Sunday, August 30, 2020

Aulas (2.º período, 1.ª parte: 49-60)

 

Aula 49-50 (4 [1.ª], 5 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 6/jan [3.ª]) Correção de redação de conto de cem palavras (cfr. Apresentação):

Revendo os peixes louvados (quatro-olhos, tremelga ou torpedo ou raia elétrica, rémora, [peixe de Tobias só seria possível num YouTube da Bíblia]):

Vendo agora os peixes que vão ser repreendidos (voadores, roncadores, [pegadores não ponho, porque corresponderão à rémora, que fora também elogiada], polvo):

O capítulo V do «Sermão de Santo António» (no manual, em duas partes: pp. 56-60; 61-62) aborda o que o orador tem contra quatro tipos de «peixes». Deter-nos-emos nos três verdadeiros peixes, deixando para a próxima aula o polvo (já nas pp. 61-62).

Relanceando o texto, marca as linhas em que começam e em que acabam os trechos sobre cada um dos animais (incluindo as comparações com os homens):

os roncadores: ll. 2-____;

os pegadores: ll. ____-____;

os voadores: ll. ____-____;

o polvo: cap. V (cont.), pp. 61-62, ll. 1-73.

Transcreve o passo em que está a queixa principal sobre cada um dos peixes:

Peixe

Repreensão

Linhas

roncadores

«É possível que[,] sendo vós ___________»

4-5

pegadores

«sendo pequenos, não só se chegam a outros maiores, mas[,] de tal sorte ___________»

48-49

voadores

«____________ Pois porque vos meteis a ser aves?»

120-121

Os três peixes de hoje (e o polvo) servem para se aludir a pecados humanos. Outros casos históricos confirmam esses defeitos dos homens. Ao contrário, Santo António seria um bom exemplo a seguir. Preenche:

Peixe

Característica dos homens que está a ser criticada

Outros maus exemplos

Linhas a consultar

O bom exemplo de Santo António

roncadores

______

São Pedro «roncou», porque asseverara ser o único constante na sua fé, mas logo negou Cristo quando interpelado por uma ____. Também adormeceu, apesar de se ter comprometido a vigiar o horto.

Caifás alardeava o _____. Pilatos exibia _____.

8-29

 

 

 

38-41

Apesar do seu saber e poder, nunca deles fazia alarde, preferia _____.

41-44

pegadores

______

Não parte um vice-rei ou um governador sem que vá acolitado por uma série de ______.

Morto Herodes, também morreram os que dele dependiam (como acontecerá aos peixes que se não despeguem do ______ que parasitam).

54-60

 

67-86

Pegou-se apenas a Deus, como costuma ver-se na imagem tradicional, em que Santo António surge com _____ ao colo.

96-99

voadores

______

O mago Simão disse ser filho de Deus e anunciou quando subiria aos céus, mas não só se viu privado de asas, para voar, como de ____, para andar.

Por querer voar, Ícaro se _____.

146-161

 

 

162-163

Tendo «asas» — a sabedoria — para «subir», preferiu _____: apagar-se, passar por leigo e sem ciência.

164-179

Faz corresponder os trechos/sketches/personagens a um dos peixes repreendidos no cap. V do «Sermão de Santo António» (roncador, pegador, voador, polvo). Depois pensa em personagens/pessoas suscetíveis de ilustrar na tabela algum dos peixes criticados:

«Eu conheço o Lopes da Silva»

Pegadores, pelo parasitismo, pelo oportunismo

«Mães à compita»

Roncadores, pela bazófia, pela vaidade

Dédalo & Ícaro

Voadores, pela ambição irrazoável

Georgina Rodríguez, Kátia Aveiro (e decerto muitos outros do círculo de Cristiano Ronaldo)

 

Jorge Jesus (em qualquer conferência de imprensa ou entrevista)

 

Ângelo Rodrigues (ator que esteve em risco de vida por tomar produtos para ficar musculado)

 

Familiares de políticos que ascendem a lugares no governo, gabinetes ministeriais, autarquias

 

Maneira de ser a que alude o provérbio «Quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão?»

 

Medusas (À procura de Nemo)

 

Hank (À procura de Dory)

 

Frederico Varandas

 

 

 

 

 

 

 

Estes itens de exame (2014, 1.ª fase, Grupo I, B) tratavam do passo dos Voadores:

Com os Voadores tenho também uma palavra, e não é pequena a queixa. Dizei-me, Voadores, não vos fez Deus para peixes? Pois porque vos meteis a ser aves? O mar fê-lo Deus para vós, e o ar para elas. Contentai-vos com o mar e com nadar, e não queirais voar, pois sois peixes. Se acaso vos não conheceis, olhai para as vossas espinhas e para as vossas escamas, e conhecereis que não sois ave, senão peixe, e ainda entre os peixes não dos melhores. Dir-me-eis, Voador, que vos deu Deus maiores barbatanas que aos outros do vosso tamanho. Pois porque tivestes maiores barbatanas, por isso haveis de fazer das barbatanas asas? Mas ainda mal, porque tantas vezes vos desengana o vosso castigo. Quisestes ser melhor que os outros peixes, e por isso sois mais mofino que todos. Aos outros peixes do alto, mata-os o anzol ou a fisga, a vós sem fisga nem anzol, mata-vos a vossa presunção e o vosso capricho. Vai o navio navegando e o Marinheiro dormindo, e o Voador toca na vela ou na corda, e cai palpitando. Aos outros peixes mata-os a fome e engana-os a isca, ao Voador mata-o a vaidade de voar, e a sua isca é o vento. Quanto melhor lhe fora mergulhar por baixo da quilha e viver, que voar por cima das entenas e cair morto.

