Saturday, September 09, 2023

Aula 31-32

Aula 31-32 (13 [5.ª], 14 [1.ª, 4.ª], 22/nov [3.ª]) Correção do tepecê; correção da apreciação crítica entregue (cfr. Apresentação).

O que fizemos na última aula para os três peixes que são criticados na primeira metade do cap. V do «Sermão de Santo António» — roncadores, «pegadores», voadores — fá-lo-emos agora para o peixe (na verdade, um molusco cefalópode) abordado nas pp. 53-54, o polvo. Assim, vai preenchendo as tabelas:

Peixe

Repreensão

Linhas

polvo

«Se está nos limos, ________; se está na areia, _________; se está no lodo, _________; e[,] se está em alguma pedra, como mais ordinariamente costuma estar, __________»

158-160

Volta a surgir a analogia entre características do animal e vícios dos homens, ilustrados com peripécias bíblicas e contraditados pelo bom exemplo de António:

Peixe

Característica dos homens que está a ser criticada

Outros maus exemplos

Linhas a consultar

O bom exemplo de Santo António

polvo

_________

Judas abraçou Cristo mas foram outros que o ______ (o polvo abraça e, com os próprios braços, faz as _______).

162-168

António foi o mais puro exemplar de ______; nele nunca houve _______.

181-184

Sobre as características que o Padre Vieira critica no polvo (ll. 151-162):

retrato do polvo

que o faz assemelhar-se a.../ ou fingir

capelo (na cabeça)

_____

_______ (braços)

estrela

falta de ossos ou de espinha

_____, mansidão

Desta aparência modesta, desta «hipocrisia tão santa», resulta ser o polvo o maior traidor do mar:

por malícia, muda de cor conforme o ambiente (como, mas apenas por _____, faz o camaleão)

lança os braços e prende os _____ e os desacautelados

Indica os recursos expressivos assinaláveis nos passos seguintes. Usa:

metáfora [duas vezes]| apóstrofe | comparação | antítese | interrogação retórica | anáfora

a) «O Polvo, com aquele seu capelo na cabeça, parece um Monge» | ________

b) «E debaixo desta aparência tão modesta, ou desta hipocrisia tão santa, [...]» | _________

c) «Consiste esta traição do Polvo primeiramente em se vestir ou pintar das mesmas cores de todas aquelas cores a que está pegado» | _________

d) «Se está nos limos, faz-se verde; se está na areia, faz-se branco; se está no lodo, faz-se pardo; e, se está em alguma pedra, [...] faz-se da cor da mesma pedra» | ________

e) «E daqui que sucede?» | ________

f) «[...] e o salteador, que está de emboscada dentro do seu próprio engano, lança-lhe os braços de repente» | ________

g) «Vê, peixe aleivoso e vil, qual é a tua maldade [...]» | ________

Em À procura de Dory, o polvo (Hank) tem algumas das características atribuídas aos polvos no «Sermão de Santo António» mas revela outras em que o Padre Vieira não pensara. No filme — de que veremos sobretudo as partes em que intervém Hank —, o polvo começa por parecer interesseiro e rezingão mas, progressivamente, vai-se tornando quase frágil e simpático. No «Sermão de Santo António», o percurso é o contrário: realça-se a aparência de santidade do polvo, para se vincar depois a hipocrisia, a maldade.

Na tabela, podes usar alguns destes adjetivos ou outros que te pareçam pertinentes:

dedicado | irritável | irritadiço | esforçado | receoso | prestável | derrotista | sensível | afectuoso | individualista | solitário | persuasivo | influenciável | introvertido | afável | delicado | astucioso | manhoso | carinhoso | otimista | calculista.

Comportamentos do polvo Hank

Caracterização (por adjetivos)

Disfarça-se de gato, de parede, de planta, de corrimão, etc.

Escondido, dissimulado, ocultado (mas sem se conotar nada disto com a psicologia)

Tenta convencer Dory a dar-lhe a etiqueta.

Insinuante, ______, quase malicioso, ____, _____, astuto; ligeiramente interesseiro, _____.

Mostra-se diligente a conduzir Dory nos seus percursos, a ajudá-la, mesmo contrariado.

Solidário, solícito, ______, ______, prestimoso, _____.

Esconde-se e disfarça-se para não ser tocado pelas crianças, de quem tem pavor.

Medroso, timorato, ______ (talvez por estar ainda traumatizado por ter perdido tentáculo).

Chega a gritar com Dory, impaciente por ela não lhe dar a etiqueta, quase lha tirando à força, mas acaba por se retrair e controlar-se.

Primário, _____, _____, mas, no fundo, com boa índole.

«Não quero ninguém com quem me preocupar. Tu tens sorte: sem memórias, sem problemas».

Pessimista, cético, _____; _____, _____, associal, ______.

Não gosta de conversas nem de perguntas. Quer viver dentro de caixa de vidro, sozinho, sem ter de conversar com ninguém.

[no momento da separação:] «Vai ser difícil eu esquecer-te, miúda»; «Estás bem?».

Meigo, ______, ______, terno, cordial, _____, ______, ______.

Preferia ficar preso, em exposição, mas deixa-se conduzir por Dory (e, já antes da insistência dos outros peixes, aceitara fugir a seu pedido).

Inseguro, ______.

[quase no final:] «Dou-me bem com a loucura!».

Entusiástico, arrebatado, ______.

Destas características de Hank assinala apenas, circundando-as, as que seriam aplicáveis ao polvo de Vieira:

dedicado | irritável | irritadiço | esforçado | receoso | prestável | derrotista | sensível | afetuoso | individualista | solitário | persuasivo | influenciável | introvertido | afável | dissimulado | insinuante | malicioso | astuto | interesseiro | solidário | solícito | prestimoso | medroso | timorato | primário | pessimista | cético | meigo | terno | cordial | inseguro | entusiástico | arrebatado

Escreve um comentário que aborde — em conjunto — o que é perguntado nos itens 1.1 e 1.2 de «Letras prévias», na p. 49 do manual.

«Fachada» (Tiago Bettencourt, 2019. Rumo ao eclipse, 2020):

Não queiras sair sempre a ganhar
Se a derrota o que te dá deformas
O que te transforma o lado mais fraco
E em tempo incerto saber confiar

Não queiras sair sempre a ganhar
Não escondas a pele por trás do medo
Coração sincero não disfarça a cor
Não mudes de assunto para parecer melhor

Como escada vais subindo
Cada dia descobrindo
Qual o plano que se segue
P’ra que a escada não se quebre

O teu corpo já cansado
Deste jogo disfarçado
Consumido pelo fеl
Teu castelo de papеl

Não passes por cima de quem te fez bem
Não deixes que a gula guie os teus passos
Respira na sombra, pensa melhor
Não finjas ser reto quando te convém
Não passes por cima de quem te quis bem
Pessoas já olham e falam baixinho
Não mudes de assunto, não juntes veneno
Assume o desvio enquanto é pequeno

Como escada vais subindo
Cada dia descobrindo
Qual o plano que se segue
P’ra que a escada não se quebre

O teu corpo já cansado
Deste jogo disfarçado
Consumido pelo fel
Teu castelo de papel

Queres passar a frase certa
P’ra acalmar a ferida aberta
Dizes que não viste nada
Mas eu sei que é só fachada
Como quem nunca viu nada
Mas eu sei que é só fachada

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — No final desta aula, serão chamados à Classroom.

 

 

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