Friday, September 06, 2024

Aula 122-123

Aula 122-123 (22 [4.ª], 24/abr [1.ª, 3.ª]) Compreensão de trecho sobre rémora em A eloquência da sardinha, através de escolha de sinónimos.

Escolhe — circundando-a — a palavra que, no contexto em causa, seria o melhor sinónimo da palavra usada em A eloquência da sardinha (não contes com as possíveis diferenças de género ou com implicações na preposição que se lhe segue).

Este diálogo é uma arte que se perdeu. Provavelmente, nunca ninguém estabeleceu um verdadeiro diálogo com os animais marinhos, como fazemos entre humanos. No entanto, muitos dos nossos antepassados dominavam certamente algumas facetas desse diálogo, na época em que as suas existências eram indissociáveis dos ecossistemas naturais. Alguns excertos dessas conivências sobreviveram até aos nossos dias e constituem uma prova de que um dia será possível reatar esses contactos.

A civilização dos aborígenes australianos perdurou por quarenta mil anos. Este povo teve tempo para tecer com a natureza uma relação estreita e profundamente misteriosa. Entre os mistérios das suas técnicas esquecidas, os aborígenes eram capazes de conversar com a rémora, esse peixe-ventosa com quem já nos cruzámos anteriormente, quando Plínio o presumiu culpado de abrandar os navios.

Desde a «descoberta» da Austrália pelos europeus, inúmeros exploradores descreveram uma técnica de pesca original utilizada pelos aborígenes do estreito de Torres. Para capturar tartarugas, tubarões e peixes de grande porte, recorriam à ajuda de uma rémora, presa pela extremidade de uma fina corda. Os pescadores aproximavam-se lentamente da presa, a bordo de uma piroga semialagada de água, onde estavam mergulhadas as rémoras, fixadas ao fundo do casco graças às suas ventosas dorsais. Quando avistavam uma tartaruga ou um tubarão, os aborígenes descolavam a rémora do casco e atiravam-na delicadamente pela borda fora. Esta começava a nadar discretamente, ganhava a confiança do tubarão ou da tartaruga e fixava-se a eles com a sua ventosa, como é hábito fazerem na natureza. Então, os aborígenes iam puxando progressivamente o fio. A rémora não largava a presa; pelo contrário, recuava, para reforçar a aderência da ventosa. A presa caía na armadilha. Alguns exploradores ingleses contavam que a rémora chegava mesmo a puxar o fio para avisar, como num telégrafo, que a presa estava prestes a mergulhar energicamente nas profundezas, sendo por isso necessário dar-lhe mais fio. Era tanta a cumplicidade entre humanos e rémoras que, se o fio se partisse, a rémora voltava geralmente a fixar-se ao barco. Entre duas saídas para o mar, a rémora era colocada numa bacia de água límpida, e era alimentada diariamente. Graças a este método, os pescadores conseguiam capturar tartarugas, tubarões e uma grande variedade de peixes de grande porte.

Os recursos nunca foram ameaçados por esta pesca tradicional: as tradições aborígenes impunham quotas de pesca de forma natural, reservando o consumo de cada espécie a uma fase da vida. A carne dos grandes animais marinhos era destinada às pessoas idosas. Desta forma, as tribos evitavam a sobrepesca destas espécies, de reprodução lenta, mas também a intoxicação por mercúrio, que, acumulado pelos grandes predadores, é nefasto para os jovens e para as mulheres grávidas.

Os relatos dos exploradores sobre a pesca com rémora pareciam demasiado fantasiosos para serem verdadeiros aos olhos dos sábios da metrópole. No entanto, todos os nave­gadores descreviam rigorosamente a mesma técnica, com numerosas ilustrações e pormenores. E esta técnica também era utilizada fora da Austrália, pelos quatro cantos do mundo. Cristóvão Colombo foi o primeiro a mencioná-la, onde pensava serem as Índias; feitos similares foram relatados em todo o golfo das Caraíbas, em Cuba e também na Jamaica. Commerson observou-a em Moçambique em 1829, e o cônsul britânico Holmwood em Zanzibar em 1881. Mas as populações que detinham esta arte foram desaparecendo pouco a pouco; as suas culturas e as suas tradições perderam-se com o contacto com o Ocidente.

