Aula 104R-104
Aula
104R-104 (9 [1.ª], 10/mar [3.ª])
Vai resolvendo estes Itens de provas de exame
com figuras de estilo
[2016,
2.ª fase]
7. No último parágrafo [«Falo do tempo e de pedras,
e, contudo, é em homens que penso. Porque são eles a verdadeira matéria do
tempo, a pedra de cima e a pedra de baixo, a gota de água que é sangue e é
também suor. Porque são eles a paciente coragem, e a longa espera, e o esforço
sem limites, a dor aceite e recusada — duzentos anos, se assim tiver de ser.»],
são utilizados vários recursos estilísticos, entre os quais
(A) a sinestesia e a anáfora. | (B)
a ironia e a
sinestesia. | (C) a anáfora e a hipérbole. | (D)
a hipérbole e
a ironia.
[2015, 1.ª fase]
6. Na expressão «paisagens olfativas» (linha 27), o
autor utiliza
(A) uma metonímia. | (B) um eufemismo. | (C) um
paradoxo. | (D) uma sinestesia.
[2015, 2.ª fase]
6. No contexto em que ocorre, a expressão «grosso volume
do romance de Eça de Queirós» (linha 4 [«Hesitei nesta escolha: pensei que seria
como ler o resumo em lugar de regressar — como tantas vezes já regressei — ao
grosso volume do romance de Eça de Queirós.»]) constitui um exemplo de
(A) perífrase. | (B) hipálage. | (C) eufemismo. |
(D) paradoxo.
[2014, 1.ª fase]
1.5. Na expressão «deflagração extraordinária» (linha 18) [«Não viveu, porém,
e infelizmente, a deflagração extraordinária operada no seio das certezas e dos
objetos, decomposição dos seres visíveis e invisíveis que viria a produzir as
grandes experiências literárias do século XX.»], a autora recorre a
(A) uma antítese. | (B) um oxímoro. | (C) uma
metáfora. | (D) um eufemismo
[2013, época especial]
1.7. Na expressão «Oh, nossa deslumbrante desgraça mudadora»
(linha 14; [As casas de papel são modos de pensar na tangibilidade do texto, na
manualidade de que ele dependeu para ser lido. São modos de pensar nos autores.
Cada autor como um lugar e um abrigo. Um lugar. Ler um livro é estar num autor.
Preciso de pensar nos objetos para acreditar nos lugares. Oh, nossa deslumbrante
desgraça mudadora, não consigo sentir-me bonito dentro de um Kindle, de um iPad
ou de um Kobo. Penso em mim melhor numa coisa entre capas. A ilustração sem
pilhas. As letras sem pilhas. Eternas e sem mudanças. De confiança.]), o autor
recorre à
(A) hipálage. | (B) metáfora. | (C) metonímia. |
(D) ironia
[2016, 1.ª fase, item do grupo I]
1. Explique o sentido quer das antíteses quer das interrogações
retóricas presentes no início do monólogo de Matilde (linhas de 1 a 14)
[«Ensina-se-lhes que sejam valentes, para um dia virem a ser julgados por
covardes! Ensina-se-lhes que sejam justos, para viverem num mundo em que reina
a injustiça! Ensina-se-lhes que sejam leais, para que a lealdade, um dia, os
leve à forca! (Levanta-se) Não seria mais humano, mais honesto, ensiná-los,
de pequeninos, a viverem em paz com a hipocrisia do mundo? (Pausa) Quem é mais feliz: o que luta por uma vida digna e
acaba na forca, ou o que vive em paz com a sua inconsciência e acaba respeitado
por todos?»].
[2016, época especial, item do grupo I]
4. Explique o sentido da metáfora «São o pão
quotidiano dos grandes» (linhas 12 e 13 [«São o pão quotidiano dos grandes; e
assim como o pão se come com tudo, assim com tudo e em tudo são comidos os
miseráveis pequenos»]), tendo em conta o conteúdo do excerto.
