Aulas (3.º período, 3.ª parte: 113-126)
Aula 113-114 (17 [1.ª], 18 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 19/mai [3.ª]) Explicações acerca
do trabalho devolvido; e sobre «epónimos»; e noções de ‘conto, novela, romance’
(cfr. p. 245; e Apresentação).
Apresentam-se os inícios
(1-8) e os finais (A-H) de oito romances de Eça de Queirós. (Dos
publicados em vida do autor só não estão Os
Maias e A Ilustre Casa de Ramires, que aliás é semipóstumo. Também
não incluo, por ter sido escrito
Romances de Eça de Queirós (segundo a ordem de publicação) |
Inícios (1-8) |
Finais (A-H) |
O Crime do Padre Amaro |
|
|
O Primo Basílio |
|
|
O Mandarim |
|
|
A Relíquia |
|
|
A Cidade e as Serras |
|
|
A Capital! (começos duma carreira) |
|
|
O Conde de Abranhos |
|
|
Alves & C.ª |
|
|
Inícios
1 A estação de Ovar, no
caminho de ferro do Norte, estava muito silenciosa, pelas seis horas, antes da
chegada do comboio do Porto.
2 À EX.MA SR.A CONDESSA DE ABRANHOS
MINHA SENHORA: — Tive, durante quinze anos, a honra tão invejada de ser o secretário
particular de seu Ex.mo Marido, Alípio Severo Abranhos, Conde de
Abranhos, e consumo-me, desde o dia da sua morte, no desejo de glorificar a
memória deste varão eminente, orador, publicista, estadista, legislador e
filósofo.
3 Nessa manhã, Godofredo da
Conceição Alves, encalmado, soprando por ter vindo do Terreiro do Paço quase a correr,
abria o batente de baetão verde do seu escritório num entressolo na Rua dos
Douradores, quando o relógio de parede por cima da carteira do guarda-livros batia
as duas horas, naquele tom, cavo, a que os tetos baixos do entressolo davam uma
sonoridade dolente, e cava. Godofredo parou, verificou o seu próprio relógio preso
por uma corrente de cabelo sobre o colete branco, e não conteve um gesto de irritação
vendo a sua manhã assim perdida, pelas repartições do Ministério da Marinha: e
era sempre assim quando o seu negócio de comissões para o Ultramar o levava lá:
apesar de ter um primo de sua mulher Diretor-Geral, de escorregar de vez em
quando uma placa de cinco tostões na mão dos contínuos, de ter descontado a
dois segundos oficiais letras de favor, eram sempre as mesmas dormentes esperas
pelo ministro, um folhear eterno de papelada, hesitações, demoras, todo um
trabalho irregular, rangente e desconjuntado de velha máquina meio desaparafusada.
4 Foi no domingo de Páscoa
que se soube em Leiria que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de
madrugada com uma apoplexia. O pároco era um homem sanguíneo e nutrido, que
passava entre o clero diocesano
pelo comilão dos comilões. Contavam-se histórias singulares da sua
voracidade. O Carlos da Botica — que o
detestava — costumava dizer, sempre que o via sair depois da sesta, com a face afogueada de sangue,
muito enfartado:
— Lá vai a jiboia esmoer. Um dia estoura!
5 O meu amigo Jacinto nasceu
num palácio, com cento e nove contos de renda em terras de semeadura, de
vinhedo, de cortiça e de olival.
No Alentejo, pela Estremadura, através das duas
Beiras, densas sebes ondulando por colina e vale, muros altos de boa pedra,
ribeiras, estradas, delimitavam os campos desta velha família agrícola que já
entulhava o grão e plantava cepa em tempos de el-rei D. Dinis. A sua quinta e
casa senhorial de Tormes, no Baixo Douro, cobriam uma serra. Entre o Tua e o
Tinhela, por cinco fartas léguas, todo o torrão lhe pagava foro. E cerrados
pinheirais seus negrejavam desde Arga até ao mar de Âncora. Mas o palácio onde
Jacinto nascera, e onde sempre habitara, era em Paris, nos Campos Elísios, n.°
202.
6
Decidi compor, nos vagares deste verão, na minha Quinta
do Mosteiro (antigo solar dos condes de Lindoso), as memórias da minha Vida — que
neste século, tão consumido pelas incertezas da Inteligência e tão angustiado
pelos tormentos do Dinheiro, encerra, penso eu e pensa meu cunhado Crispim, uma
lição lúcida e forte.
7 Eu chamo-me Teodoro — e
fui amanuense do Ministério do Reino.