Em 1905, o sábio britânico Holder quis verificar ele próprio o método e capturar uma tartaruga ou um tubarão com a ajuda de uma rémora. Inspirou-se nas várias informações e descrições técnicas e tentou a sua sorte nos recifes coralinos de Cuba. Mas, a cada tentativa, a rémora limitava-se a fazer o que bem lhe apetecia. Umas vezes, simplesmente não nadava em direção à presa, outras colava-se a ela, mas, ao menor puxão do fio, largava-a, ou então adotava uma atitude de fuga, o que aguçava o apetite do tubarão, que a engolia de um só trago. Foi um fracasso. Holder concluiu que os aborígenes e os outros povos detinham certamente os segredos que lhes permitiam a pesca com a rémora, nomeadamente a forma como encorajavam a rémora a colaborar com eles e a prendiam ao fio sem que ela sentisse isso como um entrave à sua liberdade. Sugeriu que o melhor seria aprofundar o estudo da técnica antes de tentar de novo a experiência. Mas ninguém teve a oportunidade de tornar a pô-la em prática. A arte da pesca com a rémora, tradicional e difícil de reproduzir, perdeu-se com o surgimento das técnicas modernas. Os etnólogos observaram esta prática até aos anos oitenta em tribos isoladas. Mas nenhum deles pôde descrever ou entender o segredo do diálogo com a rémora, a forma de lhe pedir ajuda, de conquistar a sua confiança. Esse segredo estava certamente escondido entre os múltiplos ritos que envolviam a pesca, dissimulado numa das canções mágicas ou danças tradicionais, e transmitido unicamente por tradição oral como uma história. Hoje, já ninguém sabe falar com as rémoras.

Bill François, A Eloquência da Sardinha. Histórias extraordinárias do mundo submarino, tradução de Sandra Silva, Lisboa, Quetzal, 2021, pp. 147-150 (negros são meus)

diálogo || conversa | fala | oaristo | colóquio | entretenimento

faceta || rosto | cara | aspeto | vulto | fronte

conivência || conluio | cumplicidade | mancomunação | acordo

tecer || enfeitar | entabular | adornar | entrelaçar | matizar | ornar

culpado || réu | pecador | delinquente | acusável | criminoso

estreito || curto | delgado | canal | vínculo | acanhado | aperto | conciso

casco || miolos | inteligência | crânio | armação | cabeça

discretamente || ajuizadamente | cordatamente | engenhosamente | mudamente

reforçar || corroborar | restaurar | guarnecer | reanimar | refrescar | intensificar

fio || linha | telefone | viveza | agudeza | contexto

fixar || decorar | pegar | marcar | concentrar | coagular

límpida || fresca | inocente | ingénua | pura | cristalina

porte || atitude | tamanho | comportamento | transporte

quotas || quinhões | partes | prestações | importâncias

nefasto || fatal | triste| trágico | nocivo | duro

exploradores || especuladores | sanguessugas | aventureiros | espiões

arte || cautela | índole | profissão | perícia | feitio

inspirou || fundou | meteu | entusiasmou | bafejou

aguçava || afiava | adelgaçava | afunilava | estimulava

dissimulado || astuto | sonso | oculto | falso

No Sermão de Santo António — costuma acrescentar-se «aos peixes» para o distinguir de outros sermões de Santo António do Padre António Vieira —, a rémora aparece quer como peixe repreendido quer como peixe louvado.

No capítulo III, sob o seu exato nome, é elogiada por ______________; no capítulo V, integrada nos [peixes] pegadores, é verberada por se aproveitar do peixe maior (exemplificando os defeitos humanos de _________________).

Vejamos trechos da parte da rémora no capítulo III:

 

(ver a partir de 19:50)

Passando dos da Escritura aos da História natural, quem haverá que não louve, e admire muito a virtude tão celebrada da Rémora? No dia de um Santo Menor, os peixes menores devem preferir aos outros. Quem haverá, digo, que não admire a virtude daquele peixezinho tão pequeno no corpo e tão grande na força, e no poder, que não sendo maior de um palmo, se se pega ao leme de uma Nau da Índia, apesar das velas, e dos ventos, e de seu próprio peso, e grandeza, a prende, e amarra mais, que as mesmas âncoras, sem se poder mover, nem ir por diante? Oh se houvera uma Rémora na terra, que tivesse tanta força como a do mar, que menos perigos haveria na vida, e que menos naufrágios no mundo! Se alguma rémora houve na terra, foi a língua de Santo António, na qual como na rémora se verifica o verso de São Gregório Nazianzeno: Lingua quidem parva est, sed viribus omnia vincit. O Apóstolo Santiago naquela sua eloquentíssima Epístola compara a língua ao leme da Nau e ao freio do cavalo. Uma e outra comparação juntas declaram maravilhosamente a virtude da Rémora, a qual pegada ao leme da Nau é freio da Nau, e leme do leme. E tal foi a virtude, e força da língua de Santo António. O leme da natureza humana é o alvedrio, o Piloto é a razão: mas quão poucas vezes obedecem à razão os ímpetos precipitados do alvedrio? Neste leme porém tão desobediente e rebelde mostrou a língua de António quanta força tinha, como Rémora, para domar, e parar a fúria das paixões humanas. [...] Esta é a língua, peixes, do vosso grande Pregador, que também foi Rémora vossa, enquanto o ouvistes; e porque agora está muda (posto que ainda se conserva inteira) se veem, e choram na terra tantos naufrágios.

