Tuesday, September 07, 2021

Aula 104R-104

Aula 104R-104 (9 [1.ª], 10/mar [3.ª]) Vai resolvendo estes Itens de provas de exame com figuras de estilo

[2016, 2.ª fase]

7. No último parágrafo [«Falo do tempo e de pedras, e, contudo, é em homens que penso. Porque são eles a verdadeira matéria do tempo, a pedra de cima e a pedra de baixo, a gota de água que é sangue e é também suor. Porque são eles a paciente coragem, e a longa espera, e o esforço sem limites, a dor aceite e recusada — duzentos anos, se assim tiver de ser.»], são utilizados vários recursos estilísticos, entre os quais

(A) a sinestesia e a anáfora. | (B) a ironia e a sinestesia. | (C) a anáfora e a hipérbole. | (D) a hipérbole e a ironia.

[2015, 1.ª fase]

6. Na expressão «paisagens olfativas» (linha 27), o autor utiliza

(A) uma metonímia. | (B) um eufemismo. | (C) um paradoxo. | (D) uma sinestesia.

[2015, 2.ª fase]

6. No contexto em que ocorre, a expressão «grosso volume do romance de Eça de Queirós» (linha 4 [«Hesitei nesta escolha: pensei que seria como ler o resumo em lugar de regressar — como tantas vezes já regressei — ao grosso volume do romance de Eça de Queirós.»]) constitui um exemplo de

(A) perífrase. | (B) hipálage. | (C) eufemismo. | (D) paradoxo.

[2014, 1.ª fase]

1.5. Na expressão «deflagração extraordinária» (linha 18) [«Não viveu, porém, e infelizmente, a deflagração extraordinária operada no seio das certezas e dos objetos, decomposição dos seres visíveis e invisíveis que viria a produzir as grandes experiências literárias do século XX.»], a autora recorre a

(A) uma antítese. | (B) um oxímoro. | (C) uma metáfora. | (D) um eufemismo

[2013, época especial]

1.7. Na expressão «Oh, nossa deslumbrante desgraça mudadora» (linha 14; [As casas de papel são modos de pensar na tangibilidade do texto, na manualidade de que ele dependeu para ser lido. São modos de pensar nos autores. Cada autor como um lugar e um abrigo. Um lugar. Ler um livro é estar num autor. Preciso de pensar nos objetos para acreditar nos lugares. Oh, nossa deslumbrante desgraça mudadora, não consigo sentir-me bonito dentro de um Kindle, de um iPad ou de um Kobo. Penso em mim melhor numa coisa entre capas. A ilustração sem pilhas. As letras sem pilhas. Eternas e sem mudanças. De confiança.]), o autor recorre à

(A) hipálage. | (B) metáfora. | (C) metonímia. | (D) ironia

[2016, 1.ª fase, item do grupo I]

1. Explique o sentido quer das antíteses quer das interrogações retóricas presentes no início do monólogo de Matilde (linhas de 1 a 14) [«Ensina-se-lhes que sejam valentes, para um dia virem a ser julgados por covardes! Ensina-se-lhes que sejam justos, para viverem num mundo em que reina a injustiça! Ensina-se-lhes que sejam leais, para que a lealdade, um dia, os leve à forca! (Levanta-se) Não seria mais humano, mais honesto, ensiná-los, de pequeninos, a viverem em paz com a hipocrisia do mundo? (Pausa) Quem é mais feliz: o que luta por uma vida digna e acaba na forca, ou o que vive em paz com a sua inconsciência e acaba respeitado por todos?»].

[2016, época especial, item do grupo I]

4. Explique o sentido da metáfora «São o pão quotidiano dos grandes» (linhas 12 e 13 [«São o pão quotidiano dos grandes; e assim como o pão se come com tudo, assim com tudo e em tudo são comidos os miseráveis pequenos»]), tendo em conta o conteúdo do excerto.

