Saturday, September 09, 2023

Aula 33-34

Aula 33-34 (21 [1.ª, 4.ª], 24 [5.ª], 27/nov [3.ª]) Correção de texto com repreensões a animais (cfr. Apresentação).

Do manual Palavras 11 (Maria João Pereira e Fernanda Delindro; Porto, Areal, 2016), p. 48:



Vai lendo «O cérebro dos golfinhos» e circundando a melhor alínea de cada item. (Por favor, não consultes nada além do texto em causa.)

 

O verbo no primeiro período do texto (l. 1) tem o valor aspetual

a) imperfetivo.

b) perfetivo.

c) habitual.

d) genérico.

 

«[...] debatem há várias décadas o seu significado» (l. 3) apresenta valor aspetual

a) imperfetivo.

b) perfetivo.

c) iterativo.

d) genérico.

 

No terceiro período, a oração adjetiva relativa «que escutam todos estes sons» (l. 3)

a) devia estar delimitada por vírgulas, porque se trata de um modificador apositivo.

b) não está entre vírgulas, porque o seu sentido é restritivo.

c) não poderia nunca estar entre vírgulas, porque estas separariam sujeito e predicado.

d) deveria ter uma vírgula apenas (antes de «que»).

 

As aspas — as do texto, note-se — em «“linguística”» (l. 4)

a) assinalam o sentido porventura denotativo da palavra.

b) marcam uma citação.

c) vincam a riqueza dos sons.

d) atenuam o sentido, deixando perceber um valor conotativo.

 

Quando Justin Gregg lembra que «Também não existem provas de que os golfinhos não possam viajar no tempo, não consigam dobrar colheres com a mente, nem sejam capazes de disparar raios laser pelos espiráculos» (ll. 13-15), pretende

a) defender que não se deve descartar a existência da linguagem dos golfinhos só por não haver provas dela.

b) sublinhar que não é razoável prosseguir com a crença de que os golfinhos têm uma linguagem.

c) assumir como possíveis as três situações que refere, ainda que lhes falte comprovação.

d) vincar que, ao contrário das situações improváveis que menciona, há evidências de os golfinhos terem uma linguagem.

 

Na linha 13, «exasperados» é

a) complemento direto.

b) predicativo do sujeito.

c) modificador restritivo do nome.

d) complemento indireto.

 

Justin Gregg considera que o lugar comum ‘há muita coisa que desconhecemos’ (l. 16)

a) é pertinente.

b) tem servido para dar fôlego a ideias sem base científica.

c) está presente em todo o lado.

d) tem-se introduzido pela porta dos fundos.

 

O itálico em «golfinhês» (l. 17) deve-se

a) ao seu valor conotativo.

b) ao facto de se tratar de um neologismo.

c) ao facto de ser uma palavra polissémica.

d) à intenção de ironizar e mostrar descrença na existência de uma linguagem dos golfinhos.

 

Na linha 20, «de o»

a) deveria estar contraído em «do».

b) está bem escrito, porque se inicia aí uma oração (infinitiva).

c) deveria ser substituído por «de que o».

d) evidencia um erro de coesão frásica (cfr., por exemplo, «pelo o»).

 

Para Stan Kuczaj (cfr. quarto parágrafo), a falta de comprovação científica de haver uma linguagem dos golfinhos adviria

a) da inexistência do «golfinhês».

b) da metodologia e instrumentos usados nas investigações.

c) da inépcia dos cientistas.

d) do pouco investimento nas investigações.

 

No primeiro período do quarto parágrafo (ll. 18-21),

a) falta uma vírgula depois de «investigadores» (l. 19) e poderia haver vírgulas a delimitarem «para Justin Gregg» (l. 18).

b) não há falha de coesão gramatical indiscutível.

c) apenas faltam vírgulas a delimitarem «para Justin Gregg» (l. 18).

d) a vírgula depois de «certa» (l. 20) está errada.

 

O segmento «um dos maiores mistérios da ciência por resolver» (l. 25) é

a) sujeito.

b) complemento direto.

c) uma oração.

d) predicativo do sujeito.

 

As reticências na linha 25 visam

a) traduzir desconhecimento da situação real.

b) enfatizar, quase ironicamente, a possibilidade de estarmos perante um equívoco.

c) mostrar hesitação, ignorância acerca da hipótese correta.

d) evitar a redundância, omitindo o que já ficara suficientemente claro.

 

A referência bibliográfica (l. [27])

a) está correta.

b) estará imperfeita, porque falta o título do artigo.

c) está incorreta, porque «National Geographic» devia estar entre aspas.

d) devia incluir, depois do título da revista, o título do artigo.

 

Tem valor deítico

a) «aquilo» (l. 18).

b) «aquele» (l. 22).

c) «nos últimos dois ou três anos» (l. 23).

d) «estes sons» (l. 3).

 

Trata-se de um texto

a) narrativo e instrucional.

b) descritivo e argumentativo.

c) expositivo.

d) narrativo.

 

Sabendo nós que «delfim» vem do latim delphinu- (e tem entre as suas aceções precisamente a de ‘golfinho’) e que «golfinho» vem também do latim delphinu- (entretanto, terá havido, no percurso da palavra, alguma contaminação com «golfo»), podemos dizer que

a) «delfim» e «golfinho» são palavras homónimas.

b) «delfim» e «golfinho» são palavras divergentes.

c) «delfim» e «golfinho» são palavras convergentes.

d) «delfim» e «golfinho» são palavras parónimas (isto é, parecidas).

