Aula 80-81
Aula 80-81 (4/fev [1.ª, 3.ª]) A partir da p. 109 do manual temos já poemas da terceira
parte de Mensagem («O
Encoberto»). Começa por ler os excertos expositivos em «O Sebastianismo», na p.
110, e em «O Quinto Império», na p. 111.
Depois, completa esta «tradução», do
poema «Quinto
Império» (p. 109). Terás de copiar nos lugares corretos as
paráfrases dos versos de Pessoa (nessas «traduções», não pus a pontuação de
final de verso).
«Traduções» a copiar nas lacunas (aqui,
desordenadas, claro):
Perante
a visão que só a alma tem
Senão o destino de esperar pela
morte em vida
É da natureza humana ser descontente,
querer possuir
Passados os quatro Impérios
Surgir à luz do dia
A Europa — todos esses Impérios
acabaram
Pobre de quem vive seguro
Um sonho maior que faça abandonar
todos os confortos e as certezas
Pobre aquele que se dá por contente
Gerações passam
O Quinto Império, a Nova Vida
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Pobre de quem, seguro, se contenta
com o pouco que tem
Sem um sonho maior, um desejo
Um íntimo fogo e objetivo
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_____________________________
Pobre de quem apenas sobrevive e
nada mais deseja
Esse não tem alma
Senão o instinto de não morrer
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_____________________________
Num tempo que é feito de gerações
_____________________________
Mas as forças da guerra,
irracionais, param
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Completado o seu reino terreno
A Terra verá o quinto
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Ele que começou a gerar-se da noite
(morte)
Grécia, Roma, o Império Cristão
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Acabaram porque tudo se acaba com o
tempo
Falta assim viver o Império da
Verdade
O Quinto Império a que preside D.
Sebastião.
A seguir, também com versos
lacunares, pus uma tradução de «Nevoeiro» (p. 112), o último poema
de Mensagem. Desta vez, cabe-te criar
as paráfrases em falta. («À vitória!» corresponde ao latino «Valete, Fratres»,
que subscreve o original mas que o manual omitiu. Podes ver esse final do poema
na edição sobre as mesas, na p. 91.)
Nevoeiro
Nem governante nem leis, nem tempos
de paz ou de conflito
Podem definir a verdade, a essência
No que no presente é um fulgor
triste
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Vida exterior sem luz intensa, sem
fogo de paixão e vontade
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Os Portugueses não sabem o que
verdadeiramente querem!
Não conhecem a sua alma — o seu
Destino
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Adivinha-se, no entanto, uma ânsia
neles, uma ânsia de querer
Mas tudo é incerto, morte
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Portugal é, no presente, como o
nevoeiro.
____________________________________
À vitória!
Só com citações do poema, completa esta análise de
«Nevoeiro».
O poema
inicia-se com uma imagem negativa de Portugal, que estará a «_________».
Portugal surge personificado, marcado pela falta de identidade nacional
(acentuada pelos quatro conetores copulativos em «_______») e por um
estado de indefinição. A simbologia do título («________») ajuda nesta caracterização
depreciativa. Também boa parte do léxico da primeira estrofe remete para a
opacidade, embora em contraste com a hipótese de uma luz («_____», «_____»,
«_____»).
Entretanto,
surge o parêntese «__________», a assinalar a passagem para um clima menos
cético. A oposição de caráter paradoxal «__________» relaciona-se com a linha
ideológica que estrutura Mensagem: a
simultaneidade da decadência de Portugal e a esperança do seu renascer. Dois
pares de anáforas («___________», «___________»; «______», «______»)
intensificam a indefinição que envolve Portugal.
O apelo
final («_______») e a saudação em latim («______»), pelo tom exortativo que
encerram revelam a crença na mudança de um Portugal que, no último verso da
segunda estrofe, ainda surge mergulhado em «________».
No
sketch «Gajos que tentam adivinhar»
(série Meireles) [não o consigo reproduzir aqui no blogue] há uma personagem
que completa frases que o interlocutor começara. As expressões que o indivíduo
impaciente vai tentando adivinhar têm a mesma função sintática que as expressões certas. Classifica cada uma das
alíneas, usando uma destas funções sintáticas:
predicado / complemento oblíquo / predicativo
do sujeito / predicativo do complemento direto / modificador do grupo verbal
Falar-te-ei ...
|
sobre o André | sobre o primeiro-ministro | sobre o último disco da Shakira | sobre
o almanaque Borda d'Água | sobre o
Meireles
___________
É ...
|
simpático | amarelo | muito aberto a novas experiências | muito amigo do
Rodolfo | acintoso
_____________
Entra ...
|
em salas de cinema | em contradições | em autoestradas | em discussões
_____________
Faz-me sentir
...
|
sportinguista | roxo | apertado naquelas calças justas | mal
_____________
O que é que tu /
eu ...
|
estou a fazer aqui | comi ao pequeno-almoço | quero de presente de anos | achas
_____________
Que achas ...
|
a propósito da Magda | a propósito do alargamento da União Europeia | a propósito
da falta de consistência da defesa da seleção | a propósito da maneira de ser
do Meireles
_____________
Estas estâncias dos Lusíadas
— canto X, 144-146 — são já posteriores à Ilha dos Amores.
Relatam o regresso a Lisboa (144) e incluem depois uma reflexão do poeta.
144
Assi foram
cortando o mar sereno,
Com vento sempre
manso e nunca irado,
Até que houveram
vista do terreno
Em que naceram,
sempre desejado.
Entraram pela
foz do Tejo ameno,
E a sua Pátria e
Rei temido e amado
O prémio e
glória dão por que mandou,
E com títulos
novos se ilustrou.
145
Nô mais, Musa,
nô mais, que a Lira tenho
Destemperada e a
voz enrouquecida,
E não do canto,
mas de ver que venho
Cantar a gente
surda e endurecida.
O favor com que
mais se acende o engenho
Não no dá a
pátria, não, que está metida
No gosto da
cobiça e na rudeza
D’ũa austera,
apagada e vil tristeza.
146
E não sei por
que influxo de destino
Não tem um ledo
orgulho e geral gosto,
Que os ânimos
levanta de contino
A ter pera
trabalhos ledo o rosto.
Por isso vós, ó
Rei, que por divino
Conselho estais
no régio sólio posto,
Olhai que sois
(e vede as outras gentes)
Senhor só de
vassalos excelentes.
Nô mais = não mais, basta | destemperada
= desafinada | Conselho =
determinação | sólio = trono
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TPC
— Relanceia ficha corrigidasobre Coesão interfrásica (pô-la-ei no blogue).
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