Aula 110-111
Aula
110-111 (18/mar [1.ª, 3.ª]) Correção
do questionário de compreensão sobre apreciação crítica de Clara Ferreira Alves
(cfr. Apresentação).
O quadro seguinte resume os Processos
fonológicos (também chamados, por vezes, fenómenos, ou acidentes, fonéticos).
Os exemplos que pus são quer da variação geográfica e social do
português, quer da diacronia (dentro do português e do
latim ao português). No manual, a p. 4 do anexo ocupa-se desta matéria.
Como vimos nas duas entrevistas recuperadas
em «Diz que é uma espécie de magazine...», as palavras atuais também sofrem
alterações fonéticas, tal como aconteceu ao longo do percurso entre latim e
português do século XXI. Vai lendo e completando.
* = forma incorreta || arc. = forma arcaica (antiga) || pg. =
português || ingl. = inglês || étimo latino
de |
para |
houve |
que podemos descrever assim |
pílula |
*pírula |
dissimilação |
evita-se a semelhança que
havia entre dois sons. Neste caso particular, um dos sons [l] passou a __. |
fizeram-lo (arc.) |
fizeram-____ |
_____ |
ao contrário do que
acontece na dissimilação, na assimilação
um som aproxima-se das características dum som vizinho. Por exemplo, o
pronome (lo) passa a ligar-se ao
verbo por uma consoante nasal (n),
porque assim se assemelha ao som nasal da última sílaba do verbo. |
_____ |
*câmbria |
metátese |
houve a transposição do i da primeira sílaba para a segunda
(há uma metátese quando um som
muda o seu lugar dentro da palavra). |
crudu |
cruu (arc.) |
_____ |
síncope é a perda de um som a meio da palavra. Neste caso, uma
consoante que havia na palavra latina «crudu», -d-, desapareceu na palavra portuguesa arcaica «cruu» (que
aliás, depois, ainda evoluiria para «cru»).
|
cruu (arc.) |
cru |
crase |
a crase é a contração de vogais num único som. |
a + a; a + as |
à; às |
_____ |
a contração da preposição
«a» com o _____ definido «a» e «as» é a crase mais frequente. |
tio |
*tiu |
sinérese |
tal como a crase, a sinérese também contrai duas ____, só
que tornando as duas vogais num ditongo (neste caso: i-o > iu). |
sic |
si (arc.) |
_____ |
apócope é a perda de um som ou sílaba finais. No exemplo, a palavra
latina «sic» veio a dar «si» (que, depois, evoluiu para sim). |
Alandroal |
*Landroal |
aférese |
aférese é a perda dos sons do
_____ de uma palavra. |
você |
cê |
_____ |
esta pronúncia pode acontecer
no Brasil. |
portanto |
*ptanto |
_____ |
o autarca que ouvimos não
pronunciava um som a meio da palavra. |
precisamente |
*samente |
_____ |
o médico que ouvimos
omitia o início do advérbio. |
______ |
*iguinorante |
epêntese |
a epêntese é o desenvolvimento de um som a meio da palavra. Neste
caso, a vogal inserida, i, desfez
um grupo que não é natural no português, gn,
criando uma sequência mais conforme ao nosso padrão (estas epênteses são
comuns no Brasil). |
pneu |
*peneu |
_____ |
de novo um grupo de
consoantes demasiado erudito (-PN-) a ser desfeito pela inserção de uma vogal
(em Portugal, produzimos um e; os
brasileiros podem inserir um i
[*pineu]). |
______ |
*céquisso (no pg. do
Brasil) |
epêntese |
aqui o par de consoantes
desfeito foi o que existia escondido na letra <x>, os sons ks. |
sport (ingl.) |
esporte |
_____ |
o
desenvolvimento de um som no início da palavra é uma prótese. Os brasileiros costumam fazer esta adaptação aos
empréstimos começados por s-
seguido de consoante (snob > esnobe), enquanto em Portugal é mais
comum a manutenção da sequência estrangeira (snob). |
mora |
amora |
_____ |
a palavra portuguesa que
descendeu da palavra latina _____ tem um som inicial que não havia no seu
étimo. |
alguidar |
*alguidare |
_____ |
a paragoge é o desenvolvimento de som no final da palavra. É comum
na pronúncia alentejana. |
estar |
*______ |
_____ |
a não ser em situações
formais, raramente dizemos a primeira sílaba das formas do verbo «estar» (na
escrita temos de ter cuidado!). |
ski (ingl.) |
esqui |
_____ |
na adaptação do
anglicismo ao português acrescentou-se um som no _____ da palavra. |
______ |
*segundária |
sonorização |
este erro, que vejo em
