Aula 125-126
Aula 125-126 (28 [3.ª], 29/abr [4.ª, 1.ª (só 1.ª
parte)]) Correção do questionário com sinónimos (sobre rémora).
Vai lendo o texto — trecho do discurso proferido por Saramago
aquando da cerimónia de entrega do Prémio Nobel — e escolhe as melhores
alíneas. Não uses outros elementos.
Do primeiro período (ll.
1-6) se pode concluir que José Saramago
a) já sabia alguma coisa
de lições de poesia quando entrou para a escola técnico-profissional que
frequentaria.
b) aprendeu noções sobre
poesia quando frequentou a escola onde também se preparou para a profissão de
serralheiro mecânico.
c) aprenderia alguma coisa
sobre poesia já na sua vida de trabalho, enquanto serralheiro mecânico.
d) aprendeu poesia, mas
tudo aldrabado, numas aulas que frequentou em Benfica, na JGF, salvo erro numa
sala do bloco D.
«andava a preparar-se» (l.
4) e «exerceu» (l. 5) têm valor aspetual, respetivamente,
a) perfetivo, imperfetivo.
b) imperfetivo, perfetivo.
c) habitual, imperfetivo.
d) iterativo, imperfetivo.
Segundo o segundo período
(ll. 6-12), Saramago
a) teve também bons
mestres de arte poética.
b) foi orientado no
conhecimento da poesia por bons mestres que ia encontrando à noite.
c) foi aprendendo acerca
da poesia como autodidata, frequentando bibliotecas e ao sabor dos acasos das
leituras.
d) aprendeu a arte poética
sem orientação, sem o assombro do navegante que inventa cada lugar que
descobre.
Do terceiro período (ll.
12-14) inferimos que
a) a leitura de O Ano da Morte de Ricardo Reis começou
na biblioteca da escola industrial que Saramago frequentou.
b) a escrita de O Ano da Morte de Ricardo Reis começou
na biblioteca da escola industrial que Saramago frequentou.
c) na biblioteca da escola
industrial que Saramago frequentou nasceu a inspiração para O Ano da Morte de Ricardo Reis.
d) foi na tipografia da escola
que Saramago frequentou que começou a produção de O Ano da Morte de Ricardo Reis.
Na revista Athena, Saramago, jovem adolescente,
a) publicaria O Ano da Morte de Ricardo Reis.
b) leria poemas de Ricardo
Reis, que sabia ser heterónimo de Fernando Pessoa.
c) leria poemas de Ricardo
Reis, ignorando tratar-se de um heterónimo de Pessoa.
d) leria poemas de Ricardo
Reis, julgando tratar-se de textos de Fernando Pessoa.
«cartografia literária do
seu país» (l. 19) é uma
a) hipérbole.
b) perífrase.
c) metáfora.
d) metonímia.
«um tal Fernando
Nogueira Pessoa» (l. 23) visa
a) acentuar como Pessoa
era ainda pouco conhecido.
b) mostrar com certa
ironia a ignorância do jovem Saramago.
c) sublinhar a importância
de Fernando Pessoa já então.
d) brincar com o processo
heteronímico.
O valor aspetual de
«chamava» (l. 25) e «custou» (l. 27) é, respetivamente,
a) imperfetivo, perfetivo.
b) genérico, perfetivo.
c) habitual, imperfetivo.
d) iterativo, imperfetivo.
«podia» (l. 31) tem valor
modal
a) epistémico
(probabilidade).
b) deôntico (permissão).
c) apreciativo.
d) epistémico (obrigação).
Nas ll. 27-28, na oração coordenada
conclusiva introduzida por «por isso», desempenham as funções de sujeito,
complemento direto e complemento indireto, respetivamente,
a) «saber o que ela
significava», «tanto trabalho», «ao aprendiz de letras».
b) «ela», «tanto
trabalho», «ao aprendiz de letras».
c) «saber», «tanto
trabalho», «ao aprendiz de letras».
d) «aprendiz de letras»,
«tanto trabalho», «o que ela».
«de cor» (l. 29) e «muitos
poemas de Ricardo Reis» (l. 29) desempenham as funções sintáticas de,
respetivamente,
a) complemento oblíquo,
sujeito.
b) modificador do grupo
verbal, complemento direto.
c) modificador do grupo
verbal, sujeito.
d) complemento oblíquo,
complemento direto.
No verso de Ricardo Reis
na l. 30 («Para ser grande[,] sê inteiro»), «Para ser grande» desempenha a
função de
a) sujeito.
b) modificador de frase.
c) modificador de grupo
verbal.
d) complemento oblíquo.
Na frase «Põe quanto és no
mínimo que fazes (ll. 30-31), as funções sintáticas de «quanto és», «no mínimo
[que fazes]» e «que fazes» são, respetivamente,
a) sujeito, complemento
oblíquo, modificador apositivo do nome.
b) complemento direto,
modificador do grupo verbal, modificador apositivo do nome.
c) complemento direto,
complemento oblíquo, modificador restritivo do nome.
d) predicado, complemento
oblíquo, modificador restritivo do nome.
