Aula 95-96
Aula
95-96 (25/fev [1.ª, 3.ª]) Vamos dar um
relance aos poetas das gerações
posteriores à de Pessoa. O mais velho será o nosso patrono José Gomes Ferreira, nascido em 1900, e a
mais jovem, Adília Lopes, nascida em
1960, aliás antiga aluna da Pedro de Santarém.
Caberá a cada um dos alunos um livro de dimensão
razoável (por vezes, com a obra completa de um dado poeta) ou vários pequenos
livros (diversas obras soltas de um mesmo autor). Manuseia-os com o cuidado que
se deve ter sempre e, sobretudo, quando os livros em causa são de quem não
gosta de ter livros com os cadernos soltos — por os terem espalmado —, vincados
— por os terem usado sob papéis em que se tivesse escrito — ou com folhas
rasgadas — por os terem folheado negligentemente.
O objetivo é escolher uma estrofe ou duas
(mas num total de menos de dez versos). Não interessa se esses versos
são do início, do meio ou do fim de um poema (ou se até são um poema completo),
mas terão de ser seguidos. Transcreverás os versos na tua folha, muito
legivelmente. Depois, lê-los-ás à turma.
Elegeremos o melhor trecho poético. A nossa
classificação incidirá sobre os versos ouvidos, o que implica que (1) se trate
de passos interessantes; (2) a tua leitura em voz alta seja
expressiva. (Ao declamador vencedor caberá um prémio Tia Albertina, a repartir
com o poeta responsável pelo trecho lírico laureado — se ainda for vivo.)
Depois da transcrição, escreve a referência
bibliográfica, segundo este modelo:
Vieste! Cingi-te ao peito.
Em redor que noite escura!
Não tinha rendas o leito,
Não tinha lavores na barra
Que era só a rocha dura...
Muito ao longe uma guitarra
Gemia vagos harpejos...
(Vê tu que não me esqueceu)...
E a rocha dura aqueceu
Ao calor dos nossos beijos!
Tomás de Alencar, «6 de Agosto», Flores e martírios, 2.ª ed., Alenquer,
Editora Romântica, 1850 [1.ª ed.: 1848], pp. 23-25, p. 24.
Ou seja: o que transcrevemos está na página 24 do
livro Flores e martírios, de Tomás de
Alencar, e pertence ao poema «6 de Agosto». Como o poema ocupa mais páginas do
que a passagem citada, indicamos as páginas do poema, «pp. 23-25», bem como a
precisa página em que fica o trecho transcrito («p. 24»). Pomos também o número
da edição, a cidade da editora, a editora, o ano da publicação (e, entre
parênteses retos, a data da edição original). Se se tratasse da 1.ª edição — ou
não houvesse indicações acerca disso —, bastaria pôr a data (ficaria: ‘Tomás de
Alencar, «6 de Agosto», Flores e
martírios, Monte de Caparica, Bulhão Pato editores, 1848, pp. 27-29, p.
Trecho
escolhido por:
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Se tiveres tempo, depois de cumprido o que ficou em
cima, descreve a situação que se coaduna com o livro que viste.
Predominam os versos {circunda} rimados / não rimados.
Em geral, {circunda}
há /não há uma métrica fixa (nesse caso, há sobretudo {circunda} monossílabos / dissílabos / trissílabos / tetrassílabos /
pentassílabos / hexassílabos / heptassílabos / octossílabos / eneassílabos /
decassílabos / hendecassílabos / dodecassílabos).
As estrofes {circunda} não seguem / seguem um padrão fixo (há composições em {circunda} dísticos / tercetos / quadras
/ quintilhas / sextilhas / oitavas / décimas).
{Circunda} Não há / Há composições poéticas estandardizadas (soneto,
quadra popular, etc.).
Se quisesse designar o tema que agrega a maioria
destes textos, diria que são poemas sobre . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
Talvez encontre em alguns destes poemas influências de Fernando Pessoa (e
heterónimos) — ou de Cesário Verde, quem sabe — ou, ao menos, linhas comuns de
abordagem. Por exemplo, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Poeta (nascido entre 1900 e
1960) |
lido por... |
minha nota |
nota do mestre |
lugar |
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José Régio (1901-1969) |
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Vitorino Nemésio (1901-1978) |
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António Gedeão (1906-1995) |
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Miguel Torga (1907-1995) |
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José Blanc de Portugal (1914-2001) |
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Ruy Cinatti (1915-1986) |
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Sophia de Mello
Breyner Andresen (1919-2004) |
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Jorge de Sena (1919-1978) |
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João José Cochofel (1920-1982) |
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Raul de Carvalho (1920-1984) |
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Carlos de Oliveira (1921-1981) |
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Eugénio de Andrade (1923-2005) |
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Mário Cesariny
de Vasconcelos (1923-2006) |
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Natália Correia (1923-1992) |
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Sebastião da Gama (1924-1952) |
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Alexandre O’Neill (1924-1986) |
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João Rui de Sousa (1928) |
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Maria Alberta Menéres (1930-2019) |
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Herberto Helder (1930-2015) |
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Armando Silva Carvalho (1931-2017) |
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Ruy Belo (1933-1978) |
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António Osório (1933-2021) |
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Pedro Tamen (1934-2021) |
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Manuel Alegre (1936) |
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Alberto Pimenta (1937) |
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Fernando Assis Pacheco (1937-1995) |
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Fiama Hasse Pais Brandão
(1938-2007) |
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Luiza Neto Jorge (1939-1989) |
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João Miguel Fernandes Jorge (1943) |
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António Franco Alexandre (1944) |
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Joaquim Manuel Magalhães (1945) |
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Al Berto (1948-1997) |
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Nuno Júdice (1949) |
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Ana Luísa Amaral (1956) |
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Adília Lopes (1960) |
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O
filme de que veremos hoje o início — Sylvia,
realizado por Christine Jeffs — é sobre a poetisa americana Sylvia
Plath (1932-1963) e a relação conturbada com o marido, o poeta
inglês Ted Hughes. Esta importante
escritora é contemporânea da geração do meio, se considerarmos que são três as
que compõem a lista de poetas pós-Pessoa. (Podemos estabelecer que há três
gerações na tabela e tomar os três poetas que teremos de ler mais atentamente,
os que vêm no manual — Miguel Torga,
Eugénio de Andrade, Ana Luísa Amaral —, como referência
para cada uma dessas gerações. Plath nasceu não muito depois de Eugénio de
Andrade, mas morreu ainda antes de nasceram os mais novos da lista, já que se
suicidaria com apenas trinta e um anos.)
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