Wednesday, September 08, 2021

Aula 97-98

Aula 97-98 (2/mar [1.ª, 3.ª]) Vai lendo o texto na p. 235 — trecho do discurso proferido por Saramago aquando da cerimónia de entrega do Prémio Nobel — e escolhe as melhores alíneas. Usa apenas esta página do manual.

Do primeiro período (ll. 1-6) se pode concluir que José Saramago

a) já sabia alguma coisa de lições de poesia quando entrou para a escola técnico-profissional que frequentaria.

b) aprendeu noções sobre poesia quando frequentou a escola onde também se preparou para a profissão de serralheiro mecânico.

c) aprenderia alguma coisa sobre poesia já na sua vida de trabalho, enquanto serralheiro mecânico.

d) aprendeu poesia, mas tudo aldrabado, numas aulas que frequentou em Benfica, na JGF, salvo erro numa sala do bloco D.

 

«andava a preparar-se» (l. 4) e «exerceu» (l. 5) têm valor aspetual, respetivamente,

a) perfetivo, imperfetivo.

b) imperfetivo, perfetivo.

c) habitual, imperfetivo.

d) iterativo, imperfetivo.

 

Segundo o segundo período (ll. 6-12), Saramago

a) teve também bons mestres de arte poética.

b) foi orientado no conhecimento da poesia por bons mestres que ia encontrando à noite.

c) foi aprendendo acerca da poesia como autodidata, frequentando bibliotecas e ao sabor dos acasos das leituras.

d) aprendeu a arte poética sem orientação, sem o assombro do navegante que inventa cada lugar que descobre.

 

Do terceiro período (ll. 12-14) inferimos que

a) a leitura de O Ano da Morte de Ricardo Reis começou na biblioteca da escola industrial que Saramago frequentou.

b) a escrita de O Ano da Morte de Ricardo Reis começou na biblioteca da escola industrial que Saramago frequentou.

c) na biblioteca da escola industrial que Saramago frequentou nasceu a inspiração para O Ano da Morte de Ricardo Reis.

d) foi na tipografia da escola que Saramago frequentou que começou a produção de O Ano da Morte de Ricardo Reis.

 

Na revista Athena, Saramago, jovem adolescente,

a) publicaria O Ano da Morte de Ricardo Reis.

b) leria poemas de Ricardo Reis, que sabia ser heterónimo de Fernando Pessoa.

c) leria poemas de Ricardo Reis, ignorando tratar-se de um heterónimo de Pessoa.

d) leria poemas de Ricardo Reis, julgando tratar-se de textos de Fernando Pessoa.

 

«cartografia literária do seu país» (l. 19) é uma

a) hipérbole.

b) perífrase.

c) metáfora.

d) metonímia.

 

«um tal Fernando Nogueira Pessoa» (l. 23) visa

a) acentuar como Pessoa era ainda pouco conhecido.

b) mostrar com certa ironia a ignorância do jovem Saramago.

c) sublinhar a importância de Fernando Pessoa já então.

d) brincar com o processo heteronímico.

 

O valor aspetual de «chamava» (l. 25) e «custou» (l. 27) é, respetivamente,

a) imperfetivo, perfetivo.

b) genérico, perfetivo.

c) habitual, imperfetivo.

d) iterativo, imperfetivo.

 

«podia» (l. 31) tem valor modal

a) epistémico (probabilidade).

b) deôntico (permissão).

c) apreciativo.

d) epistémico (obrigação).

 

Nas ll. 27-28, na oração coordenada conclusiva introduzida por «por isso», desempenham as funções de sujeito, complemento direto e complemento indireto, respetivamente,

a) «saber o que ela significava», «tanto trabalho», «ao aprendiz de letras».

b) «ela», «tanto trabalho», «ao aprendiz de letras».

c) «saber», «tanto trabalho», «ao aprendiz de letras».

d) «aprendiz de letras», «tanto trabalho», «o que ela».

 

«de cor» (l. 29) e «muitos poemas de Ricardo Reis» (l. 29) desempenham as funções sintáticas de, respetivamente,

a) complemento oblíquo, sujeito.

b) modificador do grupo verbal, complemento direto.

c) modificador do grupo verbal, sujeito.

d) complemento oblíquo, complemento direto.

 

No verso de Ricardo Reis na l. 30 («Para ser grande[,] sê inteiro»), «Para ser grande» desempenha a função de

a) sujeito.

b) modificador de frase.

c) modificador de grupo verbal.

d) complemento oblíquo.

 

Na frase «Põe quanto és no mínimo que fazes (ll. 30-31), as funções sintáticas de «quanto és», «no mínimo [que fazes]» e «que fazes» são, respetivamente,

a) sujeito, complemento oblíquo, modificador apositivo do nome.

b) complemento direto, modificador do grupo verbal, modificador apositivo do nome.

c) complemento direto, complemento oblíquo, modificador restritivo do nome.

d) predicado, complemento oblíquo, modificador restritivo do nome.