Padre António Vieira, Sermão de Santo António (aos peixes) e Sermão da Sexagésimaedição de Margarida Vieira Mendes, Lisboa, Seara Nova, 1978, pp. 102-103

glossário

entenas (linha 14) – antena, verga fixa a um mastro na qual se prende uma vela triangular ou vela latina.

mofino (linha 9) – infeliz, desgraçado.

Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

4. Caracterize o tipo humano que o peixe voador simboliza, tendo por base o excerto transcrito.

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5. Explicite as consequências do comportamento do peixe voador, fundamentando a resposta com citações textuais pertinentes.

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TPC — Vê primeiros vinte minutos da série ‘Grandes livros’ sobre o «Sermão de Santo António aos Peixes» (exceto 11.º 3.ª, que já o pôde fazer em aula). Vai também tratando das restantes tarefas em «Sugestões para próximos dias e começo do 2.º período».

 

 

Aula 51-52 (6 [1.ª], 7 [3.ª, 2.ª, 5.ª], 8/jan [4.ª]) O que fizemos na última aula para os três peixes que são criticados na primeira metade do cap. V do «Sermão de Santo António» — roncadores, «pegadores», voadores — fá-lo-emos agora para o peixe (na verdade, um molusco cefalópode) abordado nas pp. 61-62, o polvo. Assim, vai preenchendo as tabelas:

Peixe

Repreensão

Linhas

polvo

«Se está nos limos, _____; se está na areia, ______; se está no lodo, ________; e[,] se está em alguma pedra, como mais ordinariamente costuma estar, __________»

V (cont.), 18-20

Volta a surgir a analogia entre características do animal e vícios dos homens, ilustrados com peripécias bíblicas e contraditados pelo bom exemplo de António:

Peixe

Característica dos homens que está a ser criticada

Outros maus exemplos

Linhas a consultar

O bom exemplo de Santo António

polvo

_________

Judas abraçou Cristo mas foram outros que o _______(o polvo abraça e, com os próprios braços, faz as ____).

22-28

António foi o mais puro exemplar de _______; nele nunca houve _________.

42-45

Sobre as características que o Padre Vieira critica no polvo (ll. 4-22):

retrato do polvo

que o faz assemelhar-se a.../ ou fingir

capelo (na cabeça)

_______

____ (braços)

estrela

falta de ossos ou de espinha

_______, mansidão

Desta aparência modesta, desta «hipocrisia tão santa», resulta ser o polvo o maior traidor do mar:

por malícia, muda de cor conforme o ambiente (como, mas apenas por _____, faz o camaleão)

lança os braços e prende os ____ e os desacautelados

Resolve o ponto 3. da p. 63. Basta indicares os recursos expressivos:

metáfora [duas vezes]| apóstrofe | comparação | antítese (quase oxímoro ou paradoxo) | interrogação retórica | anáfora

a) ___; b) ___; c) ___; d) ___;  e) ___; f) ___; g) ___.

O assunto é Termos antecedente, sucedente, referencial; Anáfora, catáfora; Referente; Correferentes; Cadeia de referência. Lê e completa. (No manual, esta matéria está em «[coesão] referencial», no final da p. 388.)



Em À procura de Dory, o polvo (Hank) tem algumas das características atribuídas aos polvos no «Sermão de Santo António» mas revela outras em que o Padre Vieira não pensara. No filme — de que veremos sobretudo as partes em que intervém Hank —, o polvo começa por parecer interesseiro e rezingão mas, progressivamente, vai-se tornando quase frágil e simpático. No «Sermão de Santo António», o percurso é o contrário: realça-se a aparência de santidade do polvo, para se vincar depois a hipocrisia, a maldade.

Para preencheres as lacunas da tabela, podes usar alguns destes adjetivos ou outros que te pareçam pertinentes:

dedicado | irritável | irritadiço | esforçado | receoso | prestável | derrotista | sensível | afetuoso | individualista | solitário | persuasivo | influenciável | introvertido | afável | delicado | astucioso | manhoso | carinhoso | otimista | calculista.

Comportamentos do polvo Hank

Caracterização (por adjetivos)

Disfarça-se de gato, de parede, de planta, de corrimão, etc.

Escondido, dissimulado, ocultado (mas sem se conotar nada disto com a psicologia)

Tenta convencer Dory a dar-lhe a etiqueta.

Insinuante, _____, quase malicioso, ____, _____, astuto; ligeiramente interesseiro, ____.

Mostra-se diligente a conduzir Dory nos seus percursos, a ajudá-la, mesmo contrariado.

Solidário, solícito, _____, ____, prestimoso, _____.

Esconde-se e disfarça-se para não ser tocado pelas crianças, de quem tem pavor.

Medroso, timorato, ____ (talvez por estar ainda traumatizado por ter perdido tentáculo).

Chega a gritar com Dory, impaciente por ela não lhe dar a etiqueta, quase lha tirando à força, mas acaba por se retrair e controlar-se.

Primário, ____, ____, mas, no fundo, com boa índole.

«Não quero ninguém com quem me preocupar. Tu tens sorte: sem memórias, sem problemas».

Pessimista, cético, ____; ____, ____, associal, ____.

Não gosta de conversas nem de perguntas. Quer viver dentro de caixa de vidro, sozinho, sem ter de conversar com ninguém.

