Sunday, August 30, 2020

Aulas (3.º período, 3.ª parte: 113-126)

 

Aula 113-114 (17 [1.ª], 18 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 19/mai [3.ª]) Explicações acerca do trabalho devolvido; e sobre «epónimos»; e noções de ‘conto, novela, romance’ (cfr. p. 245; e Apresentação).

Apresentam-se os inícios (1-8) e os finais (A-H) de oito romances de Eça de Queirós. (Dos publicados em vida do autor só não estão Os Maias e A Ilustre Casa de Ramires, que aliás é semipóstumo. Também não incluo, por ter sido escrito em colaboração com Ramalho Ortigão, O Mistério da Estrada de Sintra.) Põe ao lado dos títulos os que te pareçam ser os respetivos inícios (1 a 8) e finais (A a H):

 

Romances de Eça de Queirós (segundo a ordem de publicação)

Inícios (1-8)

Finais (A-H)

O Crime do Padre Amaro

 

 

O Primo Basílio

 

 

O Mandarim

 

 

A Relíquia

 

 

A Cidade e as Serras

 

 

A Capital! (começos duma carreira)

 

 

O Conde de Abranhos

 

 

Alves & C.ª

 

 

Inícios

1 A estação de Ovar, no caminho de ferro do Norte, estava muito silenciosa, pelas seis horas, antes da chegada do comboio do Porto.

2 À EX.MA SR.A CONDESSA DE ABRANHOS

MINHA SENHORA: — Tive, durante quinze anos, a honra tão invejada de ser o secretário particular de seu Ex.mo Marido, Alípio Severo Abranhos, Conde de Abranhos, e consumo-me, desde o dia da sua morte, no desejo de glorificar a memória deste varão eminente, orador, publicista, estadista, legislador e filósofo.

3 Nessa manhã, Godofredo da Conceição Alves, encalmado, soprando por ter vindo do Terreiro do Paço quase a correr, abria o batente de baetão verde do seu escritório num entressolo na Rua dos Douradores, quando o relógio de parede por cima da carteira do guarda-livros batia as duas horas, naquele tom, cavo, a que os tetos baixos do entressolo davam uma sonoridade dolente, e cava. Godofredo parou, verificou o seu próprio relógio preso por uma corrente de cabelo sobre o colete branco, e não conteve um gesto de irritação vendo a sua manhã assim perdida, pelas repartições do Ministério da Marinha: e era sempre assim quando o seu negócio de comissões para o Ultramar o levava lá: apesar de ter um primo de sua mulher Diretor-Geral, de escorregar de vez em quando uma placa de cinco tostões na mão dos contínuos, de ter descontado a dois segundos oficiais letras de favor, eram sempre as mesmas dormentes esperas pelo ministro, um folhear eterno de papelada, hesitações, demoras, todo um trabalho irregular, rangente e desconjuntado de velha máquina meio desaparafusada.

4 Foi no domingo de Páscoa que se soube em Leiria que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de madrugada com uma apoplexia. O pároco era um homem sanguíneo e nutrido, que passava entre o clero diocesano pelo comilão dos comilões. Contavam-se histórias singulares da sua voracidade. O Carlos da Botica — que o detestava — costumava dizer, sempre que o via sair depois da sesta, com a face afogueada de sangue, muito enfartado:

— Lá vai a jiboia esmoer. Um dia estoura!

5 O meu amigo Jacinto nasceu num palácio, com cento e nove contos de renda em terras de semeadura, de vinhedo, de cortiça e de olival.

No Alentejo, pela Estremadura, através das duas Beiras, densas sebes ondulando por colina e vale, muros altos de boa pedra, ribeiras, estradas, delimitavam os campos desta velha família agrícola que já entulhava o grão e plantava cepa em tempos de el-rei D. Dinis. A sua quinta e casa senhorial de Tormes, no Baixo Douro, cobriam uma serra. Entre o Tua e o Tinhela, por cinco fartas léguas, todo o torrão lhe pagava foro. E cerrados pinheirais seus negrejavam desde Arga até ao mar de Âncora. Mas o palácio onde Jacinto nascera, e onde sempre habitara, era em Paris, nos Campos Elísios, n.° 202.

6 Decidi compor, nos vagares deste verão, na minha Quinta do Mosteiro (antigo solar dos condes de Lindoso), as memórias da minha Vida — que neste século, tão consumido pelas incertezas da Inteligência e tão angustiado pelos tormentos do Dinheiro, encerra, penso eu e pensa meu cunhado Crispim, uma lição lúcida e forte.

7 Eu chamo-me Teodoro — e fui amanuense do Ministério do Reino.

Nesse tempo vivia eu à Travessa Conceição n.° 106, na casa de hóspedes da D. Augusta, a esplêndida D. Augusta, viúva do major Marques. Tinha dois companheiros: o Cabrita, empregado na Administração do bairro central, esguio e amarelo como uma tocha de enterro; e o possante, o exuberante tenente Couceiro, grande tocador de viola francesa.

8 Tinham dado onze horas no cuco da sala de jantar. Jorge fechou o volume de Luís Figuier que estivera folheando devagar, estirado na velha voltaire de marroquim escuro, espreguiçou-se, bocejou e disse:

— Tu não te vais vestir, Luísa?

Finais

A Artur, instintivamente, olhou o molho de erva, que a pequena com muito cuidado apertava na dobra da saia, contra o ventrezinho. Já havia naquela erva, pensou, — porque sempre, de Coimbra, conservara ideias panteístas — havia já alguma coisa da doce velha.

— Para que é a erva, tio Jacinto?

— A erva? Ah, que é muito tenra. Escolhi-a de propósito. Saiba V. S.ª que é para os coelhos — respondeu o tio Jacinto, fechando a grade de ferro do cemitério.

B E não é sem uma emoção profunda que ali vou cada ano em piedosa romagem, contemplar a alta figura, marmórea, com o seu porte majestoso, o peito coberto das condecorações que lhe valeu o seu merecimento, uma das mãos sustentando o rolo dos seus manuscritos, para indicar o homem de letras, a outra assente sobre o punho do seu espadim de moço fidalgo, para designar o homem de Estado — e os olhos, por trás dos óculos de aros de ouro, erguidos para o firmamento, simbolizando a sua fé em Deus e nos destinos imortais da Pátria!

C E todavia, ao expirar, consola-me prodigiosamente esta ideia: que do Norte ao Sul e do Oeste a Leste, desde a Grande Muralha da Tartária até às ondas do Mar Amarelo, em todo o vasto Império da China, nenhum Mandarim ficaria vivo, se tu, tão facilmente como eu, o pudesses suprimir e herdar-lhe os milhões, ó leitor, criatura improvisada por Deus, obra má de má argila, meu semelhante e meu irmão!

D E tudo isto perdera! Porquê? Porque houve um momento em que me faltou esse descarado heroísmo de afirmar, que, batendo na Terra com pé forte, ou palidamente elevando os olhos ao Céu — cria, através da universal ilusão, ciências e religiões.

E E na verdade me parecia que, por aqueles caminhos, através da natureza campestre e mansa — o meu Príncipe, atrigueirado nas soalheiras e nos ventos da serra, a minha prima Joaninha, tão doce e risonha mãe, os dois primeiros representantes da sua abençoada tribo, e eu — tão longe de amarguradas ilusões e de falsas delicias, trilhando um solo eterno, e de eterna solidez, com a alma contente, e Deus contente de nós, serenamente e seguramente subíamos — para o Castelo da Grã-Ventura!

F E o homem de Estado, os dois homens de religião, todos três em linha, junto às grades do monumento, gozavam de cabeça alta esta certeza gloriosa da grandeza do seu país, — ali ao pé daquele pedestal, sob o frio olhar de bronze do velho poeta, ereto e nobre, com os seus largos ombros de cavaleiro forte, a epopeia sobre o coração, a espada firme, cercado dos cronistas e dos poetas heroicos da antiga pátria — para sempre passada, memória quase perdida!

G — E nós que estivemos para nos bater, Machado! A gente em novo sempre é muito imprudente... E por causa duma tolice, amigo Machado!

E o outro bate-lhe no ombro também, responde sorrindo:

— Por causa duma grande tolice, Alves amigo!

H Ao fundo do Aterro voltaram; e o visconde Reinaldo passando os dedos pelas suíças:

— De modo que estás sem mulher...

Basílio teve um sorriso resignado. E, depois dum silêncio, dando um forte raspão no chão com a bengala:

— Que ferro! Podia ter trazido a Alphonsine!

E foram tomar xerez à Taverna Inglesa. 

Cria estes textos-fragmentos:

Continuação de um dos começos de romances de Eça. (Identifica-o pelo algarismo.);

Pastiche (= redação ao estilo de...) de romance de Eça: inventarás título e criarás o início desse romance apócrifo.

Continuação de _____ || . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Título || ________________

Início ||

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Início de A Ilustre Casa de Ramires:

Desde as quatro horas da tarde, no calor e silêncio do domingo de junho, o Fidalgo da Torre, em chinelos, com uma quinzena de linho envergada sobre a camisa de chita cor de rosa, trabalhava. Gonçalo Mendes Ramires (que naquela sua velha aldeia de Santa Ireneia, e na vila vizinha, a asseada e vistosa Vila Clara, e mesmo na cidade, em Oliveira, todos conheciam pelo «Fidalgo da Torre») trabalhava numa novela histórica, A Torre de D. Ramires, destinada ao primeiro número dos Anais de Literatura e de História, revista nova, fundada por José Lúcio Castanheiro, seu antigo camarada de Coimbra, nos tempos do Cenáculo Patriótico, em casa das Severinas.

Início de Os Maias:

A casa que os Maias vieram habitar em Lisboa, no Outono de 1875, era conhecida na vizinhança da Rua de S. Francisco de Paula, e em todo o bairro das Janelas Verdes, pela Casa do Ramalhete, ou simplesmente o Ramalhete. Apesar deste fresco nome de vivenda campestre, o Ramalhete, sombrio casarão de paredes severas, com um renque de estreitas varandas de ferro no primeiro andar, e por cima uma tímida fila de janelinhas abrigadas à beira do telhado, tinha o aspeto tristonho de residência eclesiástica que competia a uma edificação do reinado da senhora D. Maria I: com uma sineta e com uma cruz no topo, assemelhar-se-ia a um colégio de Jesuítas. O nome de Ramalhete provinha decerto de um revestimento quadrado de azulejos fazendo painel no lugar heráldico do Escudo de Armas, que nunca chegara a ser colocado, e representando um grande ramo de girassóis atado por uma fita onde se distinguiam letras e números de uma data.

Completa:

Cantar! (Sing!)

Os Maias. Episódios da vida romântica

A Ilustre Casa de Ramires

Há sempre um legado de família representado num edifício:

o ____, que o coala Moon ergueu com o apoio do pai (que lavava carros).

o ____, agora remodelado, que, vendida Benfica e a Tojeira, era o que restava aos Maias em Lisboa.

a _____, que recorda a glória dos Ramires e é parte do título da novela histórica que Gonçalo tenta escrever.

No presente da narração, apesar da decadência que se sente subliminarmente, há sonhos de nova glória provindos de

_____ musical que promete ser muito concorrida.

_____ de Carlos em Lisboa, com expetativas de sucesso profissional.

____ de novela histórica, que Gonçalo espera lhe dê notoriedade.

No entanto, os anseios de vitória (e redenção) que tomam conta dos protagonistas contrastam com os pequenos pecados que não deixam de atormentar a consciência destes heróis

Moon ____ não ter dinheiro suficiente para o prémio astronómico que estabeleceu.

Carlos vai ceder pouco depois ao diletantismo, ____ a flirts, procrastinar o trabalho, etc.

Gonçalo, falho de inspiração e de conhecimentos da história da família, ____ o poema do tio Duarte.

