Aulas (2.º período, 1.ª parte: 49-60)
Aula 49-50 (4 [1.ª], 5 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 6/jan [3.ª]) Correção de redação
de conto de cem palavras (cfr. Apresentação):
Revendo os peixes louvados
(quatro-olhos, tremelga ou torpedo ou raia elétrica, rémora, [peixe de Tobias
só seria possível num YouTube da Bíblia]):
Vendo agora os peixes que
vão ser repreendidos (voadores, roncadores, [pegadores não ponho, porque
corresponderão à rémora, que fora também elogiada], polvo):
Relanceando o texto, marca as linhas em que começam e em que
acabam os trechos sobre cada um dos animais (incluindo as comparações com os
homens):
os roncadores: ll. 2-____;
os pegadores: ll. ____-____;
os voadores: ll. ____-____;
o polvo: cap. V (cont.),
pp. 61-62, ll. 1-73.
Transcreve o passo em que está a queixa principal sobre cada um
dos peixes:
Peixe |
Repreensão |
Linhas |
roncadores |
«É possível que[,] sendo
vós ___________» |
4-5 |
pegadores |
«sendo pequenos, não só
se chegam a outros maiores, mas[,] de tal sorte ___________» |
48-49 |
voadores |
«____________ Pois porque
vos meteis a ser aves?» |
120-121 |
Os três peixes de hoje (e o polvo) servem para se aludir a pecados humanos. Outros casos históricos confirmam esses
defeitos dos homens. Ao contrário, Santo
António seria um bom exemplo a seguir. Preenche:
Peixe |
Característica dos homens
que está a ser criticada |
Outros maus exemplos |
Linhas a consultar |
O bom exemplo de Santo António |
|||
roncadores |
______ |
São Pedro «roncou», porque
asseverara ser o único constante na sua fé, mas logo negou Cristo quando
interpelado por uma ____. Também adormeceu, apesar de se ter comprometido a
vigiar o horto. Caifás alardeava o _____.
Pilatos exibia _____. |
8-29 38-41 |
Apesar do seu saber e poder,
nunca deles fazia alarde, preferia _____. |
41-44 |
||
pegadores |
______ |
Não parte um vice-rei ou
um governador sem que vá acolitado por uma série de ______. Morto Herodes, também
morreram os que dele dependiam (como acontecerá aos peixes que se não
despeguem do ______ que parasitam). |
54-60 67-86 |
Pegou-se apenas a Deus,
como costuma ver-se na imagem tradicional, em que Santo António surge com _____
ao colo. |
96-99 |
||
voadores |
______ |
O mago Simão disse ser
filho de Deus e anunciou quando subiria aos céus, mas não só se viu privado
de asas, para voar, como de ____, para andar. Por querer voar, Ícaro se
_____. |
146-161 162-163 |
Tendo «asas» — a
sabedoria — para «subir», preferiu _____: apagar-se, passar por leigo e sem
ciência. |
164-179 |
Faz corresponder os
trechos/sketches/personagens a um dos peixes repreendidos no cap. V do «Sermão
de Santo António» (roncador, pegador, voador, polvo). Depois
pensa em personagens/pessoas suscetíveis de ilustrar na tabela algum dos peixes
criticados:
«Eu conheço o Lopes da
Silva» |
Pegadores,
pelo parasitismo, pelo oportunismo |
«Mães à compita» |
Roncadores,
pela bazófia, pela vaidade |
Dédalo & Ícaro |
Voadores,
pela ambição irrazoável |
Georgina Rodríguez, Kátia
Aveiro (e decerto muitos outros do círculo de Cristiano Ronaldo) |
|
Jorge Jesus (em qualquer
conferência de imprensa ou entrevista) |
|
Ângelo Rodrigues (ator que
esteve em risco de vida por tomar produtos para ficar musculado) |
|
Familiares de políticos que
ascendem a lugares no governo, gabinetes ministeriais, autarquias |
|
Maneira de ser a que
alude o provérbio «Quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão?» |
|
Medusas (À procura de Nemo) |
|
Hank (À procura de Dory) |
|
Frederico Varandas |
|
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|
|
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|
|
Estes itens de exame (2014, 1.ª fase, Grupo I, B) tratavam
do passo dos Voadores:
Com
os Voadores tenho também uma palavra, e não é pequena a queixa. Dizei-me, Voadores,
não vos fez Deus para peixes? Pois porque vos meteis a ser aves? O mar fê-lo
Deus para vós, e o ar para elas. Contentai-vos com o mar e com nadar, e não
queirais voar, pois sois peixes. Se acaso vos não conheceis, olhai para as
vossas espinhas e para as vossas escamas, e conhecereis que não sois ave, senão
peixe, e ainda entre os peixes não dos melhores. Dir-me-eis, Voador, que vos
deu Deus maiores barbatanas que aos outros do vosso tamanho. Pois porque
tivestes maiores barbatanas, por isso haveis de fazer das barbatanas asas? Mas
ainda mal, porque tantas vezes vos desengana o vosso castigo. Quisestes ser
melhor que os outros peixes, e por isso sois mais mofino que todos. Aos outros
peixes do alto, mata-os o anzol ou a fisga, a vós sem fisga nem anzol, mata-vos
a vossa presunção e o vosso capricho. Vai o navio navegando e o Marinheiro
dormindo, e o Voador toca na vela ou na corda, e cai palpitando. Aos outros
peixes mata-os a fome e engana-os a isca, ao Voador mata-o a vaidade de voar, e
a sua isca é o vento. Quanto melhor lhe fora mergulhar por baixo da quilha e
viver, que voar por cima das entenas e cair morto.
