Aula 4-5
Aula 4-5 (24/set [1.ª, 3.ª]) Explicação
sobre características do ortónimo (cfr. Apresentação e manual, pp. 32-33).
Debruça-te sobre o poema na p. 37 — «Ela
canta, pobre ceifeira», de Fernando Pessoa.
Completa as lacunas nas respostas que se
seguem.
[Sobre as três primeiras estrofes (1-3), em que o
poeta se detém na ceifeira]
Como
caracteriza o poeta o canto da ceifeira?
O canto da ceifeira brota de uma voz simultaneamente
alegre e ____, é suave e musical como um ______.
Que recursos estilísticos melhor contribuem para
essa caracterização?
A expressão «a
sua voz, cheia / de alegre e anónima viuvez» (vv. 3-4) contém uma
dupla _______ e um paradoxo
expressivos; igualmente significante é a metáfora «______» (v. 5).
A «pobre ceifeira» canta, «julgando-se feliz»
(1-2). Explica o efeito semântico da anteposição do adjetivo «pobre» ao nome
«ceifeira».
O adjetivo «pobre»,
anteposto ao substantivo «ceifeira»,
expressa a apreciação {escolhe}
subjetiva/objetiva que o sujeito poético faz da mulher — ‘pobre’, porque não
sabe. Se o mesmo adjetivo estivesse colocado depois do substantivo, indicaria a
condição social da ceifeira (e teria então o seu valor {escolhe} conotativo/denotativo).
O
que sente o poeta ao ouvir o canto?
Ao ouvir o canto, o poeta sente-se,
paradoxalmente, ____ e ____.
[Sobre as três estrofes finais (4-6), em que o
poeta se passa a analisar a si próprio]
«Ah, canta, canta sem
razão! / O que em mim sente ‘stá pensando» (vv. 13/14). Mostra como estes
versos exprimem a antítese ceifeira/poeta (sentir/pensar).
A ceifeira canta «sem razão», isto é, sem pensar.
Pelo contrário, o sujeito poético, que sente tristeza e alegria ao ouvir o
canto, pensa no que sente, não consegue sentir sem ____. Nele, a sensação
converte-se em ________, intelectualiza-se.
Explicita
a ambição paradoxal que o poeta expressa no final do poema.
O poeta gostaria de ser a ceifeira com a sua «alegre inconsciência», o que
é o mesmo que dizer que gostaria de sentir sem pensar, mas gostaria,
simultaneamente, de ser ele mesmo, de ter a consciência de ser _______. O que o
poeta deseja, afinal, é unir o sentir ao _____.
«A
ciência / pesa tanto e a vida é tão breve!» (vv. 20-21). Que sentimentos o
poeta exprime com esta afirmação?
É com tristeza e desolação
que o poeta afirma a consciência que tem do peso da ciência, do pensamento, que
impede que a vida, que é tão breve, seja vivida inconsciente e _______.
Identifica
o desejo que o poeta expressa no final do poema (vv. 19-24).
No final do poema, o poeta exprime o desejo de se
deixar invadir e conduzir pelas sensações despertadas pela ______ — o céu, o
campo — e pelo canto da ceifeira. Este desejo de sentir equivale ao desejo de
não _____.
Veremos um sketch com ceifeiras (série Barbosa) que
nos mostra um «mundo ao contrário» do de Pessoa. A genuinidade das ceifeiras é
aqui procurada por um jornalista que, se não lhes inveja a inocência, pelo
menos acredita na sua espontaneidade, que pretende aproveitar numa reportagem
«etnográfica». Esta presunção de superioridade — o jornalista crê ser mais
racional do que a boa gente do campo, que julga submissa — vai ser beliscada
pela progressiva revelação das alegadas simples mulheres rústicas.
Passa ao poema, também do Pessoa ortónimo, «Gato
que brincas na rua» (na metade superior da p. 38). Porei no quadro o que pretendo
faças com ele:
Estabelece a relação entre os dois textos
(«Gato que brincas na rua» e «Ela canta, pobre ceifeira»), no que diz respeito
ao desejo impossível expresso em ambos — compatibilizar o sentir e o pensar.
Inclui umas duas ou três citações de «Gato que brincas na rua». Cerca de cem
palavras. A caneta.
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TPC — Lê no manual (pp. 32-33) o texto expositivo sobre Pessoa ortónimo (copio-no em Gaveta de Nuvens também).
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