Aula 33-34
Aula 33-34 (21 [1.ª, 4.ª], 24 [5.ª], 27/nov [3.ª]) Correção
de texto com repreensões a animais (cfr. Apresentação).
Do manual Palavras 11
(Maria João Pereira e Fernanda Delindro; Porto, Areal, 2016), p. 48:
Vai lendo «O cérebro dos
golfinhos» e circundando a melhor alínea de cada item. (Por favor, não
consultes nada além do texto em causa.)
O verbo no primeiro período do texto (l. 1) tem o
valor aspetual
a) imperfetivo.
b) perfetivo.
c) habitual.
d) genérico.
«[...] debatem há várias décadas o seu
significado» (l. 3) apresenta valor aspetual
a) imperfetivo.
b) perfetivo.
c) iterativo.
d) genérico.
No terceiro período, a oração adjetiva relativa
«que escutam todos estes sons» (l. 3)
a) devia estar delimitada por vírgulas, porque se
trata de um modificador apositivo.
b) não está entre vírgulas, porque o seu sentido é
restritivo.
c) não poderia nunca estar entre vírgulas, porque
estas separariam sujeito e predicado.
d) deveria ter uma vírgula apenas (antes de
«que»).
As aspas — as do texto, note-se — em
«“linguística”» (l. 4)
a) assinalam o sentido porventura denotativo da
palavra.
b) marcam uma citação.
c) vincam a riqueza dos sons.
d) atenuam o sentido, deixando perceber um valor
conotativo.
Quando Justin Gregg lembra que «Também não existem
provas de que os golfinhos não possam viajar no tempo, não consigam dobrar
colheres com a mente, nem sejam capazes de disparar raios laser pelos espiráculos» (ll. 13-15), pretende
a) defender que não se deve descartar a existência
da linguagem dos golfinhos só por não haver provas dela.
b) sublinhar que não é razoável prosseguir com a
crença de que os golfinhos têm uma linguagem.
c) assumir como possíveis as três situações que
refere, ainda que lhes falte comprovação.
d) vincar que, ao contrário das situações
improváveis que menciona, há evidências de os golfinhos terem uma linguagem.
Na linha 13, «exasperados» é
a) complemento direto.
b) predicativo do sujeito.
c) modificador restritivo do nome.
d) complemento indireto.
Justin Gregg considera que o lugar comum ‘há muita
coisa que desconhecemos’ (l. 16)
a) é pertinente.
b) tem servido para dar fôlego a ideias sem base
científica.
c) está presente em todo o lado.
d) tem-se introduzido pela porta dos fundos.
O itálico em «golfinhês»
(l. 17) deve-se
a) ao seu valor conotativo.
b) ao facto de se tratar de um neologismo.
c) ao facto de ser uma palavra polissémica.
d) à intenção de ironizar e mostrar descrença na
existência de uma linguagem dos golfinhos.
Na linha 20, «de o»
a) deveria estar contraído em «do».
b) está bem escrito, porque se inicia aí uma
oração (infinitiva).
c) deveria ser substituído por «de que o».
d) evidencia um erro de coesão frásica (cfr., por exemplo, «pelo o»).
Para Stan Kuczaj (cfr. quarto parágrafo), a falta de comprovação científica de haver
uma linguagem dos golfinhos adviria
a) da inexistência do «golfinhês».
b) da metodologia e instrumentos usados nas
investigações.
c) da inépcia dos cientistas.
d) do pouco investimento nas investigações.
No primeiro período do quarto parágrafo (ll.
18-21),
a) falta uma vírgula depois de «investigadores»
(l. 19) e poderia haver vírgulas a delimitarem «para Justin Gregg» (l. 18).
b) não há falha de coesão gramatical indiscutível.
c) apenas faltam vírgulas a delimitarem «para
Justin Gregg» (l. 18).
d) a vírgula depois de «certa» (l. 20) está
errada.
O segmento «um dos maiores mistérios da ciência
por resolver» (l. 25) é
a) sujeito.
b) complemento direto.
c) uma oração.
d) predicativo do sujeito.
As reticências na linha 25 visam
a) traduzir desconhecimento da situação real.
b) enfatizar, quase ironicamente, a possibilidade
de estarmos perante um equívoco.
c) mostrar hesitação, ignorância acerca da
hipótese correta.
d) evitar a redundância, omitindo o que já ficara
suficientemente claro.
A referência bibliográfica (l. [27])
a) está correta.
b) estará imperfeita, porque falta o título do
artigo.
c) está incorreta, porque «National Geographic» devia estar entre aspas.
d) devia incluir, depois do título da revista, o
título do artigo.
Tem valor deítico
a) «aquilo» (l. 18).
b) «aquele» (l. 22).
c) «nos últimos dois ou três anos» (l. 23).
d) «estes sons» (l. 3).
Trata-se de um texto
a) narrativo e instrucional.
b) descritivo e argumentativo.
c) expositivo.
d) narrativo.
Sabendo nós que «delfim» vem do latim delphinu- (e
tem entre as suas aceções precisamente a de ‘golfinho’) e que «golfinho» vem
também do latim delphinu- (entretanto, terá havido, no percurso da palavra,
alguma contaminação com «golfo»), podemos dizer que
a) «delfim» e «golfinho» são palavras homónimas.
b) «delfim» e «golfinho» são palavras divergentes.
c) «delfim» e «golfinho» são palavras
convergentes.
d) «delfim» e «golfinho» são palavras parónimas
(isto é, parecidas).