Padre António Vieira, Sermão de Santo António (aos peixes) e Sermão da Sexagésima, edição de Margarida Vieira Mendes, Lisboa, Seara Nova, 1978, pp. 102-103
glossário
entenas
(linha
14) – antena, verga fixa a um mastro na qual se prende uma vela triangular ou
vela latina.
mofino (linha 9) – infeliz, desgraçado.
Apresente,
de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
4.
Caracterize
o tipo humano que o peixe voador simboliza, tendo por base o excerto
transcrito.
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5. Explicite as consequências do comportamento do
peixe voador, fundamentando a resposta com citações textuais pertinentes.
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TPC — Vê primeiros vinte minutos da série ‘Grandes livros’ sobre
o «Sermão de Santo António aos Peixes» (exceto 11.º 3.ª, que já o pôde fazer em
aula). Vai também tratando das restantes tarefas em «Sugestões para próximos
dias e começo do 2.º período».
Aula 51-52 (6 [1.ª], 7 [3.ª, 2.ª,
5.ª], 8/jan [4.ª]) O que fizemos na última aula para os três peixes que são
criticados na primeira metade do cap. V do
«Sermão de Santo António» — roncadores, «pegadores», voadores — fá-lo-emos
agora para o peixe (na verdade, um molusco cefalópode) abordado nas pp. 61-62,
o polvo.
Assim, vai preenchendo as tabelas:
Peixe |
Repreensão |
Linhas |
polvo |
«Se está nos limos, _____; se está na areia, ______;
se está no lodo, ________; e[,] se está em alguma pedra, como mais ordinariamente
costuma estar, __________» |
V (cont.),
18-20 |
Volta a surgir a analogia entre características do animal e vícios dos homens, ilustrados com peripécias bíblicas e contraditados
pelo bom exemplo de António:
Peixe |
Característica dos homens que está a ser criticada |
Outros maus exemplos |
Linhas a consultar |
O bom exemplo de Santo António |
|||
polvo |
_________ |
Judas abraçou Cristo mas foram outros que o _______(o
polvo abraça e, com os próprios braços, faz as ____). |
22-28 |
António foi o mais puro exemplar de _______; nele
nunca houve _________. |
42-45 |
Sobre as características que o Padre Vieira
critica no polvo (ll. 4-22):
retrato do polvo |
que o faz assemelhar-se
a.../ ou fingir |
capelo
(na cabeça) |
_______ |
____
(braços) |
estrela |
falta
de ossos ou de espinha |
_______,
mansidão |
Desta aparência
modesta, desta «hipocrisia tão santa», resulta ser o polvo o maior traidor do
mar: |
|
por
malícia, muda de cor conforme o ambiente (como, mas apenas por _____, faz o
camaleão) |
lança
os braços e prende os ____ e os desacautelados |
Resolve o ponto 3. da p. 63. Basta indicares os recursos expressivos:
metáfora [duas vezes]| apóstrofe
| comparação | antítese (quase oxímoro ou paradoxo) | interrogação retórica |
anáfora
a) ___; b) ___; c) ___; d)
___; e) ___; f) ___; g) ___.
O assunto é
Termos
antecedente, sucedente, referencial; Anáfora, catáfora; Referente; Correferentes;
Cadeia de referência. Lê e completa. (No manual, esta matéria está em
«[coesão] referencial», no final da p. 388.)
Em À procura de Dory, o polvo (Hank) tem algumas das
características atribuídas aos polvos no «Sermão de Santo António» mas revela outras
em que o Padre Vieira não pensara. No filme — de que veremos sobretudo as
partes em que intervém Hank —, o polvo começa por parecer interesseiro e rezingão
mas, progressivamente, vai-se tornando quase frágil e simpático. No «Sermão de Santo
António», o percurso é o contrário: realça-se a aparência de santidade do polvo,
para se vincar depois a hipocrisia, a maldade.
Para preencheres as
lacunas da tabela, podes usar alguns destes adjetivos ou outros que te pareçam pertinentes:
dedicado | irritável | irritadiço | esforçado
| receoso | prestável | derrotista | sensível | afetuoso | individualista |
solitário | persuasivo | influenciável | introvertido | afável | delicado |
astucioso | manhoso | carinhoso | otimista | calculista.
Comportamentos do polvo Hank |
Caracterização (por adjetivos) |
Disfarça-se de gato, de parede, de planta, de
corrimão, etc. |
Escondido, dissimulado, ocultado (mas sem se
conotar nada disto com a psicologia) |
Tenta convencer Dory a dar-lhe a etiqueta. |
Insinuante, _____, quase malicioso, ____, _____,
astuto; ligeiramente interesseiro, ____. |
Mostra-se diligente a conduzir Dory nos seus
percursos, a ajudá-la, mesmo contrariado. |
Solidário, solícito, _____, ____, prestimoso,
_____. |
Esconde-se e disfarça-se para não ser tocado
pelas crianças, de quem tem pavor. |
Medroso, timorato, ____ (talvez por estar ainda
traumatizado por ter perdido tentáculo). |
Chega a gritar com Dory, impaciente por ela não
lhe dar a etiqueta, quase lha tirando à força, mas acaba por se retrair e
controlar-se. |
Primário, ____, ____, mas, no fundo, com boa
índole. |
«Não quero ninguém com quem me preocupar. Tu tens
sorte: sem memórias, sem problemas». |
Pessimista, cético, ____; ____, ____, associal,
____. |
Não gosta de conversas nem de perguntas. Quer
viver dentro de caixa de vidro, sozinho, sem ter de conversar com ninguém. |
|
[no momento da separação:] «Vai ser difícil eu esquecer-te,
miúda»; «Estás bem?». |
Meigo, _____, ____, terno, cordial, ____, ____, _____. |
Preferia ficar preso, em exposição, mas deixa-se
conduzir por Dory (e, já antes da insistência dos outros peixes, aceitara fugir
a seu pedido). |
Inseguro, ______. |
[quase no final:] «Dou-me bem com a loucura!». |
Entusiástico, arrebatado, ______. |
Escreve
um texto cujos períodos comecem sempre por nova letra segundo a ordem do
alfabeto (A, B, C, D, ...). Género do texto será à tua escolha. Título será
«Polvo».
