Aula 51-52
Aula 51-52 (3/dez [1.ª, 3.ª])
Observações acerca dos contos devolvidos agora.
Vai
lendo o texto na p. 87 — uma apreciação crítica a filme cujo início veremos a
seguir —, circundando a melhor alínea de cada item. (Não uses, por favor, outras
páginas do manual nem quaisquer outros elementos.)
O primeiro
parágrafo veicula informação
a) correta,
porque é verdade que o filme em exibição se intitula Livro do Desassossego.
b)
incorreta, porque o filme exibido era o Filme
do Desassossego.
c) pouco
clara, porque, podendo estar a referir-se o livro, parece que Livro do Desassossego seria o título do
filme.
d) correta,
porque «Livro do Desassossego», no
contexto em que está, só pode reportar-se ao livro.
Em termos
aspetuais e temporais, a l. 1 do texto tem valor
a) perfetivo
e de anterioridade.
b)
iterativo e de posterioridade.
c) perfetivo
e de simultaneidade.
d) imperfetivo
e de anterioridade.
As aspas em
«infilmável» (l. 6) visam assinalar que
a) se trata
de citação de outrem.
b) a
palavra não deve ser tomada em sentido conotativo.
c) estamos
perante um neologismo (ou, pelo menos, palavra, digamos, criativa).
d) há
ironia.
«usa e
abusa do ponto de fuga e do lado mais forte do ecrã» (12-13) é
a)
elogioso.
b)
pejorativo.
c) irónico.
d) imperativo.
A função
sintática de «que» (l. 11) é a de
a)
modificador apositivo do nome.
b)
modificador restritivo do nome.
c) sujeito.
d)
complemento direto.
«Se a nível
plástico o Filme do Desassossego se
revela intenso» (l. 19) desempenha a função sintática de
a) modificador
do grupo verbal.
b)
modificador de frase.
c) sujeito.
d)
complemento oblíquo.
As aspas
que delimitam «narrativo» (l. 19) pretendem marcar que a palavra é usada
a) conotativamente.
b)
denotativamente.
c) enquanto
citação.
d) literalmente.
Pelo
primeiro período do terceiro parágrafo se percebe que o recensor do filme
a) considera
mais bem resolvidos os aspetos de intensidade do que os dramáticos.
b) valoriza
cirurgias plásticas e a contribuição da figura dos atores para a intensidade da
obra.
c) assinala
a dificuldade criada pela falta de enredo do original, que julga bem
ultrapassada.
d) elogia
aspetos estéticos, critica soluções ao nível da história propriamente dita.
Em termos
aspetuais, «estar a trabalhar» (l. 20) tem valor
a) habitual.
b)
perfetivo.
c)
imperfetivo.
d) genérico.
Nas linhas
21-25, Antero Eduardo Monteiro salienta
a) a
dificuldade em digerir, em cinema, o que, por escrito, permite receção bem
sucedida.
b) que o
discurso do Livro do Desassossego é
verborreico, não conseguimos segui-lo.
c)
permitirem os registos de Bernardo Soares reflexão e absorção.
d) o
caráter episódico de que se reveste o texto do Livro do Desassossego.
Na l. 23,
a) falta uma
vírgula a seguir ao travessão (e antes do «e»).
b) deveria
haver uma vírgula em vez do travessão.
c) não há
problemas claros de pontuação
d) deveria
haver vírgula a seguir ao «e».
Em «tornar a
“história” episódica» (l. 25), «a “história”» e «episódica» são,
respetivamente,
a)
complemento direto e modificador restritivo do nome.
b) complemento
oblíquo e modificador restritivo do nome.
c)
complemento direto e predicativo do complemento direto.
d) sujeito
e complemento do nome.
«Um pouco
mais longo do que o ideal» (ll. 25-26) é
a) uma
oração subordinada adverbial comparativa.
b) modificador
do grupo verbal.
c)
modificador apositivo do nome.
d)
modificador de frase.
Segundo as
três últimas linhas do penúltimo parágrafo, o cenário
a) alude à
época em que viveu Pessoa mas mistura-a com elementos atuais.
b) evoca o
início do século XX e inclui objetos seus contemporâneos.
c) é
intemporal.
d) integra
intemporais cocós de cão.
«cuja» (l.
27) tem como referente
a) «Cláudio
Silva».
b)
«protagonista».
c) «uma
ótima interpretação».
d)
concentração absoluta.
