Wednesday, September 08, 2021

Aula 85-86

Aula 85-86 (11/fev [1.ª, 3.ª]) O exame de 2018, 1.ª fase, incluía um texto de Mensagem, de Fernando Pessoa, «[Screvo meu livro à beira-mágoa]» (está na p. 81 dos livros sobre as mesas).

Como já lhes disse quando vimos a estrutura da obra, trata-se de poema bastante singular: é o único de Mensagem sem título; parece que se refere ao próprio autor (seria o poeta o terceiro dos profetas (cfr. «Avisos») do Quinto Império: Bandarra, Padre Vieira, Fernando Pessoa); usa um estilo mais lírico, mais intimista, do que o resto de Mensagem.

Porém, nada disto era aflorado na prova de exame, a não ser talvez na pergunta 3.

Grupo I — Parte A

Leia o poema.

1             Screvo meu livro à beira-mágoa.

Meu coração não tem que ter.

Tenho meus olhos quentes de água.

Só tu, Senhor, me dás viver.

 

5             Só te sentir e te pensar

Meus dias vácuos enche e doura.

Mas quando quererás voltar?

Quando é o Rei? Quando é a Hora?

 

Quando virás a ser o Cristo

10           De a quem morreu o falso Deus,

E a despertar do mal que existo

A Nova Terra e os Novos Céus?

 

Quando virás, ó Encoberto,

Sonho das eras português,

15           Tornar-me mais que o sopro incerto

De um grande anseio que Deus fez?

 

Ah, quando quererás, voltando,

Fazer minha esperança amor?

Da névoa e da saudade quando?

20           Quando, meu Sonho e meu Senhor?

Fernando Pessoa, Mensagem, edição de Fernando Cabral Martins, Lisboa, Assírio & Alvim, 1997.

1. Caracterize o estado de alma do sujeito poético, expresso nos seis primeiros versos.

2. Justifique o recurso simultâneo à anáfora e à frase interrogativa a partir do sétimo verso do poema.

3. Explique, com base nas duas últimas estrofes, por que razão o sujeito poético pode ser considerado um profeta.

4. Identifique duas características do discurso lírico de Mensagem presentes no poema e transcreva um exemplo significativo para cada uma delas.

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Classifica o ato ilocutório presente em cada uma das intervenções (de Último a sair, expulsão de Débora):

[ Os atos ilocutórios podem ser agrupados consoante a força ilocutória (o objetivo ilocutório) que apresentam:

diretivos (pretende-se que o interlocutor atue de acordo com a vontade do locutor) — «Querem abrir os livros na p. 321?»; «Abram os livros na p. 321».

assertivos (assinala-se a posição do locutor relativamente à verdade do que diz) — «Não há dúvida de que esta é a melhor frase»; «Admito que haja aqui um equívoco meu».

expressivos (traduz-se o estado de espírito do locutor relativamente ao que diz) — «Entristece-me que tenha partido»; «Muitos parabéns pelo teu teste».

compromissivos (responsabilizam o locutor relativamente a uma ação futura) — «Não darei aula no dia 1 de fevereiro»; «Prometo entregar os prémios Tia Albertina».

declarativos (aquilo que se diz cria, por si só, uma nova realidade) — «Absolvo-te das falhas cometidas»; «Fica aprovado com catorze valores». ]

Eliminada. (no gráfico)

 

Os portugueses acabaram de decidir.

 

Fogo, meu! (dito por Luciana Abreu)

 

Baza!

 

Vou ser a única mulher aqui na casa. (Luciana, chorosa)

 

Tem dois minutos para abandonar a casa.

 

Ah! Lindo, lindo, lindo! (Roberto Leal a ver Débora a abraçar Unas)

 

Porque é que fizeste isso, Débora? (por Unas)

 

Só tenho pena de não ter comido o açoriano.

 

Amo-te Débora! (por Débora)

 

* Sim, vou descongelar duas portadas para o jantar do César.

 

Completa depois de vermos o passo de O último a sair.

Frases de O último a sair«Terapia de relaxamento»

v  a  l  o  r  e  s

temporal

aspetual

modal

Aprendi em Algés uma técnica de relaxamento à base de peixe.

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XXXXXXX

Isto é só malucos, meu, fogo!

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________

Não posso explicar antes [ser à base de peixe].

simultaneidade

XXXXXXX

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Fecha os olhos, vai respirando.

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deôntico (obrigação)

Estás a sentir?

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imperfetivo

XXXXXXX

Não andamos aqui a mandar com uma sardinha uns aos outros.

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XXXXXXX

Com uma dourada é que é!

XXXXXXX

XXXXXXX

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Andaram a mexer no armário dos medicamentos...

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XXXXXXX

Eu estou parvo, de certeza absoluta.

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Tens de tomar a raia de oito em oito horas.

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Estragou a raia.

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XXXXXXX

Porque isto está a afetar-me mesmo!

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Depois de revermos curto trecho de série biográfica sobre Garrett, completa:

Frei Luís de Sousa

Birdman, ou a inesperada virtude da ignorância

Peça, escrita por Almeida Garrett, aproveita história, em parte, ______ e já abordada por outros autores.

Peça é adaptação — feita pelo próprio Riggan? — de um romance de ______, De que falamos quando falamos de amor.

Garrett preocupou-se muito com a boa receção da peça: fez ele próprio uma primeira leitura da peça no Conservatório, em 1843, acompanhada de um texto teórico («Memória ao _____ Real»). No mesmo ano fez ainda outra leitura mais familiar.

Riggan Thomson preocupa-se com o sucesso da peça, que vê como redentora, a forma de deixar de ser identificado apenas com o ator de Birdman. Nas leituras do original entre atores, aconselha, vigia; ansioso, acaba por ______ um dos atores que considerava inábil.

Na primeira representação, ainda em 1843, no teatro da Quinta do Pinheiro (o atual Teatro Tália) e em contexto quase familiar, Garrett representou o papel de ______ (e terá sido decerto também o encenador).

O herói do filme desempenha um papel e é também o ______, mas logo nas primeiras representações (ensaios ainda perante público: ensaios gerais, ante-estreias) é desautorizado pelo ator que contratara.

A segunda representação foi no Teatro do ______ (por profissionais), em 1847, e em 1850 a peça subiu ao palco do Teatro Nacional.

Todo o filme se passa num teatro da ______, vista como o desafio máximo na carreira dos atores e na avaliação do sucesso de uma peça.

 

 

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