Aqueles
tempos ainda eram de euforia pós-revolucionária. Bastou alguém lembrar
que faltava um liceu em Benfica para logo se criar uma comissão. Convém
lembrar que os adolescentes dos anos setenta tinham de ir estudar para o D.
Pedro V, o Dona Leonor, o Padre António Vieira ou mais longe ainda. De
cada vez que ...
Evita
artificialidade da ordem das frases (por querer usar como início determinada
palavra): «Xadrez era o padrão da sua saia preferida».
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TPC
— Completa texto alfabético iniciado em aula.
Aula 53-54 (11 [1.ª], 12 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 13/jan [3.ª]) Vai lendo «Rapinar» (p. 54) e circundando a melhor alínea de cada item. Não consultes outras páginas do manual nem folhas tuas.
Este texto é excerto
a) de um sermão de Santo António.
b) do «Sermão de Santo António [aos peixes]», de
Vieira.
c) do capítulo III do sermão que temos vindo a estudar
em aula.
d) de um sermão de Vieira.
O pretexto para as ideias defendidas pelo orador neste
trecho está sintetizado logo nas ll. 1-4:
a) tendo D. João III pedido informação sobre a Índia,
respondeu-lhe S. Francisco Xavier que se roubava muito.
b) tendo el-rei D. João III procurado saber se se
roubava muito na Índia, escreveu-lhe afirmativamente S. Francisco Xavier.
c) tendo D. João III querido saber o estado da Índia,
respondeu S. Francisco Xavier que se conjugavam muito certos verbos.
d) Santo António informou D. João III que, na Índia,
o verbo rapio se conjugava por todos
os modos.
«se usa igualmente a mesma conjugação» (l. 6) significa
a) ‘também se rouba’.
b) ‘usa-se o mesmo verbo’.
c) ‘conjuga-se do mesmo modo’.
d) ‘escreve-se, lê-se, ouve-se, fala-se com o mesmo
verbo’.
A repetição de «Furtam pelo modo» (ll. 12, 14, 15,
17, 19, 20, 21) constitui
a) um mecanismo de coesão referencial.
b) uma anáfora.
c) uma ironia.
d) um mecanismo de coesão frásica.
Os vários modos verbais mencionados — indicativo, imperativo,
conjuntivo, etc. (l. 9 e ss.) — são
a) invenções do orador, neologismos, funcionando
como reflexão metalinguística.
b) ‘modos de roubar’, no seu sentido mais
denotativo.
c) palavras divergentes.
d) termos gramaticais, denotativamente, mas conotam
as diversas maneiras de roubar.
O pronome «elas» (l. 28) é uma
a) catáfora cujo referente é «as miseráveis
províncias» (ll. 26-27).
b) anáfora cujo antecedente é «as miseráveis províncias»
(ll. 26-27).
c) anáfora cujo referente é «todas as pessoas» (l.
23).
d) catáfora cujo antecedente é «todas as pessoas»
(l. 23).
«roubadas e consumidas» (l. 28) é
a) predicativo do complemento direto.
b) predicativo do sujeito.
c) modificador restritivo do nome.
d) complemento direto.
Vai lendo «Ao encontro do preciosismo» (p. 55) e circunda
a melhor alínea de cada item. Não consultes o resto do manual nem folhas tuas.
«isso» (l. 5) é
a) deítico espacial.
b) deítico pessoal.
c) deítico temporal.
d) anáfora.
«Há dias» e «recebi» (l. 8) funcionam como marcas deíticas
a) temporal e pessoal-temporal, respetivamente.
b) temporal e espacial, respetivamente.
c) de tempo.
d) temporal e pessoal-espacial, respetivamente.
Na publicação original desta crónica, a parte omitida
pelo manual a seguir a «solicitada» (p. 19) — cfr. «(...)» — diz o seguinte: «por outro lado, fica engraçada se
involuntariamente certeira, porque a pobre revista, mar, aventura, talvez
viagens, vinha de facto de encontro aos meus interesses». Significa isto que o
cronista
a) até gostava de alguns dos assuntos tratados na revista.
b) não tinha interesse na revista.
c) tinha interesses coincidentes com os conteúdos
tratados na revista.
d) até, segundo tudo indicava, poderia vir a
gostar da revista.
«meus caros» (l. 21) é
a) sujeito.
b) modificador apositivo do nome.
c) vocativo.
d) modificador restritivo do nome.
O erro na mensagem publicitária que levou o
cronista a reagir consiste em falha de
a) coesão lexical.
b) coesão frásica.
c) coerência.
d) coesão referencial.
O referente de «[d]isso» (l. 23) é
a) todo o parágrafo anterior (l. 22).
b) «o certo é que respondi» (l. 23).
c) «Sabe-se lá quem está do outro lado...» (l. 22).
d) todo o parágrafo anterior (l. 22) e,
provavelmente, mais uma sua parte omitida no manual.
O trecho do original que foi omitido na linha 23
após «respondi» seria:
a) «Fosse incontinência da vontade (vulgo, acrasia),
ou intermitência de juízo (vulgo, afronésia), ou... whatever, respondi».
b) «Quiçá por falta de vontade ou por intermitência
de aborrecimento, ou... whatever, respondi».
c) «Fosse por falta de vontade (vulgo, acrasia),
ou por muito juízo (vulgo, afronésia), respondi».
d) «Fosse por ter pisado um cocó de cão ou por
alguma outra razão, respondi».
