Aula 81-82
Aula 81-82 (13 [1.ª, 3.ª], 14 [4.ª], 15/mar [5.ª]) Vamos rever as orações (no manual, este assunto está
entre as pp. 355 e 359).
Quanto às coordenadas, distinguimos as assindéticas (sem conjunção, ou seja,
ligadas por vírgulas) e as sindéticas,
que são classificadas em função da conjunção
coordenativa que as introduza: copulativa,
adversativa, disjuntiva, explicativa,
conclusiva. Ainda as teremos de
estudar melhor, mas devem ir tendo em memória as referidas conjunções (cfr.
p. 342).
Na subordinação,
distinguimos subordinantes e subordinadas. Consoante o tipo de
função sintática que desempenham (à sua subordinante), as subordinadas
agrupam-se em substantivas, adjetivas, adverbiais.
Nas orações subordinadas adverbiais (cfr. p.
356) temos a causal, a temporal, a final (que funcionam como modificadores do grupo verbal), a condicional, a concessiva (que são modificadores de frase), a comparativa, a consecutiva.
Vamos sobrevoar agora as adjetivas e as substantivas (cfr. p.
357).
As orações subordinadas
adjetivas desempenham funções sintáticas típicas de adjetivos e são orações
relativas, por serem introduzidas
por palavras relativas (pronomes
relativos, sobretudo — «que», «onde», «cujo», ...). Estas orações podem ter
valor restritivo (e desempenharão a
função de modificador restritivo do nome)
ou explicativo (e corresponderão a
um modificador apositivo do nome).
Exemplos (marquei a negro
o pronome relativo):
modificador
restritivo
Ela
tem um gato dócil
de olhos azuis
Ela tem um gato que mia angustiadamente
subordinante subordinada
adjetiva relativa restritiva
modificador apositivo
O
gato da Heliodora, um pastor alemão, fala francês.
O
gato da Heliodora, que é um
pastor alemão, fala francês.
s u b o r d i subordinada adjetiva relativa explicativa n a n t e
{Classifica tu:}
O gato da Heliodora que é um pastor alemão fala
francês.
_________________________
Classifica
as orações nas linhas sob as frases — do episódio 6 da 2.ª temporada de O Programa do Aleixo. (Já classifiquei
algumas das orações talvez mais complicadas.)
Só faço ‘Revista de
imprensa’ / quando não foste com o jornal para a casa de banho.
____________ / ____________
Achas / que as regras dos jornais são as / que se
aplicam ao Brick Game.
Subordinante
/ Subordinada
substantiva completiva (e Subordinante da seguinte) / Subordinada adjetiva relativa
Viseu ganha em Portugal / mas Lisboa ganha no
mundo.
____________ / ____________
É um ranking só para as cidades / que estão sempre
em obras.
____________ / ____________
É um ranking para as cidades / onde é tudo mais
longe e mais caro / do que é nas outras.
___________ / __________ / Subordinada
adverbial comparativa
É um ranking de cidades / que acham
/ que um pastel de nata e um
pastel de Belém são coisas diferentes.
Subordinante /Subordinada adjetiva relativa/ Subordinada substantiva completiva
Aqui diz / que
foram analisadas duzentas e vinte e uma cidades de todo o mundo.
Subordinante / Subordinada
substantiva completiva
Busto, costumas ter tanto azar nos sorteios, / que
te escolhemos já.
____________ / ____________
As orações subordinadas substantivas
exercem funções sintáticas típicas de grupos nominais. Podem ser completivas ou relativas (sem antecedente).
Em «Reunião de condóminos
com o Drácula» há subordinadas
substantivas completivas (são as que já sublinhei; ao lado, sem
sublinha, a oração subordinante). Escreve a função sintática (sujeito, complemento direto, indireto,
oblíquo, etc.) que cada uma destas
completivas desempenha relativamente à sua subordinante.