[no momento da separação:] «Vai ser difícil eu esquecer-te, miúda»; «Estás bem?».

Meigo, _____, ____, terno, cordial, ____, ____, _____.

Preferia ficar preso, em exposição, mas deixa-se conduzir por Dory (e, já antes da insistência dos outros peixes, aceitara fugir a seu pedido).

Inseguro, ______.

[quase no final:] «Dou-me bem com a loucura!».

Entusiástico, arrebatado, ______.

Escreve um texto cujos períodos comecem sempre por nova letra segundo a ordem do alfabeto (A, B, C, D, ...). Género do texto será à tua escolha. Título será «Polvo».

Aqueles tempos ainda eram de euforia pós-revolucionária. Bastou alguém lembrar que faltava um liceu em Benfica para logo se criar uma comissão. Convém lembrar que os adolescentes dos anos setenta tinham de ir estudar para o D. Pedro V, o Dona Leonor, o Padre António Vieira ou mais longe ainda. De cada vez que ...

Evita artificialidade da ordem das frases (por querer usar como início determinada palavra): «Xadrez era o padrão da sua saia preferida».

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TPC — Completa texto alfabético iniciado em aula.

 

 

Aula 53-54 (11 [1.ª], 12 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 13/jan [3.ª]) Vai lendo «Rapinar» (p. 54) e circundando a melhor alínea de cada item. Não consultes outras páginas do manual nem folhas tuas.

Este texto é excerto

a) de um sermão de Santo António.

b) do «Sermão de Santo António [aos peixes]», de Vieira.

c) do capítulo III do sermão que temos vindo a estudar em aula.

d) de um sermão de Vieira.

 

O pretexto para as ideias defendidas pelo orador neste trecho está sintetizado logo nas ll. 1-4:

a) tendo D. João III pedido informação sobre a Índia, respondeu-lhe S. Francisco Xavier que se roubava muito.

b) tendo el-rei D. João III procurado saber se se roubava muito na Índia, escreveu-lhe afirmativamente S. Francisco Xavier.

c) tendo D. João III querido saber o estado da Índia, respondeu S. Francisco Xavier que se conjugavam muito certos verbos.

d) Santo António informou D. João III que, na Índia, o verbo rapio se conjugava por todos os modos.

 

«se usa igualmente a mesma conjugação» (l. 6) significa

a) ‘também se rouba’.

b) ‘usa-se o mesmo verbo’.

c) ‘conjuga-se do mesmo modo’.

d) ‘escreve-se, lê-se, ouve-se, fala-se com o mesmo verbo’.

 

A repetição de «Furtam pelo modo» (ll. 12, 14, 15, 17, 19, 20, 21) constitui

a) um mecanismo de coesão referencial.

b) uma anáfora.

c) uma ironia.

d) um mecanismo de coesão frásica.

 

Os vários modos verbais mencionados — indicativo, imperativo, conjuntivo, etc. (l. 9 e ss.) — são

a) invenções do orador, neologismos, funcionando como reflexão metalinguística.

b) ‘modos de roubar’, no seu sentido mais denotativo.

c) palavras divergentes.

d) termos gramaticais, denotativamente, mas conotam as diversas maneiras de roubar.

 

O pronome «elas» (l. 28) é uma

a) catáfora cujo referente é «as miseráveis províncias» (ll. 26-27).

b) anáfora cujo antecedente é «as miseráveis províncias» (ll. 26-27).

c) anáfora cujo referente é «todas as pessoas» (l. 23).

d) catáfora cujo antecedente é «todas as pessoas» (l. 23).

 

«roubadas e consumidas» (l. 28) é

a) predicativo do complemento direto.

b) predicativo do sujeito.

c) modificador restritivo do nome.

d) complemento direto.

 

Vai lendo «Ao encontro do preciosismo» (p. 55) e circunda a melhor alínea de cada item. Não consultes o resto do manual nem folhas tuas.

«isso» (l. 5) é

a) deítico espacial.

b) deítico pessoal.

c) deítico temporal.

d) anáfora.

 

«Há dias» e «recebi» (l. 8) funcionam como marcas deíticas

a) temporal e pessoal-temporal, respetivamente.

b) temporal e espacial, respetivamente.

c) de tempo.

d) temporal e pessoal-espacial, respetivamente.

 

Na publicação original desta crónica, a parte omitida pelo manual a seguir a «solicitada» (p. 19) — cfr. «(...)» — diz o seguinte: «por outro lado, fica engraçada se involuntariamente certeira, porque a pobre revista, mar, aventura, talvez viagens, vinha de facto de encontro aos meus interesses». Significa isto que o cronista

a) até gostava de alguns dos assuntos tratados na revista.

b) não tinha interesse na revista.

c) tinha interesses coincidentes com os conteúdos tratados na revista.

d) até, segundo tudo indicava, poderia vir a gostar da revista.

 

«meus caros» (l. 21) é

a) sujeito.

b) modificador apositivo do nome.

c) vocativo.

d) modificador restritivo do nome.

 

O erro na mensagem publicitária que levou o cronista a reagir consiste em falha de

a) coesão lexical.

b) coesão frásica.

c) coerência.

d) coesão referencial.

 

O referente de «[d]isso» (l. 23) é

a) todo o parágrafo anterior (l. 22).

b) «o certo é que respondi» (l. 23).

c) «Sabe-se lá quem está do outro lado...» (l. 22).

d) todo o parágrafo anterior (l. 22) e, provavelmente, mais uma sua parte omitida no manual.