«irónico, variante de melindre» (l. 29)
caracteriza
a) a resposta do «publicitário», que, sob a capa irónica,
mostrava ter-se agastado.
b) o cronista, que respondera com ironia,
melindrado pela mensagem.
c) a resposta do cronista à mensagem recebida.
d) o cronista, que disfarçava com ironia o ter
ficado irritado com o atrevimento da resposta.
O pronome «me» (l. 30) desempenha a função
sintática de
a) complemento indireto.
b) complemento direto.
c) complemento oblíquo.
d) sujeito.
Para o cronista (cfr. ll. 30-31), o sentido de «preciosismo» era
a) ‘uso errado de uma palavra ou expressão’.
b) ‘uso de palavra rara para evitar o recurso a um
estrangeirismo’.
c) ‘bom uso da língua’.
d) ‘uso de um estrangeirismo em vez da
correspondente palavra vernácula’.
O ano passado terão falado de empréstimos, um dos processos irregulares de formação de palavras.
Os empréstimos permitem reconhecer as fases históricas em que predominaram
influências de certos países.
No quadro em baixo, preenche
a coluna que ainda está vazia. Depois, completa as lacunas do texto. Descobrirás
as relações entre a época de entrada no português de determinado
estrangeirismo, a língua de que veio essa palavra e a sua área temática.
Empréstimo |
Língua de origem |
Data da primeira ates- tação em português |
Área temática |
Desporto |
Inglês |
XIX
(sport) |
|
Futebol |
Inglês |
XX |
|
Jóquei |
Inglês |
1858 |
|
Serenata |
Italiano |
1813 |
|
Maestro |
Italiano |
1858 |
|
Ária
('peça musical melodiosa') |
Italiano
|
XVIII |
|
Bijuteria |
Francês |
1881 |
|
Vitrine |
Francês |
1873 |
|
Toilete |
Francês |
1899 |
|
Biombo |
Japonês |
XVI
(beòbus) |
|
Quimono
('um tipo de roupão') |
Japonês |
XVI
(quimão) |
|
Catana
('espada curta') |
Japonês |
XVI |
Armas |
Trovar
('cantar versos') |
Provençal |
XIII |
|
Refrão |
Provençal |
XIV |
|
Rouxinol |
Provençal |
XIV
(rousinol) |
|
Vilancete
('poema de tema campestre') |
Castelhano |
XVI |
|
Endecha
('poema triste') |
Castelhano |
XVI |
|
Picaresco
('género literário satírico') |
Castelhano |
XVII |
|
Maracujá |
Tupi |
1587 |
|
Mandioca |
Tupi |
1549 |
|
Piripiri |
Tupi |
1587 |
(Etimologias e datas
segundo Antônio Geraldo da Cunha, Dicionário
Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa, 1982)
Os provençalismos (empréstimos do ______,
uma língua antiga do sul de França) testemunham a importância da literatura
provençal na poesia galego-portuguesa medieval. Como consequência da expansão
portuguesa, a língua _______ deu-nos termos relativos a objetos que o ocidente
até então desconhecia. Do mesmo modo, os tupinismos
que escolhi reportam-se a nomes de ______ que os europeus foram encontrar no
Brasil pela primeira vez. O castelhano
deixou-nos muitas palavras do âmbito da literatura, que entraram no português sobretudo
nos séculos ____ e ____, a época do apogeu da cultura espanhola, que aliás
coincidiu com a dinastia filipina. Sobre os galicismos (estrangeirismos franceses), lembre-se que durante o
século _____ foi forte a influência francesa em vários campos, entre os quais o
da ______, como provam os exemplos. No campo musical, pela mesma altura e já
antes, era a ________ que inspirava os outros países. Na transição para o século
XX, uma série de desportos criados em ______ foram adotados em outros países e,
claro, com esses desportos vieram os termos respetivos. Hoje em dia, o inglês é
o maior fornecedor de estrangeirismos (nas tecnologias, por exemplo, predominam
nitidamente os anglicismos).
Os estrangeirismos — ou seja,
os empréstimos na fase em que ainda são percebidos como estranhos à língua em
que se integraram — são criticados por quem tem uma atitude conservadora
relativamente à língua portuguesa. A luta contra os estrangeirismos levou a que
alguns gramáticos mais fanáticos procurassem substituí-los por palavras que
eles próprios inventaram, segundo padrões portugueses. São elas resultado de
exagerado purismo, o preciosismo
referido no artigo de Abel Barros Baptista.
Verifica se alguma das propostas venceu nos
hábitos de hoje ou se foram os estrangeirismos que triunfaram na língua
corrente. Marca os neologismos que, apesar de tudo, ainda se usem (haverá só um
ou dois). Marca também a proposta que consideres mais ridícula. Por fim, adivinha
a origem dos estrangeirismos, escrevendo f(rancês)
ou i(nglês).