Ao mesmo tempo, há alusões às glórias passadas:

filme começa com analepse que nos mostra um ____ da época do apogeu.

ainda no capítulo inicial (e até ao cap. IV) começa a fazer-se a ____ da família.

à medida que Gonçalo vai escrevendo, acompanhamos os ____ desde a Idade Média.

TPC — Em espaço que abrirei («Segunda versão de comentário a Amor de Perdição e filme»), entrega a passagem a limpo do comentário devolvido agora. (Se te esqueceras de fazer a primeira versão desta tarefa, cujo prazo terminava no fim de semana, fá-la ainda sem mais demoras e entrega-a no espaço próprio para a primeira versão.) // Entretanto, muitos se esqueceram de entregar a segunda versão da «Fuga». Devem tratar do envio dessa reformulação através do espaço que lhe compete, até porque não considero a tarefa realizada sem a entrega da segunda versão. É nessa altura, aliás, que indico a classificação.

 

 

Aula 115-116 (19 [1.ª], 21 [4.ª], 25 [5.ª, 2.ª], 26/mai [3.ª]) Nestas frases, tiradas do sketch «Isto é um crime de salada» (série Meireles) e em que não pus pontuação, há cinco vocativos. Sublinha-os. Em seguida, introduz nas frases a devida pontuação.

Senhor Guarda cheire o meu hálito

Está bem está meu badocha

O que é que eu fiz Senhor Guarda

Para que é que tu serves meu palhaço

Senhor Guarda acabo de ser vítima de um roubo

Quantas orações há em cada uma das frases que pus a seguir? (Podes guiar-te pelo número de predicados — lembrando-te ainda de que cada predicado terá de ter um verbo.)

(1) Se correr, ainda os apanha.

(2) Quero uma salada, se faz favor.

Em cada frase há ___ orações. Os núcleos do predicado da primeira frase são «correr» e «_______». Os da segunda frase são «_______» e «faz».

Vejamos agora os sujeitos (classificando-os e identificando-os). Os sujeitos de cada uma das orações da frase 1 são nulos subentendidos, correspondendo a, respetivamente, «[o Senhor Guarda]» e «[___]». Os sujeitos das orações da frase 2 são igualmente subentendidos: «[___]»; «[___]».

Na frase 1, na segunda oração («ainda os apanha»), a função sintática de «os» é de {escolhe} sujeito / predicado / complemento direto / complemento indireto / vocativo / modificador.

Na frase 2, na 1.ª oração («Quero uma salada»), a função sintática de «uma salada» é de {escolhe} sujeito / predicado / complemento direto / complemento indireto / vocativo / modificador.

Tentemos classificar as orações de cada uma destas duas frases. Em cada uma das frases há uma oração subordinada e uma oração subordinante. A subordinante da frase 1 é «ainda os apanha»; a subordinante da frase 2 é «_____». As duas restantes orações («Se correr» e «_____»), introduzidas pela conjunção subordinativa _______ «__», são orações subordinadas adverbiais {escolhe} temporais / causais / condicionais / finais / concessivas / consecutivas / comparativas.

A função sintática que desempenham estas orações subordinantes é a de ______. (Podíamos ter em seu lugar, por exemplo, «na verdade», «felizmente», «efetivamente», «com efeito».)

[Ver de 27.30 a 35:]

Classifica as orações presentes nestas frases de «Homicídio na paragem de autocarro» (série Barbosa). Pode ser útil teres o manual aberto nas pp. 381-385.

 

Zé Tolas, assististe à tragédia

que se verificou aqui, hoje de manhã?

Subordinante

________

 

A paragem acabou de fugir

e foi naquela direção.

________

Coordenada ______

 

A paragem de autocarro estava ali,

fugiu agora mesmo,

foi naquela direção

______

_______

_______

 

Acho

que a vi ali.

_______

_________

 

Tens o direito

a permanecer calada.

_______

Subordinada substantiva completiva não finita (infinitiva)

 

Enquanto fores suspeita

não abrigarás utentes dos transportes públicos.

Subordinada _______

_________

 

Vamos festejar,

que nós merecemos.

__________

Subordinada adverbial __________

 

Ficavas muito aborrecido

se eu te dissesse

que andava a dormir com a tua mulher?

Subordinante

Subordinada adverbial _____

 

 

Subordinante

__________

 

Senhores detetives, tenho em meu poder um envelope repleto de informação

que o comprova.

_________

_______

 

Não será melhor

interrogarem a testemunha

que ainda ali está?

______

Subordinada _______ completiva não finita (infinitiva)

 

 

Subordinante

Subordinada _____ relativa restritiva

Circunda a(s) alínea(s) que descreve(m) a tua situação relativamente à leitura de Os Maias ou A Ilustre Casa de Ramires. Antes, nesta linha que acabámos de abandonar, começa por circundar o título do livro de Eça que leste, estás a ler ou tencionas ler.

a) Li o livro na totalidade.

b) Li quase todo livro, faltando-me uns míseros três capítulos (ou por aí).

c) Li cerca de metade da obra.

d) Li cerca de um terço da obra.

e) Li os dois ou três primeiros capítulos.

f) Na verdade, ainda não li mais do que o primeiro capítulo (mas esse li-o todo).

g) Ainda não completei o primeiro capítulo mas já li as páginas iniciais do livro.

h) Li a capa, o anterrosto, o frontispício (ah!, e a lombada).

i) Li o livro o ano passado, já que estava no 11.º ano.

j) Li o livro o ano passado (na verdade, não o cheguei a ler todo, mas, pelo menos, estudei-o e ouvi falar sobre ele, já que estava no 11.º ano).

k) Li resumos mas quase nada do livro propriamente dito.

l) Li todo o livro, mas nas férias de verão, pelo que já tudo se me varreu do meu cérebro tão cheio de solicitações.

m) Vi o filme, recente, realizado por João Botelho (que é bem secante!).

n) Li todo o livro, mas fi-lo há dez anos pelo que já não me lembro do enredo.

o) Não li, mas tenciono ler nas férias, na véspera do exame de Física e Química.

p) Não li e não tenciono ler, por ser difícil compatibilizar os meus afazeres próximos — treino intensivo para uma competição de curling — com a leitura do grande romance do magistral Eça.

q) Não li, não tenciono ler e tenho ódio a quem leu.

 

Questionários sobre a efetiva leitura do primeiro terço de cada obra

Este questionário deve ser resolvido sem consultas (a livros, a colegas, a mim). Respeita a um terço de Os Maias, pouco mais do que a meia-dúzia de capítulos iniciais.

 

Segundo a ordem cronológica dos acontecimentos (que não é, obrigatoriamente, a do livro), a série correta é

a) Ramalhete, Benfica, Santa Olávia.

b) Santa Olávia, Benfica, Ramalhete.

c) Benfica, Ramalhete, Santa Olávia.

d) Benfica, Santa Olávia, Ramalhete.

 

A série de espaços ‘Vila Balzac, Ramalhete, Paços de Celas’ pode corresponder, pela mesma ordem, à série de personagens

a) Maria Monforte, Pedro da Maia, Carlos.

b) Raquel Cohen, Afonso, Carlos.

c) João da Ega, Maria Eduarda, Alencar.

d) Tancredo, Carlos da Maia, João da Ega.

 

A série de espaços ‘Santa Olávia, Paris, Rossio’ pode corresponder, pela mesma ordem, à série de personagens

a) Carlos da Maia, Pedro da Maia, Maria Eduarda Runa.

b) Brown, Maria Eduarda, Carlos da Maia.

c) Eusébio, Maria Monforte, Mãe de Ega.

d) Carlos da Maia, Eusébio, João da Ega.

 

A série de espaços ‘Arroios, Santa Olávia, Celorico’ pode corresponder, pela mesma ordem, a

a) Maria Monforte, João da Ega, Eusebiozinho.

b) Pedro da Maia, Afonso da Maia, João da Ega.

c) Maria Eduarda, Carlos da Maia, Alencar.

d) Tancredo, Teresinha, Carlos da Maia.

 

À série ‘Jacob Cohen, Taveira, Vilaça’ correspondem as profissões

a) banqueiro, procurador, funcionário público.

b) banqueiro, funcionário público, procurador.

c) ministro, maestro, procurador.

d) ministro, maestro, funcionário público.

 

A alínea que tem alcunhas ou hipocorísticos que não são mencionados nos Maias é

a) Negreira, Pedrinho, Silveirinha.

b) Barbatanas, Eusebiozinho, Teresinha.

c) Alemão, Bá, Toureiro.

d) Tista, Alencar d’Alenquer, Fuas.

 

O «papá Monforte» era

a) pai de Pedro da Maia.

b) tio de Pedro da Maia.

c) pai de Eduarda Runa.

d) sogro de Pedro da Maia.

 

O Padre Vasques está para Pedro como Brown está para

a) Ega.

b) Carlos.

c) Afonso.

d) Maria Eduarda.

 

O Reverendo Bonifácio era

a) Bonifácio Silva.

b) um gato.

c) um padre.

d) Bonifácio de Souselas.

 

«Gouvarinhar» significa

a) estar com a condessa.

b) ir a casa dos Gouveia.

c) jogar uíste.

d) discutir o «excremento».

 

Quem conhecera bem Pedro da Maia fora

a) João da Ega.

b) Dâmaso Salcede.

c) Tomás de Alencar.

d) Jacob Cohen.

 

Os Paços de Celas eram

a) a quinta de Santa Olávia.

b) a residência de Carlos em Coimbra.

c) o Ramalhete.

d) a casa de Benfica.

 

Charlie era filho dos

a) Cohen.

b) Gouvarinho.

c) Silveiras.

d) Castro Gomes.

 

A fala que não foi proferida por Ega é

a) — Bem. Venho-te impingir prosa... Um bocado do «Átomo»... Senta-te aí. Ouve lá.

b) — Vai-te daí, Mefistófeles de Celorico!

c) — Bem-vindo, meu príncipe, ao humilde tugúrio do filósofo!

d) — Terça-feira vou-te buscar ao Ramalhete, e vamo-nos «gouvarinhar».

 

A fala que não foi proferida por Alencar é

a) — E deixemo-nos já de excelências! que eu vi-te nascer, meu rapaz! Trouxe-te muito ao colo. Sujaste-me muita calça.

b) — O Ega não entende nada. Mesmo em Lisboa, não se pode chamar ao que eu tenho uma coleção. É um bricabraque de acaso... De que, de resto, me vou desfazer!

c) — Rapazes, não se mencione o «excremento».

d) — Caramba, filhos, sinto uma luz cá dentro!

 

A fala que não foi proferida por Carlos é

a) — Não inspira nenhum respeito pela minha ciência... Eu estou com ideias de alterar tudo, pôr aqui um crocodilo empalhado, corujas, retortas, um esqueleto, pilhas de in-fólios...

b) — Sem contar que o pequeno está muito atrasado. A não ser um bocado de inglês, não sabe nada... Não tem prenda nenhuma!

c) — Passando a outro assunto, Baptista. Vamos a saber, há quanto tempo não escrevo eu a Madame Rughel?

d) — John, onde estás tu?

 

A fala que não foi proferida por Dâmaso é

a) — Que te parece? Chique a valer!...

b) — Vim aqui há quinze dias, no «Orenoque». Vim de Paris... Que eu em podendo é lá que me pilham. Esta gente conheci-a em Bordéus.

c) — Olha quem aqui me aparece! A Susana! A minha Susana!

d) — Tinha-me esquecido dizer-te, vou publicar o meu livro.

 

O trecho que não pertence a Os Maias é

a) Mas o menino, molengão e tristinho, não se descolava das saias da titi: teve ela de o pôr de pé, ampará-lo, para que o tenro prodígio não aluísse sobre as perninhas flácidas.

b) Ocupava-se então mais do laboratório, que decidira instalar no armazém às Necessidades.

c) — Nada mach!... Você hoje ‘stá têrrívêl! — dizia o diplomata, no seu português fluente, mas de acento bárbaro.

d) — Vá beijando sempre — disse-me o prudente historiógrafo dos Herodes — Não se lhe pega nada, e agrada à senhora sua tia.