Lê estes itens de exame (2014, 1.ª fase, Grupo I,
B) tratavam do passo dos Voadores:
Com os Voadores tenho
também uma palavra, e não é pequena a queixa. Dizei-me, Voadores, não vos fez
Deus para peixes? Pois porque vos meteis a ser aves? O mar fê-lo Deus para vós,
e o ar para elas. Contentai-vos com o mar e com nadar, e não queirais voar,
pois sois peixes. Se acaso vos não conheceis, olhai para as vossas espinhas e
para as vossas escamas, e conhecereis que não sois ave, senão peixe, e ainda
entre os peixes não dos melhores. Dir-me-eis, Voador, que vos deu Deus maiores
barbatanas que aos outros do vosso tamanho. Pois porque tivestes maiores
barbatanas, por isso haveis de fazer das barbatanas asas? Mas ainda mal, porque
tantas vezes vos desengana o vosso castigo. Quisestes ser melhor que os outros
peixes, e por isso sois mais mofino que todos. Aos outros peixes do alto,
mata-os o anzol ou a fisga, a vós sem fisga nem anzol, mata-‑vos a vossa
presunção e o vosso capricho. Vai o navio navegando e o Marinheiro dormindo, e
o Voador toca na vela ou na corda, e cai palpitando. Aos outros peixes mata-os
a fome e engana-os a isca, ao Voador mata-o a vaidade de voar, e a sua isca é o
vento. Quanto melhor lhe fora mergulhar por baixo da quilha e viver, que voar
por cima das entenas e cair morto.
Padre António Vieira, Sermão
de Santo António (aos peixes) e Sermão da Sexagésima,
edição de Margarida Vieira Mendes, Lisboa, Seara Nova, 1978, pp. 102-103
4. Caracterize
o tipo humano que o peixe voador simboliza, tendo por base o excerto
transcrito.
5. Explicite
as consequências do comportamento do peixe voador, fundamentando a resposta com
citações textuais pertinentes.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . .
Do Dicionário Houaiss da língua portuguesa, Rio de Janeiro, Objetiva, 2001:
Depois de ler o seu
discurso de Natal de 1934, Jorge V, querendo incentivar o filho, sublinha-lhe a
importância da comunicação nos tempos que corriam:
«Este aparelho altera
tudo. Outrora bastava a um rei fazer boa figura fardado e não cair do cavalo.
Agora, temos de entrar na casa das pessoas e ser-lhes simpáticos. Esta família
está reduzida a imitar a mais baixa das criaturas: tornámo-nos atores.»
Vê também, à direita, o cartoon «O líder», de Angel Boligan.
Escreve um texto
expositivo-argumentativo, com cerca de 150 palavras, que trate o tópico comum à
citação de Jorge V e à imagem.
Sem que sejam o foco
primeiro do teu texto — portanto, apenas enquanto ilustração do que defendas —,
podes incluir alguma alusão à frase de Jorge V (e ao caso dramático de Jorge
VI) e ao cartoon.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
No final do trecho de hoje
do Discurso do Rei, o futuro Jorge VI
usa uma série de imprecações. Esses termos soltos — de registo muito popular —
não desempenham qualquer função sintática, exprimindo sobretudo uma emoção. Em
termos de classes de palavras são integráveis nas interjeições (no manual, estão na p. 340). Nota que o quadro em
baixo — que tirei de Da Comunicação à
Expressão. Gramática Prática — não contém todas as interjeições, já que se
trata de uma classe de palavras aberta
(como a dos nomes ou a dos adjetivos; e ao contrário das preposições ou das
conjunções).
Em que
fila entrariam estas expressões do Duque de Iorque: «M[...]a!» (= ‘cocó!’),
«F[...]-se!» (= ‘faça-se amor!’)? E o «berdamerda!» que ouvimos há pouco (ou
ouviremos ainda)?
Reações expressas |
Interjeições |
Locuções interjetivas |
dor |
Ui!, Ai! |
Ai de mim!,
Pobre de mim! |
alegria |
Ah!, Oh! |
|
espanto, surpresa |
Hi!, Ah!, Olá!, Ena!, Caramba! |
Essa é boa! |
advertência |
Cuidado! |
|
desejo |
Oxalá! |
Deus queira!, Quem dera!, Bem haja! |
dúvida |
Hum!, Ora! |
|
encorajamento, animação |
Eia!, Coragem!,
Força!, Avante!, Vamos! |
Para a
frente! |
aplauso |
Bis!,
Bravo!, Viva! |
Muito bem! |
impaciência, aborrecimento |
Ui!, Bolas!, Poça!, Arre!,
Apre!, Irra!, Hem! |
Raios te
partam!, Ora bolas! |
resignação |
Paciência! |
|
chamamento, invocação |
Ó! Psiu!,
Pst!, Alô!, Olá!, Eh!, Socorro! |
Ó da
guarda!, Aqui d'el-rei! |
[pedido de] silêncio |
Psiu!,
Chiu!, Silêncio!, Caluda! |
|
reclamação, repulsa, rejeição |
Hei!,
Abaixo!, Safa!, Fora!, Arreda! |
|
suspensão |
Alto!,
Basta! |
Alto lá! |
indignação |
Oh!,
Homessa! |
Essa agora! |
medo, terror |
Oh!, Ui!, Uh!, Credo!, Jesus!, Abrenúncio! |
Valha-me
Deus! |
cansaço |
Uf!, Ah! |
|
TPC
— Em Gaveta de Nuvens lê o que está
em ‘Classes de palavras’ sobre Interjeições. (Não esqueças tarefas na
Classroom: texto sobre escola com dez funções sintáticas; leitura de contos.)
<< Home