Aula 124
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(22 [1.ª], 23 [3.ª], 24/abr [4.ª]) Na p. 196, lê os poemas «Ver claro», de Eugénio de Andrade, e «Um poema», de
Miguel Torga.
Prossegue, a tinta, o
comentário que já comecei:
Ambos os textos apresentam
a leitura da poesia como uma experiência por que vale a pena passar. Há, porém,
diferenças. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Mais
uma tarefa que agradeço à Gramática
Didática de Português (Santillana, 2011):
1. Identifique as figuras
de estilo presentes nos excertos seguintes.
a) Tentei
uma brecha naquela impenetrável muralha de palavras, já cansada de andar
para cá e para lá no corredor, enquanto a minha mãe, da sala perguntava, pela
756.ª vez, quem era.
Alice Vieira, Chocolate à Chuva.
b) Bastava
a ponta dos meus dedos sobre a mesa, e logo o coração da mesa respondia,
batendo pausadamente ao ritmo do meu.
Alice Vieira, Chocolate à Chuva.
c) Na primavera
o sol
faz o ninho
no beiral da minha casa.
Francisco
Duarte Mangas; João Pedro Mêsseder, «Ave», Breviário
do Sol.
d) São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Eugénio
de Andrade, «As Palavras», Antologia Breve.
e) [...] aquela menina casadoira,
que mora junto ao largo,
vem à varanda ver a Lua.
Manuel da Fonseca, «Noite de Verão», Obra
Poética.
f) Perdido num sonho:
o sol, o deserto...
Na linha dos olhos
— tão longe, tão perto
—
ondula... a miragem?
Francisco
Duarte Mangas; João Pedro Mêsseder, «Ave», Breviário
do Sol.
g) Já descoberto tínhamos diante,
Lá no novo Hemisfério,
nova estrela,
Luís de
Camões, Os Lusíadas.
h) Viva
a Mademoiselle! Viva a minha precetora! Viva o papá que mandou a
outra ir embora! Viva! Viva!
Augusto Gil, Gente de Palmo e Meio.
i) Fidalgo: — Esta barca onde vai ora, que assi está
apercebida?
Diabo: — Vai pera a
ilha perdida e há de partir logo ess’ora.
Gil Vicente, Auto da Barca do
Inferno.
j) Não há
ninguém mais rico no mundo. Sou riquíssimo. Sou podre de rico.
Cheiro mal de rico.
José Gomes Ferreira, Aventuras de João sem
Medo.
k) Batizei quase
todos os poemas que escrevi. Certo dia, coloquei-os pela ordem alfabética dos
títulos e deixei-os sobre a mesa a repousar, cansados de tanto trabalho
com as palavras.
João
Pedro Mêsseder, De Que Cor é o Desejo?
l) Que medonho sítio!
Irene Lisboa, Uma Mão Cheia de Nada e
Outra de Coisa Nenhuma.
m) —
Senhor João Sem Medo: cá o meco chama-se Zé Porco... Este meu sócio é o Chico
Calado, mudo de nascença... E aquele tem a alcunha de «Louro» porque passa a
vida a beberricar pelas tabernas, onde improvisa cada versalhada de se lhe
tirar o chapéu.
«Sim, senhor... — pensou João Sem Medo.
— Linda coleção!»
José Gomes Ferreira, Aventuras de João sem
Medo.
n) — Não acredito — disse Gil. —
Você não tem fibra para ensinar a esgadanhar um bocado de Liszt a essas
monas filhas de tubarões da finança e medíocres cortesãs.
Agustina Bessa-Luís, Contos Impopulares.
o) E erguendo a cabeça do bordado explicou-se
melhor:
— Quando Deus quer, até os cegos veem.
Carlos de Oliveira, Uma Abelha na Chuva.
p) Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que
fizeram;
Cale-se de Alexandre e de
Trajano
A fama das vitórias que
tiveram;
Que eu canto o peito
ilustre Lusitano,
Luís de
Camões, Os Lusíadas.
q) Meio-dia
O Sol tem os seus
Caprichos: não gosta
Que o olhem
Olhos nos olhos.
Francisco
Duarte Mangas; João Pedro Mêsseder, Breviário
do Sol.
r) Que, da ocidental praia lusitana
Luís de Camões, Os Lusíadas.
s) Era um céu alto, sem resposta, cor de frio.
Sophia
de Mello Breyner Andresen, Contos Exemplares.
t) Uma árvore
tem raízes, tem tronco, tem ramos, tem folhas, tem varas, tem flores, tem
frutos. Assim há de ser o sermão: há de ter raízes fortes e sólidas, porque
há de ser fundado no Evangelho; há de ter um tronco, porque há de ter um só
assunto e tratar uma só matéria; deste tronco hão de nascer diversos ramos, que
são diversos discursos, mas nascidos da mesma matéria e continuados nela.
Padre António Vieira, Sermão de Santo António
aos Peixes.
u) Enquanto os vermes iam roendo esses cadáveres amarrados
pelos grilhões da morte.
Alexandre Herculano, Eurico, o Presbítero.
v) Eu não posso senão ser
desta terra em que nasci.
Jorge
de Sena, «Quem A Tem».
w) O céu tremeu, e Apolo, de torvado,
Um pouco de luz perdeu, como
enfiado.
Luís de
Camões, Os Lusíadas.
Classifica as orações
sublinhadas.
Eu Não Sei Quem Te Perdeu
(Pedro
Abrunhosa)
Quando veio, | ___________________
Mostrou-me as mãos
vazias, | Subordinante
As mãos como os meus
dias,
Tão leves e banais.
E pediu-me
Que lhe levasse o medo,
| ___________________
Eu disse-lhe um segredo:
Não partas nunca mais.
E dançou,
Rodou no chão molhado,
Num beijo apertado
De barco contra o cais.
E uma asa voa
A cada beijo teu.
Esta noite sou dono do céu
E eu não sei quem te perdeu. | ___________________
Abraçou-me,
| _____________________
Como se abraça o tempo,
| ___________________
A vida num momento,
Em gestos nunca iguais.
E parou,
Cantou contra o meu peito
| ___________________
Num beijo imperfeito
Roubado nos umbrais.
E partiu
Sem me dizer o nome,
Levando-me o perfume
De tantas noites mais.
E uma asa voa
A cada beijo teu.
Esta noite sou dono do
céu
| ___________________
E eu não sei quem te perdeu. | ___________________
Esta música é dedicada a todos
os que amam,
| ___________________
porque quem ama tem medo de perder. | ___________________
Subordinada substantiva relativa | ___________________
E eu gostava | ___________________
que vocês hoje fossem a minha voz | Subordinada
substantiva completiva
E uma asa voa
A cada beijo teu.
Esta noite sou dono do céu
E eu não sei quem te perdeu.
TPC — (i) Relê o que vou
destacar em Gaveta de Nuvens sobre
figuras de estilo. (ii) Na próxima semana, terás de trazer já o livro, de José
Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, embora não deixando de trazer
também o manual.
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