 

O trecho que não pertence a Os Maias é

a) Qual clássicos! O primeiro dever do homem é viver... E para isso é necessário ser são, e ser forte. Toda a educação sensata consiste nisto: criar a saúde, a força e os seus hábitos, desenvolver exclusivamente o animal, armá-lo de uma grande superioridade física.

b) Quando sentia na casa a voz das rezas, fugia, ia para o fundo da quinta, sob as trepadeiras do mirante, ler o seu Voltaire: ou então partia a desabafar com o seu velho amigo, o coronel Sequeira, que vivia numa quinta a Queluz.

c) Sempre fora invejosa; com a idade aquele sentimento exagerou-se de um modo áspero. Invejava tudo na casa: as sobremesas que os amos comiam, a roupa branca que vestiam.

d) Um desastre estúpido!... Ao saltar um barranco, a espingarda disparara-se-lhe, e a carga, zás, vai cravar-se no napolitano!

 

O trecho que não pertence a Os Maias é

a) Chegara ao fim da Rua do Alecrim quando viu o conde de Steinbroken, que se dirigia ao Aterro, a pé, seguido da sua vitória a passo.

b) — Estas bestas! Estas bestas destes jornalistas! Leste? «Lágrimas em todos os olhos da numerosa e estimável colónia hebraica!». Faz cair a coisa em ridículo...

c) À porta da cozinha, sacudindo um sobrescrito já amarrotado, Gonçalo ralhava com a Rosa cozinheira.

d) — Então que lhe ensinava você, abade, se eu lhe entregasse o rapaz?

 

Este questionário deve ser resolvido sem consultas (a livros, a colegas, a mim). Respeita a um terço de A Ilustre Casa de Ramires, pouco mais do que os três capítulos iniciais.

Dona Ana (Lucena) era

a) irmã de Gonçalo.

b) esposa do Sanches.

c) mãe de Gonçalo.

d) criada de Gonçalo.

 

São criados de Gonçalo

a) Dona Ana, Videirinha.

b) José Lúcio Castanheiro, Gracinha.

c) Cavaleiro, Titó.

d) Bento, Rosa.

 

São amigos de Gonçalo

a) Castanheiro, Padre Soeiro, Casco.

b) Cisco, Videirinha, Cavaleiro.

c) João Gouveia, Videirinha, Titó.

d) Sanches, Cavaleiro, Tructezindo.

 

São parentes de Gonçalo

a) Titó, Maria da Graça, Castanheiro.

b) Tructezindo, Bento, Videirinha.

c) tio Duarte, Rosa, Gouveia.

d) Gracinha, José Barrolo, Tructezindo.

 

O Videirinha era

a) ajudante de farmácia.

b) professor

c) médico.

d) cocheiro.

 

Gonçalo estudara em

a) Lisboa.

b) Coimbra.

c) Paris.

d) Londres.

 

São nomes de propriedades (quintas, lugares) que surgem no livro

a) Quinta do Mocho, Labregos.

b) Belgais, Amoreira.

c) Tapadinha, Riosa.

d) Bravais, Feitosa.

 

São topónimos a que se vai aludindo, por ficarem no espaço da ação principal,

a) Santa Ireneia, Vila Clara, Oliveira.

b) Corinde, Coice, Amarante.

c) Coice, Vila Onofre, Santa Irene.

d) Coimbra, Vila Real de Santo António, Faro.

 

«A Torre de D. Ramires», que Gonçalo procurava ir escrevendo, era

a) um longo poema.

b) uma novela histórica.

c) um romance ficcionado.

d) uma canção.

 

O edifício da torre dos Ramires

a) existia ainda, na propriedade de Gonçalo.

b) fora puramente inventado.

c) tinha existido, mas fora destruído, nada dele sobrando.

d) existia mas ficava longe da casa de Gonçalo.

 

O Castanheiro

a) era um nobre e vivia pacatamente dos rendimentos.

b) fundara uma revista e pretendia que Gonçalo nela escrevesse.

c) tinha um estabelecimento de venda de vestuário.

d) emigrara e escrevia longas epístolas a Gonçalo.

 

Os antepassados de Gonçalo

a) eram todos guerreiros corajosos.

b) eram bravos guerreiros, mas foram-se moldando à própria evolução do país.

c) sempre tinham sido medrosos.

d) tinham sido quase todos bons escritores.

 

Gonçalo Mendes Ramires é muitas vezes referido como

a) «Conde Ramires».

b) «Fidalgo da Torre».

c) «Gonçalo Maia».

d) «o Mendes».

 

Tructezindo era

a) antepassado heroico de Gonçalo.

b) jogador do Oliveirense.

c) primo de Gonçalo.

d) inimigo de Gonçalo.

 

No caso do negócio com o José Casco, Gonçalo mostrara-se

a) generoso.

b) interesseiro.

c) justo.

d) altruísta.

 

São citados ou referidos

a) Anais de Literatura e de História; Bardo.

b) Gazeta do Porto; A Bola.

c) Panorama, Diário do Porto.

d) romances de Walter Scott, poemas de Cesário Verde.

 

A casa da irmã de Gonçalo ficava

a) na mesma localidade que a residência do irmão.

b) a dias de viagem.

c) em outra localidade mas a relativamente pouca distância.

d) fora de Portugal.

 

[Nas turmas 1.ª e 4.ª, em vez do questionário, fez-se a seguinte redação:]

Pegando agora no livro de Eça de Queirós que terás trazido ou em exemplar que te possa eu emprestar, escreve a partir de algum, ou alguns, dos seus elementos paratextuais: capa, contracapa, eventuais badanas, ilustrações, título e subtítulo (ver pelo frontispício; e cfr. pp. 248-249 do manual).

Trata-se de dizer o que, num relance ao paratexto (cfr. definição na p. 399) o leitor poderia inferir acerca do livro antes ainda de iniciar a leitura. Portanto, não é imprescindível conhecer o miolo. No entanto, quem já foi lendo a obra pode assumir esse conhecimento e aproveitar o paratexto para aludir ao que mais lhe interesse acerca do livro.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

 

 

Aula CXV-CXVI (24 [1.ª] e 25/mai [4.ª]; nas restantes turmas — por apanharem as quintas-feiras, de feriados e greve — esta aula não será dada, sendo incorporadas em outras sessões as tarefas mais importantes) O que se fez já está registado  também na aula 115-116 das restantes turmas (veja-se por aí, portanto). O mais significativo nesta sessão foi a redação de crónica gastronómica (à MEC), depois da leitura na diagonal de crónicas de Miguel Esteves Cardoso (Público, ‘Fugas’), repetindo o que se fizera na aula XLIII-XLIV da turma 3.ª:

As crónicas gastronómicas de Miguel Esteves Cardoso saem na Fugas, o suplemento do Público aos sábados. Relanceia o exemplar que te tenha calhado e vê como estes textos ficam entre a apreciação crítica, o texto de opinião (estes géneros estão explicados nas pp. 362 e 364 do manual), a crónica.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Vê «Instruções de trabalho sobre obra de Eça», que porei em breve em Gaveta de Nuvens.

 

 

Aula 117-118 (26 [1.ª], 27 [3.ª, 2.ª], 28 [4.ª], 31/mai [5.ª]) Correção do questionário sobre primeiro terço de Os Maias ou A Ilustre Casa de Ramires.

No cimo da p. 331 lê o texto enquadrado «Imaginário épico e representação dos tipos sociais» (de Paula Morão; sobre o poema que estudaremos a seguir). A seguir, centra-te nos cinco primeiros quartetos de «O Sentimento dum Ocidental» (pp. 331-332, vv. 1-20), o mais importante poema de Cesário Verde.

Transpõe os vv. 1-20 de «O Sentimento dum Ocidental» para contexto diferente:

sentimentos disfóricos > alegria, otimismo ou outros sentimentos «positivos»

ruas de uma cidade > campo, praia, montanha ou qualquer espaço diferente destas ruas

anoitecer > outro momento do dia

século XIX > século XXI

versos com rima e métrica regular > versos sem rima, nem métrica

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______________

 

Segue-se o resto da parte I de «O Sentimento dum Ocidental». Em cada um dos versos sabotei uma só palavra: ou troquei uma sua letra ou troquei a palavra toda por outra do mesmo campo lexical (co-hipónima ou co-merónima). Procura repô-las.

 

E evoco, então, as crónicas nabais:

Ciganos, baixéis, heróis, tudo ressuscitado!

Luta Camões no Sul, salvando um DVD, a nado!

Singram soberbas trotinetes que eu não verei jamais!

 

E o fim da noite inspira-me; e incomoda!

De um couraçado luxemburguês vogam os escaleres;

E em terra num tinir de loucas e talheres

Flamejam, ao jantar alguns hotéis da mona.

 

Num trem de praça arengam dois futebolistas;

Um trôpego arlequim braceja numas ondas;

Os querubins do VAR flutuam nas varandas;

Às mortas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!

 

Vazam-se os manchésteres e as oficinas;

Reluz, viscoso, o tio, apressam-se as obreiras;

E num rebanho negro, hercúleas, galhofeiras,

Correndo com firmeza, assomam as narinas.

 

Vêm sacudindo as orelhas opulentas!

Seus broncos varonis recordam-me pilastras;

E algumas, à axila, embalam nas canastras

Os bisnetos que depois naufragam nas tormentas.

 

Descalças! Nas descargas de Marvão,

Desde manhã à noite, a bordo das motorizadas;

E apinham-se num bairro aonde miam patas,

E o peixe podre gela os focos de infeção!

 

Numa prova de exame de 2014 está um raro caso de grupo I-B com Cesário Verde:

Leia as cinco estrofes iniciais do poema «O Sentimento dum Ocidental», de Cesário Verde. Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

4. Caracterize o estado de espírito do sujeito poético e relacione-o com os efeitos que a cidade nele provoca.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

5. Identifique duas características temáticas da poesia de Cesário Verde, fundamentando a sua resposta com elementos textuais pertinentes.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Vê as instruções da ‘Tarefa sobre obra de Eça’. Se não o fizeste, vai concluindo leitura de Os Maias / A Ilustre Casa de Ramires. Aproveita também para verificar o que te falta entregar de tarefas mais importantes (reformulações pedidas, por exemplo).

 

 

Aula 119-120 (31/mai [1.ª], 1 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 2/jun [3.ª]) Correção de textos sobre um momento memorável, fixado numa polaroid (à «De tarde»).

Situando-te nas pp. 332-333, relê as oito últimas estrofes da parte I de «O Sentimento dum Ocidental» (parte que veio a ter o título «Ave-Marias») e completa, com personagens ou tipos sociais, a tabela (em que reformulei a que o manual põe na p. 333):

Espaço

Personagens/Tipos

Caracterização (ou ação caracterizadora)

edificações somente emadeiradas

_________

saltam de viga em viga, como morcegos

[rua]

_________

voltam aos magotes, de jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos

por boqueirões, becos

sujeito poético

embrenha-se a cismar

pelos cais

 

erra [isto é, ‘vagueia’]

hotéis da moda

[clientes que jantam]

num tinir de louças e talheres

trem de praça

dois _______

arengam

[rua]

um ________

trôpego, braceja numas andas

Frederico Marquises

querubins do ___

flutuam

às portas [das lojas]

________

enfadam-se

arsenais, oficinas

operários («obreiras»)

apressam-se

[rua]

________

hercúleas, galhofeiras, correndo com firmeza, sacodem ancas opulentas, têm troncos varonis, embalam os filhos nas canastras, descalças, etc.

