Monday, September 06, 2021

Aula 139-140

Aula 139-140 (6/mai [1.ª, 3.ª]) Vamos continuar com trechos de O Ano da Morte de Ricardo Reis, mas saltando muitas páginas desde os textos que víramos, que chegavam só até ao cap. III. Podemos até dizer que esses primeiros três capítulos terão ficado razoavelmente compreendidos só por estas aulas. Porém, a partir de agora, há mesmo que ter lido de fio a pavio o livro de Saramago, porque os textos que o manual vai dando já são de capítulos distantes.

O texto de hoje, «A contrafé» (p. 268 do manual), é do cap. VIII. É boa altura para voltar a relancear as tabelas nas pp. 246-248, aliás só as das pp. 246-247, que a p. 248 já respeita a capítulos muito posteriores.

Podemos também recordar o que se passa até esta parte da obra, lendo e preenchendo estas sínteses lacunares de cada capítulo (que surripiei a um manual da Leya):

I — Ao fim de dezasseis anos no Brasil, Ricardo Reis desembarca em (a.) _______ e hospeda-se no Hotel Bragança, onde vê, pela primeira vez, (b.) ________, figura que lhe desperta interesse por ter a mão esquerda (c.) _______.

II — Ricardo Reis lê jornais para se inteirar das notícias sobre a morte de (d.) ________ e, posteriormente, visita o túmulo do poeta no Cemitério dos Prazeres. Já no Bragança, contacta pela primeira vez com (e.) ______, criada do hotel, cujo nome o deixa surpreso.

III — Ricardo Reis presencia o “bodo do Século”, onde foram distribuídos dez escudos a cada um de mais de mil necessitados. Na noite da passagem de ano, depois de regressar do Rossio, Reis depara-se no quarto com a visita de (f.) ________, que o informa de que tem ainda oito meses para circular à vontade no mundo dos vivos.

IV — Ricardo Reis tem o primeiro contacto físico com Lídia — põe-lhe a mão no braço — e diz-lhe que a acha bonita. No entanto, estes atos fazem-no sentir-se ridículo. Fernando Pessoa volta a encontrar-se com Ricardo Reis, na esquina da rua de Santa Justa, e os dois conversam sobre a multiplicidade de eus e sobre (g.) _______. Ricardo Reis envolve-se com a criada, que entra no seu quarto, durante a noite, deitando-se com ele.

V — Ricardo Reis vai ao Teatro D. Maria com a intenção de travar conhecimento com o doutor Sampaio e com (h.) ________. À noite, recebe a visita de Fernando Pessoa no seu quarto e os dois falam sobre Lídia e sobre o fingimento. Lídia volta a dormir com Ricardo Reis.

VI — Ricardo Reis e Marcenda conversam na sala de estar do hotel sobre a sua debilidade física e a jovem pede-lhe a sua opinião profissional. Nessa noite, Ricardo Reis janta com o doutor Sampaio e com Marcenda e (i.) ________ não o visita porque está com ciúmes.

VII — Ricardo Reis lê (j.) _________, obra que lhe foi recomendada pelo doutor Sampaio e que relata a lealdade da jovem Marília ao sistema. Lídia volta a dormir com Ricardo Reis ao fim de cinco dias. Ricardo Reis encontra Fernando Pessoa num café do bairro e, a propósito da vitória da esquerda em Espanha, falam sobre (k.) __________ e o regresso de Reis a Portugal.

VIII (só metade) — Ricardo Reis fica doente, com febre, e Lídia dispensa-lhe todos os cuidados. Dias depois, ele recebe uma intimação para se apresentar (l.) ________, situação que desperta a desconfiança entre o pessoal e entre os hóspedes do hotel. Lídia fica preocupada e tenta prevenir Reis das práticas dessa instituição.

Vamos então ao texto nas pp. 268-269 do manual, a que as autoras deram o título «A contrafé». Vê o significado de «contrafé» (copio, adaptado, o verbete do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, 2001):

contrafé [kõtrαfέ], n. f. (De contra- + ). Jur. Cópia autêntica de convocação ou intimação judicial que se entrega à pessoa citada. Recebeu uma contrafé para se apresentar no tribunal.

Responde à pergunta 1 (p. 269), aliás completa as citações na resposta que copio:

1. Caracteriza, fundamentando, as reações provocadas pela chegada de tal documento [a contrafé].

R.: Em Ricardo Reis, o documento causa inicialmente espanto, seguido de temor — «disfarçando as maiúsculas por serem _______». Entretanto, Salvador mostra perturbação e desconfiança do hóspede («a expressão de Salvador, a mão dele que parece tremer um pouco», «do _______ Salvador»). Quanto ao «pessoal do hotel», a reação é idêntica, de desconfiança e medo: «verá como o vão olhar os empregados, como ________». Por seu lado, Lídia revela medo, preocupação com o que possa acontecer-lhe —«está ______ a pobre rapariga».

Quanto à pergunta 2, bastará completares a resposta lacunar com as preposições (ou contrações com preposição) em falta:

2. Explica em que medida a situação pontual narrada ilustra o ambiente vivido na sociedade portuguesa do Estado Novo.

R.: O incidente ilustra a vida ____ um regime repressivo, vigiada ____ polícia política e dominada ____ medo, que leva ____ desconfiança e afastamento ____ quem possa estar ____ suspeita.

Da pergunta 3/3.1 podemos ler a resposta, sem nenhum exercício em especial:

3./3.1 Verifica, no diálogo com Lídia, a sobreposição de dois planos narrativos. No segundo, e usando apenas nomes, aponta as emoções despertadas em Ricardo Reis.

R.: No diálogo sobrepõem-se o plano respeitante às representações do século XX e o que se refere às representações do amor. Emoções assinaláveis seriam a dor, a culpa, a vergonha, entre decerto várias outras possíveis.

Quanto à pergunta 4, não a podemos resolver, porque está mal feita. Confunde-se o uso que Saramago faz da pontuação com a existência de discurso indireto livre. Ora não há discurso indireto livre neste texto.

Leituras em voz alta (LC).

Escreve sobre algum aspeto de O ano da morte de Ricardo Reis a partir de analogia(s) que encontres com o passo «A cara de Susana», de O Último a Sair. O comentário terá de incluir pelo menos uma citação do romance de Saramago. Entre 120 e 150 palavras. A tinta.

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TPC — [Talvez venha a pôr no blogue o prometido rol de tarefas para este final do ano.]

 

 

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