Saturday, September 09, 2023

Aula 45-46

Aula 45-46 (12 [1.ª, 4.ª], 18/dez [3.ª]; esta aula será diluída em outras no caso da turma 5.ª) Correção de questionário de compreensão dos textos «Rapinar» e «Ao encontro do preciosismo» (cfr. Apresentação).

Em termos de correção linguística dos vossos textos, o problema mais comum tem que ver com a Acentuação gráfica. Sistematizamos agora essa matéria, cujo desconhecimento é a fonte maior de erros nas redações.

As formas erradas que se seguem são retiradas de textos vossos ou de outros colegas. Todas têm problemas de acentos. Escreve a forma já corrigida, ao lado da regra que lhe corresponda (escreve, portanto, na coluna da direita, onde já pus alguns exemplos).

[o] porque [das coisas] / intíma [adjetivo] / tentão [Presente do Indicativo] / provavél / tambem / contrario [adjetivo ou nome] / brincavamos / cardiaco / acreditára [Mais-que-perfeito] / proximo / unica / so / relogio / neuronios / fôra / saira [Mais-que-perfeito] / passeavamos /estáva / príncipal / ultimo [adjetivo] / dificil / alguem / estadio / sotão / iría / faceis / Africa / páis [‘parentes’] / [ontem] juramos / alí / e [Presente de «Ser»] / [quis] deixa-los / pensão [Presente] / possivel / tivémos / ninguem / podera [Futuro] / dár-me / hipotese / acabára / sonambula / [eles] mantém / saíu / imprevísivel / irónicamente / começaram [Futuro] / familia / passáros / musica / incrivel /faziamos / noticias [nome] / chegármos / iamos / lêem

regra que as grafias em cima não cumprem

formas já corrigidas

Palavra aguda terminada em a, e ou o (com ou sem -s) leva acento.

má    deixá-los

Palavra aguda terminada em ditongo nasal [ãw] leva til.

verão   começarão

Palavra aguda terminada em i ou u (com ou sem s) precedidos de vogal com que não formem ditongo leva acento.

Luís   saí   baú   

Palavra aguda terminada em -em ou ens, se tem mais de uma sílaba, leva acento.

parabéns   também   ninguém   alguém   (ele) mantém

Palavra aguda terminada em ditongo aberto leva acento.

céu   dói

3.ª pessoa do plural de «ter» ou «vir» leva acento circunflexo (para se distinguir da forma do singular).

vêm    (eles) mantêm

Palavras agudas fora das condições acima descritas não levam acento.

peru   ali   dar-me

Palavras graves, não havendo outra condição especial, não levam acento.

vemos   acreditara   tivemos   ironicamente   leem

Palavras graves terminadas em -l, -n, -r, -s, -x e -ps levam acento.

nível   hífen   provável   possível

Palavra grave terminada em ditongo oral (seguido ou não de -s) leva acento.

fúteis   fáceis

Palavra grave terminada em ou -ão (seguidos ou não de s) leva acento.

órfã   sótão

Palavra cuja sílaba tónica i ou u não forma ditongo com a vogal anterior (a não ser se se seguir um -nh ou -m, -n e -r) leva acento.

constituído   sair   saindo   rainha   saíra

1.ª pessoa do plural do pretérito perfeito da 1.ª conjugação leva acento (para se distinguir do presente). [para nortenhos, prescindível]

andámos   jurámos

3.ª pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo «poder» leva acento (para se distinguir do presente).

pôde

Não se emprega acento antes de ditongos iu ou ui precedidos de vogal.

caiu   saiu

Todas as palavras esdrúxulas (verdadeiras ou aparentes) têm acento.

esdrúxula   Flávio   íntima   brincávamos   relógio   íamos   

Escreve uma apreciação crítica da curta-metragem O emprego (referida na p. 70 do manual).

Deves incluir as palavras «distopia», «Padre António Vieira», «Sermão de Santo António», «final», «inesperado», «alegoria».

Para melhorar coesão lexical, podes usar: «filme», «curta», «curta-metragem», «animação», «película», «El empleo».

A caneta. Menos de 150 palavras.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Albert George, nascido em 1895, foi inesperadamente rei de Inglaterra. Foi excelente atleta, serviu na Armada Real, lutou na I Guerra, tendo sido sempre educado no pressuposto de que o seu irmão Eduardo seria rei. Afinal, Jorge VI reinaria, e numa época dramática. Coube-lhe a ele anunciar aos ingleses que, mais uma vez, a Inglaterra estava em guerra.

[O discurso do rei]

Nesta hora difícil, talvez a mais dolorosa da nossa história, transmito para todos os lares do meu povo, tanto aqui como além mar, esta mensagem dita com o mesmo sentimento profundo por cada um de vós como se eu pudesse entrar nas vossas casas e falar-vos diretamente.

Pela segunda vez nas nossas vidas, estamos em guerra.

Tentámos e tentámos descobrir uma saída pacífica, ultrapassando as diferenças entre nós e os nossos inimigos; mas tudo foi em vão.

Fomos forçados a um conflito, pois com os nossos aliados fomos levados a enfrentar um desafio que põe em causa um princípio que, se perdurasse, se revelaria fatal em qualquer linha civilizada do mundo.

É um princípio que permite a um Estado, numa simples procura egoísta de poder, desrespeitar tratados e juramentos solenes, justificando o uso da força ou da ameaça da força contra um Estado soberano e independente de outros Estados.

Um tal princípio, despido de qualquer disfarce, é certamente a doutrina mais primitiva de que poder constitui um direito, e, se este princípio se estabelecesse em todo o mundo, a liberdade do nosso próprio país e de toda a Comunidade Britânica de nações estaria em perigo.

Mas, mais do que isto, os povos do mundo estariam unidos pelo medo e seria o fim de todas as esperanças de uma paz estável e segura, de justiça e liberdade entre as nações.

Este é o derradeiro fim que me leva a falar-vos para casa, e ao meu povo além mar, que fará dele a nossa causa.

Peço-vos que permaneçais calmos e firmes e unidos nesta prova.

A tarefa será dura. Aproximam-se certamente dias sombrios e a guerra deixará de estar confinada aos campos de batalha, mas só poderemos agir bem se conhecermos o bem e, humildemente, dedicarmos a nossa causa a Deus. Se a ela permanecermos fiéis, prontos para qualquer tarefa ou sacrifício que nos seja exigido, então, com a ajuda de Deus, venceremos.

[texto introdutório e tradução do discurso de Jorge VI tirados de Isabel Casanova, Discursar em português... E não só. O discurso em análise, Lisboa, Plátano, 2011]

TPC — Relanceia a ficha ‘Coesão textual’ do Caderno do aluno, que reproduzirei já com soluções.

 

 

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