Aula 101-102
Aula 101-102 (29 [3.ª], 30/abr [1.ª], 2 [4.ª], 3/mai
[5.ª]) Correção de texto sobre «A insubmissão é uma ignomínia [...]».
Na p. 302 lê o texto sob «Letras Prévias», de Maria Filomena
Mónica, que nos informa das circunstâncias da produção de «O Sentimento dum Ocidental», o mais importante poema de Cesário Verde. A seguir, centra-te nos
cinco primeiros quartetos do poema (p. 303, vv. 1-20).
Transpõe esses vv. 1-20 de «O Sentimento dum Ocidental» para
contexto diferente:
sentimentos disfóricos > alegria, otimismo ou outros
sentimentos «positivos»
ruas de uma cidade > campo, praia, montanha ou qualquer
espaço diferente destas ruas
anoitecer > outro momento do dia
século XIX > século XXI
versos com rima e métrica regular > versos sem rima nem
métrica
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Em prova de exame de 2014, usavam-se as mesmas estrofes de Cesário
Verde:
Grupo
I-B
Leia as cinco estrofes iniciais do
poema «O Sentimento dum Ocidental», de Cesário Verde.
1 Nas
nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal
melancolia,
Que as sombras, o bulício, o
Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de
sofrer.
5 O
céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me,
perturba;
E os edifícios, com as chaminés,
e a turba
Toldam-se duma cor monótona e
londrina.
Batem os carros de aluguer, ao
fundo,
10 Levando
à via-férrea os que se vão. Felizes!
Ocorrem-me em revista exposições,
países:
Madrid, Paris, Berlim, S.
Petersburgo, o mundo!
Semelham-se a gaiolas, com
viveiros,
As edificações somente
emadeiradas:
15 Como
morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga os mestres
carpinteiros.
Voltam os calafates, aos magotes,
De jaquetão ao ombro,
enfarruscados, secos;
Embrenho-me, a cismar, por
boqueirões, por becos,
20 Ou
erro pelos cais a que se atracam botes.
Cesário Verde, Obra Completa de Cesário Verde, edição de Joel Serrão, Lisboa,
Livros Horizonte, 1988, p. 151
Apresente,
de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
4.
Caracterize
o estado de espírito do sujeito poético e relacione-o com os efeitos que a
cidade nele provoca.
. . . . . . . . . . . . . . . . . .
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5.
Identifique
duas características temáticas da poesia de Cesário Verde, fundamentando a sua
resposta com elementos textuais pertinentes.
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Segue-se o resto da parte I de «O Sentimento dum Ocidental». Em
cada um dos versos sabotei uma só palavra: ou troquei uma sua letra ou troquei
a palavra toda por outra do mesmo campo lexical (co-hipónima ou co-merónima).
Procura repô-las.
E evoco, então, as crónicas
nabais:
Ciganos, baixéis, heróis,
tudo ressuscitado!
Luta Camões no Sul,
salvando um DVD, a nado!
Singram soberbas trotinetes
que eu não verei jamais!
E o fim da noite
inspira-me; e incomoda!
De um couraçado
luxemburguês vogam os escaleres;
E em terra num tinir de
loucas e talheres
Flamejam, ao jantar alguns
hotéis da mona.
Num trem de praça arengam
dois futebolistas;
Um trôpego arlequim braceja
numas ondas;
Os querubins do VAR flutuam
nas varandas;
Às mortas, em cabelo,
enfadam-se os lojistas!
Vazam-se os manchésteres e
as oficinas;
Reluz, viscoso, o tio,
apressam-se as obreiras;
E num rebanho negro,
hercúleas, galhofeiras,
Correndo com firmeza,
assomam as narinas.
Vêm sacudindo as orelhas
opulentas!
Seus broncos varonis
recordam-me pilastras;
E algumas, à axila, embalam
nas canastras
Os bisnetos que depois
naufragam nas tormentas.
Descalças! Nas descargas de
Marvão,
Desde manhã à noite, a
bordo das motorizadas;
E apinham-se num bairro
aonde miam patas,
E
o peixe podre gela os focos de infeção!
Classifica as orações presentes nestas frases de «Homicídio na paragem de autocarro»
(série Barbosa). Pode ser útil teres o
manual aberto nas pp. 381-385.
Zé Tolas, assististe à tragédia |
que se verificou aqui, hoje de manhã? |
Subordinante |
_____________ |
A paragem acabou de fugir |
e foi naquela direção. |
____________ |
Coordenada ___________ |
A paragem de autocarro estava ali, |
fugiu agora mesmo, |
foi naquela direção |
____________ |
___________ |
__________ |
Acho |
que a vi ali. |
___________ |
_____________ |
Tens o direito |
a permanecer calada. |
___________ |
Subordinada substantiva
completiva não finita (infinitiva) |
Enquanto fores suspeita |
não abrigarás utentes dos transportes públicos. |
Subordinada __________ |
____________ |
Vamos festejar, |
que nós merecemos. |
____________ |
Subordinada adverbial ________ |
Ficavas muito aborrecido |
se eu te dissesse |
que andava a dormir com a tua mulher? |
Subordinante |
Subordinada adverbial
______ |
|
|
Subordinante |
___________ |
Senhores detetives, tenho em meu poder um envelope repleto
de informação |
que o comprova. |
______________ |
_____________ |
Não será melhor |
interrogarem a testemunha |
que ainda ali está? |
__________ |
Subordinada ________ completiva
não finita (infinitiva) |
|
|
Subordinante |
Subordinada _______
relativa restritiva |
TPC — Prepara leitura em voz
alta, expressiva, dos sonetos de Antero nas pp. 278 («Hino à Razão»),
284 («Em viagem»), 286 («A Germano Meireles»), 290 («A ideia. VIII»). Continua
a avançar na leitura da obra de Eça (A Ilustre Casa de Ramires ou
Os Maias).
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