 

O trecho do original que foi omitido na linha 23 após «respondi» seria:

a) «Fosse incontinência da vontade (vulgo, acrasia), ou intermitência de juízo (vulgo, afronésia), ou... whatever, respondi».

b) «Quiçá por falta de vontade ou por intermitência de aborrecimento, ou... whatever, respondi».

c) «Fosse por falta de vontade (vulgo, acrasia), ou por muito juízo (vulgo, afronésia), respondi».

d) «Fosse por ter pisado um cocó de cão ou por alguma outra razão, respondi».

 

«irónico, variante de melindre» (l. 29) caracteriza

a) a resposta do «publicitário», que, sob a capa irónica, mostrava ter-se agastado.

b) o cronista, que respondera com ironia, melindrado pela mensagem.

c) a resposta do cronista à mensagem recebida.

d) o cronista, que disfarçava com ironia o ter ficado irritado com o atrevimento da resposta.

 

O pronome «me» (l. 30) desempenha a função sintática de

a) complemento indireto.

b) complemento direto.

c) complemento oblíquo.

d) sujeito.

 

Para o cronista (cfr. ll. 30-31), o sentido de «preciosismo» era

a) ‘uso errado de uma palavra ou expressão’.

b) ‘uso de palavra rara para evitar o recurso a um estrangeirismo’.

c) ‘bom uso da língua’.

d) ‘uso de um estrangeirismo em vez da correspondente palavra vernácula’.

O ano passado terão falado de empréstimos, um dos processos irregulares de formação de palavras. Os empréstimos permitem reconhecer as fases históricas em que predominaram influências de certos países.

No quadro em baixo, preenche a coluna que ainda está vazia. Depois, completa as lacunas do texto. Descobrirás as relações entre a época de entrada no português de determinado estrangeirismo, a língua de que veio essa palavra e a sua área temática.

 

Empréstimo

Língua de origem

Data da primeira ates-

tação em português

Área temática

Desporto

Inglês

XIX (sport)

 

Futebol

Inglês

XX

Jóquei

Inglês

1858

Serenata

Italiano

1813

 

Maestro

Italiano

1858

Ária ('peça musical melodiosa')

Italiano

XVIII

Bijuteria

Francês

1881

 

Vitrine

Francês

1873

Toilete

Francês

1899

Biombo

Japonês

XVI (beòbus)

 

Quimono ('um tipo de roupão')

Japonês

XVI (quimão)

Catana ('espada curta')

Japonês

XVI

Armas

Trovar ('cantar versos')

Provençal

XIII

 

Refrão

Provençal

XIV

Rouxinol

Provençal

XIV (rousinol)

Vilancete ('poema de tema campestre')

Castelhano

XVI

 

Endecha ('poema triste')

Castelhano

XVI

Picaresco ('género literário satírico')

Castelhano

XVII

Maracujá

Tupi

1587

 

Mandioca

Tupi

1549

Piripiri

Tupi

1587

(Etimologias e datas segundo Antônio Geraldo da Cunha, Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa, 1982)

Os provençalismos (empréstimos do ______, uma língua antiga do sul de França) testemunham a importância da literatura provençal na poesia galego-portuguesa medieval. Como consequência da expansão portuguesa, a língua _______ deu-nos termos relativos a objetos que o ocidente até então desconhecia. Do mesmo modo, os tupinismos que escolhi reportam-se a nomes de ______ que os europeus foram encontrar no Brasil pela primeira vez. O castelhano deixou-nos muitas palavras do âmbito da literatura, que entraram no português sobretudo nos séculos ____ e ____, a época do apogeu da cultura espanhola, que aliás coincidiu com a dinastia filipina. Sobre os galicismos (estrangeirismos franceses), lembre-se que durante o século _____ foi forte a influência francesa em vários campos, entre os quais o da ______, como provam os exemplos. No campo musical, pela mesma altura e já antes, era a ________ que inspirava os outros países. Na transição para o século XX, uma série de desportos criados em ______ foram adotados em outros países e, claro, com esses desportos vieram os termos respetivos. Hoje em dia, o inglês é o maior fornecedor de estrangeirismos (nas tecnologias, por exemplo, predominam nitidamente os anglicismos).

Os estrangeirismos — ou seja, os empréstimos na fase em que ainda são percebidos como estranhos à língua em que se integraram — são criticados por quem tem uma atitude conservadora relativamente à língua portuguesa. A luta contra os estrangeirismos levou a que alguns gramáticos mais fanáticos procurassem substituí-los por palavras que eles próprios inventaram, segundo padrões portugueses. São elas resultado de exagerado purismo, o preciosismo referido no artigo de Abel Barros Baptista.

Verifica se alguma das propostas venceu nos hábitos de hoje ou se foram os estrangeirismos que triunfaram na língua corrente. Marca os neologismos que, apesar de tudo, ainda se usem (haverá só um ou dois). Marca também a proposta que consideres mais ridícula. Por fim, adivinha a origem dos estrangeirismos, escrevendo f(rancês) ou i(nglês).