Neologismos propostos por
gramáticos |
Estrangeirismos |
Origem |
Nasóculos |
Pince-nez
('óculo de mola') |
|
Preconício |
Reclame |
|
Lucivelo,
abajúrdio |
Abajur
(Abat-jour) |
|
Ancenúbio |
Nuance |
|
Ludâmbulo |
Turista |
|
Ludopédio,
balípodo, pedibola, furta-bola, bolapé |
Futebol |
|
Rabo
de galo |
Cocktail |
|
Cardápio |
Menu |
|
Vesperal |
Matiné
(Matinée) |
|
Bosquejo |
Sketch |
|
Ampara-seios,
estrófio, mamilar |
Sutiã
(Soutien) |
|
Tabuínha
de chocolate |
Tablete
de chocolate |
|
Alviçareiro |
Repórter |
|
Runimol |
Avalanche |
|
Legicídio
social |
Golpe
de estado |
|
Venaplauso |
Claque |
|
Haurinxugo,
hauricanulação |
Drenagem
('escoamento') |
|
Escreve um texto expositivo ou de opinião sobre
assunto que escolherás (procura talvez assunto em que te sintas bastante
seguro, especialista, mesmo se muito específico). Não escolhas tópico ensinado
em disciplinas escolares. Usa pelo menos doze conectores (de sentidos
diferentes) dos que estão na tabela da p. 357, sublinhando-os. Talvez 150-200
palavras.
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TPC — Consulta este Dicionário de estrangeirismos (não
fiques só pela letra A) Escolhe três estrangeirismos, de línguas de origem diferentes.
Cria um equivalente vernáculo, com formação percetível e, eventualmente, alguma
graça.
Aula 55-56 (13 [1.ª], 14 [3.ª, 2.ª, 5.ª], 15/jan [4.ª]) O capítulo VI do «Sermão
de Santo António» corresponde à peroração,
a última parte de um discurso. Vai lendo o texto na p. 64 e preenchendo o que
falta no quadro.
linhas |
expressão no «Sermão» |
expressão equi-valente ou
que usaríamos hoje |
comentário |
l |
despido |
_____ |
O Padre Vieira usa a forma verbal mais antiga da
1.ª pessoa do Presente do Indicativo de «despedir», mas a forma que usamos
atualmente resulta de analogia com as de outros verbos (cfr. «posso», «meço», «peço»). |
2 |
vades |
__________ |
É esta a forma da 2.ª pessoa do plural do
Presente do Conjuntivo de «ir»; no entanto, se tivermos em conta que se usaria
agora a 3.ª pessoa do plural (porque o tratamento seria «vocês» e não «vós»),
a forma comum seria «_____». |
2 |
outro |
outro
sermão |
Lembremos que o Padre Vieira ia partir para
Portugal (aliás, em parte, para defesa dos índios), pelo que aquele seria,
durante tempo, o último sermão que lhe ouviriam os ___. |
3 |
mui |
_____ |
O advérbio «mui» resulta de uma ____ (supressão
do som final) de «muito» (como «São» resulta de apócope de «Santo»). |
3 |
ficastes |
_____ |
É esta a 2.ª pessoa do plural do Pretérito Perfeito,
embora, como quase já não usamos esta pessoa, a forma nos pareça incorreta
(se tivéssemos em conta que usaríamos hoje a 3.ª pessoa do plural — «vocês,
peixes» —, teríamos a forma «____»). |
7 |
habitadores |
_____ |
Os peixes são os habitantes do elemento que é matéria
do primeiro sacramento (cfr. infra), a água. |
8 |
primeiro
sacramento |
batismo |
Os sete sacramentos são Batismo, Confirmação, Comunhão,
Penitência, Extrema unção, Ordem, Matrimónio («a matéria» do Batismo é a ____). |
11 |
pregara |
____ |
Até tarde o Pretérito Mais-que-perfeito serviu
em casos em que hoje temos de usar o Imperfeito do Conjuntivo. |
11 |
Oh |
____ |
É a interjeição (não é a expressão que se apõe a
um vocativo), mas, hoje, usaríamos a seguir uma vírgula ou um ponto de ____. |
20 |
alvedrio |
____ |
Hoje, preferiríamos a outra palavra do par de
divergentes resultantes do lat. arbitrium
(a palavra que hoje mais usamos é a que nos chegou por via erudita; a palavra
usada por Vieira é a da chamada «via ____»). |
26 |
do
seu divino acatamento |
de
___ |
«Acatamento» é a presença ou vista de pessoa
divina a quem se deve reverência. |
27-28 |
de
um homem que tinha as minhas mesmas obrigações |
de
___ |
Este apóstolo tinha as mesmas obrigações de
Vieira e traiu-as (por isso Vieira diz correr também esse risco). |
Recursos expressivos
A tabela integra as figuras
de estilo referidas no sketch
«Jesus ensaia figuras de estilo» (série Barbosa) e em «Que figura de estilo está
Manuela Ferreira Leite a usar?» (série Zé Carlos). Quase todas estão também
definidas nas pp. 393-396 do nosso manual.
Completa as definições. Deixei ficar três figuras de estilo que não surgem nos sketches. Para cada um desses casos —
enumeração, antítese, apóstrofe —, tenta criar tu um exemplo, que registarás na
coluna do meio (consulta as definições no manual, lê as abonações aí dadas para
esses recursos expressivos, mas não te limites a copiá-las: inventa tu os exemplos
— idealmente, verdadeiramente expressivos).
Figura |
Exemplo (nos sketches ou a criares agora) |
Definição simplificada |
Figuras
de sintaxe |
||
Anáfora |
«Deus é grande; Deus é pai; Deus é amor; Deus castiga;
Deus abençoa; Deus é...» |
Repetição
de palavra ou expressão no ____ de versos ou frases. |
Elipse |
[Não há propriamente elipse; mas, por brincadeira,
no sketch assume-se que o silêncio de
Manuela Ferreira Leite é uma elipse.] |
Omissão
de uma palavra que se subentende facilmente. |
Enumeração |
|
Apresentação
sucessiva de elementos (em princípio, da mesma classe gramatical). |
Hipérbato (cfr.