Na parte II de «O Sentimento dum Ocidental» (na publicação em livro, intitulada «Noite fechada») há referências a espaços que quem conheça Lisboa consegue identificar. Seguindo os quartetos que estão nas pp. 334-335, completa o que falte na tabela:

cadeias, Aljube

só tem ______ e crianças, raramente uma mulher das classes altas

prisões, Sé, Cruzes

fazem o «eu» sentir-se _______ e desconfiar de aneurisma

andares, tascas, cafés, tendas, ______

vão-se iluminando

as duas igrejas de um saudoso largo

lançam a nódoa negra e fúnebre do ______

construções retas, iguais, ______

muram o «eu»

íngremes subidas (e o tanger dos sinos)

afrontam o _____

um recinto público e vulgar, «épico d’ outrora» (Camões), «brônzeo», «de proporções guerreiras»

ascende num _____

[idem] e acumulação de corpos enfezados

o «eu» sonha com _______

[idem]

______ recolhem (sombrios e espectrais)

um palácio (em frente de um _____)

inflama-se [ilumina-se]

dos arcos dos quartéis que foram já conventos

partem patrulhas de ____ (Idade Média!)

às montras dos _____

as elegantes sorriem curvadas

dos magasins

descem as ______, as floristas, algumas serão comparsas ou coristas

na brasserie

entra o «eu», que acha sempre assuntos para _____ revoltados

nas mesas de emigrados

joga-se, com risos, o _______

Passemos à parte III de «O Sentimento dum Ocidental», nas páginas 336-337. Na edição feita por Silva Pinto — amigo de Cesário Verde — havia o título «Ao gás». Enquanto na primeira parte o sujeito poético iniciara as suas deambulações «ao anoitecer», nesta terceira parte já «a noite pesa» e as ruas são iluminadas por candeeiros a gás. «Ao gás» significa que a cidade é vista sob a iluminação propiciada por esses candeeiros.

1. Na sua deambulação, o sujeito poético continua a sofrer os efeitos opressivos do ambiente da cidade, mas, neste começo da parte III (estrofes 1-3), quando «a noite pesa, esmaga», o estado de espírito do poeta agudiza-se. Relaciona esse sentimento com a doença e o contexto.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2. Destaca a importância da quarta quadra, atendendo à oposição temática que estabelece com os restantes quartetos.

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3. Já na p. 337, a última quadra de «Ao gás» retoma a sensação de cansaço, doença, miséria, que já conhecemos. {completa}

Na última quadra, dá-se um exemplo dessa miséria: {completa} . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Quando puderes, lê o capítulo ensaístico sobre«O Sentimento dum Ocidental» (de Hélder Macedo, Nós —uma leitura de Cesário Verde, pp. 165-191), copiado em Gaveta de Nuvens.

 

 

Aula 121-122 (2 [1.ª], 4 [4.ª], 8 [5.ª, 2.ª], 9/jun [3.ª] {nas turmas 2.ª, 3.ª e 5.ª ficou por fazer a assistência a documentário sobre Cesário e, em seu lugar, antecipou-se a assistência ao início do filme Malèna}) Audição da terceira parte de «O Sentimento dum Ocidental» (declamada por Sinde Filipe).

Vai lendo as pp. 338-339, com a parte IV de «O Sentimento dum Ocidental».

Introduz uma quadra que se integrasse no clima desta parte IV. Usa o esquema rimático de todas as estrofes do longo poema (ABBA) e a mesma métrica (o primeiro verso é sempre um decassílabo; os restantes são dodecassilábicos).

[estrofe criada entraria entre os atuais v. ___ e v. ___]

               __________________________

_______________________________

_______________________________

_______________________________

Se te despachares cedo, cria ainda outro quarteto.

[estrofe criada entraria entre os atuais v. ___ e v. ___]

               __________________________

_______________________________

_______________________________

_______________________________

Ou outro ainda.

[estrofe criada entraria entre os atuais v. ___ e v. ___]

               __________________________

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_______________________________

_______________________________

Audição da terceira parte de «O Sentimento dum Ocidental» (declamada por Sinde Filipe).

Ouvidos os primeiros dez minutos do episódio da série ‘Grandes livros’ acerca de Cesário Verde, escreve V(erdadeiro) ou F(also) à esquerda dos seguintes períodos.

O documentário começa com a pergunta «Será que só existe poesia na beleza?»

Diz-se-nos depois que a poesia também é possível na noite, no feio, nos cocós, nas pequenas coisas.

Também haveria poesia no real, no mundo, no quotidiano, na vizinha do lado, no frio, no cansaço.

Metaforicamente, anuncia-se-nos irmos «abrir os Cânticos do Realismo».

Na introdução ao contexto, refere-se estar-se no tempo da Regeneração — o tempo dos comboios, dos telégrafos, das estradas, das pontes, com a ascensão da burguesia e o crescimento das cidades.

Em 1886, os jornais noticiaram, por azarada gralha, a morte de Cesário Azul, um comerciante de Lisboa que também poetava.

Cesário morreu com apenas 71 anos.

O Livro de Cesário Verde foi publicado, por iniciativa de Silva Pinto, logo em 1887.

Cesário Verde trabalhava na loja de chinês do pai, na Baixa.

Foi estudante, ainda que fugazmente, da Faculdade de Direito de Lisboa.

O espólio de Cesário Verde perdeu-se num tsunâmi que fez submergir a casa de Linda-a-Pastora.

A família de Cesário Verde vivia com dificuldades económicas.

Em vida, Cesário não foi reconhecido como bom poeta.

O poema «Esplêndida» teve esplêndida receção por parte de leitores e direção do Diário de Notícias, que o publicara.

Cesário Verde foi acusado de ter sido influenciado por Les Fleurs du Mal, de Baudelaire.

Ramalho Ortigão recomendou-lhe que fosse menos Verde e mais Cesário.

Para Pedro Mexia, a forma como Cesário descreve as mulheres é «tudo menos lírica — é uma forma bastante brutal e, hoje, diríamos ‘misógina’»; não era um poeta que escrevesse para agradar.

Cesário Verde serviu-se de novas palavras, de métrica e rimas inovadoras, de uma adjetivação sem paralelo.

Para o ensaísta Eugénio Lisboa, o único equivalente a Cesário na sua época seria Eça de Queirós, ainda que este tivesse sido prosador.

Segundo refere Maria Filomena Mónica, o primeiro poema de Cesário Verde é de 1873.

 

Eis um item sobre Cesário Verde saído no Exame de 2017-2018 (2.ª fase), no grupo I (parte C, o único item que, nos grupos I, não se reporta a um texto fornecido):

Grupo I, parte C

7. Cesário Verde adota um olhar subjetivo e crítico sobre a cidade. Escreva uma breve exposição sobre a representação da cidade na poesia de Cesário Verde. A sua exposição deve incluir:

uma introdução ao tema;

um desenvolvimento no qual refira uma característica da cidade enquanto espaço físico e uma característica da cidade enquanto espaço humano, fundamentando as ideias apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo de cada uma das características;

uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

[Resposta possível:]

Na poesia de Cesário Verde, a cidade não é estática, porque o sujeito poético nos surge errante, nem é vista com «uma lente só», já que o poeta nos dá de Lisboa uma perspetiva caleidoscópica.

Por um lado, enquanto paisagem física, a cidade remete para o aprisionamento, para a morte, como evidenciam referências a prédios sepulcrais, a ruas delimitadas por edifícios que provocam uma sensação de clausura («O Sentimento dum Ocidental»). Também é marcada por contrastes entre espaços de bem-estar e de pobreza — cfr. a casa apalaçada ou os hotéis da moda contra casebre ou bairros degradados (em «Num Bairro Moderno» e em «O Sentimento dum Ocidental»).

Por outro lado, enquanto espaço humano, a Lisboa de Cesário Verde é palco da variedade social, através da representação de tipos citadinos com características que se opõem: as burguesinhas do Catolicismo e as elegantes versus as costureiras, as floristas, as varinas ou o velho  professor de Latim. É ainda um espaço de decadência moral e social, patente, por exemplo, na referência a ratoneiros, bêbedos, «imorais» (de novo, em «O Sentimento dum Ocidental»).

Em Cesário, a perspetiva citadina é caleidoscópica. Pinta-se-nos uma Lisboa em que se cruzam espaços e psicologias ambíguos, refletidos multiplamente.

No enredo de Cantar!, como no de Os Maias ou no de A Ilustre Casa de Ramires, recorre-se a elementos da tragédia, embora de modo parcelar — sem tantas características do modelo clássico como as que encontramos, por exemplo, em Frei Luís de Sousa.

(Sobre tragédia em Os Maias, vejam-se as pp. 270-272 do manual.)

Cantar!

Os Maias

A Ilustre Casa de Ramires

Hybris (ou desafio ao destino por parte do protagonista)

Moon prosseguiu o concurso, mesmo sabendo que não teria dinheiro para o ____. (E há outro desafio: o _____ com lulas que Buster cria para tornar o cenário espetacular.)

Carlos aceitou ir encontrar-se com Maria Eduarda já depois de haver indícios de que se tratava da ____ (___ trazido por Guimarães é crucial como testemunho do parentesco).

Gonçalo, por ambições políticas, favorece aproximação entre Cavaleiro e _____, tendo consciência de que essa aproximação faria mal ao casamento da ____.

Catástrofe ou desfecho trágico

Teatro de Moon é destruído na sequência de ______ (pelo meio, há uma peripécia com cofre).

Afonso da Maia morre, depois de perceber que o neto, Carlos, prosseguia a relação incestuosa com a outra _____.

Gracinha e Cavaleiro encontram-se no mirante e chegará a Barrolo uma carta anónima a relatar o _____.

Depois da tragédia (ou pós-catástrofe)

Depois de cumprir uma penitência, retomando profissão de lavador de carros, Moon não desiste e vence mesmo o destino (Cantar!, afinal, não é uma _____).

Depois de período em Santa Olávia, Carlos parte para uma viagem fora do país; e regressará a Lisboa dez anos depois, para constatar como está tudo _____.

Depois de período em Lisboa, Gonçalo partirá para África, com intenções regeneradoras; quatro anos depois, regressará a um Portugal que não parece muito _____.

TPC — (i) Vai concluindo leitura da obra de Eça por que tenhas optado. (ii) Vai fazendo o trabalho sobre o capítulo dessa obra que te tenha calhado (mas vê bem as instruções — esqueci-me de dizer que nos trabalhos por pares o vídeo será descarregado apenas na classroom de um dos colegas). (iii) Vai revendo gramática dada neste 3.º período (funções sintáticas; classificação de orações).

 

 

Aula CXXI-CXXII (7 [1.ª], 8/jun [4.ª]) Na p. 346, lê «Cristalizações», de Cesário Verde.

Como se trata de poema cujo «eu» (sujeito poético, sujeito lírico) é um quase-narrador — e, mais uma vez, em deambulação pela cidade —, é possível fazer sínteses-resumos de cada estrofe. Já o fiz para três quintilhas; procede agora do mesmo modo para as seis em falta. (Nota que o poema é bastante maior. O original tem vinte estrofes.)

Não uses em cada síntese mais do que vinte palavras.

Vv.

Resumo-Síntese

1-5

 

6-10

O frio e o sol convidam ao trabalho. No chão molhado, vê-se a cidade refletida.

11-15

Passam peixeiras enérgicas, a apregoarem. Veem-se barracas pobres e quintalórios.

16-20

 

21-25

 

26-30

 

31-35

 

36-40

 

41-45

Também as cores e os reflexos devidos às poças de água impressionam o «eu».

Completa depois de vermos o começo do filme.

Malèna (Giuseppe Tornatore)

Os Maias (Eça de Queirós)

A Ilustre Casa de Ramires (Eça de Queirós)

Género perseguido — Modelo inspirador

Malèna pretende ser um filme de memórias (memórias da infância ou, melhor, do começo da adolescência). Há também algum parentesco com as narrativas de formação, em que acompanha-mos o crescimento, a educação, do herói. Terá estado na ideia do realizador repetir o êxito que tivera com Nuovo Cinema Paradiso (1989), que, tal como Malèna, também versa mais sobre a nostalgia, a memória, do que sobre o ____ (no Cinema Paraíso, o lado da formação do futuro cineasta é evidente, aqui é a iniciação ____ que é aflorada).

