Saturday, September 09, 2023

Aula 37-38

 

Aula 37-38 (28 [1.ª, 4.ª], 4/dez [3.ª, 5.ª]) Correção do questionário de compreensão de «O cérebro dos golfinhos» (cfr. Apresentação).

Vai até à p. 60, onde temos o discurso de João Miguel Tavares no dia de Portugal de 2019. Segundo o próprio diz, foi o primeiro filho da democracia a presidir às comemorações do 10 de junho (ou seja, foi quem primeiro presidiu às comemorações do Dia de Portugal tendo nascido já depois de ______).

O texto no manual não reproduz dois minutos e meio que ficariam entre «liberdade.» (l. 12) e «Os portugueses» (l. 13). Ouvi-los-emos, para tentares depois responder à pergunta que ponho a seguir (aproveita para emendar a citação, que, na transcrição no manual, tem um erro):

Qual é, para o orador, a diferença essencial entre a geração dos pais e a sua? Relaciona essa diferença com a tese defendida no discurso («Não é fácil saber ______ é que estamos a lutar hoje em dia», l. 16; precisamos que nos deem algo em que acreditar).

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Responde ainda, agora a propósito dos primeiros dois parágrafos (ll. 5-12), ao que é perguntado no item 1.1 da p. 61 (relacionar deíticos com a função desta parte do texto).

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Há uma característica inevitável da língua: a maneira como ela é diferente conforme a idade das pessoas, os sítios que frequentam, os seus interlocutores. Esta característica tem o nome de variação. E tem um resultado: a língua de quem vive em determinado tempo é sempre muito diferente da dos seus antepassados. A isso se chama mudança linguística.

As duas tabelas mostram um caso de variação e mudança no campo particular das escolhas de nomes de pessoas. Excecionalmente, até podemos trabalhar com referência a poucas décadas, porque, sendo uma área da língua muito exposta às vaidades humanas e influenciada por acontecimentos diretos — telenovelas, surgimento de vedetas de futebol, etc. —, o ritmo das mudanças é anormalmente elevado.

Nas colunas já preenchidas estão os nomes mais populares em cada década (a fonte dos dados é a 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa). À direita, deixei espaço para tentares completar o top dos nomes dos nascidos o ano passado.

Nomes femininos

 

1960

1970

1980

1990

2000

2022 (segundo tu)

1.º

Maria

Maria

Ana

Ana

Ana

 

2.º

Ana

Ana

Carla/Maria

Joana

Maria

 

3.º

Isabel

Carla

Sónia

Sara

Inês

Leonor

4.º

Anabela

Paula

Sandra

Andreia

Beatriz

Matilde

5.º

Teresa

Sandra

Cláudia

Cátia

Mariana

 

6.º

Helena

Isabel

Susana

Inês

Joana

Carolina

7.º

Cristina

Anabela

Andreia

Catarina

Catarina

Beatriz

8.º

Elisabete

Elisabete

Patrícia

Cláudia

Sara

Margarida

9.º

Fernanda

Elsa

Marta

Vanessa

Carolina

Francisca

10.º

Luísa

-----------

Cátia

Maria

Daniela

 

 

Nomes masculinos

 

1960

1970

1980

1990

2000

2022 (segundo tu)

1.º

José

Paulo

Ricardo

João

João

 

2.º

António

José

Pedro

Tiago

Diogo

 

3.º

João

João

Nuno

André

Pedro

 

4.º

Luís

Luís

João

Pedro

Tiago

Tomás

5.º

Carlos

Carlos

Bruno

Ricardo

André

Duarte

6.º

Pedro

António

Carlos

Diogo

José

Lourenço

7.º

Paulo

Rui

Paulo

Fábio

Miguel

Santiago

8.º

Fernando

Pedro

Rui

Nuno

Francisco

Martim

9.º

Manuel

Nuno

Hugo/Luís

Bruno

Gonçalo

Miguel

10.º

Rui

Jorge

Tiago

Miguel

Ricardo

 

Em 1990, o nome «Vanessa» foi o nono mais escolhido (por influência estrangeira, decerto relacionada com estarem então na moda a atriz inglesa Vanessa Redgrave e a cantora francesa Vanessa Paradis). Quanto a «Albertina», há décadas que não está na moda; mas, por exemplo, uma minha tia-avó chamava-se «Maria Albertina».

Isso leva-nos à canção «Maria Albertina», que, composta por António Variações, em 1983, foi depois recriada em 2004, pelos Humanos:

Maria Albertina

 

Maria Albertina, deixa que eu te diga:

Ah... Maria Albertina, deixa que eu te diga:

Esse teu nome eu sei que não é um espanto,

Mas é cá da terra e tem... tem muito encanto.

Esse teu nome eu sei que não é um espanto,

Mas é cá da terra e tem... tem muito encanto.

 

Maria Albertina, como foste nessa

De chamar Vanessa à tua menina?

Maria Albertina, como foste nessa

De chamar Vanessa à tua menina?

 

Maria Albertina, deixa que eu te diga:

Ah... Maria Albertina, deixa que eu te diga:

 

Esse teu nome eu sei que não é um espanto,

Mas é cá da terra e tem... tem muito encanto.

 

Esse teu nome eu sei que não é um espanto,

Mas é cá da terra e tem... tem muito encanto.

 

Maria Albertina, como foste nessa

De chamar Vanessa à tua menina?

Maria Albertina, como foste nessa

De chamar Vanessa à tua menina?

 

Que é bem cheiinha e muito moreninha

Que é bem cheiinha e muito moreninha

Que é bem cheiinha e muito moreninha

Que é bem cheiinha e muito moreninha

David Fonseca, Manuela Azevedo, Camané, Humanos, Lisboa, EMI — Valentim de Carvalho, 2004

Escreve um comentário a «Maria Albertina». Nesse comentário (com, pelo menos, cem palavras [100-150 palavras]), explicitarás em que medida a letra da canção apresenta uma crítica à escolha de nomes no nosso país. Inclui, pelo menos, uma citação. A caneta.

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TPC — Lê no manual as páginas sobre «Coesão textual» (pp. 368-371); na p. 368, podes também rever o que já sabemos sobre «Coerência textual».

 

 

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