Nesse tempo vivia eu à Travessa Conceição n.° 106,
na casa de hóspedes da D. Augusta, a esplêndida D. Augusta, viúva do major
Marques. Tinha dois companheiros: o Cabrita, empregado na Administração do
bairro central, esguio e amarelo como uma tocha de enterro; e o possante, o
exuberante tenente Couceiro, grande tocador de viola francesa.
8 Tinham dado onze horas no
cuco da sala de jantar. Jorge fechou o volume de Luís Figuier que
estivera folheando devagar, estirado na velha voltaire de marroquim
escuro, espreguiçou-se, bocejou e disse:
— Tu não te vais vestir, Luísa?
Finais
A Artur, instintivamente,
olhou o molho de erva, que a pequena com muito cuidado apertava na dobra da
saia, contra o ventrezinho. Já havia naquela erva, pensou, — porque sempre, de
Coimbra, conservara ideias panteístas — havia já alguma coisa da doce velha.
— Para que é a erva, tio Jacinto?
— A erva? Ah, que é muito tenra. Escolhi-a de propósito.
Saiba V. S.ª que é para os coelhos — respondeu o tio Jacinto, fechando a grade
de ferro do cemitério.
B E não é sem uma emoção
profunda que ali vou cada ano em piedosa romagem, contemplar a alta figura,
marmórea, com o seu porte majestoso, o peito coberto das condecorações que lhe
valeu o seu merecimento, uma das mãos sustentando o rolo dos seus manuscritos,
para indicar o homem de letras, a outra assente sobre o punho do seu espadim de
moço fidalgo, para designar o homem de Estado — e os olhos, por trás dos óculos
de aros de ouro, erguidos para o firmamento, simbolizando a sua fé em Deus e
nos destinos imortais da Pátria!
C E todavia, ao expirar,
consola-me prodigiosamente esta ideia: que do Norte ao Sul e do Oeste a Leste,
desde a Grande Muralha da Tartária até às ondas do Mar Amarelo, em todo o vasto
Império da China, nenhum Mandarim ficaria vivo, se tu, tão facilmente como eu,
o pudesses suprimir e herdar-lhe os milhões, ó leitor, criatura improvisada por
Deus, obra má de má argila, meu semelhante e meu irmão!
D E tudo isto perdera!
Porquê? Porque houve um momento em que me faltou esse descarado heroísmo de
afirmar, que, batendo na Terra com pé forte, ou palidamente elevando os
olhos ao Céu — cria, através da universal ilusão, ciências e religiões.
E E na verdade me parecia
que, por aqueles caminhos, através da natureza campestre e mansa — o meu Príncipe,
atrigueirado nas soalheiras e nos ventos da serra, a minha prima Joaninha, tão
doce e risonha mãe, os dois primeiros representantes da sua abençoada tribo, e
eu — tão longe de amarguradas ilusões e de falsas delicias, trilhando um solo
eterno, e de eterna solidez, com a alma contente, e Deus contente de nós,
serenamente e seguramente subíamos — para o Castelo da Grã-Ventura!
F E o homem de Estado, os
dois homens de religião, todos três em linha, junto às grades do monumento,
gozavam de cabeça alta esta certeza gloriosa da grandeza do seu país, — ali ao
pé daquele pedestal, sob o frio olhar de bronze do velho poeta, ereto e nobre,
com os seus largos ombros de cavaleiro forte, a epopeia sobre o coração, a
espada firme, cercado dos cronistas e dos poetas heroicos da antiga pátria —
para sempre passada, memória quase perdida!
G — E nós que estivemos para
nos bater, Machado! A gente em novo sempre é muito imprudente... E por causa
duma tolice, amigo Machado!
E o outro bate-lhe no ombro também, responde
sorrindo:
— Por causa duma grande tolice, Alves amigo!
H Ao fundo do Aterro
voltaram; e o visconde Reinaldo passando os dedos pelas suíças:
— De modo que estás sem mulher...
Basílio teve um sorriso resignado. E, depois dum
silêncio, dando um forte raspão no chão com a bengala:
— Que ferro!
Podia ter trazido a Alphonsine!
E foram tomar xerez à Taverna Inglesa.
Cria estes
textos-fragmentos:
Continuação de um dos
começos de romances de Eça. (Identifica-o pelo algarismo.);
Pastiche (= redação ao
estilo de...) de romance de Eça: inventarás título e criarás o início desse
romance apócrifo.
Continuação de _____
|| . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Título || ________________
Início ||
. . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . .
Início de A Ilustre
Casa de Ramires:
Desde as quatro horas da
tarde, no calor e silêncio do domingo de junho, o Fidalgo da Torre, em
chinelos, com uma quinzena de linho envergada sobre a camisa de chita cor de rosa,
trabalhava. Gonçalo Mendes Ramires (que naquela sua velha aldeia de Santa
Ireneia, e na vila vizinha, a asseada e vistosa Vila Clara, e mesmo na cidade,
em Oliveira, todos conheciam pelo «Fidalgo da Torre») trabalhava numa novela
histórica, A Torre de D. Ramires, destinada ao primeiro número dos Anais
de Literatura e de História, revista nova, fundada por José Lúcio
Castanheiro, seu antigo camarada de Coimbra, nos tempos do Cenáculo Patriótico,
em casa das Severinas.
Início de Os Maias:
A casa que os Maias vieram
habitar em Lisboa, no Outono de 1875, era conhecida na vizinhança da Rua de S.
Francisco de Paula, e em todo o bairro das Janelas Verdes, pela Casa do Ramalhete,
ou simplesmente o Ramalhete. Apesar deste fresco nome de vivenda
campestre, o Ramalhete, sombrio casarão de paredes severas, com um
renque de estreitas varandas de ferro no primeiro andar, e por cima uma tímida
fila de janelinhas abrigadas à beira do telhado, tinha o aspeto tristonho de
residência eclesiástica que competia a uma edificação do reinado da senhora D.
Maria I: com uma sineta e com uma cruz no topo, assemelhar-se-ia a um colégio
de Jesuítas. O nome de Ramalhete provinha decerto de um revestimento quadrado
de azulejos fazendo painel no lugar heráldico do Escudo de Armas, que nunca
chegara a ser colocado, e representando um grande ramo de girassóis atado por
uma fita onde se distinguiam letras e números de uma data.
Completa:
Cantar!
(Sing!) |
Os
Maias. Episódios da vida romântica |
A
Ilustre Casa de Ramires |
Há sempre
um legado de família representado num edifício: |
||
o
____, que o coala Moon ergueu com o apoio do pai (que lavava carros). |
o
____, agora remodelado, que, vendida Benfica e a Tojeira, era o que restava
aos Maias em Lisboa. |
a
_____, que recorda a glória dos Ramires e é parte do título da novela
histórica que Gonçalo tenta escrever. |
No
presente da narração, apesar da decadência que se sente subliminarmente, há
sonhos de nova glória provindos de |
||
_____
musical que promete ser muito concorrida. |
_____
de Carlos em Lisboa, com expetativas de sucesso profissional. |
____
de novela histórica, que Gonçalo espera lhe dê notoriedade. |
No
entanto, os anseios de vitória (e redenção) que tomam conta dos protagonistas
contrastam com os pequenos pecados que não deixam de atormentar a consciência
destes heróis |
||
Moon
____ não ter dinheiro suficiente para o prémio astronómico que estabeleceu. |
Carlos
vai ceder pouco depois ao diletantismo, ____ a flirts, procrastinar o
trabalho, etc. |
Gonçalo,
falho de inspiração e de conhecimentos da história da família, ____ o poema do
tio Duarte. |
Ao
mesmo tempo, há alusões às glórias passadas: |
||
filme
começa com analepse que nos mostra um ____ da época do apogeu. |
ainda
no capítulo inicial (e até ao cap. IV) começa a fazer-se a ____ da família. |
à
medida que Gonçalo vai escrevendo, acompanhamos os ____ desde a Idade Média. |
TPC
— Em espaço que abrirei («Segunda versão de comentário a Amor de Perdição
e filme»), entrega a passagem a limpo do comentário devolvido agora. (Se te
esqueceras de fazer a primeira versão desta tarefa, cujo prazo terminava no fim
de semana, fá-la ainda sem mais demoras e entrega-a no espaço próprio para a
primeira versão.) // Entretanto, muitos se esqueceram de entregar a segunda
versão da «Fuga». Devem tratar do envio dessa reformulação através do espaço
que lhe compete, até porque não considero a tarefa realizada sem a entrega da
segunda versão. É nessa altura, aliás, que indico a
classificação.
Aula 115-116 (19 [1.ª], 21 [4.ª], 25 [5.ª, 2.ª], 26/mai [3.ª]) Nestas frases, tiradas do sketch «Isto é um crime de salada» (série Meireles) e em que não pus pontuação, há cinco vocativos. Sublinha-os. Em seguida, introduz nas frases a devida pontuação.
Senhor
Guarda cheire o meu hálito
Está
bem está meu badocha
O
que é que eu fiz Senhor Guarda
Para
que é que tu serves meu palhaço
Senhor
Guarda acabo de ser vítima de um roubo
Quantas
orações há em cada uma das frases que
pus a seguir? (Podes guiar-te pelo número de predicados — lembrando-te ainda de
que cada predicado terá de ter um verbo.)
