Aula 27-28
Aula 27-28 (6 [5.ª], 7 [1.ª, 4,ª], 8/nov [3.ª]) Correção das
apreciações críticas a cartoon de Gargalo (cfr. Apresentação).
O título, «Ler é maçada», é
a) síntese das ideias defendidas no texto
acerca dos livros muito comerciais.
b) citação de verso de Fernando Pessoa, que
se torna irónico dado o contexto.
c) crítica aos grandes livros, como o Dom Quixote de La Mancha.
d) caracterização de qualquer situação de
leitura.
Em «Ler é maçada», o sujeito é
a) «é».
b) «maçada».
c) «é maçada».
d) «Ler».
Segundo o que lemos no primeiro período
(ll. 1-3), caracteriza as «bestas céleres» serem
a) livros maus, pequenos e que se vendem
depressa.
b) livros grandes e mal escritos, que se
vendem depressa e que não são complexos.
c) animais rápidos.
d) duplas enormidades.
A qualificação «Livros escritos para o
momento e não para o futuro» (l. 6) serve para
a) contrastar o caráter
transitório de um best-seller com a perenidade
de uma verdadeira obra literária.
b) vincar o imediatismo
dos best-sellers e o seu afastamento
de temas como a ficção científica.
c) elogiar a preocupação com a atualidade
que revela a maioria dos best-sellers.
d) valorizar os livros classificados como «best-sellers» por se focarem no presente.
A Bíblia
e o Dom Quixote de La Mancha são
evocados (ll. 7-10) como exemplos de
a) «bestas céleres».
b) bons livros que se venderam muito num dado
momento.
c) livros que sempre tiveram e hão de ter
mercado por serem «bestas céleres».
d) livros «a sério» que, no entanto, se vendem
muito e sempre.
O sujeito «o romancista» (l. 11) tem como referente
a) os bons autores.
b) os romancistas em geral.
c) os bons romancistas.
d) os autores de best-sellers.
«existências» (l. 11) reporta-se a
a) ‘livros à venda’.
b) ‘vidas dos leitores’.
c) ‘perceção que os leitores têm acerca da
vida das personagens dos livros’.
d) ‘seres humanos’.
O quarto parágrafo (ll. 12-17) serve para
a) indicar as características dos romances
que se tornam grandes êxitos comerciais.
b) assumir que os livros que muito vendem
são verdadeiros cocós de cão.
c) assinalar as preferências dos autores de
ficção popular.
d) tentar definir os géneros e os temas que
são apropriados pelas «bestas céleres».
Na l. 17 o período podia continuar depois
de «também», mantendo o seu sentido, desde que se seguisse
a) «temas polémicos».
b) «são temas polémicos».
c) o predicado do período anterior.
d) o sujeito do período anterior.
O caso de Dickens (ll. 18-20) serve como exemplo
dos
a) autores comerciais.
b) muitos bons autores que vendem bem e depressa.
c) escritores de mérito que, apesar disso,
conseguem vender bem e depressa.
d) autores que raramente vendem muito.
Os autores que o cronista considera terem
sido «escritores a sério que foram bestas célebres» (ll. 20-21) são referidos
enquanto
a) maus escritores mas que se tornaram
célebres.
b) escritores não-comerciais mas muito vendidos
por motivos circunstanciais.
c) bons escritores que se tornaram maus
escritores porque a isso foram obrigados.
d) maus escritores que se tornaram bons
escritores dada a sua biografia.
«fazer sociologia de bolso ou metafísica
aguada» (ll. 29-30) é observação que
a) considera benéficas certas estratégias
de divulgação adotadas pelos best-sellers.
b) olha criticamente as abordagens simplificadoras
das «bestas céleres».
c) descreve com neutralidade,
sem juízo de valor, abordagens típicas dos livros que se vendem muito.
d) salienta o caráter popular e acessível
de assuntos tratados nos best-sellers.
Entre as orações «Nenhuma besta é célere» e
«se for difícil» (ll. 30-31),
a) deveria haver uma vírgula, porque a segunda
oração é uma subordinada condicional.
b) aceita-se que se dispense
a vírgula, porque a oração condicional está depois da subordinante.
c) não pode haver vírgula.
d) a falta de vírgula é um erro.
«Nenhuma besta é célere se for difícil» (ll. 30-31) quer dizer que
a) uma condição para um livro ser besta é
ser célere.
b) uma das características de um best-seller é ser de fácil leitura.
c) se leem mais facilmente os livros que
vendem muito.
d) nenhum animal rápido é difícil.
Na l. 31, o constituinte «difícil» é
a) predicativo do sujeito.
b) predicativo do complemento direto.
c) complemento direto.
d) difícil.
A crónica que leste, de Pedro Mexia, é
predominantemente
a) narrativa.
b) instrucional.
c) expositiva.
d) descritiva.
Resolve aqui o item 3 da p. 43 (escreve mesmo as
palavras das melhores alíneas):
Um dos objetivos da oratória é movere, ou seja,
persuadir. Para o alcançar, nas linhas 15 a 21, entre outros processos, Vieira
recorre às frases _______ (a) e ao modo ______ (b). Também a repetição de palavras
do campo lexical de _______ (c) e a _________ (d) contribuem para convencer o
auditório.