«Passando dos da Escritura aos da História natural» alude ao primeiro peixe elogiado, que é um animal bíblico, o __________, cujas virtudes eram, graças ao seu fel e ao seu coração, _________.

A seguir à rémora virão mais dois peixes «da História natural», isto é, verdadeiros, existentes na natureza, que são o torpedo (também chamado «tremelga» ou «raia elétrica») e o ___________.

As suas virtudes serão, respetivamente, a de ________________ (na reversão em termos de exemplo para os homens, significa deverem estes não ser tão indiferentes aos pecados) e a de ver para cima e para baixo (o que, na reversão para os homens, significa deverem estes ser mais __________).

«No dia de um Santo Menor, os peixes menores devem preferir aos outros». Com efeito, Santo António era um «Santo Menor», porque era um franciscano (e a ordem de S. Francisco era a Ordem dos Frades Menores). Entretanto, não nos esqueçamos que, quando o orador, o Padre Vieira, proferiu o sermão, era ____ de junho, dia de Santo António.

[quadro tirado de Fernanda Carrilho, Sermão de Santo António aos Peixes, de Padre António Vieira. Análise da Obra, 3.ª ed., Lisboa, Texto, 2004, p. 71]


Vejamos um excerto do capítulo V (que já não é de louvores mas de repreensões):

Nesta viagem, de que fiz menção, e em todas as que passei a Linha Equinocial, vi debaixo dela o que muitas vezes tinha visto e notado nos homens, e me admirou que se houvesse estendido esta ronha, e pegado também aos peixes. Pegadores se chamam estes, de que agora falo, e com grande propriedade, porque sendo pequenos, não só se chegam a outros maiores, mas de tal sorte se lhes pegam aos costados que jamais os desaferram. De alguns animais de menos força e indústria se conta que vão seguindo de longe aos Leões na caça, para se sustentarem do que a eles sobeja. O mesmo fazem estes Pegadores, tão seguros ao perto, como aqueles ao longe; porque o peixe grande não pode dobrar a cabeça, nem voltar a boca sobre os que traz às costas, e assim lhes sustenta o peso, e mais a fome. Este modo de vida, mais astuto que generoso, se acaso se passou, e pegou de um elemento a outro, sem dúvida que o aprenderam os peixes do alto depois que os nossos Portugueses o navegaram; porque não parte Vizo-Rei ou Governador para as Conquistas que não vá rodeado de Pegadores, os quais se arrimam a eles, para que cá lhes matem a fome, de que lá não tinham remédio. Os menos ignorantes, desenganados da experiência, despegam-se, e buscam a vida por outra via; mas os que se deixam estar pegados à mercê e fortuna dos maiores vem-lhes a suceder no fim o que aos Pegadores do mar.

Rodeia a Nau o Tubarão nas calmarias da Linha com os seus Pegadores às costas, tão cerzidos com a pele que mais parecem remendos ou manchas naturais que os hóspedes, ou companheiros. Lançam-lhe um anzol de cadeia com a ração de quatro Soldados, arremessa-se furiosamente à presa, engole tudo de um bocado, e fica preso. Corre meia companha a alá-lo acima, bate fortemente o convés com os últimos arrancos, enfim, morre o Tubarão, e morrem com ele os Pegadores.

 

(ver de 23:30 a 25:30)



Eis aqui o grupo I do exame de Português de 2023 (2.ª fase):

GRUPO I

Parte A

Leia o poema e a observação.

ABDICAÇÃO

               Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços

               E chama-me teu filho.

                                                           Eu sou um rei

               Que voluntariamente abandonei

5             O meu trono de sonhos e cansaços.

 

               Minha espada, pesada a braços lassos,

               Em mãos viris e calmas entreguei;

               E meu cetro e coroa, — eu os deixei

               Na antecâmara, feitos em pedaços.

 

10           Minha cota de malha, tão inútil,

               Minhas esporas, de um tinir tão fútil,

               Deixei-as pela fria escadaria.

 

               Despi a realeza, corpo e alma,

               E regressei à noite antiga e calma

15           Como a paisagem ao morrer do dia.

Fernando Pessoa, Ficções do Interlúdio, edição de Fernando Cabral Martins, Lisboa, Assírio & Alvim, 2018, p. 57.

OBSERVAÇÃO: As linhas 2 e 3 constituem um único verso.

* 1. O sujeito poético metaforiza a sua existência definindo-se como um rei. Caracterize a atitude desse rei ao longo do poema.

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* 2. Relacione o sentido dos dois últimos versos do poema com a apóstrofe à «noite», presente nos versos 1 e 2.

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3. Considere as afirmações seguintes sobre o poema.