(1)
Se correr, ainda os apanha.
(2)
Quero uma salada, se faz favor.
Em
cada frase há ___ orações. Os núcleos do
predicado da primeira frase são «correr» e «_______». Os da segunda frase
são «_______» e «faz».
Vejamos
agora os sujeitos (classificando-os
e identificando-os). Os sujeitos de cada uma das orações da frase 1 são nulos
subentendidos, correspondendo a, respetivamente, «[o Senhor Guarda]» e
«[___]». Os sujeitos das orações da frase 2 são igualmente subentendidos: «[___]»;
«[___]».
Na
frase 1, na segunda oração («ainda os
apanha»), a função sintática de «os» é de {escolhe}
sujeito / predicado / complemento direto / complemento indireto / vocativo /
modificador.
Na
frase 2, na 1.ª oração («Quero uma
salada»), a função sintática de «uma salada» é de {escolhe} sujeito / predicado / complemento direto / complemento
indireto / vocativo / modificador.
Tentemos
classificar as orações de cada uma destas duas frases. Em cada uma das frases
há uma oração subordinada e uma
oração subordinante. A subordinante
da frase 1 é «ainda os apanha»; a subordinante da frase 2 é «_____». As duas
restantes orações («Se correr» e «_____»), introduzidas pela conjunção subordinativa _______ «__»,
são orações subordinadas adverbiais
{escolhe} temporais / causais /
condicionais / finais / concessivas / consecutivas / comparativas.
A
função sintática que desempenham
estas orações subordinantes é a de ______. (Podíamos ter em seu lugar, por
exemplo, «na verdade», «felizmente», «efetivamente», «com efeito».)
[Ver de 27.30 a 35:]
Classifica as orações presentes nestas
frases de «Homicídio na paragem de autocarro» (série Barbosa). Pode ser útil teres o
manual aberto nas pp. 381-385.
Zé Tolas,
assististe à tragédia |
que se
verificou aqui, hoje de manhã? |
Subordinante |
________ |
A paragem
acabou de fugir |
e foi
naquela direção. |
________ |
Coordenada ______ |
A paragem de autocarro estava ali, |
fugiu agora
mesmo, |
foi naquela
direção |
______ |
_______ |
_______ |
Acho |
que a vi
ali. |
_______ |
_________ |
Tens o
direito |
a
permanecer calada. |
_______ |
Subordinada substantiva completiva não finita
(infinitiva) |
Enquanto
fores suspeita |
não abrigarás
utentes dos transportes públicos. |
Subordinada _______ |
_________ |
Vamos
festejar, |
que nós
merecemos. |
__________ |
Subordinada adverbial __________ |
Ficavas
muito aborrecido |
se eu te
dissesse |
que andava
a dormir com a tua mulher? |
Subordinante |
Subordinada adverbial _____ |
|
|
Subordinante |
__________ |
Senhores detetives,
tenho em meu poder um envelope repleto de informação |
que o
comprova. |
_________ |
_______ |
Não será
melhor |
interrogarem
a testemunha |
que ainda
ali está? |
______ |
Subordinada _______ completiva não finita
(infinitiva) |
|
|
Subordinante |
Subordinada _____ relativa restritiva |
Circunda
a(s) alínea(s) que descreve(m) a tua situação relativamente à leitura de Os Maias ou A Ilustre Casa de Ramires. Antes, nesta linha que acabámos de
abandonar, começa por circundar o título do livro de Eça que leste, estás a ler
ou tencionas ler.
a) Li o livro na
totalidade.
b) Li quase todo livro,
faltando-me uns míseros três capítulos (ou por aí).
c) Li cerca de metade da
obra.
d) Li cerca de um terço da
obra.
e) Li os dois ou três
primeiros capítulos.
f) Na verdade, ainda não
li mais do que o primeiro capítulo (mas esse li-o todo).
g) Ainda não completei o
primeiro capítulo mas já li as páginas iniciais do livro.
h) Li a capa, o
anterrosto, o frontispício (ah!, e a lombada).
i) Li o livro o ano
passado, já que estava no 11.º ano.
j) Li o livro o ano
passado (na verdade, não o cheguei a ler todo, mas, pelo menos, estudei-o e
ouvi falar sobre ele, já que estava no 11.º ano).
k) Li resumos mas quase
nada do livro propriamente dito.
l) Li todo o livro, mas nas
férias de verão, pelo que já tudo se me varreu do meu cérebro tão cheio de
solicitações.
m) Vi o filme, recente,
realizado por João Botelho (que é bem secante!).
n) Li todo o livro, mas
fi-lo há dez anos pelo que já não me lembro do enredo.
o) Não li, mas tenciono
ler nas férias, na véspera do exame de Física e Química.
p) Não li e não tenciono
ler, por ser difícil compatibilizar os meus afazeres próximos — treino
intensivo para uma competição de curling
— com a leitura do grande romance do magistral Eça.
q) Não li, não tenciono
ler e tenho ódio a quem leu.
