Monday, September 06, 2021

Aula 119-120

Aula 119-120 (1/abr [1.ª, 3.ª]) Correção dos comentário comparativo entre «Paizinho» e «Pequena elegia de setembro».

Seguem-se as quatro versões de um trabalho sobre gramática (funções sintáticas). Ponho primeiro o enunciado comum às quatro versões:

Sem consultares outros elementos além desta folha, classifica quanto à função sintática (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome, complemento do nome; complemento do adjetivo) os segmentos sublinhados. Não é obrigatório que estejam representadas todas as funções e pode haver funções que apareçam mais do que uma vez.

 

Versão com Bruno

 

Sacaninhas, para a próxima, estudem mais gramática.

vocativo

Bruno olhou-nos com o ódio de um louco.

 

Os franceses acharam Albuquerque um herói.

 

O mítico Jorge Jesus já chegou à Arábia Saudita.

 

Jacinto, não frequentarás o casino esta noite.

 

Se morresse, Jorge de Albuquerque seria comido pela tripulação.

 

O chinês, obcecado por apostas, consultou as odds da UELVA.

 

Scolari nomeará capitão de equipa o Paulinho.

 

Fala-me, musa, do homem astuto que tanto vagueou.

 

Desta sopa eu gosto.

 

Este ano ocorrerão muitos incêndios.

 

Lá terminou o secante discurso que demorou três cantos.

 

A contribuição de Portugal para o orçamento europeu é escassa.

 

Os jogadores marroquinos estarão em jejum.

 

Meus caros, a convicção de que faltavam cocós de cão estava errada.

 

Se pensarmos bem, Briony até é boa rapariga.

 

Comemos mais quando chove.

 

Encomendei as garoupas que me recomendaste.

 

Quem sabe sabe.

 

É uma seca estar apaixonado.

 

Saudaram-nos efusivamente.

 

 

Versão com iguana

 

Sacaninhas, para a próxima, estudem mais gramática.

vocativo

Beijo-te, minha querida iguana venenosa.

 

Camões, eu dou-te inspiração.

 

A Mesa da Assembleia Geral declarou Bruno destituído.

 

A Nau Santo António regressou ao ponto de partida.

 

Na Ilha dos Amores, as ninfas corriam pela floresta.

 

Os alunos, preocupados com a falta de cocós de cão, gritavam.

 

Marta Soares nomeou presidente de uma comissão Henrique Monteiro.

 

Albuquerque quis agradecer a Atouguia tê-lo salvo.

 

Lembro-me do camelo sorridente de Agadir.

 

Ontem, no Estádio da Luz, estavam Dona Dolores Aveiro e Georgina.

 

A escassez de combustível era gritante.

 

Fiquem quietos, que eu já venho, e não copiem.

 

A convicção de que a Uelva tem corruptos no seu seio está disseminada.

 

Rodrigo de Atouguia, que era da Atouguia, socorreu-os.

 

Acham-me triste?

 

É bué fixe errar respostas.

 

Quem tudo quer tudo perde.

 

Entreguei as armas que Zelensky requisitou.

 

Morremos cedo porque a vida é bela.

 

Ainda que Robbie nada fizesse, Briony ficou ciumenta.

 

 

Versão com cobardolas

 

Sacaninhas, para a próxima, estudem mais gramática.

vocativo

Os corsários julgaram os portugueses uns cobardolas.

 

Se morrer, comam-me à vontade — disse Albuquerque.

 

Já chegámos ao Brasil?

 

A nostalgia dos anos oitenta domina 1986.

 

Capitão, comemos os cadáveres?

 

— As ninfas escaparam-se-nos — lamentou Leonardo.

 

A UELVA declarou improcedente o recurso de Afonso.

 

Dos livros de viagens de Bill Bryson gosto bastante.

 

Esta sexta começará o Mundial da FILVA.

 

Bruno esclareceu os sócios durante seis horas secantes.

 

A absolvição do réu desesperou-me.

 

Parecem muitos asseados os camelos de Agadir.

 

Permaneceram na carcaça da nau os esfomeados portugueses.

 

Choravam, angustiados com a falta de itens com cocó de cão.