 

«quanto és» (l. 30) é uma oração subordinada

a) substantiva relativa.

b) substantiva completiva.

c) adjetiva relativa restritiva.

d) adjetiva relativa explicativa.

 

As objeções de Saramago (cfr. ll. 31-34) ao verso de Ricardo Reis «Sábio é o que se contenta com o espetáculo do mundo» devem-se ao facto de o autor de O Ano da Morte de Ricardo Reis

a) não comungar da ingenuidade e gosto pela natureza professados por Ricardo Reis.

b) não ter o mesmo ideário estoico e epicurista de Reis.

c) duvidar da atitude de que quem ensina os outros, dos «sábios».

d) não gostar de analisar o mundo.

 

«a ocupação da Renânia pelo exército nazista», «a guerra de Franco contra a República espanhola», «a criação por Salazar das milícias fascistas portuguesas» (ll. 38-40) podem ser considerados

a) merónimos do holónimo ‘Guerra’.

b) hipónimos do hiperónimo ‘Acontecimentos de 1936’.

c) itens do campo lexical ‘Guerra’.

d) itens do campo semântico ‘Acontecimentos de 1936’.

 

«da Renânia» (l. 38) desempenha a função sintática de

a) complemento do nome.

b) complemento oblíquo.

c) modificador do grupo verbal.

d) modificador restritivo do nome.

 

«Eis o espetáculo do mundo» (l. 40) pode considerar-se implicar um ato ilocutório

a) declarativo.

b) expressivo.

c) compromissivo.

d) assertivo.

 

«meu poeta das amarguras serenas e ceticismo elegante» (40-41) reporta-se

a) a Alberto Caeiro.

b) a Fernando Pessoa.

c) ao próprio Saramago.

d) a Ricardo Reis.

 

Este trecho na p. 235 é predominantemente

a) descritivo e argumentativo.

b) dialogal e narrativo.

c) narrativo.

d) explicativo.

Na p. 232 estão diversas frases aforísticas, conotativas, de José Saramago. A primeira está logo na imagem: «Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam». Se me pedissem para a traduzir em linguagem mais denotativa, escreveria:

[Aforismo de Saramago:] «Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam»

[Tradução-paráfrase em linguagem mais objetiva:] Todos acabam por cumprir o percurso de vida que lhes estava destinado.

Procede do mesmo modo relativamente às frases em «Oralidade, 2»:

«Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar.»      (O conto da ilha desconhecida)

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«Há dentro de nós uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.»   (Ensaio Sobre a Cegueira)

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«Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.»      (Ensaio Sobre a Cegueira)

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«A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam.»     (Viagem a Portugal)

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«Quero estar onde estiver a minha sombra se lá é que estiverem os teus olhos.»     (O Evangelho Segundo Jesus Cristo)

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«Nem a juventude sabe o que pode, nem a velhice pode o que sabe.»     (A Caverna)

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«Às árvores pintadas não lhes caem as folhas.»      (A Viagem do Elefante)

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«O espírito não vai a lado nenhum sem as pernas do corpo, e o corpo não seria capaz de mover-se se lhe faltassem as asas do espírito.»         (Todos os Nomes)

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Nos atos de fala diretos, a intenção comunicativa fica explícita no que é dito; nos atos de fala indiretos, a intenção comunicativa tem de ser captada pelo interlocutor.

Os atos de fala classificam-se segundo a força ilocutória (o objetivo ilocutório):

diretivos (pretende-se que o interlocutor atue de acordo com a vontade do locutor) — «Querem abrir os livros na p. 321?»; «Abram os livros na p. 321».

assertivos (assinala-se a posição do locutor relativamente à verdade do que diz) — «Não há dúvida de que esta é a melhor frase»; «Admito que haja aqui um equívoco meu».

expressivos (traduz-se o estado de espírito do locutor relativamente ao que diz) — «Entristece-me que tenha partido»; «Muitos parabéns pelo teu teste».

compromissivos (responsabilizam o locutor relativamente a uma ação futura) — «Não darei aula no dia 5 de março»; «Prometo entregar os prémios Tia Albertina».

declarativos (aquilo que se diz cria, por si só, uma nova realidade) — «Absolvo-te das falhas cometidas»; «Fica aprovado com catorze valores».

Escreve um texto com pelo menos uma abonação de cada um dos cinco tipos dos atos de fala. (Encontra um processo gráfico que permita assinalar qual é o passo de cada tipo.) Deve haver ainda um sexto caso, de ato indireto (indicá-lo-ás e a que tipo de ato ilocutório corresponde).

Temas: Ucrânia-Rússia; covidices; Sporting-Porto; Bruno de Carvalho; Saramago e/ou Nobel.

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