Anástrofe) |
«Eu a salvação trago para vós, que pecados cometeis;
porém, não para os néscios que os mandamentos de Deus não respeitam. Comigo
vinde.» |
Alteração
da ____ mais habitual das palavras. |
Figuras
fónicas |
||
Aliteração |
«Deus destapa o demónio e dá a doce dádiva do dom
divino aos diabéticos da Dalmácia que se depilam junto ao desumidificador,
enquanto se divertem com dados. E diz um Dai-li, dai-li, dai-li, dai-li,
dai-li, dai-li, dô, papagaio voa.» |
______
de sons ______ se-melhantes. |
Onomatopeia |
«Eu caminho sobre as águas — chlap-chlap-chlap —
e, nisto, passa uma manada de búfalos — catapum, catapum, catapum —, os
pecadores choram — chuífe, chuífe.» |
Sugestão da imagem auditiva de um objeto por meio
de um conjunto de _____. (É
um termo mais usado no domínio da etimologia.) |
Figuras
de semântica ou de pensamento |
||
Alegoria |
[Parábolas na Bíblia.] |
Expressão
de noções _______ através de um episódio concreto. |
Antítese |
|
Combinação
de dois elementos ou ideias opostos. |
Apóstrofe |
|
Interpelação
a alguém ou a alguma coisa personificada. |
Eufemismo |
[«Seis meses», por ‘sessenta anos’.] |
Transmissão
de uma ideia de forma ______ (menos desagradável). |
Hipálage |
«Não pode ser a comunicação social a selecionar
as notícias que transmite [...]» (no sketch
assume-‑se como hipálage o facto de a «comunicação social» não ser a
verdadeira entidade responsável, o que não constituirá exatamente uma hipálage). |
Transferência
para um dado objeto da qualidade que se quer atribuir a outrem. |
Hipérbole |
«Os pecadores serão castigados e arderão em
montanhas de labaredas e milhões de abutres, dos grandes, virão debicar a
carne putrefacta dos pecadores, à bruta.» |
Expressão _____. |
Ironia |
«O Diabo é muit[a] porreiro. Confiai no Diabo,
confiai, que ides por bom caminho. Não rezeis que não é preciso.» |
Uso
de palavras com significado _______ daquele que se quer inculcar. |
Metáfora |
«Montanhas de labaredas.» |
Designação
de objeto por palavras de outra ____ lexical (permitindo uma associação por
analogia). |
Metonímia |
«Só está a contribuir para o combate ao desemprego
na Ucrânia e em Cabo Verde.» |
Designação
de uma realidade apenas por uma sua _____. |
Perífrase
(ou Circunlóquio) |
[Uso de uma expressão longa que corresponderia
afinal a um simples «façam o que eu digo»] |
Dizer
por muitas _____ o que poderia ser dito em _____. |
[Público,
11 de janeiro de 2021, p. 7:]
Escreve um comentário-síntese-apreciação
crítica acerca da crónica de Miguel Esteves Cardoso, saída no Público de
anteontem e que, de certo modo, aflora aspetos que tratámos na última aula.
.
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TPC — Não esqueças agora o há muito
explicado acróstico com «Sermão de Santo António aos Peixes» (a folha é do 1.º
período, mas está repetida aqui).
Quando
puderes, se já não precisares deles, traz-me livros que te tenha emprestado.
Aula 57-58 (18 [1.ª], 19 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 20/jan [3.ª]) Estamos a terminar a unidade sobre Discursos. Estudámos a oratória religiosa, os sermões, através de Vieira, mas também se tratava de conhecer a oratória, digamos, profana, em que avultam os discursos políticos.
Na p. 66 do manual de
Português, lê o «Discurso do escritor Luiz Ruffato na abertura da Feira do
Livro de Frankfurt», para resolveres depois o item de correspondência acerca da
«Estrutura interna do texto» (p. 67, 1):
1.
a) = __; b) = __; c) = __; d) = __; e) =
__; f) = __; g) = __; h) = __.
(Não vejas ainda a
correção, que ficará na Apresentação da aula, mas que daqui a pouco ouvirás em
gravação.).
Ouve partes do discurso de
Luiz Ruffato (a seguir). Não valerá a pena ouvires tudo: ouve só o
início e o fim, para perceberes o contexto do discurso; e talvez o início da
parte em falta no excerto que está no manual (cfr. «(...)»), que ficaria entre as linhas 4 e 5 (de «Brasil» a
«Nós somos um país paradoxal»). Essa parte no vídeo fica entre o minuto 1 e o e
8.20. Ou seja: ouve desde o começo até ao minuto 4 (para aí) e depois ouve de 9.30 até ao fim.
No início do ano letivo, usámos
um discurso de Mr. Bean (sobre uma pintura). Agora, recorreremos de novo a um filme
com Rowan Atkinson, Bean em férias. É
um discurso de agradecimento de prémio,
mas nos antípodas do de Luiz Ruffato. Trata-se das palavras da personagem Carson
Clay, um egocêntrico realizador de cinema, ao próprio filme, que acabava de ser
ovacionado por toda a plateia do Festival de Cannes.
Pus no texto de Clay
várias vírgulas que não são necessárias (ou, em alguns casos, constituem mesmo
uma incorreção). Circunda todas essas vírgulas desnecessárias. Talvez
possas usar um círculo tracejado para as vírgulas que são prescindíveis mas não
agramaticais e um círculo cheio para as absolutamente criticáveis.
«Algo muito
estranho se passa, quando fazemos uma obra de arte. Por vezes, não nos
apercebemos da junção dos elementos, e, quando todos se juntam, algo de mágico,
algo orgânico, acontece, e foi isso que se passou hoje.
Todos disseram que isto
não ia resultar. Disseram que era um enorme risco, mas quero continuar a fazer
filmes como este. A combinação do cinema e do vídeo é algo que já foi feito, anteriormente,
mas não, exatamente, desta forma.