 

Embora Cee seja sua irmã, Briony é loura.

 

O gato roubou-te o peixe enquanto jantávamos.

 

Adorei o filme que o crítico detestou.

 

Quem vai ao mar perde o lugar.

 

É uma pena ter de te deixar.

 

O esquimó roubou-nos.

 

 

Versão com animal nojento

 

Sacaninhas, para a próxima, estudem mais gramática.

vocativo

Abraça-me, estúpido animal nojento e doce.

 

Efetivamente, é assim.

 

Considero Ryan burra que dói.

 

A seleção de Portugal já foi para Moscovo.

 

Contente com o seu cocó, o camelo ria-se.

 

O professor tratou como sacaninhas os seus alunos.

 

Continua a sorrir o camelo de Agadir.

 

Não me esqueço dos prémios Tia Albertina.

 

Esta semana fecha a Feira do Livro e ainda não fui lá.

 

A ambição de fazendas cegava o Samorim.

 

Na recolha de rolhas, a colaboração dos alunos é essencial.

 

Digo-vos, têm aqui um complemento direto.

 

Jorge de Albuquerque permaneceu na luta contra os franceses.

 

Na capitania, Albuquerque mostrara ser bom chefe militar.

 

Consideram-me burro.

 

Já é habitual estarmos em desacordo.

 

Comprei o DVD que a FNAC promovia.

 

Quem ama tem medo de perder.

 

Quando a esmola é muita, o pobre desconfia.

 

Se acharem bem, saltamos esta parte do filme.

 

«Os maridos das outras» (Miguel Araújo)

Toda a gente sabe que os homens são brutos

Que deixam camas por fazer

E coisas por dizer.

 

São muito pouco astutos, muito pouco astutos.

Toda a gente sabe que os homens são brutos.

 

Toda a gente sabe que os homens são feios

Deixam conversas por acabar

E roupa por apanhar.

 

E vêm com rodeios, vêm com rodeios.

Toda a gente sabe que os homens são feios.

 

Mas os maridos das outras não

Porque os maridos das outras são

O arquétipo da perfeição

O pináculo da criação.

 

Dóceis criaturas, de outra espécie qualquer

Que servem para fazer felizes as amigas da mulher.

E tudo os que os homens não...

Tudo que os homens não...

Tudo que os homens não...

 

Os maridos das outras são

Os maridos das outras são.

 

Toda a gente sabe que os homens são lixo

Gostam de músicas de que ninguém gosta

Nunca deixam a mesa posta.

 

Abaixo de bicho, abaixo de bicho.

Toda a gente sabe que os homens são lixo.

 

Toda a gente sabe que os homens são animais

Que cheiram muito a vinho

E nunca sabem o caminho.

 

Na na na na na na, na na na na na.

Toda a gente sabe que os homens são animais.

 

Mas os maridos das outras não

Porque os maridos das outras são

O arquétipo da perfeição

O pináculo da criação.

 

Amáveis criaturas, de outra espécie qualquer

Que servem para fazer felizes as amigas da mulher.

E tudo os que os homens não...

Tudo que os homens não...

Tudo que os homens não...

 

Os maridos das outras são

Os maridos das outras são

Os maridos das outras são.

Vai ouvindo a canção cuja letra pus em cima. Relaciona-a com o tópico essencial da parte da Farsa de Inês Pereira que se transcreve. Inclui, pelo menos, uma citação da peça.



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[Solução possível:]

A canção de Miguel Araújo remete para um perfil ideal de marido, inalcançável (que se opõe ao que «[t]oda a gente sabe que os homens são»). Esse marido virtual, que parece só um produto do ressentimento de quem tem os maridos reais, lembra a demanda de Inês Pereira por um homem «discreto», «que saiba tanger viola».

Ficará ela a perceber que, afinal, todos os homens são «brutos», «lixo», «animais»? É verdade que as expetativas de Inês já estão circunscritas, uma vez que diz não se importar que o pretendente seja «mal feito, feo, pobre» e até está disposta a pouco comer e beber («com ua borda de boleima / e ua vez d’água fria / nam quero mais cada dia»).

Liga dos Campeões

 

 

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