Aula 5-6
Aula 5-6 (22 [5.ª], 25 [3.ª], 26/set [1.ª, 4.ª]) Correção
de redação da última aula; e explicação da sinalética.
Preenche as lacunas da
síntese sobre Deíticos com estas
palavras:
momento / marcas /
situação / ato / enunciado / pronomes / verbos / enunciação / deítica /
determinantes/ espaço / referentes / produto / advérbios
Vamos
distinguir enunciação e enunciado. Enunciado é o ____ de
uma enunciação; a enunciação é o ____ de produção desse enunciado (ou
seja, desse texto).
Os deíticos são ______ do processo de enunciação, porque
remetem para a situação em que o ____ é produzido. São palavras que só
podem ser compreendidas em função do contexto da ____.
Exemplos que dei foram os
de «este», «aquele» ou «ali», cujos referentes
se reportam ao ____ em que o enunciado estiver a ser produzido. Também
os pronomes pessoais e possessivos podem ter função ____, porque os seus
exatos _____ dependem do «eu» e do «tu» que intervenham na ____
de enunciação. Palavras como «agora», «amanhã», para serem percebidas, precisam
de ser relacionadas com o ____ da enunciação.
Os deíticos podem ser arrumados em pessoais, espaciais e temporais, e são os instrumentos da referência deítica ou dêixis. (Nas pp. 364-365 do manual,
apresenta-se um quadro com os deíticos mais comuns.) Entre as classes de
palavras que mais concorrem para a referência deítica encontramos a dos ____,
a dos _____, a dos _____. Os _____ e a sua flexão também
podem funcionar como deíticos.
Nas frases que te vou dar,
os elementos a negro nem sempre têm valor deítico. Verifica quais das palavras
a negro remetem efetivamente para a enunciação, sendo, portanto, verdadeiros
deíticos (D). À esquerda das frases
em que haja deíticos escreve D (as
outras — em que as palavras a negro remetem para referentes na própria frase,
independentes da enunciação — ficarão sem marca nenhuma).
Encontrei ali um ornitorrinco meu amigo.
O campo estava minado, mas foi aí que o patrão quis fazer o
piquenique.
Esses livros costumavam estar naquela banheira, aí ao lado. Ontem, porém, não os vi.
Hoje, estive em Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrndrobwllllantysiliogogogoch.
Neste
momento,
já não acredito em milagres.
Um dia antes, a Ermelinda já se tinha
aperaltado para o baile da José Gomes Ferreira.
Vocês fazem tudo o que lhes apetece e eu, estúpido, nem protesto!
Antes, era capaz de até nem se
importar, mas agora D. Afonso
Henriques não iria deixar passar aqueles
disparates: estava decidido a enfrentar tudo e todos.
Amanhã, vou comer as saborosas
framboesas.
Vou já
entregar esta folha.
[Esta segunda parte do
exercício, ainda que com as frases alteradas, foi retirada de: M. Olga Azevedo,
M. Isabel Pinto, M. Carmo Lopes, Da
comunicação à expressão. Exercícios.]
O ano passado usámos este
discurso de Bean, um autêntico desastre
para assinalar anáforas e seus antecedentes. Hoje vamos aproveitar o mesmo
texto para marcar deíticos.
Como te lembrarás, Bean
falava perante uma plateia de cidadãos americanos, na presença do milionário
benfeitor que tinha adquirido o quadro «A mãe de Whistler» para o doar a um
museu. O orador tinha a célebre pintura à vista e para ela ia apontando.
Distinguirás deíticos pessoais, espaciais, temporais. Tem em conta que certas
palavras acumulam valor deítico de dois ou mesmo dos três tipos.
Bem... Olá. Eu sou o Dr.
Bean (pelo que parece).
O meu trabalho consiste em
sentar-me a olhar os quadros. Portanto, o que aprendi eu que possa dizer sobre
este quadro?
Bem, primeiro que tudo,
que ele é muito grande. O que é magnífico, pois, se ele fosse muito pequeno —
microscópico, estão a ver —, ninguém conseguiria vê-lo, o que seria lastimável.
Em segundo lugar — e estou
a aproximar-me do fim desta análise do quadro —, em segundo lugar, porque é que
se justifica que este homem tenha gasto 50 milhões dos vossos dólares na sua
compra?
E a resposta é... Bem,
este quadro vale tanto dinheiro, porque é um retrato da mãe de Whistler e, como
eu aprendi ao ficar em casa do meu melhor amigo, David Langley, e da sua
família, as famílias são muito importantes e, apesar de o Sr. Whistler saber
perfeitamente que a sua mãe era uma avantesma atroz com ar de quem se sentara
num cato, ele não a abandonou e até se deu ao trabalho de pintar este
extraordinário retrato dela. Não é apenas um quadro, é um retrato de uma velha
taralhoca e feiosa que ele estimava acima de tudo.
E isso é maravilhoso. Pelo
menos é o que eu penso.
1.1 [Dou-te já as palavras
possíveis, misturadas com outras erradas; circunda as que são mesmo deítico no
contexto do clip:]
a. deíticos pessoais que remetem para o enunciador: «crime»,
«meu», «me», «eu», «meus», «fui», «tu», «conseguimos», «colegas da ESJGF».
b. deíticos pessoais que remetem para o destinatário: «tu»,
«consegues», «ligue», «copinho de água».
c. deíticos temporais: «comecei a sentir», «senti», «tinha»,
«conseguia», «tive de voltar», «ganhei», «conseguimos», «hoje», «aviso amarelo
para uma data de distritos», «Trubin».
2 [escreve duas frases
integráveis no cartaz que tivessem deíticos temporais e espaciais:]
3 [esta pergunta
parece-me mal pensada; a solução proposta pelo manual é:] «Estás no
quarto? Traz-me os chinelos que lá estão» (deítico espacial); «Recordo,
por vezes, o tempo da infância como se lá estivesse novamente» (deítico
temporal)».
Lê um dos «Questionários
de Proust» que o Público publicou um destes verões. Marcel Proust
foi um escritor francês (1871-1922), autor de Em busca do tempo perdido,
uma das mais importantes obras da literatura universal. Não foi ele que
concebeu o questionário; mas respondeu a inquérito semelhante (esta versão já
estará adaptada) e a sua resposta, encontrada mais tarde no espólio do
escritor, fez que o questionário fosse batizado assim.
Relanceia
a página do Público (com inquérito de Proust) que te tenha calhado. Responde
a algumas das perguntas do Questionário de Proust. (Como se percebe, trata-se,
por vezes, de procurar também ser espirituoso, nem sempre literal na resposta.)
Responde na ordem do inquérito, copiando também a pergunta. Podes descartar uma
ou outra questão (no total, não saltes mais de três itens).
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TPC — Completa, melhora, o que estiveste a escrever e traz-mo na
próxima aula. Em Gaveta de Nuvens deixarei exemplares do Questionário (aqui), para o caso de precisares de saber as perguntas.
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