Os Maias pretende contar a história de uma família (até à ____ que se abate sobre ela) mas é também, como se entrevê pelo ____ («episódios da vida romântica») um retrato da sociedade. Nesta parte, Eça seguiria o programa de Balzac, na enorme série de romances que constituem a Comédie Humaine (também Eça pensara numa série de obras com «Cenas da Vida Portuguesa»).

A Ilustre Casa de Ramires tem um escopo, apresentar o Portugal do século XIX, o «dos Ramires de braços cruzados», em contraste com o Portugal antigo, o dos Ramires retratados na novela _____, passada no século XII, que Gonçalo vai escrevendo. Uma das influências de Eça sempre lembradas é a de Flaubert (neste caso, também pela assunção de um tema histórico). Há ainda a intenção de caricaturar o estilo romântico, rebuscado e excessivo, das novelas históricas, através da sua paródia-pastiche no texto que escreve o ____.

Narrador — Articulação narrativa

No início e no fim de Malèna há uma voz em off. É um narrador que percebemos estar no presente, coincidente com o nosso (mesmo se o filme é de 2000), que nos leva até ao enredo que interessa, um pouco como acontecia em Amor de Perdição. Esse narrador homodiegético, que também se vai apagar bastante durante a história que vamos conhecer (porque, no cinema, não convém abusar da «narração»), não se identifica, porém, com um sobrinho do herói (como ____ relativamente a Camilo) mas antes com o próprio protagonista. No fundo, o narrador é o sexagenário ou septuagenário correspondente ao adulto em que ____ se terá tornado.

Nos Maias o narrador é heterodiegético, não se identifica com nenhuma personagem em especial, embora, graças sobretudo ao uso do discurso indireto livre, se vá focalizando em quase todas elas. A história não é contada linearmente. Começamos já com a instalação no Ramalhete, mas, depois, recuamos no tempo e é-nos contada a «intriga secundária» (Pedro e ____), necessária para o desfecho trágico da intriga principal (Carlos e Maria Eduarda), que ocupará todo o romance a partir de quando se chega de novo ao momento da instalação de Carlos em Lisboa. O epílogo sucede a uma elipse da ação: passaram dez anos, dando-se agora o ____ de Carlos.

Na Ilustre Casa o narrador é heterodiegético. Ao longo de onze capítulos, a ação principal é narrada em relativa sequencialização temporal, se descartarmos que há quase sempre «alternância» com a ação da narrativa encaixada, a novela histórica escrita por ____, que aliás parece, aqui e ali, interligada com circunstâncias da ação principal. O último capítulo, XII, sucede a uma elipse da ação: passaram quatro anos, dando-se agora o ____ de Gonçalo.

TPC — Recordo o caderno de encargos até ao fim do ano: (i) terminar leitura de Os Maias ou A Ilustre Casa de Ramires; (ii) entregar tarefa sobre a referida obra de Eça (até ao fim do dia de Camões); (iii) rever gramática (funções sintáticas; orações).

 

 

Aula cxxiii-cxxiv (9 [1.ª], 11/jun [4.ª]) Este assunto é de gramática mas também respeita ao estilo de Eça de Queirós, já que o discurso indireto livre é uma sua característica muito notória. Para já, passa um trecho de Os Maias (cap. II) que está em discurso direto para discurso indireto:

Discurso direto

— Mas para onde fugiram, Pedro? Que sabes tu, filho? Não é só chorar...

— Não sei nada — respondeu Pedro num longo esforço. — Sei que fugiu. Eu saí de Lisboa na segunda-feira. Nessa mesma noite, ela partiu de casa numa carruagem, com uma maleta, o cofre de joias, uma criada italiana que tinha agora, e a pequena. Disse à governanta e à ama do pequeno que ia ter comigo. Elas estranharam, mas que haviam de dizer?... Quando voltei, achei esta carta.

 

Discurso indireto

Afonso perguntou ______ para onde ___________. Perguntou _____ que ______ e disse que não era só [ou não bastava] chorar.

               Num longo esforço Pedro __________ e acrescentou que ______ que ela _______. Disse também que ele saíra de Lisboa na segunda-feira e que, ____________ noite, ela partira de casa numa carruagem, com uma maleta, o cofre de joias, uma criada italiana que tinha ___________________, e a pequena. Pedro relatou depois que Maria __________ à governanta e à ama do filho que ia ter _________ e que elas ____________. Exclamou que não poderiam ter dito outra coisa e disse que, quando _______, tinha achado _______ carta.

 

Sintetizemos as alterações (incluindo também as que não calhou serem necessárias) que decorrem na passagem do discurso direto a discurso indireto:

Travessão ou dois pontos (a delimitarem verbo de elocução) dão lugar a conjunção subordinativa completiva

Eg «— respondeu Pedro» >

«Pedro respondeu _____ [...]»

Vocativo passa a Complemento indireto

Eg «Pedro» > «_____»

Trocas de tempo (se o verbo introdutor estiver no Pretérito Perfeito)

Presente > ______;

Perfeito > _____; Futuro > Condicional; Imperativo > Conjuntivo

Trocas de pessoa (se o verbo introdutor estiver na 3.ª pessoa)

1.ª, 2.ª > ____

Trocas de deíticos

ontem > na véspera; hoje > naquele dia; amanhã > no dia seguinte; aqui > ___; cá > lá; este/esse > aquele; isto/isso > ______

Acomodações (mas só as imprescindíveis) de eventuais marcas de oralidade

Eg «Não é só chorar...» talvez pudesse ficar «não bastava chorar»

Repara agora como ficaria o mesmo passo em Discurso indireto livre:

Mas para onde tinham fugido? Que sabia ele? Não era só chorar...

Pedro não sabia nada. Sabia que ela fugira. Ele saíra de Lisboa na segunda-feira. Nessa mesma noite, ela partira de casa numa carruagem, com uma maleta, o cofre de joias, uma criada italiana que tinha agora, e a pequena. Dissera à governanta e à ama do pequeno que ia ter com ele. Elas tinham estranhado, mas que haviam de dizer?... Quando voltara, achara aquela carta.

No discurso indireto livre, o narrador relata as falas das personagens quase que as reproduzindo literalmente mas sem fronteira com a sua própria voz. Omite-se o verbo introdutor e conservam-se marcas de oralidade (interjeições, pontuação expressiva). Relativamente ao discurso direto, a diferença é que, tal como no discurso indireto comum, no indireto livre os tempos verbais mudam.

(No manual, esta matéria está nas pp. 274-275 e 389-391.)

Seguem-se dois passos de Os Maias que abordam diferentes modelos de educação: a de Pedro (romântica) e a de Carlos. O segundo também está em «A educação à inglesa» (manual, p. 257).

[cap. I]

Odiando tudo o que fosse inglês, não consentira que seu filho, o Pedrinho, fosse estudar ao colégio de Richmond. Debalde Afonso lhe provou que era um colégio católico. Não queria: aquele catolicismo sem romarias, sem fogueiras pelo S. João, sem imagens do Senhor dos Passos, sem frades nas ruas — não lhe parecia a religião. A alma do seu Pedrinho não abandonaria ela à heresia; — e para o educar mandou vir de Lisboa o padre Vasques, capelão do conde de Runa.

O Vasques ensinava-lhe as declinações latinas, sobretudo a cartilha: e a face de Afonso da Maia cobria-se de tristeza, quando, ao voltar de alguma caçada ou das ruas de Londres, de entre o forte rumor da vida livre — ouvia no quarto dos estudos a voz dormente do reverendo, perguntando como do fundo de uma treva:

Quantos são os inimigos da alma?

E o pequeno, mais dormente, lá ia murmurando:

— Três. Mundo, Diabo e Carne...

Pobre Pedrinho! Inimigo da sua alma só havia ali o reverendo Vasques, obeso e sórdido, arrotando do fundo da sua poltrona, com o lenço do rapé sobre o joelho...

Neste primeiro trecho, relativo à educação de Pedro, há duas ou três linhas que podem exemplificar o discurso indireto livre. Sublinha-as.

No trecho seguinte, já do cap. III, com a ida de Vilaça a Santa Olávia, que testemunha a educação de Carlos (contrastada com a de Eusebiozinho, que, no fundo, replicava a que seguira o pai de Carlos), temos todo um parágrafo em discurso indireto livre, o {circunda a melhor opção} primeiro / segundo / terceiro /nonagésimo segundo.

[cap. III]

Vilaça, sem óculos, um pouco arrepiado, passava a ponta da toalha molhada pelo pescoço, por trás da orelha, e ia dizendo:

— Então o nosso Carlinhos não gosta de esperar, hem? Já se sabe, é ele quem governa... Mimos e mais mimos, naturalmente...

Mas o Teixeira, muito grave, muito sério, desiludiu o senhor administrador. Mimos e mais mimos, dizia Sua Senhoria? Coitadinho dele, que tinha sido educado com uma vara de ferro! Se ele fosse a contar ao sr. Vilaça! Não tinha a criança cinco anos já dormia num quarto só, sem lamparina; e todas as manhãs, zás, para dentro de uma tina de água fria, às vezes a gear lá fora... E outras barbaridades. Se não se soubesse a grande paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a queria morta. Deus lhe perdoe, ele, Teixeira, chegara a pensá-lo... Mas não, parece que era sistema inglês! Deixava-o correr, cair, trepar às árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho de caseiro. E depois o rigor com as comidas! Só a certas horas e de certas coisas... E às vezes a criancinha, com os olhos abertos, a aguar! Muita, muita dureza.

Para nos apercebermos das características desta maneira de reproduzir o diálogo —em discurso indireto livre —, completa com o que lhe corresponderia nos outros modos de reprodução do discurso no discurso:

Discurso direto

— _____ Senhoria, ____ «mimos e mais mimos»? Coitadinho dele, que ________ com uma vara de ferro! ___________! Não tinha a criança cinco anos já dormia num quarto só, sem lamparina; e todas as manhãs, zás, para dentro de uma tina de água fria, às vezes a gear lá fora... E outras barbaridades. Se não se soubesse a grande paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a queria morta. Deus ___________... Mas não, parece que ____ o sistema inglês. ________ correr, cair, trepar às árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho de caseiro. E depois o rigor com as comidas! Só a certas horas e de certas coisas... E às vezes a criancinha, com os olhos abertos, a aguar! Muita, muita dureza. — desiludiu o Teixeira, muito grave, muito sério, __________.

Discurso indireto

Mas o Teixeira, muito grave, muito sério, desiludiu Vilaça, retorquindo-lhe que Carlos não era mimado e que o coitado _______ com uma vara de ferro. Disse ainda que se . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . {basta até aqui}

Malèna (Giuseppe Tornatore)

Os Maias (Eça de Queirós)

A Ilustre Casa de Ramires (Eça de Queirós)

Tempo — tempo da história vs. tempo do discurso

O tempo da diegese (isto é, o tempo da história, o tempo das acontecimentos narrados) está bem ______. O narrador-protagonista refere que se lembra bem da data por que vai começar, o dia em que estreou uma bicicleta, na Primavera de 1940, aos doze anos e meio. E é um acontecimento histórico que permite situar o exato começo da ação: nessa mesma data, o Duce (Mussolini) anunciava a entrada da Itália na guerra (a Segunda Grande Guerra). Com efeito, em Malena o contexto histórico tem uma função enquadradora importante. O tempo da história corresponde aos anos que dura a guerra, cuja evolução vai aliás influenciar os acontecimentos que nos são «narrados». O fim do filme coincide com o recomeço da vida normal, uma vez terminada a guerra. Esses cinco anos encerram a paixão de que trata o filme. (Além das incidências da guerra, também as fitas de cinema que o adolescente revê em sonhos constituem uma moldura contextualizadora.) Sabemos que o tempo do discurso vai até mais longe, já que o narrador compara aquele seu amor com todos os outros que depois teve, pelo que percebemos que o tempo da enunciação é o de um adulto com vida longa, que virá até próximo do nosso ______.