Subordinante Subordinada substantiva completiva
A porteira disse-me que o vizinho do sétimo
andar tem um gato.
função
sintática:
______________
[nota que a
oração é substituível pelo pronome «o»: ‘A porteira disse-mo’]
Todos sabemos que os animais não são permitidos
neste prédio.
__________________
Não quer que eu ponha o gatinho na rua...
__________________
Perguntou-lhe se queria o gatinho na rua.
__________________
É um escândalo que me falem em gritos.
__________________
[= Isso é um escândalo.]
As subordinadas
substantivas completivas finitas são
introduzidas pelas conjunções
completivas que ou se.
Mas também há subordinadas
substantivas completivas não finitas,
com o verbo no infinitivo, e essas não precisam de conjunção:
Subordinante Subordinada substantiva completiva não
finita
Todos sabemos não serem os animais permitidos
neste prédio.
Troca a completiva finita
por uma completiva não finita:
É um escândalo que me
falem em gritos.
________________
Vejamos agora casos de subordinadas substantivas relativas.
Escreve a função sintática desempenhada pela oração que sublinhei:
Subordinante | Subordinada
substantiva relativa sem antecedente
Sabes onde há sangue fresquinho?
__________
Fugiam-lhe quantas velhas ou crianças
acorrentasse à parede.
_____________
Quem sobe pela escada fica com as cabeças dos
cadáveres todas moídas.
______________
Portanto, as subordinadas
substantivas relativas são introduzidas por palavras relativas (pronomes relativos, advérbios relativos,
quantificador relativo) que, ao contrário do que acontecia nas subordinadas
adjetivas relativas, não se reportam a um antecedente (por isso estas orações
se dizem «subordinadas substantivas relativas sem antecedente»).
As subordinadas
substantivas relativas podem ser não
finitas (infinitivas):
Subordinante |Subordinada
substantiva relativa não finita
Sabes onde
encontrar sangue fresquinho?
Substitui o trecho
sublinhado por uma oração subordinada completiva:
Só lhe
digo isto: «animais dentro de casa é nojento»!
Só lhe digo
________________
Subordinante | Subordinada substantiva
completiva (finita / não finita)
Atenta agora na frase
seguinte, sabendo já que a subordinada não
é substantiva e que a função que desempenha é antes típica de um adjetivo.
Classifica a oração.
Subordinante|
_____________
É um
cheiro que se entranha nas rendas.
modificador restritivo do nome
Classifica
as orações sublinhadas (a propósito
de trecho de Último a sair).
Foi
um momento chocante, teve a entrada do INEM, porque a situação estava
complicada.
Vou
fazer uma cena que ainda não mostrei a ninguém.
É
um salto muito complicado, mas tens de o ver.
Quero
que dês um mortal e que te partas todo.
Quero
que dês um mortal e que te partas todo.
Se
te partisses todo, deixavas-me em paz.
Vês
o mortal ou não vês o mortal.
É
um mortal que eu vi num filme.
A
produção já contactou o 112 e o Inem está a chegar à casa.
Nuno
Lopes perguntou se não o queriam no programa.
Não
tenho trabalho até setembro, portanto faço aí umas macacadas.
Nuno
Lopes entrará na casa, pois Bruno Nogueira partiu a perna.
Mal
saia Bruno, entrará Nuno.
Como
Sónia não lhe ligava, Bruno fez um mortal.
Para
que voltes a falar comigo, é preciso o quê?
Bruno
quer Sónia, embora esta pouco lhe ligue.
Nuno
Lopes representa tão bem como canta Luciana Abreu.
Bruno
Nogueira, que é também o argumentista, partiu a perna.
Saltou
tão mal que partiu a perna.
Quem
se porta mal na casa recebe más votações.
TPC — Para estudares esta
matéria (classificação de orações), resolve «Praticar» (p. 359); e relanceia
ficha do Caderno do Aluno que porei já corrigida em Gaveta de Nuvens
(onde podes ler também o capítulo sobre coordenação e subordinação).
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