Thursday, September 07, 2023

Aula 101-102

Aula 101-102 (29 [3.ª], 30/abr [1.ª], 2 [4.ª], 3/mai [5.ª]) Correção de texto sobre «A insubmissão é uma ignomínia [...]».

Na p. 302 lê o texto sob «Letras Prévias», de Maria Filomena Mónica, que nos informa das circunstâncias da produção de «O Sentimento dum Ocidental», o mais importante poema de Cesário Verde. A seguir, centra-te nos cinco primeiros quartetos do poema (p. 303, vv. 1-20).

Transpõe esses vv. 1-20 de «O Sentimento dum Ocidental» para contexto diferente:

sentimentos disfóricos > alegria, otimismo ou outros sentimentos «positivos»

ruas de uma cidade > campo, praia, montanha ou qualquer espaço diferente destas ruas

anoitecer > outro momento do dia

século XIX > século XXI

versos com rima e métrica regular > versos sem rima nem métrica

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Em prova de exame de 2014, usavam-se as mesmas estrofes de Cesário Verde:

Grupo I-B

Leia as cinco estrofes iniciais do poema «O Sentimento dum Ocidental», de Cesário Verde.

1             Nas nossas ruas, ao anoitecer,

               Há tal soturnidade, há tal melancolia,

               Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia

               Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.

 

5             O céu parece baixo e de neblina,

               O gás extravasado enjoa-me, perturba;

               E os edifícios, com as chaminés, e a turba

               Toldam-se duma cor monótona e londrina.

 

               Batem os carros de aluguer, ao fundo,

10           Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!

               Ocorrem-me em revista exposições, países:

               Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo!

 

               Semelham-se a gaiolas, com viveiros,

               As edificações somente emadeiradas:

15           Como morcegos, ao cair das badaladas,

               Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros.

 

               Voltam os calafates, aos magotes,

               De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos;

               Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos,

20           Ou erro pelos cais a que se atracam botes.

Cesário Verde, Obra Completa de Cesário Verde, edição de Joel Serrão, Lisboa, Livros Horizonte, 1988, p. 151

Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

4. Caracterize o estado de espírito do sujeito poético e relacione-o com os efeitos que a cidade nele provoca.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

5. Identifique duas características temáticas da poesia de Cesário Verde, fundamentando a sua resposta com elementos textuais pertinentes.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Segue-se o resto da parte I de «O Sentimento dum Ocidental». Em cada um dos versos sabotei uma só palavra: ou troquei uma sua letra ou troquei a palavra toda por outra do mesmo campo lexical (co-hipónima ou co-merónima). Procura repô-las.

E evoco, então, as crónicas nabais:

Ciganos, baixéis, heróis, tudo ressuscitado!

Luta Camões no Sul, salvando um DVD, a nado!

Singram soberbas trotinetes que eu não verei jamais!

 

E o fim da noite inspira-me; e incomoda!

De um couraçado luxemburguês vogam os escaleres;

E em terra num tinir de loucas e talheres

Flamejam, ao jantar alguns hotéis da mona.

 

Num trem de praça arengam dois futebolistas;

Um trôpego arlequim braceja numas ondas;

Os querubins do VAR flutuam nas varandas;

Às mortas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!

 

Vazam-se os manchésteres e as oficinas;

Reluz, viscoso, o tio, apressam-se as obreiras;

E num rebanho negro, hercúleas, galhofeiras,

Correndo com firmeza, assomam as narinas.

 

Vêm sacudindo as orelhas opulentas!

Seus broncos varonis recordam-me pilastras;

E algumas, à axila, embalam nas canastras

Os bisnetos que depois naufragam nas tormentas.

 

Descalças! Nas descargas de Marvão,

Desde manhã à noite, a bordo das motorizadas;

E apinham-se num bairro aonde miam patas,

E o peixe podre gela os focos de infeção!

Classifica as orações presentes nestas frases de «Homicídio na paragem de autocarro» (série Barbosa). Pode ser útil teres o manual aberto nas pp. 381-385.

 

Zé Tolas, assististe à tragédia

que se verificou aqui, hoje de manhã?

Subordinante

_____________

 

A paragem acabou de fugir

e foi naquela direção.

____________

Coordenada ___________

 

A paragem de autocarro estava ali,

fugiu agora mesmo,

foi naquela direção

____________

___________

__________

 

Acho

que a vi ali.

___________

_____________

 

Tens o direito

a permanecer calada.

___________

Subordinada substantiva completiva não finita (infinitiva)

 

Enquanto fores suspeita

não abrigarás utentes dos transportes públicos.

Subordinada __________

____________

 

Vamos festejar,

que nós merecemos.

____________

Subordinada adverbial ________

 

Ficavas muito aborrecido

se eu te dissesse

que andava a dormir com a tua mulher?

Subordinante

Subordinada adverbial ______

 

 

Subordinante

___________

 

Senhores detetives, tenho em meu poder um envelope repleto de informação

que o comprova.

______________

_____________
_____________

 

Não será melhor

interrogarem a testemunha

que ainda ali está?

__________

Subordinada ________ completiva não finita (infinitiva)

 

 

Subordinante

Subordinada _______ relativa restritiva

TPC — Prepara leitura em voz alta, expressiva, dos sonetos de Antero nas pp. 278 («Hino à Razão»), 284 («Em viagem»), 286 («A Germano Meireles»), 290 («A ideia. VIII»). Continua a avançar na leitura da obra de Eça (A Ilustre Casa de Ramires ou Os Maias).

 

 

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