Wednesday, September 08, 2021

Aula 77-78

Aula 77-78 (1 [1.ª], 2/fev [3.ª]) Na p. 108, à direita, tens o poema cujo título é adotado por toda a segunda parte de Mensagem, «Mar português». Talvez já o conheças desde o 9.º ano.

Explicita, por palavras tuas, as seguintes afirmações da segunda quintilha:

«Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena»:

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«Quem quer passar além do Bojador / Tem que passar além da dor»:

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«Deus ao mar o perigo e o abismo deu, / Mas nele é que espelhou o céu»:

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Recorda estas estâncias (Os Lusíadas, canto IV, 88-89), que integram o passo das despedidas, na praia do Restelo (pouco antes de surgir «um velho, de aspeito venerando», que menearia três vezes a cabeça e, descontente, discursaria).

A gente da cidade, aquele dia,

(Uns por amigos, outros por parentes,

Outros por ver somente) concorria,

Saudosos na vista e descontentes

E nós, co’a virtuosa companhia

De mil religiosos diligentes,

Em procissão solene, a Deus orando,

Pera os batéis viemos caminhando.

 

Em tão longo caminho e duvidoso

Por perdidos as gentes nos julgavam,

As mulheres c’um choro piadoso,

Os homens com suspiros que arrancavam.

Mães, Esposas, Irmãs, que o temeroso

Amor mais desconfia, acrescentavam

A desesperação e frio medo

De já nos não tornar a ver tão cedo.

Estabelece uma aproximação entre a ideologia do poema «Mar português» e a das estâncias 88 e 89 do canto IV dos Lusíadas, que acabaste de reler:

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Na p. 108, à esquerda, lê «O mostrengo», o quarto poema da segunda parte de Mensagem (cfr. pp. 52-53 da edição que estamos a usar).

Discorre sobre as características narrativas do poema:

O poema apresenta uma breve narrativa, em que se relata o encontro dos navegadores portugueses com o Mostrengo (ação), sendo ambos protagonistas. Do conjunto de personagens, destaca-se ainda o «________», que dialoga com o monstro. A narrativa decorre «________» (espaço) e numa «_________» (tempo).

Debruça-te sobre as marcas épicas da composição:

São características épicas do poema a presença de uma ameaça grandiosa sobre o _________, que, no confronto com ela, evidencia marcas de grandeza (moral). O caráter narrativo é igualmente traço ________ do poema.

[Depois de se ouvir passo do Adamastor, no canto V de Os Lusíadas] Reflete sobre a importância simbólica das figuras do «Adamastor», n’Os Lusíadas, e do «homem do leme», em Mensagem.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Completa esta síntese comparativa de Os Lusíadas e Mensagem, que retirei, com poucas adaptações, de uma sebenta de estudo para exame.

Os Lusíadas (1572)

Mensagem (1934)

Poema _______

Poema épico-lírico

dez cantos

estrutura triádica: «Brasão», «_______», «O Encoberto»

escritos em meados do século XVI, época do declínio do apogeu expansionista

escrita entre 1913 e 1934, época de desencantos (relativamente a 1.ª República e a _______)

cariz _______ e descritivo; dimensão real e concreta

cariz abstracto e interpretativo; dimensão simbólica, doutrinária

fundo histórico: a viagem do Gama

fundo histórico e _______: a busca de uma «Índia que não há»

referência aos fundadores de Portugal pela voz de Vasco da Gama e de Paulo da Gama, nos relatos ao rei de Melinde e ao _______

evocam-se os que estiveram associados aos primórdios da nacionalidade, pedindo-se a Afonso Henriques que abençoe a pátria com o seu exemplo

referem-se as lutas contra os Mouros (Batalha de Ourique) e as lutas contra ______ (Aljubarrota; papel de Nun’Álvares)

Pessoa refere-se à figura de Nun’Álvares como um messias, um «Portugal em ser»

relata-se a aventura da descoberta do caminho marítimo para a Índia, incluindo adversidades e perigos (despedidas de Belém, Adamastor, tempestade)

evoca-se processo de conquista do mar desconhecido («O infante D. Henrique», «Horizonte», «Padrão», «O Mostrengo», «Ocidente», «_______»)

_______ é a recompensa para os portugueses que se transcenderam

Pessoa sonha a recompensa: «ilhas afortunadas», «terras sem ter lugar», onde mora o Desejado