(A) Embora Fernando Pessoa seja um poeta modernista, em «Abdicação» são revelados traços de egotismo, que associamos ao Romantismo.

(B) Ao longo do poema, o sujeito poético evidencia o desejo de evasão no tempo para a época medieval.

(C) No primeiro terceto, são convocadas sensações auditivas e táteis para realçar as ideias transmitidas.

(D) O sujeito lírico, ao assumir os seus atos, expõe dúvidas existenciais relativamente às suas decisões.

(E) Ainda que escrito num tempo em que se valoriza a liberdade formal, o poema apresenta a estrutura clássica de soneto, com versos decassilábicos e com o esquema rimático abba/abba/ccd/eed.

Identifique as duas afirmações falsas. Escreva, na folha de respostas, o número do item e as duas letras que correspondem às afirmações selecionadas.

Parte B

Este excerto, extraído do Sermão de Sto. António (aos peixes), integra-se no capítulo III, no qual Vieira elogia os peixes em geral, constituindo a parte final do elogio ao Santo Peixe de Tobias.

Abria S. António a boca contra os Hereges, e enviava-se a eles1, levado do fervor e zelo da Fé e glória divina. E eles que faziam? Gritavam como Tobias2 e assombravam-se com aquele homem e cuidavam que os queria comer. Ah homens, se houvesse um Anjo que revelasse qual é o coração desse homem e esse fel que tanto vos amarga, quão proveitoso e quão necessário vos é! Se vós lhe abrísseis esse peito e lhe vísseis as entranhas, como é certo que havíeis de achar e conhecer claramente nelas que só duas cousas pretende de vós, e convosco: uma é alumiar e curar vossas cegueiras, e outra lançar-vos os Demónios fora de casa. Pois a quem vos quer tirar as cegueiras, a quem vos quer livrar dos Demónios, perseguis vós?! Só uma diferença havia entre S. António e aquele Peixe3: que o Peixe abriu a boca contra quem se lavava, e S. António abria a sua contra os que se não queriam lavar. Ah moradores do Maranhão, quanto eu vos pudera agora dizer neste caso! Abri, abri estas entranhas; vede, vede este coração. Mas ah sim, que me não lembrava! Eu não vos prego a vós, prego aos peixes.

Padre António Vieira, Sermão de Sto. António (aos peixes) e Sermão da Sexagésima, edição de Margarida Vieira Mendes, Lisboa, Seara Nova, 1978, pp. 77-78.

NOTAS

1 enviava-se a eles – investia contra eles.

2 Tobias – personagem bíblica que gritou quando um peixe com poderes curativos investiu contra ele nas margens de um rio.

3 aquele Peixe – referência ao Santo Peixe de Tobias, cujo fel curou a cegueira do pai de Tobias e cujo coração, ao ser queimado, expulsou os demónios de sua casa.

*4. Explique as relações estabelecidas, por um lado, entre Santo António e o peixe mencionado no excerto e, por outro lado, entre os «Hereges» (linha 1) e os homens interpelados na linha 3.

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*5. Justifique o sentimento evidenciado pelo pregador no final do excerto, bem como o recurso à ironia (linhas 11 a 13 [cfr. sublinhado]).

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6. Selecione a opção que completa corretamente a frase seguinte.

Neste excerto, a estratégia argumentativa usada pelo pregador para cumprir os objetivos da eloquência («docere», «delectare» e «movere») desenvolve-se através de recursos variados, nomeadamente

(A) a interpelação a Tobias, a citação de obras clássicas e o uso de recursos como as interrogações retóricas e as gradações.

(B) o jogo com o valor polissémico de algumas palavras e o uso de recursos como as interrogações retóricas e as interjeições.

(C) a reprodução de provérbios, a interpelação a Tobias e o jogo com o valor polissémico de algumas palavras.

(D) o uso de gradações e de estruturas anafóricas, a citação de obras clássicas e a reprodução de provérbios.

Parte C

* 7. Eça de Queirós revela nos seus romances um agudo olhar crítico sobre a sociedade do seu tempo.

Escreva uma breve exposição na qual explicite dois aspetos que são objeto de crítica social em Os Maias ou em A Ilustre Casa de Ramires.

A sua exposição deve incluir:

uma introdução ao tema;

um desenvolvimento no qual explicite dois aspetos que são objeto de crítica na obra selecionada, fundamentando cada um desses aspetos em, pelo menos, um exemplo significativo;

uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Comece por indicar, na folha de respostas, o título da obra por si selecionada.

TPC — (i) Relanceia esta ficha corrigida sobre um passo do Sermão (próximo deste aliás); e, também, as pp. 396-397 do manual (com análise do passo do «quatro-olhos»). (ii) Se ainda não o fizeste, compra, ou tem à mão, O Ano da Morte de Ricardo Reis, de José Saramago.

 

 

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