Vamos falar de antropónimos.
Para já, não dos nomes de batismo (os primeiros
nomes), mas dos apelidos.
Boa parte dos apelidos começaram por ser patronímicos (= ‘nomes de pai’): o primeiro Marques era filho de um
Marco; o primeiro Simões, filho de um Simão; o primeiro Lopes, filho de um
Lopo. (Estes apelidos terminavam em -z,
porque o morfema que se afixava ao nome de batismo do pai era -ici, que evoluiu para -iz, -ez
ou -z e, com a reforma ortográfica de
1911, para -s.) Atrás de muitos
apelidos terminados em -s estão, portanto,
primeiros nomes de homem.
Na
tabela seguinte, deduz os patronímicos ou os primeiros nomes (alguns destes eram
comuns na Idade Média mas caíram em desuso depois).
Nome |
Patronímico |
Sancho |
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Soeiro |
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Estêvão |
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Gonçalo |
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Dias |
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Mendes |
Nuno |
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Martins |
Telo |
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Anes |
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Peres / Pires |
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Vasques |
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Álvares / Alves |
Paio / Pelágio |
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Antunes |
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Moniz |
Porém, nem todos os esses em final de apelido se devem àquele -ici. Por exemplo, os apelidos Reis e Santos
celebram datas do calendário cristão: o Dia de ______ e o Dia de Todos os _______.
De qualquer modo, além de patronímicos e de nomes de
invocação religiosa, há ainda mais duas origens comuns dos apelidos: topónimos (nomes de lugares) e alcunhas.
Na
quinta parte (ou capítulo) do «Sermão de Santo António», o Padre António Vieira vai criticar
alguns peixes especificamente, o que lhe serve para tipificar vícios
encontráveis também nos homens. Peço-te exercício idêntico com outros animais,
prosseguindo a lista que já comecei:
O que tenho contra vocês, gatos, é serem esquivos, escapulindo-se-nos
sempre que tentamos aproximar-nos. Também os homens padecem dessa
característica. Quando os outros precisam deles, quantas vezes não fogem às
suas responsabilidades, preferindo concentrar-se nos seus interesses. Ao
contrário, Santo António acudiu sempre a todos e prontamente.
O
que tenho contra vocês, cães, é serem desleixados e sujos, defecando na rua sem
hesitação, fazendo que escorreguemos nos vossos cocós pegajosos e nojentos.
Contudo, os homens assim procedem igualmente, quando cospem para o chão ou
deixam lixo por toda a parte. Já Santo António, nunca poluiu a natureza e até o
seu burel e corda eram, além de limpíssimos, recicláveis.
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O
filme O Discurso do Rei interessa-nos
a vários títulos. Sobretudo, far-nos-á reconhecer a importância da oratória, neste caso ilustrada por
peripécias verídicas: as dificuldades de fala de Jorge VI, a terapia da sua
expressão oral, o decisivo discurso com que anunciou a II Guerra Mundial.
Entretanto, no início do
filme há várias referências ao onomástico
(aos nomes próprios), mais concretamente, a antropónimos (os nomes de pessoas) e é esse o tópico que nos vai mobilizar
por enquanto.
________ — nome que talvez
não esteja na moda tão cedo — foi um grande orador grego. Ter seixos na boca
enquanto ensaiava os discursos, episódio sempre citado, era uma das estratégias
a que recorrera para vencer a gaguez de que padecia.
O apelido do original terapeuta da fala, cujo primeiro nome é Lionel,
quase parece inventado propositadamente. Com efeito, «______» assemelha-se ao radical grego ‘logo’, que significa
‘discurso, palavra, razão, estudo’ (cfr.
«logorreia», «logótipo», «logogrifo», «logopedia», «logograma»).
Também é interessante o
apelido usado pelo futuro rei, quando pretendia passar incógnito: _____ é decerto
um dos apelidos mais comuns em Inglaterra e é um patronímico (significa ‘____ de John’, sendo equivalente ao português
Anes, ao russo Ivanov, ao sérvio Jovanović, ao holandês Jansen, ao dinamarquês
Jensen, ao sueco Johansson, ao galês Jones, etc.). Outro apelido com origem patronímica
é o da presidente da Sociedade de Terapeutas da Fala, que teria recomendado
Lionel, a senhora Eillen ______ (onde adivinhamos um antepassado escocês filho
de um Leod).
A certa altura alude-se
aos nomes de batismo do então Duque de
Iorque. Chamava-se ele «Alberto Frederico Artur Jorge», embora o tratassem
familiarmente pelo hipocorístico ___
(< Albert). Mais à frente se verá o motivo de, aquando da coroação, ter
preferido o nome _______, em detrimento dos outros.
Uma última menção se pode
fazer. Surgem, ainda crianças, as princesas ______ e Margaret. A primeira é a recém-falecida
rainha. É a responsável pela relativa popularidade deste nome em Portugal há mais
de sessenta anos, já que visitou o país em 1957. É um caso curioso, porque
sempre fora muito corrente um outro nome que é seu cognato: «_____». Também _____ e Jaime são divergentes de um mesmo étimo, Iacobu.
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