Monday, September 06, 2021

Aula 143-144

Aula 143-144 (13/mai [1.ª, 3.ª]) Correção da redação de Grupo III sobre importância da formação em artes.

Continuemos as sínteses de capítulos surripiadas a um manual da Leya:

VIII (resto) — (m.) ______ marca um encontro com Ricardo Reis, no Alto de Santa Catarina. Enquanto aguarda por ela, Reis é "visitado" por Fernando Pessoa que o questiona sobre as suas relações amorosas. Durante o encontro, a filha do doutor Sampaio pede a Ricardo Reis que lhe escreva a dar notícias da entrevista para que fora intimado.

IX — Ricardo Reis vai à polícia e é interrogado num clima de suspeição. Regressado ao hotel, diz a Lídia que tudo correu bem e escreve a Marcenda tranquilizando-a. Mais tarde, informa a criada de que vai deixar o Bragança, e esta prontifica-se a ir visitá-lo nos seus dias de folga. Ricardo Reis aluga casa (n.) _______ defronte à estátua (o.) _______.

Tendo lido «A Contrafé» na última sexta-feira, podem hoje reler na diagonal o passo consequente, o interrogatório nas instalações da PVDE. Eram estas na Rua António Maria Cardoso, que ficou para sempre a isso associada. A «António Maria Cardoso» ainda é, para a minha geração ou para a anterior, metonímia de PIDE. Hoje esse prédio está transformado em apartamentos.

O texto intitula-se «Na sede da PVDE», está nas pp. 270 a 274 do manual, é portanto longo, mas já o conhecerão pela leitura do próprio livro de Saramago.

Na p. 270, a partir da l. 25, ainda se refere brevemente o caminho entre o Hotel Bragança e a PVDE, na Rua António Maria Cardoso. Mas o percurso está mais bem descrito ainda na parte que lemos na última aula (na voz de Salvador, que o explica a Reis):

«primeiro sobe a Rua do Alecrim até à esquina da igreja, depois vira à direita, ainda outra vez à direita, adiante há um cinema, o Chiado Terrasse, do outro lado da rua está o Teatro de S. Luís, rei de França, são bons lugares para distrair-se uma pessoa, artes de luz e de palco, a polícia é logo a seguir, não tem nada que errar, ou terá sido por ter errado tanto que o chamaram cá» (p. 268 do manual).

Em vez de respondermos às perguntas na p. 274, vejamos este quadro que já reúne o fundamental, que é a caracterização das várias sequências do texto. Acrescentarás apenas, na coluna da direita, as palavras em falta.

linhas

sequência

comentário

1-25

argumentativa

Como acontece em textos argumentativos, defende-se uma tese, a de que a natureza não é indiferente às «dores e sentimentos humanos», apresentando-se o _______ de não poder justificar-se de outro modo o temporal que atingia o país há tanto tempo e dando-se exemplos (a raiva, no Alentejo; as bexigas, o tifo, «as duzentas pessoas que vivem em três andares», no Porto; a ida de Ricardo Reis à sede da _____).

25-72

narrativa

Como é próprio das sequências narrativas, são usados diversos verbos que indicam ações («vai», «soprando», «virar», «entra», «mostra», «foi», «leva», «precipitou-se», «travou», «Seguiu», «bateu», «abriu-a», «ordenou», «pousou-a», «lançou-lhe», «Tirou», «soergueu-se», «leu», «comparou», «tomou», «colocou») conjugados no presente do indicativo e no ______ perfeito. São usados advérbios com valor de tempo («agora», «ainda», «depois», «enfim», «depois», «agora», «agora sim») e de ______ Aqui», «daqui», «por ali», «ali perto»).

73-163

dialogal

O narrador dá a palavra às personagens, num diálogo que parece considerar suficientemente esclarecedor para dispensar comentários. O inquérito, considerado pelo próprio Reis como «mais de devassa que de conversa», cobre a vida pessoal, sem qualquer justificação, criando ciladas e procurando contradições. Esta sequência dialogal termina com intervenção de ______, cujo cheiro intenso a cebola e a náusea que provoca podem servir de metáforas para o ambiente pestilento da opressão e do seu efeito sobre as vítimas.

164-178

descritiva

Nestas linhas, o ______ exprime finalmente a sua posição perante o sucedido. Com efeito, o desejo expresso de um terramoto e, sobretudo, a dúvida sobre se os ossos do agente e do seu superior algum dia poderiam considerar-se «limpos» são elucidativos do ponto de vista do narrador.

Dá um título (um título-frase, quase uma epígrafe) ao texto que estivemos a reler e a que as autoras do manual chamaram «Na sede da PVDE». O teu título-frase deve ser expressivo, mostrar compreensão do texto e ter uma oração subordinada adverbial (temporal, causal, condicional, final, concessiva), seguindo-se a respetiva subordinante.

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A prova de exame de há dois anos, 1.ª fase, tinha uma pergunta sobre O Ano da Morte de Ricardo Reis, precisamente sobre a importância do enquadramento histórico e sociológico. Repara que a pergunta apresentava em alternativa O Ano da Morte de Ricardo Reis e Memorial do Convento, porque as escolas podem optar por uma destas duas obras de Saramago. (Isto aliás lembra-nos que podem fazer o mesmo com outras obras de leitura integral — Farsa de Inês Pereira ou Auto da Feira, de Gil Vicente; Os Maias ou A Ilustre Casa de Ramires, de Eça de Queirós — ou mesmo com Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco.) Era uma pergunta do Grupo I, mas da parte C, aquela que implica escrever sobre assunto literário mas sem texto prévio:

[Prova de exame 2019, 1.ª fase]

Grupo I, Parte C

7. Do diálogo de José Saramago com o «passado» emerge, em romances como Memorial do Convento e O Ano da Morte de Ricardo Reis, uma visão crítica sobre o tempo histórico representado e sobre a sociedade desse tempo. Escreva uma breve exposição na qual comprove a afirmação anterior, baseando-se na sua experiência de leitura de um dos romances mencionados.

A sua exposição deve incluir:

uma introdução ao tema;

um desenvolvimento no qual explicite dois aspetos que são objeto de crítica pelo narrador, fundamentando cada um desses aspetos em, pelo menos, um exemplo pertinente;

uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Comece por indicar, na folha de respostas, o título da obra por si selecionada.

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Explicita nesta folha se vais fazer o exame de Português, circundando o que corresponda à tua situação: Vou / Não vou / Ainda não sei bem.

 

 

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