redações, comprova a tendência para, em certos contextos, as consoantes
surdas passarem a sonoras. |
Completa esta cábula do que estivemos a ver
(pode ser útil a p. 4 do anexo):
Processos fonológicos
adição (inserção de sons)
no princípio: _______
no meio: _______
no final: _______
supressão (perda de sons)
no princípio: _______
no meio: _______
no final: _______
alteração (mudança de sons)
aproximação, em termos de semelhança, a um
som vizinho: _______
diferenciação relativamente a um som
vizinho: ______
contração de duas vogais numa só: ______
contração de duas vogais num ditongo:
______
passagem de uma consoante surda a sonora:
_______
evolução para um som palatal: palatalização
transformação de uma consoante em vogal: vocalização
enfraquecimento de uma vogal em posição
átona: redução vocálica
transposição
passagem de um som para outro ponto da
palavra: _______
Itens com funções sintáticas em exames
nacionais dos últimos tempos
2019,
1.ª fase
[trecho do texto que era usado:]
Temos de ser capazes
de perceber que tal e tal caminho não nos conduzem na direção ambicionada, ou
que tal e tal combinação de palavras, cores ou números não se aproxima
da visão intuída na nossa mente. Recordamos com orgulho os momentos em que
os nossos inspirados Arquimedes gritam «Eureca!» no banho; somos menos
propensos a recordar os muitos mais momentos em que eles, como o pintor
Frenhofer da história de Balzac, olham para a sua obra-prima desconhecida e
dizem: «Nada, nada!... Não terei produzido nada!».]
6. Identifique
as funções sintáticas desempenhadas pelas expressões:
a) «de palavras,
cores ou números» (linhas 17 e 18);
b) «os momentos em que os nossos inspirados Arquimedes gritam “Eureca!” no
banho» (linhas 18 e 19).
6. a) __________; b) __________
2019, 2.ª fase
[trecho do texto que era usado:]
Esta é uma
pergunta minha também. O meu desejo. E aqui, sentado a esta mesa cheia de
papéis, escrevo isto comovidamente.
[...] não via a
Gija desde os cinco anos, portanto há cerca de vinte e de súbito ela estava
ali, no meio das tais pessoas a olharem, gorda, de cabelos brancos e (como se
explica isto?) soube logo que aquela pessoa era ela.
6. Identifique
as funções sintáticas desempenhadas pelas expressões:
a) «de papéis»
(linha 16);
b) «que aquela
pessoa era ela» (linha 29).
6. a) _________; b) _________
2018, 1.ª fase
[trecho do texto que era usado:]
Assim, o termo
ganhou uma extensão invulgar que as metáforas ainda alargaram mais. Ora,
em semântica, é regra fundamental que o significado é o uso. Dito de outro
modo: para se saber o que significa uma palavra ou uma expressão, analisa-se o
contexto em que é usada. E, santo Deus!, quão vastos são os contextos de
«saudade» na nossa cultura. Usa-a o fado em letras sobre amores destroçados que
recordam momentos de idílio em comum;
6. Identifique
as funções sintáticas desempenhadas pelo pronome relativo «que»:
a) na linha 20;
b) na linha 24.
6. a) _________; b) _________
2018, 2.ª fase
[trechos do texto que era usado:]
[...] Não
consegue, sobretudo, fazer despontar nos indivíduos uma chama que vá além do
mero bem-estar, um ideal que supere o horizonte de uma melhor distribuição dos
rendimentos.
[...] É certo que
estas coisas ainda existem, mas são condenadas e combatidas como nunca o
foram no passado.
6. Identifique
as funções sintáticas desempenhadas pelas expressões:
a) «dos rendimentos»
(linhas 14 e 15);
b) «que estas
coisas ainda existem» (linha 27).
6. a) _________; b) _________
Relanceia os cinco poemas de
Eugénio de Andrade na p. 200. Escreve texto em prosa (literária) — narrativo,
descritivo, conversacional — que inclua um verso de cada um dos poemas. Cada
verso ficará sublinhado no teu texto, que não tem de ter uma conclusão (pode
tratar-se de um excerto de narrativa maior), mas deve parecer natural. Só a
maiúscula inicial dos versos pode ser alterada (para minúscula).
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TPC — Em Gaveta de Nuvens, revê
‘Processos fonológicos’, lendo capítulo de gramática e ficha corrigida n.º 13
do Caderno de Atividades.
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