D. Sebastião é a garantia e a esperança do regresso de tempos gloriosos, ao estilo do sebastianismo tradicional

D. Sebastião está na base de um sebastianismo pessoano, que, sem negar o passado, aponta para um ________ promissor

nas _________ (cantos I e X), Camões reconhece em D. Sebastião qualidades de líder

loucura de D. Sebastião é evocada como necessária à criação de um novo império

conceito de herói épico tradicional: o que o move é a guerra contra os _______, a expansão

conceito de herói mítico: o que é escolhido para cumprir uma missão e é movido pela «febre do Além»

os obstáculos que o herói enfrenta levam-no à construção de um Império terreno (nacionalismo)

os obstáculos que o herói enfrenta levam-no à transcendência, a um império espiritual, o _______ (nacionalismo universalista)

poeta revela desencanto pelo ______

poeta revela desencanto pelo presente e apela à construção de um futuro de dimensão cultural e espiritual: «É a hora!»

poeta, ainda que valorizando os momentos gloriosos da pátria, mostra tristeza pelo não reconhecimento do seu valor e pelo estado da pátria

poeta pretende restaurar a grandeza da pátria, recriando o mito ________, essencial ao renascimento que se defende

a poesia serve para registar e glorificar o passado

a poesia, o sonho, o misticismo são as forças que levarão ao __________

Itens sobre tipos de coesão em exames

[2021, 2.ª fase]

7. A utilização da expressão «de facto» (l. 5) e do pronome «tua» (l. 28) contribui para a coesão

(A) gramatical interfrásica, no primeiro caso, e gramatical referencial, no segundo caso.

(B) gramatical interfrásica, no primeiro caso, e lexical por reiteração, no segundo caso.

(C) gramatical frásica, no primeiro caso, e gramatical referencial, no segundo caso.

(D) gramatical frásica, no primeiro caso, e lexical por reiteração, no segundo caso.

[2018, 2.ª fase]

7. Indique o processo de coesão textual assegurado pelas expressões «No passado» (linha 1), «a pouco e pouco» (linha 5), «Já» (linha 7), «Hoje, a pouco e pouco» (linha 24) e «ainda» (linha 27).

R.: ___________

[2016, 1.ª fase]

6. O uso das palavras «dele» (linha 28) e «os» (linha 29) [«O risco, correta ou incorretamente percecionado, está por todo o lado nas nossas vidas, sendo várias as interrogações que se podem colocar em face dele. A ciência traz-nos constantemente novos riscos, assim como maneiras de os minimizar»] contribui para a coesão

(A) lexical. | (B) aspeto-temporal. | (C) frásica. | (D) referencial.

[2015, 1.ª fase]

7. No contexto em que ocorre, a palavra «Dessas» (linha 15 [«E dá dois exemplos: na época de Dürer, existiam na língua alemã mais de cento e cinquenta e oito palavras para designar cheiros diferentes. Dessas, apenas trinta e duas hoje subsistem, e frequentemente como formas dialetais muito localizadas.»]) contribui para a coesão

(A) temporal. | (B) referencial. | (C) frásica. | (D) interfrásica.

[2014, época especial]

1.5. A utilização de «pois» (linha 4) e de «Por isso» (linhas 25-26) contribui para a coesão

(A) frásica. | (B) interfrásica. | (C) temporal. | (D) lexical.

[2013, 1.ª fase]

1.6. No contexto em que que ocorrem [«Sai um livro em 2012, para o ano uma coleção destes textozitos, em 2014 o que agora terminei e uma última coleção destas prosinhas e acabou-se»], as palavras «textozitos» (linha 7) e «prosinhas» (linha 8) [contribuem para a coesão

(A) temporal. | (B) frásica. | (C) interfrásica. | (D) lexical.

e dois itens para identificação de referentes

[2012, 2.ª fase]

2.2. Indique o antecedente do determinante possessivo que ocorre em «a sua subordinação à hegemonia das imagens» (linhas 15 e 16). [«É, por isso, inteiramente lícito que nos interroguemos sobre a relação possível entre o esvaziamento das palavras e a sua subordinação à hegemonia das imagens, das quais se diz agora valerem, cada uma delas, mais do que mil palavras, num câmbio tão duvidoso quanto sugestivo.»]

R.: ___________

[2011, 1.ª fase]

2.1. Indique o antecedente dos determinantes possessivos que ocorrem em «A sua grande vegetação, o seu grande triunfo de flora» (linhas 12 e 13). [«As terras não se cultivavam. Faziam, inertes, as suas despedidas da fertilidade, suportavam aquela pausa intermédia entre a morte e a inumação. A sua grande vegetação, o seu grande triunfo de flora, era o cardo. Se lhe davam folga, o cardo cobria de verde-cinzento a paisagem.»]

R.: ___________

TPC — Relanceia mais uma ficha corrigida do Caderno de atividades (sobre coesão frásica), que porei em Gaveta de Nuvens.

 

 

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