Nos Maias, quando o cap. I começa, estamos em 1875 e, durante umas páginas, descreve-se-nos o Ramalhete. Ainda durante o cap. I e até ao IV, vamos ter uma _______ que nos dá a história da família entre 1820 a 1875 (juventude, exílio e casamento de Afonso; infância de Pedro em Inglaterra, regresso a Benfica, suicídio de Pedro; infância e educação de Carlos — um dia de abril em Santa Olávia ocupa quase todo o capítulo III —, estudos em Coimbra; viagem pela Europa). Os capítulos IV a XVII são o miolo da narrativa, incluindo a ação da _____ principal, 1875-1876. No início do capítulo XVIII, vários anos são-nos dados em sumário, de umas três páginas (Carlos e Ega a viajarem, em1877, e o regresso de Ega a Lisboa); e, depois de uma elipse que nos coloca em 1886-1887, temos algumas horas apenas de Carlos regressado a Lisboa dadas em todo o resto do capítulo. Em suma, o discurso não cumpre a ordem temporal da história (dada a analepse nos três primeiros capítulos) e também não é proporcional, em termos de duração (há resumos, elipses, resumos-elipses — «Mas esse ano passou, outros anos passaram» (início do cap. III); «E esse ano passou. [...] Outros anos passaram» (cap. XVIII) — decerto muitos momentos de pausa, em que o tempo da história é «menor» do que o do discurso, como sucede na _____ inicial do Ramalhete), embora também haja isocronias (as várias cenas dialogadas). O tempo da história corresponde a cerca de setenta anos (o tempo do discurso, se quisermos, ao total de páginas de cada edição).

Na Ilustre Casa de Ramires, se não considerarmos o tempo da novela ____ encaixada, tudo se passa quase segundo a ordem da diegese (se também descartarmos, ainda no capítulo I, a analepse em que se nos dá, em relativo resumo, o passado de Gonçalo e da família). Quanto à relação discurso/história em termos de duração, temos de assinalar, no início do cap. XII, uma elipse de quatro anos («Quatro anos passaram ligeiros e leves sobre a velha Torre, como voos de ave»), que antecede o ______ que constitui todo esse último capítulo. Entretanto, a novela histórica e todas as alusões aos ascendentes de Gonçalo implicam recuos diversos, pontuais, sobretudo ao século XII.

TPC — No Caderno de atividades, as pp. 34-35 trazem uma ficha sobre ‘Reprodução do discurso no discurso’ (incluindo, é claro, o discurso indireto livre). No manual, as pp. 389-391 são ainda melhores.

 

 

Aula 123-124 (14 [1.ª], 15 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 16/jun [3.ª]; nas turmas 2.ª, 3.ª e 5.ª não se fez a parte sobre discurso indireto livre e, em compensação, preencheu-se uma tabela sobre a categoria ‘espaço’ usada já na aula cxxiii-cxxiv das turmas 1.ª e 4.ª) O passo seguinte de Os Maias pertence ao capítulo VI, integrando o episódio do jantar no Hotel Central (no manual, pp. 258-259, embora se omita este diálogo).

— Bem sei! Os Castro Gomes... Conheço-os muito... Vim com eles de Bordéus... Uma gente muito chique que vive em Paris.

Carlos voltou-se, reparou mais nele, perguntou-lhe, afável e interessando-se:

— O Sr. Salcede chegou agora de Bordéus?

Estas palavras pareceram deleitar Dâmaso como um favor celeste: ergueu-se imediatamente, aproximou-se do Maia, banhado num sorriso:

— Vim aqui há quinze dias, no Orenoque. Vim de Paris... Que eu em podendo é lá que me pilham! Esta gente conheci-a em Bordéus. Isto é, verdadeiramente, conheci-a a bordo. Mas estávamos todos no Hotel de Nantes. Gente muito chique: criado de quarto, governanta inglesa para a filhita, femme de chambre, mais de vinte malas... Chique a valer! Parece incrível, uns brasileiros... Que ela na voz não tem sutaque nenhum, fala como nós. Ele sim, ele muito sutaque... Mas elegante também, Vossa Excelência não lhe pareceu?

Passa a fala de Dâmaso no último parágrafo, que está em discurso direto, para discurso indireto livre. Num momento inicial, quando a voz ainda é, mais claramente, a do narrador, podemos aproveitar o parágrafo anterior, como já fui fazendo:

Estas palavras pareceram deleitar Dâmaso como um favor celeste: ergueu-se imediatamente, aproximou-se do Maia, banhado num sorriso. Viera havia uns quinze dias, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Também muito característica do estilo de Eça é a hipálage, figura de estilo em que se transferem caracterizações humanas para as partes do corpo, para tecidos ou vestidos, para objetos, etc. (Podes ver definição no glossário da p. 394.) Por exemplo, em

«Carlinhos, arreganhando para Eusebiozinho um lábio feroz»,

o adjetivo «_______» reporta-se, no fundo, a _______, embora, gramaticalmente, modifique o nome «_________». E, em

«Dá-me cá esses ossos honrados, honrado inglês!» (p. 258, ll. 16-17),

Tomás de Alencar caracteriza _____ como «honrado», ao modificar o nome comum «______» (ainda antes de repetir o qualificativo, aplicado então diretamente à personagem, no vocativo «honrado inglês!»).

As hipálages seguintes são de diversos livros de Eça. Sublinha os adjetivos (o modificador restritivo, que estará associado a um objeto mas se reportará aos «donos» desse objeto, edifício, etc.). [Retirei os exemplos de: Almeida Faria, «O Homem das Hipálages», Camões. Revista de Letras e Culturas Lusófonas, 9-10, Abril-Setembro de 2000, p. 107.]

cigarro pensativo

cigarro lânguido

sobrancelhas meditativas

lábios devotos

mão pacificadora

sedas impúdicas

braço concupiscente

braços pasmados

sala séria de tons castos

leito de ferro virginal

chá respeitoso

o peixe austero

as tias, fazendo as suas meias sonolentas

raspar espavorido dos fósforos

as lojas loquazes dos barbeiros

saias ligeiras e ilegítimas

lenta humidade das paredes fatais do Ramalhete

 

Questionário de gramática

Sem consultares outros elementos além desta folha, classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns casos, implicará um termo; noutros, quatro).

Portugal ganha à Hungria, a França e a Alemanha empatam.

 

Como Dona Dolores vai dançar pela seleção, Portugal vai perder.

 

António Costa tinha casa na Cláudio Nunes, onde também moram alunos meus.

 

O Sporting não teria sido campeão, se Martínez estivesse dez centímetros atrás.

 

O pessoal do INEM explicou que não se devia mexer nos pacientes.

 

O palacete que esteve à venda em Santos já pertenceu a Madonna.

 

Eu sei que não fico em casa.

 

 

Mal entramos na escola, deparamo-nos com simpáticos marrecos.

 

Quem te avisa teu amigo é.

 

 

Nos Açores, podemos ver Antero ou podemos avistar baleias.

 

A fim de que fique tudo controlado, nas praias haverá semáforos e polícias sinaleiros.

 

Embora Os Maias sejam secantes, os alunos até leram alguns capítulos.

 

Detesto de tal modo a gramática, que prefiro mil vezes cocós de cão.

 

Ronaldo marca os livres todos mas nunca acerta com a baliza.

 

Peço-lhes que, nas férias, vão lendo O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago.

 

Indica a função sintática dos segmentos sublinhados (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, complemento do adjetivo, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome).

Pergunto-lhes se conhecem as substantivas completivas.

 

Regressaram de Londres alguns portugueses.

 

 

Todos elegeram Meena a melhor cantora.

 

 

Considero-me bem informado, porque leio o Voz Ativa.

 

Armando Vara já regressou à prisão.

 

 

 

Outra versão

Sem consultares outros elementos além desta folha, classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns casos, implicará um termo; noutros, quatro).

A mulher de António Costa, que era professora de Português, rescindiu há uns anos.

 

Na penúltima quinta-feira, eu não sabia que era o feriado de Corpo de Deus.

 

Quando os patos se passeiam à entrada da escola, há arroz de pato na cantina.

 

Quem semeia ventos colhe tempestades.

 

 

Fomos a Praga, para que víssemos Kafka.

 

 

A Leontina gosta tanto de kiwis como a Luz adora maçãs ‘bravo de Esmolfe’.

 

Ainda que A Ilustre Casa seja mais curta, poucos a preferiram.

 

Gosto tanto das sandes do Lidl, que vou lá todos os intervalos.

 

O coração de Salvador Sobral está bom e ele pode amar pelos dois.

 

A Finlândia venceu, a Rússia perdeu.

 

 

Rui Pinto prometeu-me que não atacaria o Gaveta de Nuvens.

 

Georgina está amuada visto que Dona Dolores tem mais seguidores.

 

O Primeiro-ministro tinha casa numa rua onde moram alunos meus.

 

Se tiveres todas as respostas erradas, dou-te três fatias de bolo.

 

Bruno perguntou a Luciana se observara bem os terapeutas do Sporting.

 

Indica a função sintática dos segmentos sublinhados (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, complemento do adjetivo, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome).

Moon considerava um dever seu a reconstrução do teatro.

 

O Bradley Cooper enganou-nos bem.

 

 

Durante as férias de Verão, podem ir lendo O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago.

 

O papa não quis que lhe beijassem o anel.

 

 

No Verão, vamos à praia, mas sempre cheios de máscaras.

 

Circunda a alínea que descreve a tua situação relativamente à leitura de Os Maias ou A Ilustre Casa de Ramires:

a) Li o livro na totalidade.

b) Li quase todo livro, faltando-me uns três capítulos (ou por aí) ou ainda menos.

c) Li cerca de metade da obra.

d) Li cerca de um terço da obra.

e) Li dois ou três capítulos ou menos do que isso.

Entrega esta folha e, se já leste uma das obras na totalidade, pede o questionário sobre o livro em causa (A Ilustre Casa de Ramires ou Os Maias).

Se não estás nessa condição, resolve a tarefa que te vai ser indicada ou já terá sido distribuída.

Questionário sobre Os Maias

O trecho em discurso indireto livre e que é de Os Maias é

a) «Ai, era um escândalo! Que nunca houvera em Leiria autoridades assim! O secretário-geral era um desaforo com a Novais... Que se podia esperar de homens sem religião, educados em Lisboa, que, segundo D. Josefa, estava predestinada a perecer como Gomorra pelo fogo do Céu?».

b) «Então, que diabo, os rapazes tinham querido!... Mas ele, realmente, não podia apresentar um cavalo decente, com as suas cores, senão daí a quatro anos. De resto não apurava cavalos para aquela melancolia [...]».

c) «Agora acompanhava-o sempre ao quarto de Miss Sara. Pelo corredor amarelo, caminhando ao seu lado, Carlos perturbava-se sentindo a carícia desse íntimo perfume em que havia jasmim, e que parecia sair do movimento das suas saias».

d) «— Agradeço! agradeço! vamos a isso — exclamava o Ega esfregando as mãos, faiscando de júbilo».

 

Nas últimas páginas da obra, Carlos e Ega vão conversando por Lisboa, a

a) pensarem em paio com ervilhas, a fazerem considerações sobre a vida, a correrem para um americano.

b) discutirem sobre as corridas de cavalos, recordarem como era o país, apressarem-se para um jantar.

c) discutirem escolas literárias, refletirem sobre o sentido da vida, desistirem de um jantar.

d) pensarem em mulheres, a fazerem reflexões filosóficas, a esbofetearem um americano.