Neologismos propostos por gramáticos

Estrangeirismos

Origem

Nasóculos

Pince-nez ('óculo de mola')

 

Preconício

Reclame

 

Lucivelo, abajúrdio

Abajur (Abat-jour)

 

Ancenúbio

Nuance

 

Ludâmbulo

Turista

 

Ludopédio, balípodo, pedibola, furta-bola, bolapé

Futebol

 

Rabo de galo

Cocktail

 

Cardápio

Menu

 

Vesperal

Matiné (Matinée)

 

Bosquejo

Sketch

 

Ampara-seios, estrófio, mamilar

Sutiã (Soutien)

 

Tabuínha de chocolate

Tablete de chocolate

 

Alviçareiro

Repórter

 

Runimol

Avalanche

 

Legicídio social

Golpe de estado

 

Venaplauso

Claque

 

Haurinxugo, hauricanulação

Drenagem ('escoamento')

 

Escreve um texto expositivo ou de opinião sobre assunto que escolherás (procura talvez assunto em que te sintas bastante seguro, especialista, mesmo se muito específico). Não escolhas tópico ensinado em disciplinas escolares. Usa pelo menos doze conectores (de sentidos diferentes) dos que estão na tabela da p. 357, sublinhando-os. Talvez 150-200 palavras.

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TPC — Consulta este Dicionário de estrangeirismos (não fiques só pela letra A) Escolhe três estrangeirismos, de línguas de origem diferentes. Cria um equivalente vernáculo, com formação percetível e, eventualmente, alguma graça.

 

 

Aula 55-56 (13 [1.ª], 14 [3.ª, 2.ª, 5.ª], 15/jan [4.ª]) O capítulo VI do «Sermão de Santo António» corresponde à peroração, a última parte de um discurso. Vai lendo o texto na p. 64 e preenchendo o que falta no quadro.

linhas

expressão no «Sermão»

expressão equi-valente ou que usaríamos hoje

comentário

l

despido

_____

O Padre Vieira usa a forma verbal mais antiga da 1.ª pessoa do Presente do Indicativo de «despedir», mas a forma que usamos atualmente resulta de analogia com as de outros verbos (cfr. «posso», «meço», «peço»).

2

vades

__________

É esta a forma da 2.ª pessoa do plural do Presente do Conjuntivo de «ir»; no entanto, se tivermos em conta que se usaria agora a 3.ª pessoa do plural (porque o tratamento seria «vocês» e não «vós»), a forma comum seria «_____».

2

outro

outro sermão

Lembremos que o Padre Vieira ia partir para Portugal (aliás, em parte, para defesa dos índios), pelo que aquele seria, durante tempo, o último sermão que lhe ouviriam os ___.

3

mui

_____

O advérbio «mui» resulta de uma ____ (supressão do som final) de «muito» (como «São» resulta de apócope de «Santo»).

3

ficastes

_____

É esta a 2.ª pessoa do plural do Pretérito Perfeito, embora, como quase já não usamos esta pessoa, a forma nos pareça incorreta (se tivéssemos em conta que usaríamos hoje a 3.ª pessoa do plural — «vocês, peixes» —, teríamos a forma «____»).

7

habitadores

_____

Os peixes são os habitantes do elemento que é matéria do primeiro sacramento (cfr. infra), a água.

8

primeiro sacramento

batismo

Os sete sacramentos são Batismo, Confirmação, Comunhão, Penitência, Extrema unção, Ordem, Matrimónio («a matéria» do Batismo é a ____).

11

pregara

____

Até tarde o Pretérito Mais-que-perfeito serviu em casos em que hoje temos de usar o Imperfeito do Conjuntivo.

11

Oh

____

É a interjeição (não é a expressão que se apõe a um vocativo), mas, hoje, usaríamos a seguir uma vírgula ou um ponto de ____.

20

alvedrio

____

Hoje, preferiríamos a outra palavra do par de divergentes resultantes do lat. arbitrium (a palavra que hoje mais usamos é a que nos chegou por via erudita; a palavra usada por Vieira é a da chamada «via ____»).

26

do seu divino acatamento

de ___

«Acatamento» é a presença ou vista de pessoa divina a quem se deve reverência.

27-28

de um homem que tinha as minhas mesmas obrigações

de ___

Este apóstolo tinha as mesmas obrigações de Vieira e traiu-as (por isso Vieira diz correr também esse risco).

Recursos expressivos

A tabela integra as figuras de estilo referidas no sketch «Jesus ensaia figuras de estilo» (série Barbosa) e em «Que figura de estilo está Manuela Ferreira Leite a usar?» (série Zé Carlos). Quase todas estão também definidas nas pp. 393-396 do nosso manual.

Completa as definições. Deixei ficar três figuras de estilo que não surgem nos sketches. Para cada um desses casos — enumeração, antítese, apóstrofe —, tenta criar tu um exemplo, que registarás na coluna do meio (consulta as definições no manual, lê as abonações aí dadas para esses recursos expressivos, mas não te limites a copiá-las: inventa tu os exemplos — idealmente, verdadeiramente expressivos).

Figura

Exemplo (nos sketches ou a criares agora)

Definição simplificada

Figuras de sintaxe

Anáfora

«Deus é grande; Deus é pai; Deus é amor; Deus castiga; Deus abençoa; Deus é...»

Repetição de palavra ou expressão no ____ de versos ou frases.

Elipse

[Não há propriamente elipse; mas, por brincadeira, no sketch assume-se que o silêncio de Manuela Ferreira Leite é uma elipse.]

Omissão de uma palavra que se subentende facilmente.

Enumeração

 

Apresentação sucessiva de elementos (em princípio, da mesma classe gramatical).

Hipérbato

(cfr. Anástrofe)

«Eu a salvação trago para vós, que pecados cometeis; porém, não para os néscios que os mandamentos de Deus não respeitam. Comigo vinde.»

