Aula 93-94
Aula 93-94 (15 [3.ª], 16 [4.ª, 1.ª], 19/abr [5.ª]) Correção
de «Simão enquanto herói romântico»:
Simão apresenta o
temperamento característico de um herói romântico. É um jovem rebelde e
marginal, instável, capaz de se revoltar contra as regras impostas pela
sociedade. Segundo o irmão, que teme o seu «génio sanguinário» (p. 175, l.
147), «convive com os mais famosos perturbadores da academia, e corre de noite
as ruas [de Coimbra] insultando os habitantes e provocando-os à luta» (ll.
148-150). O seu caráter excecional, de quem não receia o conflito nem se
sujeita às normas, surpreende Domingos Botelho, que admira a bravura do filho
(l. 150).
Não se resguarda no
contexto social privilegiado a que pertence. Em Viseu é na «plebe [...] que
escolhe amigos e companheiros» e, irreverente, troça dos pergaminhos dos
Caldeirões (l. 164). Orientado por sentido de justiça, defende um criado e,
sempre sem freios, parte «muitas cabeças», quebra «todos os cântaros» (ll.
174-175). Determinado por valores de liberdade, em Coimbra divulgará os ideais
da Revolução Francesa (cap. 2).
Faltaria referir outras
características românticas de Simão — o individualismo, a luta por um amor
ideal (convenientemente, contrariado pela família), a honradez —, que ficarão
evidentes nos capítulos seguintes.
O destemor em enfrentar os
mais poderosos, com uma atitude reveladora de coragem e até de certa
irracionalidade — a espontaneidade dos puros —, lembra-nos o temperamento de um
herói escolhido pelo romântico Garrett, Manuel de Sousa Coutinho, que não hesita
em incendiar o seu palácio para não se submeter aos que representavam o poder.
Também não é indiferente que os protagonistas de Frei Luís de Sousa e de Amor
de Perdição tenham a chancela dos registos documentais, sendo ambos
personagens que os autores podem dizer históricas, como acontece tantas vezes
nas narrativas do Romantismo.
Mas regressemos ao início do capítulo, na p. 186, para
responderes a esta pergunta que está na p. 195.
1. Comenta a
inclusão, no relato, dos diálogos do «padre capelão» (ll. 2-13) [Depois de leres o diálogo, completa a minha resposta:]
A caracterização, indireta, do _______ (que, através do que
diz, fica retratado como, para não dizer «lúbrico», pelo menos demasiado
sensível à beleza de Mariana) e a caracterização, indireta e direta, da
prioresa (amante de vinho — o padre «tinha engarrafado um almude para tonizar o
estômago da prelada» — e «ciumosa» dos apetites do capelão) confirmam a obra
como crónica social, denunciando os _______ mundanos dos membros {escolhe}
da nobreza / do povo / do clero / do Crisnaldo.
E, agora, responde à pergunta 5, também na p. 195, que nos
deixa no ponto em que estávamos na última aula (pp. 189-190):
5. João da Cruz exprime a
sua opinião sobre a pretensão de Simão de ver Teresa antes de regressar a
Coimbra.
Comprova
que a sua perspetiva e a linguagem que utiliza contribuem para a sua
caracterização indireta.
João da Cruz assume-se como «um rústico», com uma visão
conservadora dos papéis sociais do ________ e da mulher. Contudo, ainda que
considere que o amor por uma mulher não justifica os ________ que Simão deseja
correr, mostra-se solidário e coloca a sua valentia ao dispor do jovem. A maneira
de ser de João da Cruz é confirmada pela linguagem simples e popular, que faz
uso da sabedoria ________ para fundamentar as suas opiniões.
Lê a carta que Simão escreve a Teresa (p. 190, ll. 156-178).
Na carta de Simão a Teresa, o sentimento mais importante não
parece ser o do amor mas o apego ao destino, à tragédia, à honra. Comenta.
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Resolve a pergunta 9, no fim da p. 195, completando a minha
resposta:
9. « — Está perdido! —
tornou João da Cruz.
/ — Já o
estava.» (ll. 327-328). Explica a resposta de Simão, recordando a síntese da
sua vida apresentada na Introdução da obra («Amou, perdeu-se, e morreu
amando»).