 

Um pouco marginais à intriga passional (embora com ela se entreteçam funcionalmente), vão surgindo na obra episódios que constituem documentos, quase caricaturas, de ambientes sociais do Portugal oitocentista. Entre esses momentos de crónica social podem citar-se:

a) tarde nas termas; jantar no Hotel Central; flirt na Vila Balzac.

b) visita a redação de jornal; duelo; cerimónia de casamento burguês.

c) corridas; jantar em casa dos condes; sarau.

d) jogo de críquete; manhã de veraneio no Estoril, serão em Santa Olávia.

 

A morte de Afonso

a) é completamente independente da intriga amorosa que envolve Carlos e Maria Eduarda.

b) ocorre em momento pouco posterior ao reconhecimento da tragédia.

c) é anterior ao conhecimento do parentesco que havia entre Carlos e Maria Eduarda.

d) não chega a ocorrer dentro da cronologia que é dada pelo discurso da obra.

 

O passo que não é de Os Maias é:

a) «[...] cortou pelo Loreto como uma pedra que rola, enfiou ao fundo da Praça de Camões, num grande portão que uma lanterna alumiava. Era a redação d’A Tarde».

b) «Topsius recolheu a tomar uma nota do grande poeta “Calcinhas”. Eu fechei a vidraça: e, depois de ir ao corredor fazer às escondidas um rápido sinal-da-cruz, vim desapertar sofregamente, e pela vez derradeira, os atacadores do colete da minha saborosa bem amada».

c) «Esguio, mais sombrio naquele fundo cor de canário, o poeta derramou pensativamente pelas cadeiras, pela galeria, um olhar encovado e lento: [...] || — “A Democracia”! — anunciou [...]».

d) «De modo nenhum: tinha só intenção de lhe arrancar as orelhas! || Teles da Gama saudou, rasgadamente. || Foi isso mesmo o que eu respondi [...]»

 

O passo que não é de Os Maias é:

a) «Levamos Rosa, está claro, sei que se não pode separar dela... E assim viveríamos sós, todos três, num encanto! || — Meu Deus! Fugirmos? — murmurou ela, assombrada».

b) « — E com esta Maria andei muitas vezes ao colo, meu caro senhor... Não sei se ela ainda se lembra de uma boneca que eu lhe dei, que falava, dizia Napoléon...».

c) «— É de graça, amigo Sebastião! É de graça! Tu não imaginas que influência isto tem no sentimento!».

d) «Mas era impossível encontrar o maestro, porque invariavelmente a criada afirmava que o menino Vitorino não estava em casa».

 

Pertence a Os Maias o trecho

a) «Não, não queria ficar na terra perversa donde partia, esbulhado e escorraçado, aquele rei de Portugal que levantava na rua os Jacintos!».

b) «Na volta, com efeito, fizera-se uma mudança. Subitamente “Rabino” perdera terreno, resistindo à subida, com o fôlego curto».

c) «Carvalho voltou vermelho e excitado. Tinha havido uma cena; ele pusera fora a criada. E então destemperou: queixou-se daquela má sorte que o não deixava ter uma criada decente...».

d) «A Amparo declarou-se «banzada». O casamento então, com a Ameliazinha...».

 

Pode corresponder a «Queijadas, Antiguidades, Poemas, Piano», pela mesma ordem,

a) Vilaça, Carlos, Eusébio, Cruges.

b) Cruges, Craft, Craveiro, Cruges.

c) Ega, Steinbroken, Alencar, Diogo.

d) Cruges, Carlos, Diogo, Alencar.

 

Fazem parte da criadagem que vai surgindo nos Maias

a) Vilaça, Anselmo, Melanie.

b) Lola, Silva, Baptista.

c) Teixeira, Juliana, Taveira.

d) Domingos, Baptista, Melanie.

 

As expressões «Chique a valer!», «Oh yes», «C’est très grave, c’est excessivement grave!», «Não se mencione o excremento» pertencem, respectivamente, a

a) Alencar, Sara, Steinbroken, Ega.

b) Dâmaso, Sara, Steinbroken, Alencar.

c) Dâmaso, Sara, Melanie, Alencar.

d) Dâmaso, Sara, Melanie, Ega.

 

A série «Marquês Silveirinha, Mefistófeles, tio do Dâmaso» corresponde a

a) Cohen, Gouvarinho, Vilaça.

b) Vilaça, Cohen, Castro Gomes.

c) Eusébio, Ega, Guimarães.

d) Souselas, Ega, Castro Gomes.

 

Estão ligadas ao jornalismo as personagens

a) Castro Gomes, Neves, Ega.

b) Ega, Neves, Sousa Neto.

c) Palma, Sousa Neto, Conde de Gouvarinho.

d) Palma, Neves, Guimarães.

 

A estes espaços podemos associar, respetivamente, as personagens Eusebiozinho, Craft, Alencar:

a) Paris, Ramalhete, Sintra.

b) Ramalhete, Rua de São Francisco, Toca.

c) Sintra, Toca, Trindade.

d) Santa Olávia, Benfica, Hotel Central.

 

Quando, pela última vez, se encontra amorosamente com Maria Eduarda, Carlos

a) julga ser ela sua prima.

b) não sabe ainda que ela é sua irmã.

c) acredita ser ela um seu tio.

d) sabe que ela é sua irmã.

 

A alínea que só tem personagens de Os Maias é

a) Ramires, Carlos, Cohen, Pacheco.

b) Guimarães, Taveira, Dâmaso, Domingos.

c) Sara, Zé Fernandes, Craft, Jacinto.

d) Alencar, Acácio, Sousa Neto, Libaninho.

 

Não há nenhuma personagem de Os Maias em

a) Melanie, Macário, Basílio.

b) Acácio, Fradique, Artur.

c) Raquel, Mac Gren, Baptista.

d) Ega, Alencar, Tancredo.

 

A alínea que só tem mamíferos irracionais mencionados nos Maias é

a) Memé, Lucinda, Cavalão.

b) Lucinda, Niniche, Bonifácio.

c) Cavalão, Bonifácio, Niniche.

d) Vladimiro, Bonifácio, Niniche.

 

Algumas das personagens, bastantes planas, podem ser consideradas personagens-tipo. Por exemplo, correspondem aos tipos «’jornalista corrupto’, ’brasileiro’, ‘gentleman’»

a) Diogo, Monforte, Steinbroken.

b) Neves, Diogo, Cruges.

c) Neves, Guimarães, Dâmaso.

d) Palma Cavalão, Castro Gomes, Craft.

 

Esta série de caracterizações — alto funcionário público; ministro e incompetente; orador vazio — corresponde a

a) Cruges; Taveira; Mac Gren.

b) Taveira; Sousa Neto; Cruges.

c) Teles da Gama; Cruges; Ega.

d) Sousa Neto; Gouvarinho; Rufino.

 

À série ‘Dâmaso, Cohen, Alencar’ correspondem, por esta ordem,

a) romântico, político corrupto, poeta realista.

b) cobarde, revolucionário, escritor.

c) político conservador, diplomata, poeta.

d) pretensioso, banqueiro judeu, romântico decadente.

Questionário sobre A Ilustre Casa de Ramires

Barrolo era

a) bonacheirão e ingénuo.

b) rígido mas alegre.

c) tristonho e ressentido.

d) otimista e racional.

 

Gracinha e André Cavaleiro,

a) ficaram-se por paixão platónica.

b) namoraram mas sem envolvimento físico.

c) chegaram a concretizar fisicamente o seu amor.

d) beijaram-se apenas.

 

Quem lançara a Gonçalo o desafio de escrever uma novela histórica fora

a) o Castanheiro.

b) o Barrolo.

c) André Cavaleiro

d) o Videirinha.

 

Por intervenção da mulher do Casco, Gonçalo

a) pede a libertação do Casco e dá guarida ao filho doente.

b) prende o Casco e ajuda na educação do filho.

c) aceita-a como empregada e manda fazer sepultura para o Casco.

d) manda prender a Rosa.

 

Ana Lucena era

a) bonita e tinha conversa fácil.

b) atraente mas pouco sofisticada.

c) filha de talhante e feia que doía.

d) boa pessoa.

 

Antes de, no último capítulo, regressar, Gonçalo estivera

a) no Algarve.

b) em África.

c) em Paris.

d) em Londres.

 

Em carta anónima que recebe, Barrolo é tratado por

a) Barrelas.

b) Bacoco.

c) Barrolinho

d) Parolo.

 

O caçador de Nacejas era

a) mais jovem e corajoso do que Gonçalo.

b) mais cobarde do que Gonçalo.

c) mais velho que Gonçalo.

d) de classe social mais alta que Gonçalo.

 

A reaproximação de Gonçalo e André Cavaleiro teve que ver com

a) paixão de Gonçalo por irmã de Cavaleiro.

b) interesses de dinheiro de André e amorosos de Gonçalo.

c) devaneios de Gonçalo e ambições políticas de Cavaleiro.

d) a ambição política de Gonçalo e os devaneios de André.

 

Ameaçado pelo «caçador de Nacejas», Gonçalo

a) queixa-se.

b) foge.

c) grita.

d) perde as estribeiras.

 

Videirinha tocava

a) violino.

b) violão.

c) acordeão.

d) piano.

 

A morte de Sanches Lucena

a) prejudicou a carreira de Gonçalo.

b) abriu uma oportunidade para Gonçalo.

c) foi importante para a redação da novela histórica.

d) deprimiu Gonçalo.

 

Quem viajou com Gonçalo foi

a) o Padre Soeiro.

b) a Rosa.

c) o Bento.

d) André Cavaleiro.

 

Em tempos, o Cavaleiro

a) fora incorreto com Gracinha.

b) não pudera casar com Gracinha por lutas familiares.

c) fora impedido pelo pai de casar com Gracinha.

d) fora rejeitado por Gracinha.

 

Maria Mendonça era

a) uma criada.

b) uma burguesa-nobre casamenteira.

c) a amante do Sanches Lucena.

d) a irmão de André.

 

Gonçalo e Barrolo eram

a) cunhados.

b) primos.

c) irmãos.

d) genro e sogro.

 

Uma das personagens da novela histórica que Gonçalo escreve é

a) o Perneta.

b) o Cego.

c) o Bastardo.

d) o Louco.

 

O parágrafo «— Oh infame!... Então no outro dia assim me larga, sem es­crúpulo, depois de eu lhe preparar um cabrito estupendo, assado num espeto de cerejeira? E para quê?... Para uma orgia reles, com bolinhos de bacalhau e bichinhas de rabiar!»

a) é de A Ilustre Casa de Ramires e está em discurso direto.

b) é de A Ilustre Casa de Ramires e está em discurso indireto livre.

c) não é de A Ilustre Casa de Ramires e está em discurso direto.

d) não é de A Ilustre Casa de Ramires e está em discurso indireto livre.

 

Para ainda conhecermos um soneto de Antero de Quental, lê «A um poeta» (p. 296).

Para responderes às perguntas 1 a 3, no manual, completa o que já esbocei, mas sem deixares de ler mesmo cada pergunta. A resposta a 6 copiá-la-emos a partir de slide.

1. Ao longo do poema, encontramos vários vocábulos do campo lexical da guerra: «____», «____», «_____», «____», «_____», «___».

2. Neste soneto, o sujeito opõe a atitude de adormecimento de alguns poetas, alheados da «______________» (v. 4), à atitude que o sujeito preconiza, que é a da atenção à «_______________» que luta em «vozes de _____». O poeta fará assim da sua poesia uma «_________» ao serviço da luta por um «_______».

3. Ao longo do soneto, surgem vários verbos no imperativo — «___» (v. 5), «_____» (v. 9) —, apóstrofes — «___________» (v. l) e frases exclamativas — «_____» (v. 5) — que constituem formas de apelo ao interlocutor.

6. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Escreve comentário em que relaciones este soneto de Antero e o que já conhecemos da poesia de Cesário Verde e da prosa de Eça de Queirós.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Malèna

(Giuseppe Tornatore)

Os Maias (Eça de Queirós)

A Ilustre Casa de Ramires (Eça de Queirós)

Espaço — espaço físico; simbolismo

O local em que começam e acabam as memórias daqueles cerca de cinco anos é o mesmo, a avenida marginal da vila siciliana. De resto, o espaço físico da narrativa está muitíssimo ______, tudo se passa em Castelcuto.

Nos Maias, Lisboa é o espaço da parte ‘_____ de costumes’ (o sarau, na Trindade; as corridas, em Belém; o jantar, no Hotel Central; etc.). Como espaços da parte ‘intriga’, destacaríamos as várias casas da família (Benfica, Santa Olávia, Ramalhete; a Toca), Coimbra, Lisboa, Sintra. Há alusões pontuais a Inglaterra, França, Itália, Espanha, Brasil. No epílogo, no episódio do passeio final, o cenário é bastante ______: Carlos e Ega sobem do Passeio Público até ao Chiado, à estátua de Camões, para concluírem que Portugal, tendo mudado, não mudou.

Na Ilustre Casa, o espaço físico principal pertence a uma zona a partir da Torre (Santa Ireneia, _______, Oliveira). Esta geografia é inspirada no que Eça conhecia da área de Resende (Lamego), sede da nobre família da sua mulher. Há, porém, ambiguidades (cfr. referência à orla marítima). Surgem como espaços a que se alude pontualmente Coimbra, Porto, Lisboa. África, no final, começa por ser vista como hipótese de regeneração., como desfecho das outras viagens de Gonçalo. A Torre dos Ramires também _____ ora os feitos dos Ramires heroicos ora a própria decadência de Gonçalo (e de Portugal).

TPC — Descarrega («Reformulações esquecidas [de Frei Luís de Sousa/canção; Amor de Perdição/filme; Fuga]») a versão limpa que nunca terás chegado a entregar. (Traz-me os livros que porventura te tenha emprestado e de que já não precises.)

 

 

Aula 125-126 (16 [1.ª], 17 [5.ª, 2.ª], 18/jun [4.ª, 3.ª]) Correção de questionário de gramática (cfr. Apresentação e tabelas a seguir).

Soluções do questionário de gramática

[Versão com arroz de pato e Kafka]

A mulher de António Costa, que era professora de Português, rescindiu há uns anos.

subordinada adjetiva relativa explicativa

Na penúltima quinta-feira, eu não sabia que era o feriado de Corpo de Deus.

subordinada substantiva completiva

Quando os patos se passeiam à entrada da escola, há arroz de pato na cantina.

subordinada adverbial temporal

Quem semeia ventos colhe tempestades.

 

subordinada substantiva relativa

Fomos a Praga, para que víssemos Kafka.

 

subordinada adverbial final

A Leontina gosta tanto de kiwis como a Luz adora maçãs ‘bravo de Esmolfe’.

subordinada adverbial comparativa

Ainda que A Ilustre Casa seja mais curta, poucos a preferiram.

subordinada adverbial concessiva

Gosto tanto das sandes do Lidl, que vou lá todos os intervalos.

subordinada adverbial consecutiva

O coração de Salvador Sobral está bom e ele pode amar pelos dois.

coordenada copulativa

A Finlândia venceu, a Rússia perdeu.

 

coordenada assindética

Rui Pinto prometeu-me que não atacaria o Gaveta de Nuvens.

subordinante

Georgina está amuada visto que Dona Dolores tem mais seguidores.

subordinada adverbial causal

O Primeiro-ministro tinha casa numa rua onde moram alunos meus.

subordinada adjetiva relativa restritiva

Se tiveres todas as respostas erradas, dou-te três fatias de bolo.

subordinada adverbial condicional

Bruno perguntou a Luciana se observara bem os terapeutas do Sporting.

subordinada substantiva completiva

 

Moon considerava um dever seu a reconstrução do teatro.

predicativo do complemento direto

O Bradley Cooper enganou-nos bem.

 

complemento direto

Durante as férias de Verão, podem ir lendo O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago.

modificador do grupo verbal

O papa não quis que lhe beijassem o anel.

 

complemento direto

No Verão, vamos à praia, mas sempre cheios de máscaras.

complemento oblíquo

[Versão com Portugal a ganhar e a perder]

Portugal ganha à Hungria, a França e a Alemanha empatam.

coordenada assindética

Como Dona Dolores vai dançar pela seleção, Portugal vai perder.

subordinada adverbial causal

António Costa tinha casa na Cláudio Nunes, onde também moram alunos meus.

subordinada adjetiva relativa explicativa

O Sporting não teria sido campeão, se Martínez estivesse dez centímetros atrás.

subordinada adverbial condicional

O pessoal do INEM explicou que não se devia mexer nos pacientes.

subordinada substantiva completiva

O palacete que esteve à venda em Santos já pertenceu a Madonna.

subordinada adjetiva relativa restritiva

Eu sei que não fico em casa.

 

subordinada substantiva completiva

Mal entramos na escola, deparamo-nos com simpáticos marrecos.

subordinada adverbial temporal

Quem te avisa teu amigo é.

 

subordinada substantiva relativa

Nos Açores, podemos ver Antero ou podemos avistar baleias.

coordenada disjuntiva

A fim de que fique tudo controlado, nas praias haverá semáforos e polícias sinaleiros.

subordinada adverbial final

Embora Os Maias sejam secantes, os alunos até leram alguns capítulos.

subordinada adverbial concessiva

Detesto de tal modo a gramática, que prefiro mil vezes cocós de cão.

subordinada adverbial consecutiva

Ronaldo marca os livres todos mas nunca acerta com a baliza.

coordenada adversativa

Peço-lhes que, nas férias, vão lendo O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago.

subordinante

 

Pergunto-lhes se conhecem as substantivas completiva.

complemento direto

Regressaram de Londres alguns portugueses.

 

sujeito

Todos elegeram Meena a melhor cantora.

 

predicativo do complemento direto

Considero-me bem informado, porque leio o Voz Ativa.

complemento direto

Armando Vara já regressou à prisão.

 

complemento oblíquo

3.º período — alguns focos do ensino e da avaliação (que, porém, não devem ser vistos como parcelas para se chegar a uma média)


Leitura

Aula

Questionário sobre trecho de capítulo IV de Amor de Perdição (aula 97-98)

 

Questionário sobre primeira parte da «Conclusão» de Amor de Perdição (aula 101-102)

Observação direta da eficiência a resolver as tarefas com textos em todas as aulas


Educação literária

Aula

Casa

Questionário sobre primeiro terço de Os Maias / A Ilustre Casa de Ramires (aula 115-116)

 

 

Efetiva leitura da obra (cfr. folha do questionário de gramática, aula 123-124): leu o livro?

 

[Criação de filme a propósito de capítulo da obra de Eça escolhida (ver Oralidade)]

 

Escrita

Aula

Texto de opinião sobre «A submissão é uma ignomínia [...]» (aula 97-98)

 

Texto em prosa segundo modelo de «De tarde» (aula 109-110)

Texto deambulatório (aula 111-112)

Sobre paratexto de obra de Eça (aula 113-114) [mas só nas turmas 1.ª e 4.ª]

Crónica gastronómica à MEC (aula CXV-CXVI) [mas só nas turmas 1.ª e 4.ª]

Casa ou online

Biografia de personagem segundo modelo da de Domingos Botelho (aula 91-92)

Crónica de viagem para «Fuga dos leitores» (aula 95-96)

Reformulação do anterior (tepecê da aula 103-104)

Comparação entre filme e Amor de Perdição (tepecê da aula 105-106)

Reformulação do anterior (tepecê da aula 113-114)

Recuperações de trabalhos anteriores

Compreensão do oral/Expressão oral

Casa

Vídeo a pretexto de capítulo de Os Maias / A Ilustre Casa de Ramires (tepecê da aula 117-118)

 

Gramática

(Casa)

Aula

Criação de texto segundo uma matriz sintática (aula 103-104)

 

Criação de quarteto com métrica e rima segundo modelo de Cesário Verde (119-120)

Questionário sobre conteúdos mais recorrentes no período (aula 123-124)

Assiduidade, pontualidade, material

 

Malèna

(Giuseppe Tornatore)

Os Maias (Eça de Queirós)

A Ilustre Casa de Ramires (Eça de Queirós)

Personagens — caracterização (direta/indireta); composição (modelada, ou redonda/plana/tipos)

Quase todas as personagens são planas, mesmo personagens-tipo (o professor gozado pelos alunos; os adolescentes gabarolas; as vizinhas maledicentes; a descarada amante do barão não sei quantos; o pai de Renato, emotivo e antifascista; ...). Serão aliás mais figurantes, do que personagens secundárias. Malèna é que se pode considerar personagem menos óbvia, mais ______. Há aliás diferença entre a sua heterocaracterização (retratada pelos outros é apenas aquela que se insinua aos homens) e a caracterização _____ (o que vamos sabendo através das suas ações). Renato é, muitas vezes, um tipo, o do adolescente obsessivamente apaixonado, mas, quando assumido pelo narrador, já é mais modelado, mais redondo.

Nos Maias, segundo Carlos Reis, a caracterização de Pedro da Maia é tipicamente naturalista (Pedro seria o resultado da hereditariedade e do estilo de _______ recebida), visando-se comprovar uma tese (para esta escola, a literatura seguiria metodologia experimental). Nem tanto assim, a de Maria Eduarda e, ainda menos, a de Carlos. Carlos é sobretudo caracterizado indiretamente (pelo que vai fazendo) e é personagem relativamente modelada. Também assim, Afonso da Maia, o próprio Ega. Mais planas, por vezes verdadeiros tipos, são as personagens secundárias (Alencar, o poeta romântico; Dâmaso, o novo-rico; Cavalão, o jornalista corrupto; Gouvarinho, o político; _______, o gentleman; Castro Gomes, o «brasileiro»; Cohen, o banqueiro; Rufino, o deputado; Taveira, o funcionário público; a Gouvarinho, a adúltera; etc.). Aquelas que são exclusivas da vertente ‘crónica de costumes’ (episódios da vida do XIX) tendem a ser verdadeiros tipos sociais/profissionais.

Na Ilustre Casa, o protagonista, Gonçalo Mendes Ramires, é personagem relativamente modelada, não se pode dizer que seja sempre a personagem-tipo do fidalgo de província decadente e que vive dos pergaminhos dos _______. Tem defeitos que se repetem (ser timorato, por exemplo; a ambição fútil que o leva a ceder em matéria de princípios), mas mostra-se-nos também a sua má-consciência, o que torna a personagem mais verdadeira, não um simples estereótipo; e, no final, com a aventura africana, parece haver uma regeneração (que não é talvez conclusiva, porque o epílogo deixa tudo em aberto). As personagens secundárias são personagens mais planas, funcionando como tipos, muitas vezes: o criado Bento; a cozinheira Rosa; o bom padre Soeiro; o governador civil e «Don Juan» André Cavaleiro; o Videirinha, dado ao violão, que receberá, conseguido por Gonçalo, o lugar de amanuense; o deputado por Vila Clara Sanches Lucena; as maledicentes manas _______; as mulheres sempre um pouco fúteis e frágeis (mesmo Gracinha); o «boa pessoa» e ingénuo Barrolo. Há uma outra galeria de personagens (Tructezindo, o «Bastardo», etc.), as que pertencem à novela histórica, que serão mais caricaturas do que tipos, porque se trata de uma paródia-pastiche.

A pensar em 2021-2022 — A obra de leitura integral no 12.º ano é O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago. Podem tê-la à mão e ir lendo, embora esperar pelo começo do ano pudesse ter a vantagem de se explicarem então alguns aspetos relacionados com a criação dos heterónimos de Pessoa (entre os quais, Ricardo Reis), ficção que Saramago aproveitou no romance. De qualquer modo, também podem sempre dedicar-se a algum livro dos do Projeto de leitura (essa lista de obras posso pô-la em breve, já que é fixa e está nos programas).

 

 

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