Alteração da ____ mais habitual das palavras.

Figuras fónicas

Aliteração

«Deus destapa o demónio e dá a doce dádiva do dom divino aos diabéticos da Dalmácia que se depilam junto ao desumidificador, enquanto se divertem com dados. E diz um Dai-li, dai-li, dai-li, dai-li, dai-li, dai-li, dô, papagaio voa.»

______ de sons ______ se-melhantes.

Onomatopeia

«Eu caminho sobre as águas — chlap-chlap-chlap — e, nisto, passa uma manada de búfalos — catapum, catapum, catapum —, os pecadores choram — chuífe, chuífe.»

Sugestão da imagem auditiva de um objeto por meio de um conjunto de _____.

(É um termo mais usado no domínio da etimologia.)

Figuras de semântica ou de pensamento

Alegoria

[Parábolas na Bíblia.]

Expressão de noções _______ através de um episódio concreto.

Antítese

 

 

Combinação de dois elementos ou ideias opostos.

Apóstrofe

 

 

Interpelação a alguém ou a alguma coisa personificada.

Eufemismo

[«Seis meses», por ‘sessenta anos’.]

Transmissão de uma ideia de forma ______ (menos desagradável).

Hipálage

«Não pode ser a comunicação social a selecionar as notícias que transmite [...]» (no sketch assume-‑se como hipálage o facto de a «comunicação social» não ser a verdadeira entidade responsável, o que não constituirá exatamente uma hipálage).

Transferência para um dado objeto da qualidade que se quer atribuir a outrem.

Hipérbole

«Os pecadores serão castigados e arderão em montanhas de labaredas e milhões de abutres, dos grandes, virão debicar a carne putrefacta dos pecadores, à bruta.»

Expressão _____.

Ironia

«O Diabo é muit[a] porreiro. Confiai no Diabo, confiai, que ides por bom caminho. Não rezeis que não é preciso.»

Uso de palavras com significado _______ daquele que se quer inculcar.

Metáfora

«Montanhas de labaredas.»

Designação de objeto por palavras de outra ____ lexical (permitindo uma associação por analogia).

Metonímia

«Só está a contribuir para o combate ao desemprego na Ucrânia e em Cabo Verde.»

Designação de uma realidade apenas por uma sua _____.

Perífrase (ou Circunlóquio)

[Uso de uma expressão longa que corresponderia afinal a um simples «façam o que eu digo»]

Dizer por muitas _____ o que poderia ser dito em _____.

[Público, 11 de janeiro de 2021, p. 7:]



Escreve um comentário-síntese-apreciação crítica acerca da crónica de Miguel Esteves Cardoso, saída no Público de anteontem e que, de certo modo, aflora aspetos que tratámos na última aula.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Não esqueças agora o há muito explicado acróstico com «Sermão de Santo António aos Peixes» (a folha é do 1.º período, mas está repetida aqui).

Quando puderes, se já não precisares deles, traz-me livros que te tenha emprestado.

 

 

Aula 57-58 (18 [1.ª], 19 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 20/jan [3.ª]) Estamos a terminar a unidade sobre Discursos. Estudámos a oratória religiosa, os sermões, através de Vieira, mas também se tratava de conhecer a oratória, digamos, profana, em que avultam os discursos políticos.

Na p. 66 do manual de Português, lê o «Discurso do escritor Luiz Ruffato na abertura da Feira do Livro de Frankfurt», para resolveres depois o item de correspondência acerca da «Estrutura interna do texto» (p. 67, 1):

1.  a) = __; b) = __; c) = __; d) = __; e) = __; f) = __; g) = __; h) = __.

(Não vejas ainda a correção, que ficará na Apresentação da aula, mas que daqui a pouco ouvirás em gravação.).

Ouve partes do discurso de Luiz Ruffato (a seguir). Não valerá a pena ouvires tudo: ouve só o início e o fim, para perceberes o contexto do discurso; e talvez o início da parte em falta no excerto que está no manual (cfr. «(...)»), que ficaria entre as linhas 4 e 5 (de «Brasil» a «Nós somos um país paradoxal»). Essa parte no vídeo fica entre o minuto 1 e o e 8.20. Ou seja: ouve desde o começo até ao minuto 4 (para aí) e depois ouve  de 9.30 até ao fim.

No início do ano letivo, usámos um discurso de Mr. Bean (sobre uma pintura). Agora, recorreremos de novo a um filme com Rowan Atkinson, Bean em férias. É um discurso de agradecimento de prémio, mas nos antípodas do de Luiz Ruffato. Trata-se das palavras da personagem Carson Clay, um egocêntrico realizador de cinema, ao próprio filme, que acabava de ser ovacionado por toda a plateia do Festival de Cannes.

Pus no texto de Clay várias vírgulas que não são necessárias (ou, em alguns casos, constituem mesmo uma incorreção). Circunda todas essas vírgulas desnecessárias. Talvez possas usar um círculo tracejado para as vírgulas que são prescindíveis mas não agramaticais e um círculo cheio para as absolutamente criticáveis.

«Algo muito estranho se passa, quando fazemos uma obra de arte. Por vezes, não nos apercebemos da junção dos elementos, e, quando todos se juntam, algo de mágico, algo orgânico, acontece, e foi isso que se passou hoje.

Todos disseram que isto não ia resultar. Disseram que era um enorme risco, mas quero continuar a fazer filmes como este. A combinação do cinema e do vídeo é algo que já foi feito, anteriormente, mas não, exatamente, desta forma.