[2016, época especial, item do grupo I]

5. Relacione o recurso à interrogação retórica presente na linha 16 [«Qui devorant plebem meam, ut cibum panis. Parece-vos bem isto, peixes?»] com a intenção crítica do pregador presente nas linhas que se lhe seguem.

Cenário de resposta do item 1 do exame de 2016, 1.ª fase

As antíteses expressam a oposição entre os valores ensinados aos filhos (valentia, justiça, lealdade) e a realidade político-social, na qual vinga quem é cobarde, injusto e desleal. Deste modo, Matilde põe em evidência a hipocrisia instalada na sociedade, que aparenta defender determinados valores, mas promove quem não os pratica.

Na sequência da reflexão anterior, Matilde interroga-se ironicamente sobre a necessidade de se ensinar a viver em conformidade com a hipocrisia a fim de alcançar a paz e a felicidade, ainda que tal signifique uma vida pautada pela alienação, pelo conformismo e pela indignidade.

Cenário de resposta do item 4 do exame de 2016, época especial

A metáfora «São o pão quotidiano dos grandes» (linhas 12 e 13) associa os «pequenos», os socialmente frágeis, ao pão. Assim, tal como o pão acompanha sempre os outros alimentos, também o povo é alimento constante para os poderosos.

Através da metáfora, o orador sublinha, por um lado, a insaciável ganância dos poderosos e, por outro, a vulnerabilidade dos pequenos, submetidos a uma exploração sem tréguas.

Cenário de resposta do item 5 do exame de 2016, época especial

Com o recurso à interrogação retórica, o orador conduz o auditório à tomada de consciência de que a exploração dos «pequenos» por parte dos poderosos é um comportamento condenável.

Assumida esta condenação por parte do auditório, Vieira acusa-o de ter, também ele, um comportamento em tudo semelhante ao anteriormente apontado.

Freitaslobice

Figura(s) de estilo

Courtois: um pássaro gigante que apareceu a voar.

 

Penteia a bola e acaricia-a.

 

Jogada construída e inventada pelo caldeirão do feiticeiro Hazard.

 

Dois braços e quatro pernas — mas haverá quem jure ter visto quatro pernas e quatro braços.

 

Olhos de matador, dentes de coelho.

 

Há a velocidade da luz, há a velocidade do som e há velocidade de Robben.

 

Valbuena, o Astérix de cabelo curto.

 

Neste momento, na Austrália, estão todos os cangurus aos saltos.

 

À medida que arrancava, ia ultrapassando a população russa.

 

Não tem nenhuma hipótese de ganhar um concurso de beleza.

 

É um poema de futebol em velocidade.

 

A forma de perder tem de ser igual à de ganhar e vice versa.

 

Enquanto estiveres a ver o filme Língua — vidas em português, vai preenchendo os espaços que estão sublinhados {para consulta aqui no blogue: a versão do filme que uso em cima não está montada como o filme que vimos em aula; se bem percebo, as cenas estão justapostas em ordem diferente}:

País, Cidade

Personagem / Ocupação

Variedade geográfica, social, situacional

Características (que exemplificam algum tipo de variação)

Índia, Goa (Panjim)

Rosário / padeiro

Português ainda sobrevive, mas num contexto em que outras _____ predominam

Interferências do inglês («Eu prefer»).

Portugal, Lisboa

Belarmindo / guarda-
-freio

Variante ______ do português; dialeto de _____ {Lisboa / Beira / Alentejo}

«tem que» (por «tem de»).

Brasil, Rio de Janeiro

Márcio / vendedor de rua

Variante _______ do português, num socioleto _____ {popular / culto}, em contexto relativamente _____ {formal / informal}.

Sintaxe: próclise («____ chama»); «nessa manhã» (por ‘____ manhã’); Léxico: «bala» (‘guloseima’). Fonética: palatalização de t: «tris[txi]» («triste»); ditongação em «ma[i]s» («mas»). Tratamento: você + ____ pessoa.