[2016, época especial, item do grupo I]
5. Relacione o recurso à
interrogação retórica presente na linha 16 [«Qui devorant plebem
meam, ut cibum panis. Parece-vos bem isto, peixes?»] com a intenção crítica do pregador
presente nas linhas que se lhe seguem.
Cenário
de resposta do item 1 do exame de 2016, 1.ª fase
As antíteses expressam a
oposição entre os valores ensinados aos filhos (valentia, justiça, lealdade) e
a realidade político-social, na qual vinga quem é cobarde, injusto e desleal.
Deste modo, Matilde põe em evidência a hipocrisia instalada na sociedade, que
aparenta defender determinados valores, mas promove quem não os pratica.
Na sequência da reflexão anterior, Matilde interroga-se ironicamente sobre a necessidade
de se ensinar a viver em conformidade com a hipocrisia a fim de alcançar a paz
e a felicidade, ainda que tal signifique uma vida pautada pela alienação, pelo
conformismo e pela indignidade.
Cenário de
resposta do item 4 do exame de 2016, época especial
A metáfora «São o pão quotidiano dos grandes» (linhas 12 e 13) associa
os «pequenos», os socialmente frágeis, ao pão. Assim, tal como o pão acompanha
sempre os outros alimentos, também o povo é alimento constante para os
poderosos.
Através da metáfora, o orador sublinha, por um
lado, a insaciável ganância dos poderosos e, por outro, a vulnerabilidade dos
pequenos, submetidos a uma exploração sem tréguas.
Cenário
de resposta do item 5 do exame de 2016, época especial
Com o recurso à interrogação retórica, o orador conduz
o auditório à tomada de consciência de que a exploração dos «pequenos» por
parte dos poderosos é um comportamento condenável.
Assumida esta condenação por parte do auditório,
Vieira acusa-o de ter, também ele, um comportamento em tudo semelhante ao anteriormente
apontado.
Freitaslobice |
Figura(s) de estilo |
Courtois: um pássaro
gigante que apareceu a voar. |
|
Penteia a bola e acaricia-a. |
|
Jogada construída e
inventada pelo caldeirão do feiticeiro Hazard. |
|
Dois
braços e quatro pernas — mas haverá quem jure ter visto quatro pernas e
quatro braços. |
|
Olhos de matador, dentes
de coelho. |
|
Há a
velocidade da luz, há a velocidade do som e há velocidade de Robben. |
|
Valbuena, o Astérix de
cabelo curto. |
|
Neste momento, na
Austrália, estão todos os cangurus aos saltos. |
|
À medida que arrancava,
ia ultrapassando a população russa. |
|
Não tem nenhuma hipótese
de ganhar um concurso de beleza. |
|
É um poema de futebol em
velocidade. |
|
A forma de perder tem de
ser igual à de ganhar e vice versa. |
|
Enquanto estiveres a ver o filme Língua — vidas em português, vai preenchendo os espaços que estão
sublinhados {para consulta aqui no blogue: a versão do filme que uso em cima
não está montada como o filme que vimos em aula; se bem percebo, as cenas estão
justapostas em ordem diferente}:
País,
Cidade Personagem / Ocupação |
Variedade
geográfica, social, situacional |
Características
(que exemplificam algum tipo de variação) |
Índia, Goa (Panjim) Rosário / padeiro |
Português ainda sobrevive, mas num contexto em
que outras _____ predominam |
Interferências do inglês («Eu prefer»). |
Portugal, Lisboa Belarmindo / guarda- |
Variante ______ do português; dialeto de _____ {Lisboa / Beira / Alentejo} |
«tem que» (por «tem de»). |
Brasil, Rio de Janeiro Márcio / vendedor de rua |
Variante _______ do português, num socioleto
_____ {popular / culto}, em contexto
relativamente _____ {formal / informal}.
