Aula 139-140
Aula
139-140 (6/mai [1.ª, 3.ª]) Vamos continuar com trechos de O Ano da Morte de Ricardo Reis,
mas saltando muitas páginas desde os textos que víramos, que chegavam só até ao
cap. III. Podemos até dizer que esses primeiros três capítulos terão ficado
razoavelmente compreendidos só por estas aulas. Porém, a partir de agora, há
mesmo que ter lido de fio a pavio o livro de Saramago, porque os textos que o
manual vai dando já são de capítulos distantes.
O texto de hoje, «A contrafé» (p. 268 do manual), é
do cap. VIII. É boa altura para voltar a relancear as tabelas nas pp. 246-248,
aliás só as das pp. 246-247, que a p. 248 já respeita a capítulos muito
posteriores.
Podemos também recordar o que se passa até esta
parte da obra, lendo e preenchendo estas sínteses lacunares de cada capítulo (que
surripiei a um manual da Leya):
I —
Ao fim de dezasseis anos no Brasil, Ricardo Reis desembarca em (a.) _______
e hospeda-se no Hotel Bragança, onde vê, pela primeira vez, (b.) ________,
figura que lhe desperta interesse por ter a mão esquerda (c.) _______.
II —
Ricardo Reis lê jornais para se inteirar das notícias sobre a morte de (d.)
________ e, posteriormente, visita o túmulo do poeta no Cemitério dos Prazeres.
Já no Bragança, contacta pela primeira vez com (e.) ______, criada do
hotel, cujo nome o deixa surpreso.
III —
Ricardo Reis presencia o “bodo do Século”, onde foram distribuídos dez escudos
a cada um de mais de mil necessitados. Na noite da passagem de ano, depois de
regressar do Rossio, Reis depara-se no quarto com a visita de (f.) ________,
que o informa de que tem ainda oito meses para circular à vontade no mundo dos
vivos.
IV —
Ricardo Reis tem o primeiro contacto físico com Lídia — põe-lhe a mão no braço
— e diz-lhe que a acha bonita. No entanto, estes atos fazem-no sentir-se
ridículo. Fernando Pessoa volta a encontrar-se com Ricardo Reis, na esquina da
rua de Santa Justa, e os dois conversam sobre a multiplicidade de eus e sobre (g.)
_______. Ricardo Reis envolve-se com a criada, que entra no seu quarto, durante
a noite, deitando-se com ele.
V —
Ricardo Reis vai ao Teatro D. Maria com a intenção de travar conhecimento com o
doutor Sampaio e com (h.) ________. À noite, recebe a visita de
Fernando Pessoa no seu quarto e os dois falam sobre Lídia e sobre o fingimento.
Lídia volta a dormir com Ricardo Reis.
VI —
Ricardo Reis e Marcenda conversam na sala de estar do hotel sobre a sua debilidade
física e a jovem pede-lhe a sua opinião profissional. Nessa noite, Ricardo Reis
janta com o doutor Sampaio e com Marcenda e (i.) ________ não o visita
porque está com ciúmes.
VII —
Ricardo Reis lê (j.) _________, obra que lhe foi recomendada pelo doutor
Sampaio e que relata a lealdade da jovem Marília ao sistema. Lídia volta a
dormir com Ricardo Reis ao fim de cinco dias. Ricardo Reis encontra Fernando
Pessoa num café do bairro e, a propósito da vitória da esquerda em Espanha,
falam sobre (k.) __________ e o regresso de Reis a Portugal.
VIII (só
metade) — Ricardo Reis fica doente, com febre, e Lídia dispensa-lhe todos os
cuidados. Dias depois, ele recebe uma intimação para se apresentar (l.) ________,
situação que desperta a desconfiança entre o pessoal e entre os hóspedes do
hotel. Lídia fica preocupada e tenta prevenir Reis das práticas dessa
instituição.
Vamos então ao texto nas pp. 268-269
do manual, a que as autoras deram o título «A contrafé». Vê o significado de
«contrafé» (copio, adaptado, o verbete do Dicionário da Língua Portuguesa
Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, 2001):
contrafé
[kõtrαfέ], n. f. (De contra- + fé). Jur. Cópia
autêntica de convocação ou intimação judicial que se entrega à pessoa citada. Recebeu
uma contrafé para se apresentar no tribunal.
Responde à pergunta 1 (p. 269), aliás completa as citações na
resposta que copio:
1.
Caracteriza, fundamentando, as reações provocadas pela chegada de tal documento
[a contrafé].
R.: Em
Ricardo Reis, o documento causa inicialmente espanto, seguido de temor — «disfarçando
as maiúsculas por serem _______». Entretanto, Salvador mostra perturbação e
desconfiança do hóspede («a expressão de Salvador, a mão dele que parece tremer
um pouco», «do _______ Salvador»). Quanto ao «pessoal do hotel», a reação é
idêntica, de desconfiança e medo: «verá como o vão olhar os empregados, como
________». Por seu lado, Lídia revela medo, preocupação com o que possa
acontecer-lhe —«está ______ a pobre rapariga».
Quanto
à pergunta 2, bastará completares a resposta lacunar com as preposições
(ou contrações com preposição) em falta:
2.
Explica em que medida a situação pontual narrada ilustra o ambiente vivido na
sociedade portuguesa do Estado Novo.
R.: O
incidente ilustra a vida ____ um regime repressivo, vigiada ____ polícia
política e dominada ____ medo, que leva ____ desconfiança e afastamento ____
quem possa estar ____ suspeita.
Da pergunta 3/3.1 podemos ler a resposta, sem nenhum exercício
em especial:
3./3.1 Verifica,
no diálogo com Lídia, a sobreposição de dois planos narrativos. No segundo, e
usando apenas nomes, aponta as emoções despertadas em Ricardo Reis.
R.: No
diálogo sobrepõem-se o plano respeitante às representações do século XX e o que
se refere às representações do amor. Emoções assinaláveis seriam a dor, a culpa,
a vergonha, entre decerto várias outras possíveis.
Quanto
à pergunta 4, não a podemos resolver, porque está mal feita. Confunde-se
o uso que Saramago faz da pontuação com a existência de discurso indireto
livre. Ora não há discurso indireto livre neste texto.
Leituras em voz alta
(LC).
Escreve sobre algum aspeto de O ano da
morte de Ricardo Reis a partir de analogia(s) que encontres com o passo «A
cara de Susana», de O Último a Sair. O comentário terá de incluir pelo
menos uma citação do romance de Saramago. Entre 120 e 150
palavras. A tinta.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . .
TPC — [Talvez venha a pôr no blogue o prometido rol de tarefas para
este final do ano.]
#
<< Home