Estou contente por a
receção ter sido tão fantástica, e estou feliz por cá estar. Viva a França.
Deus vos abençoe.»
(Daqui a pouco já te direi
as minhas soluções.)
Todo o filme
aproveita muito o ato de filmar com câmara digital. Por assim dizer, acompanhamos
o processo de «enunciação» (a recolha
de imagens por Bean, turista em França) sem sabermos que o enunciado que desse ato vai resultando (as imagens arquivadas na
câmara) há de integrar-se num outro
enunciado, o filme falhado de Clay.
Sublinha as comparações, recurso decerto destinado
a ridicularizar o texto em off.
«Anseio
esquecer-te. Esquecer os teus beijos, como fruta macia; o teu riso irrompendo
na luz do dia, como prata; o teu sorriso, como a curva do quarto crescente no
céu da noite; a tua beleza luminosa, a tua bondade, a tua paciência e quanto te
agarravas a cada uma das palavras por mim proferidas.
Estás agora nos braços de
outro. Quem é ele? Este homem? Tem porte? Tem encanto? É um amante? Ou um lutador?
Que poderes tem ele sobre ti? Dançarão os teus olhos, quais pirilampos na noite,
quando ele vem ao teu encontro? Amaciar-se-á o teu corpo, enquanto os teus
lábios balbuciam o nome dele?»
Vê agora
esta gravação onde estão os slides com as soluções do que terás feito até
agora.
Passemos a ver alguns
momentos de Bean em férias. Nas aulas das outras turmas, como podia usar
o DVD original, preferi a versão inglesa com legendas em português. Aqui vamos
seguir os mesmos passos do filme, mas
usando retalhos (clips) de uma versão dobrada em português do Brasil.
Para já vendo os trechos a
seguir (é claro que muitos conhecem este filme; trata-se só de retomar alguns
momentos para que reentrem no enredo):
Agora a tarefa de escrita que deves começar ainda
em aula (mesmo que a lances, no espaço para resposta à pergunta, um pouco
depois — mas, por favor, ainda hoje).
Prossegue o texto a partir da frase que ponho a
seguir (que adaptei do discurso de Luiz Ruffato). O teu texto será relativamente
livre, quanto ao assunto, mas gramaticalmente correto. Não poderás usar a letra a. Repara também
já não sei nenhum A. (Não espero muitas linhas — o que consigas fazer em vinte
minutos, com o constrangimento de não poderes usar AA. O ideal seria perto de cem
palavras, mas compreendo que te fiques por menos. Mas vê se as frases ficam
mesmo gramaticais, sem se notar que obedecem a esta regra de proibição do A, sem
que o texto soe estranho).
«Estou convicto — serei ingénuo? — de que os
livros têm um poder decisivo sobre o que o que nós somos e o que pode ser o
mundo em que vivemos. É certo que nem só com livros ...
.
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Vê agora a
conclusão do filme (estes dezoito minutos incluem os trechos que estivemos a analisar,
sobre pontuação e comparações). O final, na praia de Cannes, tem muito a ver
com o confinamento em que está o 11.º 2.ª, ainda que por antítese ou mesmo por
oxímoro:
TPC — Recordo que temos estes
tepecês em curso (alguns já os entregaram): acróstico com «sermão de santo antónio aos peixes» (em papel);
neologismos substitutos de estrangeirismos (em papel); primeira versão de texto para concurso «A ética navida e no desporto» (a computador; a descarregar na Classroom). Vejam bem
as instruções de cada uma destas tarefas. No caso do 11.º 2.ª, podem ir fazendo
também todas estas tarefas, ainda que a mais entregável no imediato seja a que
sublinhei a amarelo.
Aula 59-60 (20 [1.ª], 21/jan [3.ª, 2.ª, 5.ª]; tepecê de finais de janeiro na turma 4.ª) Começaremos por corrigir o questionário de compreensão que fizemos já há duas aulas. Para isso, vê/ouve a minha explicação na gravação que se segue. O teu questionário está no PDF que enviei, mas não me parece imprescindível que o tenhas agora à frente.
Aproveitando já ter falado
tanto, talvez falasse ainda um pouco mais, para tratar já de um aspeto que é
dos que mais falham na vossa escrita, a Acentuação gráfica.
Na primeira turma em que dei esta aula, pedi aos colegas que resolvessem o quadro a
seguir, mas fiquei a pensar que essa tarefa se arrastara demasiado. Por isso, deixo-lhes a tabela (que está também na folha da aula), mas sugeria que a saltassem e
ouvissem já o que digo a seguir sobre algumas das regras (de novo, numa gravação).
As formas erradas que se seguem são retiradas de textos vossos ou de outros
colegas. Todas têm problemas de acentos. Escreve a forma já corrigida, ao lado da regra que lhe corresponda (escreve,
portanto, na coluna da direita, onde já pus alguns exemplos).