Moçambique, Maputo

Mia [Couto] / escritor

Variante _____ {africana / europeia} do português

Léxico: «normar» (‘regulamentar’).

Índia, Goa (Panjim)

Rosário

Rosário, além de português, fala hindi, inglês, «arabic».

Dificuldades no conjuntivo: «talvez faleceu» (‘talvez _____’).

Portugal, Lisboa

Zulmira e Paulo / reformados

Dialeto: _______; socioleto: ______.

Ligeiras hesitações: «niveles» (‘níveis’); «li[v]erdade» (‘liberdade’).

Portugal, Lisboa, Belarmindo

 

 

Moçambique, Maputo

Izdine / radialista

Como se trata de programa de rádio, o meio ______ {oral / escrito} é um tanto falso: o discurso está preparado e o registo só aparentemente é _______ {formal / informal}.

Fonética: vocalismo menos reduzido: «Beir[á]».

Moçambique, Beira

Dinho / estudante

Variante _______ do português, por parte de adolescente que terá outra língua materna (talvez uma língua do grupo bantu).

Sintaxe: «ele» como complemento direto: «conheço ele» (‘conheço-o’); ênclise nas subordinadas: «quando desligou-se energia». Léxico: «já» (por ‘logo’).

Brasil, Rio de Janeiro

Rejane / vendedora de imobiliário

O registo não pode ser muito _____, já que se fala com clientes.

Sintaxe: próclise: «___ perdoe» (‘perdoe-me’).

Brasil, Rio de Janeiro

Rogério [e Márcio] / pregador

Socioleto: português popular (com infrações várias à norma culta brasileira).

Sintaxe: marcas do plural simplificadas («essas bala»; «elas pesa»); «mim» como sujeito («para mim organizar»). Léxico: «tem» (‘há’); «açougue» (‘talho’). Fonética: epêntese («corrup[i]ta»); cr por cl («cic[r]one»); -r omitido («ri» por «____»); vocalismo átono pouco reduzido («porqu[ê]» por «porque»).

Moçambique, Beira

Dinho [e Deolinda]

 

Léxico: «a caminho de mais velha»; «dar uma mão direita».

Moçambique, Inhaca

Mia Couto

Tratando-se de escritor inventivo, é difícil distinguir o que é «neologístico» e o que é devido à variante ______.

Léxico: «normar» (‘regulamentar’); «os mais velhos»; «outras» (‘diferentes’).

Brasil, Rio (Barra da Tijuca)

Rejane

 

Fonética: r final omitido («m[á]» por «_____»); palatalização de t e d («gen[txi]», «ver[dxi]»); ditongações («l[uis]» por «____»).

Moçambique, Beira, Dinho

 

Sintaxe: possessivo sem artigo («______ duas irmãs»).

Moçambique, Inhaca, Mia Couto

 

 

Portugal, Lisboa

Uliengue e Sofia / estudantes

Nascidos em Angola e Moçambique.

Fonética: vocalismo átono menos reduzido. Sintaxe: ênclise («Todos os vizinhos _________») em casos de próclise no português europeu.

Portugal, Lisboa

José Saramago / escritor

Variante _______ do português. Dialeto de ____.

 

Índia, Goa (Loutolim)

Mário e Emiliano / proprietários

 

 

Portugal, Lisboa

José Saramago

Registo formal, mas não demasiado «purista».

«tinha que» (por «tinha de»).

Escreve um texto narrativo (narrativo-descritivo-conversacional) que siga o mesmo tipo de «montagem» do filme que estivemos a ver. Irás acompanhando, alternadamente, as vidas de alguns (4 a seis?) falantes de português, criados por ti mas verosímeis (podes, é claro, inspirar-te em vidas reais), de diversos contextos sociais, geográficos, ....

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Estuda o capítulo de gramática sobre ‘Variação e normalização linguística’, que destacarei a verde em Gaveta de Nuvens. (A p. 6 do anexo do manual também pode interessar.)

 

 

#