Estou contente por a receção ter sido tão fantástica, e estou feliz por cá estar. Viva a França. Deus vos abençoe.»

(Daqui a pouco já te direi as minhas soluções.)

Todo o filme aproveita muito o ato de filmar com câmara digital. Por assim dizer, acompanhamos o processo de «enunciação» (a recolha de imagens por Bean, turista em França) sem sabermos que o enunciado que desse ato vai resultando (as imagens arquivadas na câmara) há de integrar-se num outro enunciado, o filme falhado de Clay.

Sublinha as comparações, recurso decerto destinado a ridicularizar o texto em off.

«Anseio esquecer-te. Esquecer os teus beijos, como fruta macia; o teu riso irrompendo na luz do dia, como prata; o teu sorriso, como a curva do quarto crescente no céu da noite; a tua beleza luminosa, a tua bondade, a tua paciência e quanto te agarravas a cada uma das palavras por mim proferidas.

Estás agora nos braços de outro. Quem é ele? Este homem? Tem porte? Tem encanto? É um amante? Ou um lutador? Que poderes tem ele sobre ti? Dançarão os teus olhos, quais pirilampos na noite, quando ele vem ao teu encontro? Amaciar-se-á o teu corpo, enquanto os teus lábios balbuciam o nome dele?»

Vê agora esta gravação onde estão os slides com as soluções do que terás feito até agora.

Passemos a ver alguns momentos de Bean em férias. Nas aulas das outras turmas, como podia usar o DVD original, preferi a versão inglesa com legendas em português. Aqui vamos seguir os mesmos passos  do filme, mas usando retalhos (clips) de uma versão dobrada em português do Brasil.

Para já vendo os trechos a seguir (é claro que muitos conhecem este filme; trata-se só de retomar alguns momentos para que reentrem no enredo):

Agora a tarefa de escrita que deves começar ainda em aula (mesmo que a lances, no espaço para resposta à pergunta, um pouco depois — mas, por favor, ainda hoje).

Prossegue o texto a partir da frase que ponho a seguir (que adaptei do discurso de Luiz Ruffato). O teu texto será relativamente livre, quanto ao assunto, mas gramaticalmente correto. Não poderás usar a letra a. Repara também já não sei nenhum A. (Não espero muitas linhas — o que consigas fazer em vinte minutos, com o constrangimento de não poderes usar AA. O ideal seria perto de cem palavras, mas compreendo que te fiques por menos. Mas vê se as frases ficam mesmo gramaticais, sem se notar que obedecem a esta regra de proibição do A, sem que o texto soe estranho).

«Estou convicto — serei ingénuo? — de que os livros têm um poder decisivo sobre o que o que nós somos e o que pode ser o mundo em que vivemos. É certo que nem só com livros ...

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Vê agora a conclusão do filme (estes dezoito minutos incluem os trechos que estivemos a analisar, sobre pontuação e comparações). O final, na praia de Cannes, tem muito a ver com o confinamento em que está o 11.º 2.ª, ainda que por antítese ou mesmo por oxímoro:

TPC — Recordo que temos estes tepecês em curso (alguns já os entregaram): acróstico com «sermão de santo antónio aos peixes» (em papel); neologismos substitutos de estrangeirismos (em papel); primeira versão de texto para concurso «A ética navida e no desporto» (a computador; a descarregar na Classroom). Vejam bem as instruções de cada uma destas tarefas. No caso do 11.º 2.ª, podem ir fazendo também todas estas tarefas, ainda que a mais entregável no imediato seja a que sublinhei a amarelo.

 

 

Aula 59-60 (20 [1.ª], 21/jan [3.ª, 2.ª, 5.ª]; tepecê de finais de janeiro na turma 4.ª) Começaremos por corrigir o questionário de compreensão que fizemos já há duas aulas. Para isso, vê/ouve a minha explicação na gravação que se segue. O teu questionário está no PDF que enviei, mas não me parece imprescindível que o tenhas agora à frente.

Aproveitando já ter falado tanto, talvez falasse ainda um pouco mais, para tratar já de um aspeto que é dos que mais falham na vossa escrita, a Acentuação gráfica. Na primeira turma em que dei esta aula, pedi aos colegas que resolvessem o quadro a seguir, mas fiquei a pensar que essa tarefa se arrastara demasiado. Por isso, deixo-lhes a tabela (que está também na folha da aula), mas sugeria que a saltassem e ouvissem já o que digo a seguir sobre algumas das regras (de novo, numa gravação).

As formas erradas que se seguem são retiradas de textos vossos ou de outros colegas. Todas têm problemas de acentos. Escreve a forma já corrigida, ao lado da regra que lhe corresponda (escreve, portanto, na coluna da direita, onde já pus alguns exemplos).

[o] porque [das coisas] / intíma [adjetivo] / tentão [Presente do Indicativo] / provavél / tambem / contrario [adjetivo ou nome] / brincavamos / cardiaco / acreditára [Mais-que-perfeito] / proximo / unica / so / relogio / neuronios / fôra / saira [Mais-que-perfeito] / passeavamos /estáva / príncipal / ultimo [adjetivo] / dificil / alguem / estadio / sotão / iría / faceis / Africa / páis [‘parentes’] / [ontem] juramos / alí / e [Presente de «Ser»] / [quis] deixa-los / pensão [Presente] / possivel / tivémos / ninguem / podera [Futuro] / dár-me / hipotese / acabára / sonambula / [eles] mantém / saíu / imprevísivel / irónicamente / começaram [Futuro] / familia / passáros / musica / incrivel /faziamos / noticias [nome] / chegármos / iamos / lêem

regra que as grafias em cima não cumprem

formas já corrigidas

Palavra aguda terminada em a, e ou o (com ou sem -s) leva acento.

    deixá-los

Palavra aguda terminada em ditongo nasal [ãw] leva til.

verão   começarão

Palavra aguda terminada em i ou u (com ou sem s) precedidos de vogal com que não formem ditongo leva acento.

