Aula 45-46
Aula 45-46 (12 [1.ª, 4.ª], 18/dez [3.ª]; esta aula será
diluída em outras no caso da turma 5.ª) Correção de questionário de compreensão
dos textos «Rapinar» e «Ao encontro do preciosismo» (cfr. Apresentação).
Em termos de correção
linguística dos vossos textos, o problema mais comum tem que ver com a Acentuação gráfica.
Sistematizamos agora essa matéria, cujo desconhecimento é a fonte maior de erros
nas redações.
As
formas erradas que se seguem são retiradas de textos vossos ou de outros colegas.
Todas têm problemas de acentos. Escreve a forma já corrigida, ao lado da regra que lhe corresponda (escreve, portanto,
na coluna da direita, onde já pus alguns exemplos).
[o] porque [das coisas] / intíma [adjetivo] / tentão [Presente do Indicativo] / provavél / tambem / contrario [adjetivo ou nome] / brincavamos / cardiaco
/ acreditára [Mais-que-perfeito] / proximo
/ unica / so / relogio / neuronios / fôra / saira [Mais-que-perfeito] / passeavamos /estáva / príncipal / ultimo [adjetivo] / dificil / alguem / estadio /
sotão / iría / faceis / Africa / páis [‘parentes’] / [ontem] juramos / alí / e
[Presente de «Ser»] / [quis] deixa-los
/ pensão [Presente] / possivel /
tivémos / ninguem / podera [Futuro] /
dár-me / hipotese / acabára / sonambula / [eles] mantém / saíu / imprevísivel /
irónicamente / começaram [Futuro] /
familia / passáros / musica / incrivel /faziamos / noticias [nome] / chegármos / iamos / lêem
regra que as grafias em cima não cumprem |
formas já corrigidas |
Palavra aguda terminada
em a, e ou o (com ou sem -s) leva acento. |
má deixá-los |
Palavra aguda terminada
em ditongo nasal [ãw] leva til. |
verão começarão |
Palavra aguda terminada
em i ou u (com ou sem s) precedidos
de vogal com que não formem ditongo leva acento. |
Luís saí
baú |
Palavra aguda
terminada em -em ou ens, se tem mais de uma sílaba, leva acento. |
parabéns também ninguém alguém (ele)
mantém |
Palavra aguda terminada
em ditongo aberto leva acento. |
céu dói |
3.ª pessoa do plural
de «ter» ou «vir» leva acento circunflexo (para se distinguir da forma do singular). |
vêm (eles) mantêm |
Palavras agudas fora
das condições acima descritas não levam acento. |
peru ali dar-me |
Palavras graves, não
havendo outra condição especial, não levam acento. |
vemos acreditara
tivemos ironicamente leem |
Palavras graves
terminadas em -l, -n, -r, -s, -x e -ps levam acento. |
nível hífen provável possível |
Palavra grave terminada
em ditongo oral (seguido ou não de -s)
leva acento. |
fúteis fáceis |
Palavra grave terminada
em -ã ou -ão (seguidos ou não de s)
leva acento. |
órfã sótão |
Palavra cuja sílaba
tónica i ou u não forma ditongo com a vogal anterior (a não ser se se seguir
um -nh ou -m, -n e -r) leva acento. |
constituído sair saindo
rainha saíra |
1.ª pessoa do plural
do pretérito perfeito da 1.ª conjugação leva acento (para se distinguir do
presente). [para nortenhos, prescindível] |
andámos jurámos |
3.ª pessoa do singular
do pretérito perfeito do verbo «poder» leva acento (para se distinguir do presente). |
pôde |
Não se emprega acento
antes de ditongos iu ou ui precedidos de vogal. |
caiu saiu |
Todas as palavras
esdrúxulas (verdadeiras ou aparentes) têm acento. |
esdrúxula Flávio
íntima
brincávamos relógio
íamos |
Escreve uma apreciação
crítica da curta-metragem O emprego (referida na p. 70 do manual).
Deves incluir as palavras
«distopia», «Padre António Vieira», «Sermão de Santo António», «final», «inesperado»,
«alegoria».
Para melhorar coesão
lexical, podes usar: «filme», «curta», «curta-metragem», «animação»,
«película», «El empleo».
A caneta. Menos de 150
palavras.
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Albert
George, nascido em 1895, foi inesperadamente rei de Inglaterra. Foi excelente atleta,
serviu na Armada Real, lutou na I Guerra, tendo sido sempre educado no pressuposto
de que o seu irmão Eduardo seria rei. Afinal, Jorge VI reinaria, e numa época
dramática. Coube-lhe a ele anunciar
aos ingleses que, mais uma vez, a Inglaterra estava em guerra.
[O discurso do rei]
Nesta
hora difícil, talvez a mais dolorosa da nossa história, transmito para todos os
lares do meu povo, tanto aqui como além mar, esta mensagem dita com o mesmo sentimento
profundo por cada um de vós como se eu pudesse entrar nas vossas casas e falar-vos
diretamente.
Pela segunda vez nas
nossas vidas, estamos em guerra.
Tentámos e tentámos
descobrir uma saída pacífica, ultrapassando as diferenças entre nós e os nossos
inimigos; mas tudo foi em vão.
Fomos forçados a um conflito,
pois com os nossos aliados fomos levados a enfrentar um desafio que põe em causa
um princípio que, se perdurasse, se revelaria fatal em qualquer linha civilizada
do mundo.
É um princípio que permite
a um Estado, numa simples procura egoísta de poder, desrespeitar tratados e
juramentos solenes, justificando o uso da força ou da ameaça da força contra um
Estado soberano e independente de outros Estados.
Um tal princípio, despido
de qualquer disfarce, é certamente a doutrina mais primitiva de que poder constitui
um direito, e, se este princípio se estabelecesse em todo o mundo, a liberdade
do nosso próprio país e de toda a Comunidade Britânica de nações estaria em perigo.
Mas, mais do que isto, os
povos do mundo estariam unidos pelo medo e seria o fim de todas as esperanças de
uma paz estável e segura, de justiça e liberdade entre as nações.
Este é o derradeiro fim
que me leva a falar-vos para casa, e ao meu povo além mar, que fará dele a nossa
causa.
Peço-vos que permaneçais calmos
e firmes e unidos nesta prova.
A tarefa será dura. Aproximam-se certamente
dias sombrios e a guerra deixará de estar confinada aos campos de batalha, mas
só poderemos agir bem se conhecermos o bem e, humildemente, dedicarmos a nossa
causa a Deus. Se a ela permanecermos fiéis, prontos para qualquer tarefa ou sacrifício
que nos seja exigido, então, com a ajuda de Deus, venceremos.
[texto introdutório e
tradução do discurso de Jorge VI tirados de Isabel Casanova, Discursar em português... E não só. O discurso
em análise, Lisboa, Plátano, 2011]
TPC — Relanceia a ficha ‘Coesão textual’ do Caderno do aluno, que reproduzirei já com soluções.
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