A resposta de Simão sugere que o motivo da sua perdição não
corresponde ao homicídio de _______, mas, como se anunciara na Introdução, ao
amor contrariado pelas famílias e que determinou a sua desgraça. Por outro
lado, o próprio Simão tem consciência de que não é só o amor que o move mas o
seu ______, o seu sentido de honra, tão característico do herói romântico.
Resolve o ponto 10, no cimo da p. 196, escrevendo mesmo as
expressões corretas:
10. No texto, evidenciam se
diversas características da linguagem e do estilo de Camilo Castelo Branco.
Verifica-se o predomínio de momentos _______ (a) e o recurso
ao diálogo, marcado sobretudo por _____ (b), que conferem ao discurso um ritmo
_______ (c), e pela adequação do nível linguístico à _______ (d) das
personagens, o que contribui para a sua verosimilhança. Destaca-se também a
intervenção subjetiva do narrador, como acontece _______ (e).
Na próxima aula passaremos
já à «Conclusão» de Amor de
Perdição (os capítulos obrigatórios são «Introdução», «Conclusão» e dois à
escolha entre I, IV, X, XIX). Fica aqui o que se vai passar entretanto (desde o
cap. X, que terminou com a prisão de Simão):
Capítulo XI —
Domingos Botelho sabe da prisão de Simão e determina que ele seja tratado de
acordo com a lei. Simão aceita com indiferença esse tratamento e dá entrada na
prisão. Apresenta-se Mariana, para lhe dar apoio.
Capítulo XII —
O narrador transcreve parte de uma carta de Rita, recordando, cinquenta e sete
anos depois, a reação da família à prisão de Simão. Depois, relata-se o
julgamento de Simão, condenado a morrer na forca, «arvorada no local do
delito». Mariana entra num estado próximo da loucura.
Capítulo XIII —
Depois da prisão de Simão, Teresa é conduzida ao convento de Monchique e dá
sinais de fraqueza e doença. Nas cartas trocadas com Simão, expressa-se o
desgosto de ambos pela separação e pela próxima morte de Teresa.
Capítulo XIV — Tadeu de Albuquerque chega ao convento e
pretende levar Teresa para Viseu, que, todavia, recusa ir. A madre apoia
Teresa; Tadeu, apesar das diligências que faz, não consegue o que deseja.
Capítulo XV — Simão continua preso, na Cadeia da Relação, e
escreve as suas meditações sobre o seu destino. Visitado por João da Cruz,
Simão sabe que Mariana melhorou. É o ferrador quem leva uma carta a Teresa.
Entretanto, Mariana ficará a cuidar de Simão.
Capítulo XVI — Conta-se a história da fuga de Manuel Botelho,
irmão de Simão, com «uma dama desleal a seu marido». Trata-se de um incidente
que o narrador reconhece «não muito concertado com o seguimento da história»,
mas que mostra o modo de ser do pai de Manuel e Simão.
Capítulo XVII — João da Cruz está em casa e dedica-se ao
trabalho de ferrador. Entretanto, chega um estranho que dispara sobre ele,
matando-o, num ato de vingança. Mariana, estando na prisão com Simão, é
informada. Ambos reagem com grande emoção.
Capítulo XVIII — Pena de Simão é comutada em dez anos de degredo
para a Índia, também por causa de intervenção de Domingos Botelho (mais por
capricho de contrariar Albuquerque do que por amor paternal). Seria até
autorizado que a pena fosse cumprida na cadeia de Vila Real, mas Simão não
aceita. Mariana, agora sem pai, decide acompanhar Simão no degredo. Acentuam-se
as manifestações de dedicação a Simão, ao ponto de Mariana anunciar que se
suicidará, quando a sua companhia já não for necessária.
Capítulo XIX — Teresa pede a Simão que
aceite cumprir pena na cadeia (em Vila Real), que assim ainda haveria esperança
para ambos, mas ele recusa essa solução. Teresa escreve-lhe que, assim, ela
morrerá.
Capítulo XX — Simão é conduzido à nau que o levará ao
degredo. Já a bordo, vê Teresa. A nau passa diante do convento, no momento em
que Teresa desfalece e morre.
Leituras em voz alta (de sonetos de Antero) para Liga dos
Campeões
TPC
— Continua a procurar avançar na leitura da obra de Eça que tenhas escolhido (A
Ilustre Casa de Ramires ou Os Maias).
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