[o] porque [das
coisas] / intíma [adjetivo] / tentão
[Presente do Indicativo] / provavél /
tambem / contrario [adjetivo ou nome]
/ brincavamos / cardiaco / acreditára [Mais-que-perfeito]
/ proximo / unica / so / relogio / neuronios / fôra / saira [Mais-que-perfeito] / passeavamos /estáva
/ príncipal / ultimo [adjetivo] /
dificil / alguem / estadio / sotão / iría / faceis / Africa / páis [‘parentes’]
/ [ontem] juramos / alí / e [Presente de
«Ser»] / [quis] deixa-los / pensão [Presente]
/ possivel / tivémos / ninguem / podera [Futuro]
/ dár-me / hipotese / acabára / sonambula / [eles] mantém / saíu / imprevísivel
/ irónicamente / começaram [Futuro] /
familia / passáros / musica / incrivel /faziamos / noticias [nome] / chegármos / iamos / lêem
regra que as grafias em cima não cumprem |
formas já corrigidas |
Palavra
aguda terminada em a, e ou o (com ou sem -s) leva
acento. |
má deixá-los |
Palavra aguda
terminada em ditongo nasal [ãw] leva til. |
verão começarão |
Palavra aguda terminada
em i ou u (com ou sem s) precedidos
de vogal com que não formem ditongo leva acento. |
Luís saí
baú |
Palavra aguda
terminada em -em ou ens, se tem mais de uma sílaba, leva
acento. |
parabéns também ninguém alguém (ele)
mantém |
Palavra aguda terminada
em ditongo aberto leva acento. |
céu dói |
3.ª pessoa do plural
de «ter» ou «vir» leva acento circunflexo (para se distinguir da forma do
singular). |
vêm (eles) mantêm |
Palavras
agudas fora das condições acima descritas não levam acento. |
peru ali dar-me |
Palavras graves, não
havendo outra condição especial, não levam acento. |
vemos acreditara
tivemos ironicamente leem |
Palavras
graves terminadas em -l, -n, -r, -s, -x e -ps levam acento. |
nível hífen provável
possível |
Palavra
grave terminada em ditongo oral (seguido ou não de -s) leva acento. |
fúteis fáceis |
Palavra
grave terminada em -ã ou -ão (seguidos ou não de s) leva acento. |
órfã sótão |
Palavra
cuja sílaba tónica i ou u não forma ditongo com a vogal
anterior (a não ser se se seguir um -nh
ou -m, -n e -r) leva acento. |
constituído sair saindo
rainha saíra |
1.ª
pessoa do plural do pretérito perfeito da 1.ª conjugação leva acento (para se
distinguir do presente). [para nortenhos,
prescindível] |
andámos jurámos |
3.ª pessoa do singular
do pretérito perfeito do verbo «poder» leva acento (para se distinguir do presente). |
pôde |
Não
se emprega acento antes de ditongos iu
ou ui precedidos de vogal. |
caiu saiu |
Todas as palavras
esdrúxulas (verdadeiras ou aparentes) têm acento. |
esdrúxula Flávio
íntima
brincávamos relógio
íamos |
Vejam/ouçam
então esta gravação:
Depois de vermos o trailer do filme Debate pela Liberdade (The Great Debaters; em português do Brasil, O Grande Desafio), resolve o questionário de escolha múltipla da p. 69 (depois, podes confirmar as soluções na apresentação que está no fim da aula):
1. 1.1. = __; 1.2. = __;
1.3. = __; 1.4. = __; 1.5. =
__.
À medida que fores vendo
os sketches, escreve nas quadrículas ainda vagas o foco da caricatura, isto
é, o traço característico de debates ou discursos políticos que se pretende criticar.
(Procura não te ficares pela situação concreta, demasiado ridícula, mas encontrar
os aspetos típicos de que ela possa ser o emblema caricatural.)
Como se trata ainda de
bastantes clips, se sentires
que ficavas sem tempo para a tarefa de escrita (que demorará uns vinte-trinta
minutos), podes resolver só alguns, ver depois as soluções de todos na
Apresentação da aula que fica no final, e passares já para a tarefa de escrita.
Sketch com discurso de político |
Autores |
O que se pretende caricaturar |
Palavras |
Porta
dos Fundos |
|
Deputado dirige-se à
Assembleia |
Gato
Fedorento |
Formalismo da oratória
política |
Lições
sobre política, futebol e afins |
Gato Fedorento |
|
Faltas dos deputados |
Gato
Fedorento |
|
Escândalo na cantina |
Gato
Fedorento |
|
Grupo parlamentar de
palhaços |
Gato
Fedorento |
|
Vota Lopes da Silva |
Gato
Fedorento |
Recurso
a palavras e entoações apenas para suscitar aplausos (como espetáculo sujeito
a um protocolo entre orador e claque) |
Primeiro-ministro
discursa |
Gato
Fedorento |
|
Sketch com debate |
Autores |
O que se pretende caricaturar |
Debate quente |
Porta
dos Fundos |
|
Debate político insultuoso |
Gato
Fedorento |
|
Desculpe,
o sotor usou um argumento |
Gato
Fedorento |
|
Ó sotor |
Gato
Fedorento |
|
Sketches com discursos de políticos
Sketches com debate
Depois de veres «Escrita», na p. 68, escreve os parágrafos do desenvolvimento de um
texto argumentativo cujo tema
fosse a liberdade de
expressão; a tese
seria a de que tem aumentado/diminuído
a liberdade de expressão (que supõe também a de ideias com que não
concordemos — na linha da frase atribuída, aliás erradamente, a Voltaire: «Não concordo com o que dizeis
mas bater-me-ei até à morte para que tenhais o direito de o dizer»).
Só escreverás dois parágrafos (a defender ou a contrariar
a tese, que ficaria na introdução, que não escreverás):
1.º parágrafo: Argumento + Exemplo
2.º parágrafo: Argumento + Exemplo
O teu texto será descarregado
em Word ou em Imagem (foto de texto manuscrito, por exemplo — mas, nesse caso,
tenta que fique bem visível, e não na transversal nem de pernas para o ar).
A tarefa deve ser
descarregada ainda durante a quinta-feira (este prazo destinava-se ao 11.º 2.ª).
TPC — Aproveita para, se ainda
não o fizeste, fazer e descarregar na Classroom (em Word) texto sobre «ética navida e no desporto». Os que já foram recebendo esses textos corrigidos podem
agora emendá-los (e, em breve, lançá-los num novo espaço que abrirei na
Classroom só para esse efeito — para as segundas versões).
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