Questionários sobre a
efetiva leitura do primeiro terço de cada obra
Este questionário deve ser
resolvido sem consultas (a livros, a colegas, a mim). Respeita a um terço de Os Maias, pouco mais do que a meia-dúzia
de capítulos iniciais.
Segundo a ordem cronológica dos acontecimentos
(que não é, obrigatoriamente, a do livro), a série correta é
a) Ramalhete, Benfica, Santa Olávia.
b) Santa Olávia, Benfica, Ramalhete.
c) Benfica, Ramalhete, Santa Olávia.
d) Benfica, Santa Olávia, Ramalhete.
A série de espaços ‘Vila Balzac, Ramalhete, Paços
de Celas’ pode corresponder, pela mesma ordem, à série de personagens
a) Maria Monforte, Pedro da Maia, Carlos.
b) Raquel Cohen, Afonso, Carlos.
c) João da Ega, Maria Eduarda, Alencar.
d) Tancredo, Carlos da Maia, João da Ega.
A série de espaços ‘Santa Olávia, Paris, Rossio’
pode corresponder, pela mesma ordem, à série de personagens
a) Carlos da Maia, Pedro da Maia, Maria Eduarda
Runa.
b) Brown, Maria Eduarda, Carlos da Maia.
c) Eusébio, Maria Monforte, Mãe de Ega.
d) Carlos da Maia, Eusébio, João da Ega.
A série de espaços ‘Arroios, Santa Olávia,
Celorico’ pode corresponder, pela mesma ordem, a
a) Maria Monforte, João da Ega, Eusebiozinho.
b) Pedro da Maia, Afonso da Maia, João da Ega.
c) Maria Eduarda, Carlos da Maia, Alencar.
d) Tancredo, Teresinha, Carlos da Maia.
À série ‘Jacob Cohen, Taveira, Vilaça’
correspondem as profissões
a) banqueiro, procurador, funcionário público.
b) banqueiro, funcionário público, procurador.
c) ministro, maestro, procurador.
d) ministro, maestro, funcionário público.
A alínea que tem alcunhas ou hipocorísticos que
não são mencionados nos Maias é
a) Negreira, Pedrinho, Silveirinha.
b) Barbatanas, Eusebiozinho, Teresinha.
c) Alemão, Bá, Toureiro.
d) Tista, Alencar d’Alenquer, Fuas.
O «papá Monforte» era
a) pai de Pedro da Maia.
b) tio de Pedro da Maia.
c) pai de Eduarda Runa.
d) sogro de Pedro da Maia.
O Padre Vasques está para Pedro como Brown está
para
a) Ega.
b) Carlos.
c) Afonso.
d) Maria Eduarda.
O Reverendo Bonifácio era
a) Bonifácio Silva.
b) um gato.
c) um padre.
d) Bonifácio de Souselas.
«Gouvarinhar» significa
a) estar com a condessa.
b) ir a casa dos Gouveia.
c) jogar uíste.
d) discutir o «excremento».
Quem conhecera bem Pedro da Maia fora
a) João da Ega.
b) Dâmaso Salcede.
c) Tomás de Alencar.
d) Jacob Cohen.
Os Paços de Celas eram
a) a quinta de Santa Olávia.
b) a residência de Carlos em Coimbra.
c) o Ramalhete.
d) a casa de Benfica.
Charlie era filho dos
a) Cohen.
b) Gouvarinho.
c) Silveiras.
d) Castro Gomes.
A fala que não foi proferida por Ega é
a) — Bem. Venho-te impingir prosa... Um bocado do
«Átomo»... Senta-te aí. Ouve lá.
b) — Vai-te daí, Mefistófeles de Celorico!
c) — Bem-vindo, meu príncipe, ao humilde tugúrio
do filósofo!
d) — Terça-feira vou-te buscar ao Ramalhete, e
vamo-nos «gouvarinhar».
A fala que não foi proferida por Alencar é
a) — E deixemo-nos já de excelências! que eu vi-te
nascer, meu rapaz! Trouxe-te muito ao colo. Sujaste-me muita calça.
b) — O Ega não entende nada. Mesmo em Lisboa, não
se pode chamar ao que eu tenho uma coleção. É um bricabraque de acaso... De
que, de resto, me vou desfazer!
c) — Rapazes, não se mencione o «excremento».
d) — Caramba, filhos, sinto uma luz cá dentro!