Lê estes itens de exame (2014, 1.ª fase, Grupo I, B) tratavam do passo dos Voadores:

Com os Voadores tenho também uma palavra, e não é pequena a queixa. Dizei-me, Voadores, não vos fez Deus para peixes? Pois porque vos meteis a ser aves? O mar fê-lo Deus para vós, e o ar para elas. Contentai-vos com o mar e com nadar, e não queirais voar, pois sois peixes. Se acaso vos não conheceis, olhai para as vossas espinhas e para as vossas escamas, e conhecereis que não sois ave, senão peixe, e ainda entre os peixes não dos melhores. Dir-me-eis, Voador, que vos deu Deus maiores barbatanas que aos outros do vosso tamanho. Pois porque tivestes maiores barbatanas, por isso haveis de fazer das barbatanas asas? Mas ainda mal, porque tantas vezes vos desengana o vosso castigo. Quisestes ser melhor que os outros peixes, e por isso sois mais mofino que todos. Aos outros peixes do alto, mata-os o anzol ou a fisga, a vós sem fisga nem anzol, mata-‑vos a vossa presunção e o vosso capricho. Vai o navio navegando e o Marinheiro dormindo, e o Voador toca na vela ou na corda, e cai palpitando. Aos outros peixes mata-os a fome e engana-os a isca, ao Voador mata-o a vaidade de voar, e a sua isca é o vento. Quanto melhor lhe fora mergulhar por baixo da quilha e viver, que voar por cima das entenas e cair morto.

Padre António Vieira, Sermão de Santo António (aos peixes) e Sermão da Sexagésima, edição de Margarida Vieira Mendes, Lisboa, Seara Nova, 1978, pp. 102-103

4. Caracterize o tipo humano que o peixe voador simboliza, tendo por base o excerto transcrito.

5. Explicite as consequências do comportamento do peixe voador, fundamentando a resposta com citações textuais pertinentes.

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Do Dicionário Houaiss da língua portuguesa, Rio de Janeiro, Objetiva, 2001:



Depois de ler o seu discurso de Natal de 1934, Jorge V, querendo incentivar o filho, sublinha-lhe a importância da comunicação nos tempos que corriam:

«Este aparelho altera tudo. Outrora bastava a um rei fazer boa figura fardado e não cair do cavalo. Agora, temos de entrar na casa das pessoas e ser-lhes simpáticos. Esta família está reduzida a imitar a mais baixa das criaturas: tornámo-nos atores.»

Vê também, à direita, o cartoon «O líder», de Angel Boligan.



Escreve um texto expositivo-argumentativo, com cerca de 150 palavras, que trate o tópico comum à citação de Jorge V e à imagem.

Sem que sejam o foco primeiro do teu texto — portanto, apenas enquanto ilustração do que defendas —, podes incluir alguma alusão à frase de Jorge V (e ao caso dramático de Jorge VI) e ao cartoon.

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No final do trecho de hoje do Discurso do Rei, o futuro Jorge VI usa uma série de imprecações. Esses termos soltos — de registo muito popular — não desempenham qualquer função sintática, exprimindo sobretudo uma emoção. Em termos de classes de palavras são integráveis nas interjeições (no manual, estão na p. 340). Nota que o quadro em baixo — que tirei de Da Comunicação à Expressão. Gramática Prática — não contém todas as interjeições, já que se trata de uma classe de palavras aberta (como a dos nomes ou a dos adjetivos; e ao contrário das preposições ou das conjunções).

Em que fila entrariam estas expressões do Duque de Iorque: «M[...]a!» (= ‘cocó!’), «F[...]-se!» (= ‘faça-se amor!’)? E o «berdamerda!» que ouvimos há pouco (ou ouviremos ainda)?

Reações expressas

Interjeições

Locuções interjetivas

dor

Ui!, Ai!

Ai de mim!, Pobre de mim!

alegria

Ah!, Oh!

 

espanto, surpresa

Hi!, Ah!, Olá!, Ena!, Caramba!

Essa é boa!

advertência

Cuidado!

 

desejo

Oxalá!

Deus queira!, Quem dera!, Bem haja!

dúvida

Hum!, Ora!

 

encorajamento, animação

Eia!, Coragem!, Força!, Avante!, Vamos!

Para a frente!

aplauso

Bis!, Bravo!, Viva!

Muito bem!

impaciência, aborrecimento

Ui!, Bolas!, Poça!, Arre!, Apre!, Irra!, Hem!

Raios te partam!, Ora bolas!

resignação

Paciência!

 

chamamento, invocação

Ó! Psiu!, Pst!, Alô!, Olá!, Eh!, Socorro!

Ó da guarda!, Aqui d'el-rei!

[pedido de] silêncio

Psiu!, Chiu!, Silêncio!, Caluda!

 

reclamação, repulsa, rejeição

Hei!, Abaixo!, Safa!, Fora!, Arreda!

 

suspensão

Alto!, Basta!

Alto lá!

indignação

Oh!, Homessa!

Essa agora!

medo, terror

Oh!, Ui!, Uh!, Credo!, Jesus!, Abrenúncio!

Valha-me Deus!

cansaço

Uf!, Ah!

 

TPC — Em Gaveta de Nuvens lê o que está em ‘Classes de palavras’ sobre Interjeições. (Não esqueças tarefas na Classroom: texto sobre escola com dez funções sintáticas; leitura de contos.)

 

 

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