livro este! o teu valido, aquele nosso livro, Telmo.
Telmo (deitando-lhe os
olhos) – Oh! oh! livro para damas – e para cavaleiros... e para todos: um
livro que serve para todos – como não há outro, tirante o respeito devido ao da
palavra de Deus! Mas esse não tenho eu a consolação de ler, que não sei latim
como meu senhor… quero dizer como o Sr. Manuel de Sousa Coutinho – que, lá
isso!... acabado escolar é ele. E assim foi seu pai antes dele, que muito bem o
conheci: grande homem! Muitas letras, e de muito galante prática, e não somenos
as outras partes de cavaleiro: uma gravidade!… Já não há daquela gente. Mas,
minha senhora, isto de a palavra de Deus estar assim noutra língua, numa língua
que a gente… que toda a gente não entende… confesso-vos que aquele mercador
inglês da Rua Nova, que aqui vem às vezes, tem-me dito suas cousas que me
quadram… E Deus me perdoe, que eu creio que o homem é herege, desta seita nova
d’Alemanha ou d’Inglaterra. Será?
Madalena – Olhai, Telmo; eu não
vos quero dar conselhos: bem sabeis que desde o tempo que… que…
Telmo – Que já lá vai, que era
outro tempo.
Madalena – Pois sim… (suspira).
Eu era uma criança; pouco maior era que Maria.
[...]
Responde a este item (que
inventei eu, ainda que procurando cumprir os moldes habituais de uma pergunta 7
de prova de exame):
Grupo
I
Parte
C
7. Escreva uma breve
exposição na qual mostre que, desde o início da peça Frei Luís de Sousa,
se vão acumulando elementos que contribuem para o clima de tragédia que logo se
insinua.
A sua exposição deve
incluir:
• uma introdução;
• um desenvolvimento no qual
explicite dois aspetos que promovam o clima de tragédia;
• uma conclusão adequada ao
desenvolvimento do texto.
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TPC — Vê a ficha corrigida
que porei em Gaveta de Nuvens (é a ficha nas pp. 34-35 do Caderno de
Atividades), que trata das falas de Madalena e Telmo imediatamente a seguir
ao passo que lemos hoje. (Menos importante por agora: nas pp. 398-401 do manual
estão «guias» para a compreensão de Frei Luís de Sousa.)
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