Luís   saí   baú   

Palavra aguda terminada em -em ou ens, se tem mais de uma sílaba, leva acento.

parabéns   também   ninguém   alguém   (ele) mantém

Palavra aguda terminada em ditongo aberto leva acento.

céu   dói

3.ª pessoa do plural de «ter» ou «vir» leva acento circunflexo (para se distinguir da forma do singular).

vêm    (eles) mantêm

Palavras agudas fora das condições acima descritas não levam acento.

peru   ali   dar-me

Palavras graves, não havendo outra condição especial, não levam acento.

vemos   acreditara   tivemos   ironicamente   leem

Palavras graves terminadas em -l, -n, -r, -s, -x e -ps levam acento.

nível   hífen   provável   possível

Palavra grave terminada em ditongo oral (seguido ou não de -s) leva acento.

fúteis   fáceis

Palavra grave terminada em ou -ão (seguidos ou não de s) leva acento.

órfã   sótão

Palavra cuja sílaba tónica i ou u não forma ditongo com a vogal anterior (a não ser se se seguir um -nh ou -m, -n e -r) leva acento.

constituído   sair   saindo   rainha   saíra

1.ª pessoa do plural do pretérito perfeito da 1.ª conjugação leva acento (para se distinguir do presente). [para nortenhos, prescindível]

andámos   jurámos

3.ª pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo «poder» leva acento (para se distinguir do presente).

pôde

Não se emprega acento antes de ditongos iu ou ui precedidos de vogal.

caiu   saiu

Todas as palavras esdrúxulas (verdadeiras ou aparentes) têm acento.

esdrúxula   Flávio   íntima   brincávamos   relógio   íamos   

Vejam/ouçam então esta gravação:

Depois de vermos o trailer do filme Debate pela Liberdade (The Great Debaters; em português do Brasil, O Grande Desafio), resolve o questionário de escolha múltipla da p. 69 (depois, podes confirmar as soluções na apresentação que está no fim da aula):

1. 1.1. = __;   1.2. = __;   1.3. = __;   1.4. = __;   1.5. = __.

À medida que fores vendo os sketches, escreve nas quadrículas ainda vagas o foco da caricatura, isto é, o traço característico de debates ou discursos políticos que se pretende criticar. (Procura não te ficares pela situação concreta, demasiado ridícula, mas encontrar os aspetos típicos de que ela possa ser o emblema caricatural.)

Como se trata ainda de bastantes clips, se sentires que ficavas sem tempo para a tarefa de escrita (que demorará uns vinte-trinta minutos), podes resolver só alguns, ver depois as soluções de todos na Apresentação da aula que fica no final, e passares já para a tarefa de escrita.

Sketch com discurso de político

Autores

O que se pretende caricaturar

Palavras

Porta dos Fundos

 

Deputado dirige-se à Assembleia

Gato Fedorento

Formalismo da oratória política

Lições sobre política, futebol e afins

Gato Fedorento

 

Faltas dos deputados

Gato Fedorento

 

Escândalo na cantina

Gato Fedorento

 

Grupo parlamentar de palhaços

Gato Fedorento

 

Vota Lopes da Silva

Gato Fedorento

Recurso a palavras e entoações apenas para suscitar aplausos (como espetáculo sujeito a um protocolo entre orador e claque)

Primeiro-ministro discursa

Gato Fedorento

Sketch com debate

Autores

O que se pretende caricaturar

Debate quente

Porta dos Fundos

 

Debate político insultuoso

Gato Fedorento

 

Desculpe, o sotor usou um argumento

Gato Fedorento

 

Ó sotor

Gato Fedorento

 

Sketches com discursos de políticos

Sketches com debate

Depois de veres «Escrita», na p. 68, escreve os parágrafos do desenvolvimento de um texto argumentativo cujo tema fosse a liberdade de expressão; a tese seria a de que tem aumentado/diminuído a liberdade de expressão (que supõe também a de ideias com que não concordemos — na linha da frase atribuída, aliás erradamente, a Voltaire: «Não concordo com o que dizeis mas bater-me-ei até à morte para que tenhais o direito de o dizer»).

Só escreverás dois parágrafos (a defender ou a contrariar a tese, que ficaria na introdução, que não escreverás):

1.º parágrafo: Argumento + Exemplo

2.º parágrafo: Argumento + Exemplo

O teu texto será descarregado em Word ou em Imagem (foto de texto manuscrito, por exemplo — mas, nesse caso, tenta que fique bem visível, e não na transversal nem de pernas para o ar).

A tarefa deve ser descarregada ainda durante a quinta-feira (este prazo destinava-se ao 11.º 2.ª).

TPC — Aproveita para, se ainda não o fizeste, fazer e descarregar na Classroom (em Word) texto sobre «ética navida e no desporto». Os que já foram recebendo esses textos corrigidos podem agora emendá-los (e, em breve, lançá-los num novo espaço que abrirei na Classroom só para esse efeito — para as segundas versões).

 

 

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