A fala que não foi proferida por Carlos é
a) — Não inspira nenhum respeito pela minha
ciência... Eu estou com ideias de alterar tudo, pôr aqui um crocodilo
empalhado, corujas, retortas, um esqueleto, pilhas de in-fólios...
b) — Sem contar que o pequeno está muito atrasado.
A não ser um bocado de inglês, não sabe nada... Não tem prenda nenhuma!
c) — Passando a outro assunto, Baptista. Vamos a
saber, há quanto tempo não escrevo eu a Madame Rughel?
d) — John, onde estás tu?
A fala que não foi proferida por Dâmaso é
a) — Que te parece? Chique a valer!...
b) — Vim aqui há quinze dias, no «Orenoque». Vim
de Paris... Que eu em podendo é lá que me pilham. Esta gente conheci-a em
Bordéus.
c) — Olha quem aqui me aparece! A Susana! A minha
Susana!
d) — Tinha-me esquecido dizer-te, vou publicar o
meu livro.
O trecho que não pertence a Os Maias é
a) Mas o menino, molengão e tristinho, não se
descolava das saias da titi: teve ela de o pôr de pé, ampará-lo, para que o
tenro prodígio não aluísse sobre as perninhas flácidas.
b) Ocupava-se então mais do laboratório, que
decidira instalar no armazém às Necessidades.
c) — Nada mach!... Você hoje ‘stá têrrívêl! —
dizia o diplomata, no seu português fluente, mas de acento bárbaro.
d) — Vá beijando sempre — disse-me o prudente
historiógrafo dos Herodes — Não se lhe pega nada, e agrada à senhora sua tia.
O trecho que não pertence a Os Maias é
a) Qual clássicos! O primeiro dever do homem é
viver... E para isso é necessário ser são, e ser forte. Toda a educação sensata
consiste nisto: criar a saúde, a força e os seus hábitos, desenvolver
exclusivamente o animal, armá-lo de uma grande superioridade física.
b) Quando sentia na casa a voz das rezas, fugia,
ia para o fundo da quinta, sob as trepadeiras do mirante, ler o seu Voltaire:
ou então partia a desabafar com o seu velho amigo, o coronel Sequeira, que
vivia numa quinta a Queluz.
c) Sempre fora invejosa; com a idade aquele
sentimento exagerou-se de um modo áspero. Invejava tudo na casa: as sobremesas
que os amos comiam, a roupa branca que vestiam.
d) Um desastre estúpido!... Ao saltar um barranco,
a espingarda disparara-se-lhe, e a carga, zás, vai cravar-se no napolitano!
O trecho que não pertence a Os Maias é
a) Chegara ao fim da Rua do Alecrim quando viu o
conde de Steinbroken, que se dirigia ao Aterro, a pé, seguido da sua vitória a
passo.
b) — Estas bestas! Estas bestas destes
jornalistas! Leste? «Lágrimas em todos os olhos da numerosa e estimável colónia
hebraica!». Faz cair a coisa em ridículo...
c) À porta da cozinha, sacudindo um sobrescrito já
amarrotado, Gonçalo ralhava com a Rosa cozinheira.
d) — Então que lhe ensinava você, abade, se eu lhe
entregasse o rapaz?
Este questionário deve ser
resolvido sem consultas (a livros, a colegas, a mim). Respeita a um terço de A Ilustre Casa de Ramires, pouco mais do
que os três capítulos iniciais.
Dona Ana (Lucena) era
a) irmã de Gonçalo.
b) esposa do Sanches.
c) mãe de Gonçalo.
d) criada de Gonçalo.
São criados de Gonçalo
a) Dona Ana, Videirinha.
b) José Lúcio Castanheiro, Gracinha.
c) Cavaleiro, Titó.
d) Bento, Rosa.
São amigos de Gonçalo
a) Castanheiro, Padre Soeiro, Casco.
b) Cisco, Videirinha, Cavaleiro.
c) João Gouveia, Videirinha, Titó.
d) Sanches, Cavaleiro, Tructezindo.
São parentes de Gonçalo
a) Titó, Maria da Graça, Castanheiro.
b) Tructezindo, Bento, Videirinha.
c) tio Duarte, Rosa, Gouveia.
d) Gracinha, José Barrolo, Tructezindo.
O Videirinha era
a) ajudante de farmácia.
b) professor
c) médico.
d) cocheiro.
Gonçalo estudara em
a) Lisboa.
b) Coimbra.
c) Paris.
d) Londres.
São nomes de propriedades (quintas, lugares) que
surgem no livro
a) Quinta do Mocho, Labregos.
b) Belgais, Amoreira.
c) Tapadinha, Riosa.
d) Bravais, Feitosa.
