Wednesday, September 08, 2021

Aula 95-96

Aula 95-96 (25/fev [1.ª, 3.ª]) Vamos dar um relance aos poetas das gerações posteriores à de Pessoa. O mais velho será o nosso patrono José Gomes Ferreira, nascido em 1900, e a mais jovem, Adília Lopes, nascida em 1960, aliás antiga aluna da Pedro de Santarém.

Caberá a cada um dos alunos um livro de dimensão razoável (por vezes, com a obra completa de um dado poeta) ou vários pequenos livros (diversas obras soltas de um mesmo autor). Manuseia-os com o cuidado que se deve ter sempre e, sobretudo, quando os livros em causa são de quem não gosta de ter livros com os cadernos soltos — por os terem espalmado —, vincados — por os terem usado sob papéis em que se tivesse escrito — ou com folhas rasgadas — por os terem folheado negligentemente.

O objetivo é escolher uma estrofe ou duas (mas num total de menos de dez versos). Não interessa se esses versos são do início, do meio ou do fim de um poema (ou se até são um poema completo), mas terão de ser seguidos. Transcreverás os versos na tua folha, muito legivelmente. Depois, lê-los-ás à turma.

Elegeremos o melhor trecho poético. A nossa classificação incidirá sobre os versos ouvidos, o que implica que (1) se trate de passos interessantes; (2) a tua leitura em voz alta seja expressiva. (Ao declamador vencedor caberá um prémio Tia Albertina, a repartir com o poeta responsável pelo trecho lírico laureado — se ainda for vivo.)

Depois da transcrição, escreve a referência bibliográfica, segundo este modelo:

Vieste! Cingi-te ao peito.

Em redor que noite escura!

Não tinha rendas o leito,

Não tinha lavores na barra

Que era só a rocha dura...

Muito ao longe uma guitarra

Gemia vagos harpejos...

(Vê tu que não me esqueceu)...

E a rocha dura aqueceu

Ao calor dos nossos beijos!

Tomás de Alencar, «6 de Agosto», Flores e martírios, 2.ª ed., Alenquer, Editora Romântica, 1850 [1.ª ed.: 1848], pp. 23-25, p. 24.

Ou seja: o que transcrevemos está na página 24 do livro Flores e martírios, de Tomás de Alencar, e pertence ao poema «6 de Agosto». Como o poema ocupa mais páginas do que a passagem citada, indicamos as páginas do poema, «pp. 23-25», bem como a precisa página em que fica o trecho transcrito («p. 24»). Pomos também o número da edição, a cidade da editora, a editora, o ano da publicação (e, entre parênteses retos, a data da edição original). Se se tratasse da 1.ª edição — ou não houvesse indicações acerca disso —, bastaria pôr a data (ficaria: ‘Tomás de Alencar, «6 de Agosto», Flores e martírios, Monte de Caparica, Bulhão Pato editores, 1848, pp. 27-29, p. 28’).

Trecho escolhido por: ____________________

 

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Se tiveres tempo, depois de cumprido o que ficou em cima, descreve a situação que se coaduna com o livro que viste.

Predominam os versos {circunda} rimados / não rimados.

Em geral, {circunda} há /não há uma métrica fixa (nesse caso, há sobretudo {circunda} monossílabos / dissílabos / trissílabos / tetrassílabos / pentassílabos / hexassílabos / heptassílabos / octossílabos / eneassílabos / decassílabos / hendecassílabos / dodecassílabos).

As estrofes {circunda} não seguem / seguem um padrão fixo (há composições em {circunda} dísticos / tercetos / quadras / quintilhas / sextilhas / oitavas / décimas).

{Circunda} Não há / Há composições poéticas estandardizadas (soneto, quadra popular, etc.).

Se quisesse designar o tema que agrega a maioria destes textos, diria que são poemas sobre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..

Talvez encontre em alguns destes poemas influências de Fernando Pessoa (e heterónimos) — ou de Cesário Verde, quem sabe — ou, ao menos, linhas comuns de abordagem. Por exemplo, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


Poeta (nascido entre 1900 e 1960)

lido por...

minha nota

nota do mestre

lugar

José Gomes Ferreira (1900-1985)

 

 

 

 

José Régio (1901-1969)

 

 

 

 

Vitorino Nemésio (1901-1978)

 

 

 

 

António Gedeão (1906-1995)

 

 

 

 

Miguel Torga (1907-1995)

 

 

 

 

José Blanc de Portugal (1914-2001)

 

 

 

 

Ruy Cinatti (1915-1986)

 

 

 

 

Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)

 

 

 

 

Jorge de Sena (1919-1978)

 

 

 

 

João José Cochofel (1920-1982)

 

 

 

 

Raul de Carvalho (1920-1984)

 

 

 

 

Carlos de Oliveira (1921-1981)

 

 

 

 

Eugénio de Andrade (1923-2005)

 

 

 

 

Mário Cesariny de Vasconcelos (1923-2006)

 

 

 

 

Natália Correia (1923-1992)

 

 

 

 

Sebastião da Gama (1924-1952)

 

 

 

 

Alexandre O’Neill (1924-1986)

 

 

 

 

António Ramos Rosa (1924-2013)

 

 

 

 

David Mourão Ferreira (1927-1996)

 

 

 

 

João Rui de Sousa (1928)

 

 

 

 

Maria Alberta Menéres (1930-2019)

 

 

 

 

Herberto Helder (1930-2015)

 

 

 

 

Armando Silva Carvalho (1931-2017)

 

 

 

 

Ruy Belo (1933-1978)

 

 

 

 

António Osório (1933-2021)

 

 

 

 

Pedro Tamen (1934-2021)

 

 

 

 

Manuel Alegre (1936)

 

 

 

 

Alberto Pimenta (1937)

 

 

 

 

Fernando Assis Pacheco (1937-1995)

 

 

 

 

Fiama Hasse Pais Brandão (1938-2007)

 

 

 

 

Luiza Neto Jorge (1939-1989)

 

 

 

 

João Miguel Fernandes Jorge (1943)

 

 

 

 

António Franco Alexandre (1944)

 

 

 

 

Joaquim Manuel Magalhães (1945)

 

 

 

 

Al Berto (1948-1997)

 

 

 

 

Nuno Júdice (1949)

 

 

 

 

Ana Luísa Amaral (1956)

 

 

 

 

Adília Lopes (1960)

 

 

 

 

O filme de que veremos hoje o início — Sylvia, realizado por Christine Jeffs — é sobre a poetisa americana Sylvia Plath (1932-1963) e a relação conturbada com o marido, o poeta inglês Ted Hughes. Esta importante escritora é contemporânea da geração do meio, se considerarmos que são três as que compõem a lista de poetas pós-Pessoa. (Podemos estabelecer que há três gerações na tabela e tomar os três poetas que teremos de ler mais atentamente, os que vêm no manual — Miguel Torga, Eugénio de Andrade, Ana Luísa Amaral —, como referência para cada uma dessas gerações. Plath nasceu não muito depois de Eugénio de Andrade, mas morreu ainda antes de nasceram os mais novos da lista, já que se suicidaria com apenas trinta e um anos.)

 

 

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