Wednesday, September 08, 2021

Aula 80-81

Aula 80-81 (4/fev [1.ª, 3.ª]) A partir da p. 109 do manual temos já poemas da terceira parte de Mensagem («O Encoberto»). Começa por ler os excertos expositivos em «O Sebastianismo», na p. 110, e em «O Quinto Império», na p. 111.

Depois, completa esta «tradução», do poema «Quinto Império» (p. 109). Terás de copiar nos lugares corretos as paráfrases dos versos de Pessoa (nessas «traduções», não pus a pontuação de final de verso).

«Traduções» a copiar nas lacunas (aqui, desordenadas, claro):

Perante a visão que só a alma tem

Senão o destino de esperar pela morte em vida

É da natureza humana ser descontente, querer possuir

Passados os quatro Impérios

Surgir à luz do dia

A Europa — todos esses Impérios acabaram

Pobre de quem vive seguro

Um sonho maior que faça abandonar todos os confortos e as certezas

Pobre aquele que se dá por contente

Gerações passam


O Quinto Império, a Nova Vida

_____________________________

Pobre de quem, seguro, se contenta com o pouco que tem

Sem um sonho maior, um desejo

Um íntimo fogo e objetivo

_____________________________

 

_____________________________

Pobre de quem apenas sobrevive e nada mais deseja

Esse não tem alma

Senão o instinto de não morrer

_____________________________

 

_____________________________

Num tempo que é feito de gerações

_____________________________

Mas as forças da guerra, irracionais, param

_____________________________

 

_____________________________

Completado o seu reino terreno

A Terra verá o quinto

_____________________________

Ele que começou a gerar-se da noite (morte)

 

Grécia, Roma, o Império Cristão

_____________________________

Acabaram porque tudo se acaba com o tempo

Falta assim viver o Império da Verdade

O Quinto Império a que preside D. Sebastião.

A seguir, também com versos lacunares, pus uma tradução de «Nevoeiro» (p. 112), o último poema de Mensagem. Desta vez, cabe-te criar as paráfrases em falta. («À vitória!» corresponde ao latino «Valete, Fratres», que subscreve o original mas que o manual omitiu. Podes ver esse final do poema na edição sobre as mesas, na p. 91.)

 

Nevoeiro

 

Nem governante nem leis, nem tempos de paz ou de conflito

Podem definir a verdade, a essência

No que no presente é um fulgor triste

____________________________________

Vida exterior sem luz intensa, sem fogo de paixão e vontade

____________________________________

 

Os Portugueses não sabem o que verdadeiramente querem!

Não conhecem a sua alma — o seu Destino

________________________________________

Adivinha-se, no entanto, uma ânsia neles, uma ânsia de querer

Mas tudo é incerto, morte 

________________________________________

Portugal é, no presente, como o nevoeiro.

 

____________________________________

 

À vitória!

Só com citações do poema, completa esta análise de «Nevoeiro».

O poema inicia-se com uma imagem negativa de Portugal, que estará a «_________». Portugal surge personificado, marcado pela falta de identidade nacional (acentuada pelos quatro conetores copulativos em «_______») e por um estado de indefinição. A simbologia do título («________») ajuda nesta caracterização depreciativa. Também boa parte do léxico da primeira estrofe remete para a opacidade, embora em contraste com a hipótese de uma luz («_____», «_____», «_____»).

Entretanto, surge o parêntese «__________», a assinalar a passagem para um clima menos cético. A oposição de caráter paradoxal «__________» relaciona-se com a linha ideológica que estrutura Mensagem: a simultaneidade da decadência de Portugal e a esperança do seu renascer. Dois pares de anáforas («___________», «___________»; «______», «______») intensificam a indefinição que envolve Portugal.

O apelo final («_______») e a saudação em latim («______»), pelo tom exortativo que encerram revelam a crença na mudança de um Portugal que, no último verso da segunda estrofe, ainda surge mergulhado em «________».

No sketch «Gajos que tentam adivinhar» (série Meireles) [não o consigo reproduzir aqui no blogue] há uma personagem que completa frases que o interlocutor começara. As expressões que o indivíduo impaciente vai tentando adivinhar têm a mesma função sintática que as expressões certas. Classifica cada uma das alíneas, usando uma destas funções sintáticas:

predicado / complemento oblíquo / predicativo do sujeito / predicativo do complemento direto / modificador do grupo verbal

Falar-te-ei ...

| sobre o André | sobre o primeiro-ministro | sobre o último disco da Shakira | sobre o almanaque Borda d'Água | sobre o Meireles

___________

 

É ...

| simpático | amarelo | muito aberto a novas experiências | muito amigo do Rodolfo | acintoso

_____________

 

Entra ...

| em salas de cinema | em contradições | em autoestradas | em discussões

_____________

 

Faz-me sentir ...

| sportinguista | roxo | apertado naquelas calças justas | mal

_____________

 

O que é que tu / eu ...

| estou a fazer aqui | comi ao pequeno-almoço | quero de presente de anos | achas

_____________

 

Que achas ...

| a propósito da Magda | a propósito do alargamento da União Europeia | a propósito da falta de consistência da defesa da seleção | a propósito da maneira de ser do Meireles

_____________

 

Estas estâncias dos Lusíadas — canto X, 144-146 — são já posteriores à Ilha dos Amores. Relatam o regresso a Lisboa (144) e incluem depois uma reflexão do poeta.

144

Assi foram cortando o mar sereno,

Com vento sempre manso e nunca irado,

Até que houveram vista do terreno

Em que naceram, sempre desejado.

Entraram pela foz do Tejo ameno,

E a sua Pátria e Rei temido e amado

O prémio e glória dão por que mandou,

E com títulos novos se ilustrou.

145

Nô mais, Musa, nô mais, que a Lira tenho

Destemperada e a voz enrouquecida,

E não do canto, mas de ver que venho

Cantar a gente surda e endurecida.

O favor com que mais se acende o engenho

Não no dá a pátria, não, que está metida

No gosto da cobiça e na rudeza

D’ũa austera, apagada e vil tristeza.

146

E não sei por que influxo de destino

Não tem um ledo orgulho e geral gosto,

Que os ânimos levanta de contino

A ter pera trabalhos ledo o rosto.

Por isso vós, ó Rei, que por divino

Conselho estais no régio sólio posto,

Olhai que sois (e vede as outras gentes)

Senhor só de vassalos excelentes.

Nô mais = não mais, basta | destemperada = desafinada | Conselho = determinação | sólio = trono

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC Relanceia ficha corrigidasobre Coesão interfrásica (pô-la-ei no blogue).

 

 

#