|
Sintaxe: próclise («____ chama»); «nessa manhã» (por ‘____ manhã’);
Léxico: «bala» (‘guloseima’). Fonética: palatalização de t:
«tris[txi]» («triste»); ditongação em «ma[i]s» («mas»). Tratamento: você + ____ pessoa. |
Moçambique, Maputo Mia [Couto] / escritor |
Variante _____ {africana / europeia} do português |
Léxico: «normar»
(‘regulamentar’). |
Índia, Goa (Panjim) Rosário |
Rosário, além de português, fala hindi, inglês,
«arabic». |
Dificuldades no conjuntivo: «talvez faleceu»
(‘talvez _____’). |
Portugal, Lisboa Zulmira e Paulo / reformados |
Dialeto: _______; socioleto: ______. |
Ligeiras hesitações: «niveles» (‘níveis’);
«li[v]erdade» (‘liberdade’). |
Portugal, Lisboa, Belarmindo |
|
|
Moçambique, Maputo Izdine / radialista |
Como se trata de programa de rádio, o meio
______ {oral / escrito} é um tanto
falso: o discurso está preparado e o registo só aparentemente é _______ {formal / informal}. |
Fonética: vocalismo menos
reduzido: «Beir[á]». |
Moçambique, Beira Dinho / estudante |
Variante _______ do português, por parte de
adolescente que terá outra língua materna (talvez uma língua do grupo bantu). |
Sintaxe: «ele» como complemento
direto: «conheço ele» (‘conheço-o’); ênclise nas subordinadas: «quando
desligou-se energia». Léxico: «já»
(por ‘logo’). |
Brasil, Rio de Janeiro Rejane / vendedora de imobiliário |
O registo não pode ser muito _____, já que se
fala com clientes. |
Sintaxe: próclise: «___ perdoe»
(‘perdoe-me’). |
Brasil, Rio de Janeiro Rogério [e Márcio] / pregador |
Socioleto: português popular (com infrações
várias à norma culta brasileira). |
Sintaxe: marcas do plural
simplificadas («essas bala»; «elas pesa»); «mim» como sujeito («para mim
organizar»). Léxico: «tem» (‘há’);
«açougue» (‘talho’). Fonética: epêntese
(«corrup[i]ta»); cr por cl («cic[r]one»); -r omitido («ri» por «____»); vocalismo átono pouco reduzido
(«porqu[ê]» por «porque»). |
Moçambique, Beira Dinho [e Deolinda] |
|
Léxico: «a caminho de mais
velha»; «dar uma mão direita». |
Moçambique, Inhaca Mia Couto |
Tratando-se de escritor inventivo, é difícil
distinguir o que é «neologístico» e o que é devido à variante ______. |
Léxico: «normar»
(‘regulamentar’); «os mais velhos»; «outras» (‘diferentes’). |
Brasil, Rio (Barra da Tijuca) Rejane |
|
Fonética: r final omitido («m[á]» por «_____»); palatalização de t e d («gen[txi]», «ver[dxi]»); ditongações («l[uis]» por «____»). |
Moçambique, Beira, Dinho |
|
Sintaxe: possessivo sem artigo
(«______ duas irmãs»). |
Moçambique, Inhaca, Mia Couto |
|
|
Portugal, Lisboa Uliengue e Sofia / estudantes |
Nascidos em Angola e Moçambique. |
Fonética: vocalismo átono menos
reduzido. Sintaxe: ênclise («Todos
os vizinhos _________») em casos de próclise no português europeu. |
Portugal, Lisboa José Saramago / escritor |
Variante _______ do português. Dialeto de ____. |
|
Índia, Goa (Loutolim) Mário e Emiliano / proprietários |
|
|
Portugal, Lisboa José Saramago |
Registo formal, mas não demasiado «purista». |
«tinha que» (por «tinha de»). |
Escreve um texto narrativo
(narrativo-descritivo-conversacional) que siga o mesmo tipo de «montagem» do
filme que estivemos a ver. Irás acompanhando, alternadamente, as vidas de
alguns (4 a seis?) falantes de português, criados por ti mas verosímeis (podes,
é claro, inspirar-te em vidas reais), de diversos contextos sociais,
geográficos, ....
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . .
TPC — Estuda o capítulo de gramática sobre ‘Variação e normalização linguística’, que destacarei a verde em Gaveta de Nuvens.
(A p. 6 do anexo do manual também pode interessar.)
#
<< Home