Aula 49-50
Aula 49-50 (30/nov
[1.ª], 2/dez [3.ª])
Na
p. 31, à direita, lê «Não sei quantas almas tenho», de Fernando Pessoa ortónimo,
para completares a minha síntese:
Cerca de metade deste poema
é uma série de declarações da estranheza do poeta por si mesmo («Não sei quantas
almas tenho»; «___________»; «____________»; «Diverso, móbil e só, não sei
sentir-me onde estou»). Entretanto, os versos «Sou minha própria paisagem» e
«vou lendo / como páginas meu ser» servem de metáfora da necessidade que o poeta
tem de se __________. Também remetem para a fragmentação do eu, na medida em que parecem supor uma consciência
_________ ao próprio poeta (que o pudesse observar de fora).
Transcrevo agora uma
análise do mesmo poema (tirada de Ângela Campos e Cidália Fernandes, Fernando Pessoa. Poesia em Análise,
Lisboa, Plátano, 2006), a que retirei apenas, para os preencheres tu, termos de versificação ou metalinguísticos:
Podemos encontrar no _______ dois momentos significativos.
No primeiro momento (as duas primeiras _______), o sujeito
poético reconhece‑se como um ser multifacetado, que continuamente se vai revelando,
resultando daí uma espécie de desencanto consigo mesmo («Nunca me vi nem achei»).
Este ser excessivo vai criar uma grande inquietação no _______ poético («Quem
tem alma não tem calma», «Não sei sentir-me onde estou») e, ao mesmo tempo, uma
distanciação, responsável por uma postura passiva em relação ao desfile dos
outros eus.
O segundo momento (última _______), introduzido pelo _______
«por isso», constitui uma sequência relativamente ao primeiro, tentativa de
conhecimento de si próprio como se de um livro se tratasse: «vou lendo / Como
páginas, meu ser». O resultado é, porém, um estranhamento, acabando por
responsabilizar Deus pelo ato de escrita, que lhe pertence. Numa atitude de
humildade, o sujeito _______ não atribui a si próprio o mérito do ato de
criação. Saliente-se ainda a atitude de alheamento do poeta, responsável pelo
sentimento de solidão.
Os sentimentos que dominam o sujeito poético são a angústia e
a inquietação, provocados pela incapacidade de controlar as várias manifestações
do seu eu. As ________ que melhor documentam este estado de espírito são «Quem
tem alma não tem calma» e «Assisto à minha passagem / Diverso, móbil e só». O
_______ que melhor sintetiza o conteúdo do poema é «Continuamente me estranho».
A nível formal verifica-se uma certa regularidade _______
(três oitavas), _______ (redondilha maior) e ________ (rima cruzada e emparelhada),
a qual nos pode remeter para a ideia de regularidade de fragmentação do eu
poético. Esta regularidade a nível formal pode justificar-se ainda por uma
necessidade de busca de unidade.
Faz
corresponder a cada segmento da textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modo a obteres uma afirmação adequada ao sentido da última
estrofe do texto. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez [exercício gentilmente cedido por Expressões
12]:
a = ___;
b = ___; c = ___; d = ___; e = ___.
Um curto poema de Mário
de Sá-Carneiro, de fevereiro de 1914 (ou seja, contemporâneo do
surgimento oficial dos heterónimos de Pessoa, o «dia triunfal», 8-3-1914)
evidencia os mesmos desconhecimento e estranheza do eu face a si próprio,
fragmentação interior que os determina e sentimentos do sujeito poético em
relação à sua personalidade:
Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro.
[este cartoon
é ideia de Expressões 12:]
Depois de vermos parte do segundo episódio
de O Programa do Aleixo, série 2, na
linha sob os constituintes destacados identifica a função sintática que
desempenham.
Já conheces textos «deambulatórios». Lemos o ano passado
poemas de Cesário Verde em que o sujeito poético vai observando o contexto e
refletindo sobre ele, ou pensando em si próprio, à medida que passeia pela
cidade. No Livro de Desassossego,
de Fernando
Pessoa/Bernardo Soares, temos processo semelhante, ainda que em
prosa — aliás, prosa poética. Dá um relance, só para perceberes o estilo a que
aludo, ao texto na p. 85 («Tudo é absurdo»). {direi em slide o que pretendo exatamente}
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Vê a versão corrigida das fichas 28(Funções sintáticas) e 25 (Complemento e modificadores do nome) do Caderno de atividades que reproduzirei
em Gaveta de Nuvens.
#
<< Home