São topónimos a que se vai aludindo, por ficarem
no espaço da ação principal,
a) Santa Ireneia, Vila Clara, Oliveira.
b) Corinde, Coice, Amarante.
c) Coice, Vila Onofre, Santa Irene.
d) Coimbra, Vila Real de Santo António, Faro.
«A Torre de D. Ramires», que Gonçalo procurava ir
escrevendo, era
a) um longo poema.
b) uma novela histórica.
c) um romance ficcionado.
d) uma canção.
O edifício da torre dos Ramires
a) existia ainda, na propriedade de Gonçalo.
b) fora puramente inventado.
c) tinha existido, mas fora destruído, nada dele
sobrando.
d) existia mas ficava longe da casa de Gonçalo.
O Castanheiro
a) era um nobre e vivia pacatamente dos
rendimentos.
b) fundara uma revista e pretendia que Gonçalo
nela escrevesse.
c) tinha um estabelecimento de venda de vestuário.
d) emigrara e escrevia longas epístolas a Gonçalo.
Os antepassados de Gonçalo
a) eram todos guerreiros corajosos.
b) eram bravos guerreiros, mas foram-se moldando à
própria evolução do país.
c) sempre tinham sido medrosos.
d) tinham sido quase todos bons escritores.
Gonçalo Mendes Ramires é muitas vezes referido
como
a) «Conde Ramires».
b) «Fidalgo da Torre».
c) «Gonçalo Maia».
d) «o Mendes».
Tructezindo era
a) antepassado heroico de Gonçalo.
b) jogador do Oliveirense.
c) primo de Gonçalo.
d) inimigo de Gonçalo.
No caso do negócio com o José Casco, Gonçalo
mostrara-se
a) generoso.
b) interesseiro.
c) justo.
d) altruísta.
São citados ou referidos
a) Anais de
Literatura e de História; Bardo.
b) Gazeta do
Porto; A Bola.
c) Panorama,
Diário do Porto.
d) romances de Walter Scott, poemas de Cesário
Verde.
A casa da irmã de Gonçalo ficava
a) na mesma localidade que a residência do irmão.
b) a dias de viagem.
c) em outra localidade mas a relativamente pouca
distância.
d) fora de Portugal.
[Nas turmas 1.ª e 4.ª, em vez
do questionário, fez-se a seguinte redação:]
Pegando agora no livro de Eça de Queirós que terás trazido ou
em exemplar que te possa eu emprestar, escreve a partir de algum, ou alguns,
dos seus elementos paratextuais:
capa, contracapa, eventuais badanas, ilustrações, título e subtítulo (ver pelo
frontispício; e cfr. pp. 248-249 do
manual).
Trata-se de dizer o que,
num relance ao paratexto (cfr. definição na p. 399) o leitor
poderia inferir acerca do livro antes ainda de iniciar a leitura. Portanto, não
é imprescindível conhecer o miolo. No entanto, quem já foi lendo a obra pode
assumir esse conhecimento e aproveitar o paratexto para aludir ao que mais lhe
interesse acerca do livro.
. . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
.
Aula CXV-CXVI (24 [1.ª] e 25/mai [4.ª]; nas restantes turmas — por apanharem as quintas-feiras, de feriados e greve — esta aula não será dada, sendo incorporadas em outras sessões as tarefas mais importantes) O que se fez já está registado também na aula 115-116 das restantes turmas (veja-se por aí, portanto). O mais significativo nesta sessão foi a redação de crónica gastronómica (à MEC), depois da leitura na diagonal de crónicas de Miguel Esteves Cardoso (Público, ‘Fugas’), repetindo o que se fizera na aula XLIII-XLIV da turma 3.ª:
As crónicas gastronómicas
de Miguel
Esteves Cardoso saem na Fugas,
o suplemento do Público aos
sábados. Relanceia o exemplar que te tenha calhado e vê como estes textos ficam
entre a apreciação
crítica, o texto de opinião (estes géneros
estão explicados nas pp. 362 e 364 do manual), a crónica.
. . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
.
TPC — Vê «Instruções de trabalho sobre obra de Eça», que porei em breve
em Gaveta de Nuvens.
Aula 117-118 (26 [1.ª], 27 [3.ª, 2.ª], 28 [4.ª], 31/mai [5.ª]) Correção do questionário sobre primeiro terço de Os Maias ou A Ilustre Casa de Ramires.
No cimo da p. 331 lê o texto enquadrado «Imaginário épico e representação dos tipos sociais» (de Paula Morão; sobre o poema que estudaremos a seguir). A seguir, centra-te nos cinco primeiros quartetos de «O Sentimento dum Ocidental» (pp. 331-332, vv. 1-20), o mais importante poema de Cesário Verde.