«quanto és» (l. 30) é uma
oração subordinada
a) substantiva relativa.
b) substantiva completiva.
c) adjetiva relativa
restritiva.
d) adjetiva relativa
explicativa.
As objeções de Saramago (cfr. ll. 31-34) ao verso de Ricardo Reis
«Sábio é o que se contenta com o espetáculo do mundo» devem-se ao facto de o
autor de O Ano da Morte de Ricardo Reis
a) não comungar da
ingenuidade e gosto pela natureza professados por Ricardo Reis.
b) não ter o mesmo ideário
estoico e epicurista de Reis.
c) duvidar da atitude de
que quem ensina os outros, dos «sábios».
d) não gostar de analisar
o mundo.
«a ocupação da Renânia
pelo exército nazista», «a guerra de Franco contra a República espanhola», «a
criação por Salazar das milícias fascistas portuguesas» (ll. 38-40) podem ser
considerados
a) merónimos do holónimo
‘Guerra’.
b) hipónimos do hiperónimo
‘Acontecimentos de 1936’.
c) itens do campo lexical
‘Guerra’.
d) itens do campo
semântico ‘Acontecimentos de 1936’.
«da Renânia» (l. 38)
desempenha a função sintática de
a) complemento do nome.
b) complemento oblíquo.
c) modificador do grupo
verbal.
d) modificador restritivo
do nome.
«Eis o espetáculo do
mundo» (l. 40) pode considerar-se implicar um ato ilocutório
a) declarativo.
b) expressivo.
c) compromissivo.
d) assertivo.
«meu poeta das amarguras
serenas e ceticismo elegante» (40-41) reporta-se
a) a Alberto Caeiro.
b) a Fernando Pessoa.
c) ao próprio Saramago.
d) a Ricardo Reis.
O texto que leste é
predominantemente
a) descritivo e
argumentativo.
b) dialogal e narrativo.
c) narrativo.
d) explicativo.
Vejamos frases
aforísticas, conotativas, de José
Saramago. Por exemplo, «Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam».
Se me pedissem para a traduzir em linguagem mais denotativa, escreveria:
[Aforismo de Saramago:]
«Sempre
chegamos ao sítio aonde nos esperam»
[Tradução-paráfrase em linguagem mais
objetiva:]
Todos
acabam por cumprir o percurso de vida que lhes estava destinado.
Procede do mesmo modo relativamente às seguintes
frases (entre parênteses ficam as obras de Saramago a que pertencem as frases —
que roubei ao manual Plural 12):
«Gostar é provavelmente a
melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar.» (O conto da ilha desconhecida)
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«Há dentro de nós uma
coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.» (Ensaio Sobre a Cegueira)
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«Se podes olhar, vê. Se
podes ver, repara.» (Ensaio Sobre
a Cegueira)
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«A viagem não acaba nunca.
Só os viajantes acabam.» (Viagem a Portugal)
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«Quero estar onde estiver
a minha sombra se lá é que estiverem os teus olhos.» (O Evangelho Segundo Jesus Cristo)
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«Nem a juventude sabe o
que pode, nem a velhice pode o que sabe.»
(A Caverna)
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«Às árvores pintadas não
lhes caem as folhas.» (A Viagem do Elefante)
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«O espírito não vai a lado
nenhum sem as pernas do corpo, e o corpo não seria capaz de mover-se se lhe
faltassem as asas do espírito.» (Todos os Nomes)
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Nos atos de fala diretos, a intenção comunicativa fica explícita no que é dito; nos atos de fala indiretos, a intenção comunicativa tem de ser captada pelo
interlocutor.
Os atos de fala classificam-se segundo a força ilocutória (o objetivo ilocutório):
diretivos (pretende-se que o interlocutor atue de acordo com
a vontade do locutor) — «Querem abrir os livros na p. 344?»; «Abram os livros
na p. 344».
assertivos (assinala-se a posição do locutor relativamente à
verdade do que diz) — «Não há dúvida de que esta é a melhor frase»; «Admito que
haja aqui um equívoco meu».
expressivos (traduz-se o estado de espírito do locutor
relativamente ao que diz) — «Entristece-me que tenha partido»; «Muitos parabéns
pelo teu teste».
compromissivos (responsabilizam o locutor relativamente a uma ação
futura) — «Não darei aula no dia 13 de junho»; «Prometo entregar os prémios Tia
Albertina».
declarativos (aquilo que se diz cria, por si só, uma nova
realidade) — «Absolvo-te das falhas cometidas»; «Fica aprovado com catorze
valores».
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TPC — Lê o primeiro capítulo
de O ano da morte de Ricardo Reis. Vai já trazendo sempre o livro (mas
sem esquecer também o manual).
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