«na mente
de Bernardo Soares e nas suas deambulações por uma Lisboa [até «obra»]» (ll.
28-29) desempenha a função de
a) complemento
oblíquo.
b)
modificador do grupo verbal.
c)
modificador de frase.
d) predicado.
A oração
inicial do último parágrafo (a partir da l. 31) é
a) subordinada
adverbial temporal.
b) subordinada
adverbial consecutiva.
c) coordenada
adversativa.
d) subordinada
adverbial concessiva.
Nas linhas
finais (38-41), o recenseador considera que João Botelho
a) não foi
capaz de traduzir em filme o génio de Pessoa embora mostrasse proficiência em
termos técnicos.
b) ofuscou
(involuntariamente ou não) o texto pessoano, dadas insuficiências na arte
cinematográfica.
c) é
excessivo na celebração do génio de Pessoa, acabando, assim, por, não intencionalmente,
o desvalorizar.
d) é exagerado
na exibição da técnica cinematográfica, pelo que acaba por ofuscar a essência
do génio de Pessoa.
«pelo
talento do seu realizador» (ll. 40-41) desempenha a função de
a)
complemento agente da passiva.
b) complemento
oblíquo.
c) sujeito.
d) complemento
direto.
«que esta
fosse a intenção de João Botelho» (l. 41) é uma oração
a) subordinada
substantiva relativa.
b)
subordinada substantiva completiva.
c) subordinada
adjetiva relativa restritiva.
d)
subordinada adjetiva relativa explicativa.
Segundo
o que nos é dito no Filme do Desassossego,
de João Botelho, junto do poema de Fernando
Pessoa que copio em baixo estaria o apontamento que teria inspirado o Livro do Desassossego. Procura
transcrever o poema de Pessoa (ortónimo):
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E é verdade que, nessa folha, à direita, está escrito «O
titulo | Desassocego» (uso a ortografia de Pessoa), que poderia ter que ver com
o surgimento da ideia do LdoD, que
começa efetivamente por esta época.
Relaciona
o poema — que veremos entretanto em versão limpa — com alguma (ou várias) das
linhas temáticas que usámos para estudar o ortónimo. Cita o texto. (Nas pp.
32-33 do manual tens uma súmula dos temas por que é costume classificar a poesia
ortónima.)
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Como alguém já disse, Álvaro de Campos é o
«duplo extrovertido de Pessoa». Estas características
encontram-se quer em poemas de Campos quer em textos ortónimos:
Atitude de autoanálise
Tédio existencial
Inadaptação à vida
Evocação nostálgica da infância
Associação da inconsciência à felicidade
Oposição sonho-realidade
Dor de pensar
Na coluna à direita dos versos de
«Tabacaria», escreve a característica que cada um deles pode ilustrar (vá lá,
não escrevas abreviadamente, escreve por extenso):
Versos de «Tabacaria» |
Motivos Campos & Ortónimo |
«Não sou nada. / Nunca
serei nada. / Não posso querer ser nada.» (vv. 1-3) |
Tédio existencial |
«Olha que não há mais
metafísica no mundo senão chocolates. / Olha que as religiões todas não ensinam
mais que a confeitaria» (vv. 46-47) |
|
«Que sei eu do que serei,
eu que não sei o que sou? / Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!» (vv.
33-34) |
|
«Fiz de mim o que não
soube, / E o que podia fazer de mim não o fiz» (vv. 59-60) |
|
«Falhei em tudo. / Como
não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada» (vv. 25-26) |
|
«Come chocolates,
pequena» (v. 44) |
|
«À parte isso, tenho em
mim todos os sonhos do mundo» (v. 4) |
|
«Estou hoje vencido, como
se soubesse a verdade.» (v. 14) |
|
«Não, não creio em mim»
(v. 40) |
|
«Se eu casasse com a
filha da minha lavadeira / Talvez fosse feliz» (vv. 92-93) |
|
«Estou hoje dividido
entre a lealdade que devo / À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real
por fora, / E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro»
(vv. 22-24) |
|
«Mas eu penso e, ao tirar
o papel de prata, que é de folhas de estanho, / Deito tudo para o chão, como
tenho deitado a vida» (vv. 50-51) |
|
«Deito tudo para o chão,
como tenho deitado a vida» (v. 51) |
|
«Pudesse eu comer chocolates
com a mesma verdade com que comes» (v. 49) |
|
TPC —
Descarrega na Classroom a nova versão do conto.
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