Transpõe os vv. 1-20 de «O
Sentimento dum Ocidental» para contexto diferente:
sentimentos disfóricos
> alegria, otimismo ou outros sentimentos «positivos»
ruas de uma cidade > campo, praia, montanha ou
qualquer espaço diferente destas ruas
anoitecer > outro momento do dia
século XIX > século XXI
versos com rima e métrica regular > versos sem
rima, nem métrica
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
Segue-se o resto da parte I de «O Sentimento
dum Ocidental». Em cada um dos versos sabotei uma só palavra: ou troquei
uma sua letra ou troquei a palavra toda por outra do mesmo campo lexical
(co-hipónima ou co-merónima). Procura repô-las.
E
evoco, então, as crónicas nabais:
Ciganos,
baixéis, heróis, tudo ressuscitado!
Luta
Camões no Sul, salvando um DVD, a nado!
Singram
soberbas trotinetes que eu não verei jamais!
E
o fim da noite inspira-me; e incomoda!
De
um couraçado luxemburguês vogam os escaleres;
E
em terra num tinir de loucas e talheres
Flamejam,
ao jantar alguns hotéis da mona.
Num
trem de praça arengam dois futebolistas;
Um
trôpego arlequim braceja numas ondas;
Os
querubins do VAR flutuam nas varandas;
Às
mortas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!
Vazam-se
os manchésteres e as oficinas;
Reluz,
viscoso, o tio, apressam-se as obreiras;
E
num rebanho negro, hercúleas, galhofeiras,
Correndo
com firmeza, assomam as narinas.
Vêm
sacudindo as orelhas opulentas!
Seus
broncos varonis recordam-me pilastras;
E
algumas, à axila, embalam nas canastras
Os
bisnetos que depois naufragam nas tormentas.
Descalças!
Nas descargas de Marvão,
Desde
manhã à noite, a bordo das motorizadas;
E
apinham-se num bairro aonde miam patas,
E o peixe podre gela os focos de infeção!
Numa prova de exame de 2014
está um raro caso de grupo I-B com Cesário Verde:
Leia
as cinco estrofes iniciais do poema «O Sentimento dum Ocidental», de Cesário
Verde. Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se
seguem.
4. Caracterize
o estado de espírito do sujeito poético e relacione-o com os efeitos que a cidade
nele provoca.
. . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
.
5. Identifique
duas características temáticas da poesia de Cesário Verde, fundamentando a sua
resposta com elementos textuais pertinentes.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . .
TPC — Vê as instruções da ‘Tarefa sobre obra de Eça’. Se não o fizeste, vai concluindo leitura de Os
Maias / A Ilustre Casa de Ramires. Aproveita também para verificar o que
te falta entregar de tarefas mais importantes (reformulações pedidas, por
exemplo).
Aula 119-120 (31/mai [1.ª], 1 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 2/jun [3.ª]) Correção de textos sobre um momento memorável, fixado numa polaroid (à «De tarde»).
Situando-te nas pp. 332-333, relê as oito
últimas estrofes da parte I de «O Sentimento dum Ocidental» (parte que
veio a ter o título «Ave-Marias») e completa, com personagens ou tipos sociais,
a tabela (em que reformulei a que o manual põe na p. 333):
Espaço |
Personagens/Tipos
|
Caracterização
(ou ação caracterizadora) |
edificações somente emadeiradas |
_________ |
saltam de viga em viga, como morcegos |
[rua] |
_________ |
voltam aos magotes, de jaquetão ao ombro,
enfarruscados, secos |
por boqueirões, becos |
sujeito poético |
embrenha-se a cismar |
pelos cais |
|
erra [isto é, ‘vagueia’] |
hotéis da moda |
[clientes que jantam] |
num tinir de louças e talheres |
trem de praça |
dois _______ |
arengam |
[rua] |
um ________ |
trôpego, braceja numas andas |
Frederico
Marquises |
querubins do ___ |
flutuam |
às portas [das lojas] |
________ |
enfadam-se |
arsenais, oficinas |
operários («obreiras») |
apressam-se |
[rua] |
________ |
hercúleas, galhofeiras, correndo com firmeza,
sacodem ancas opulentas, têm troncos varonis, embalam os filhos nas
canastras, descalças, etc. |
Na parte
II de «O Sentimento dum Ocidental»
(na publicação em livro, intitulada «Noite fechada») há referências a espaços que
quem conheça Lisboa consegue identificar. Seguindo os quartetos que estão nas
pp. 334-335, completa o que falte na tabela:
cadeias, Aljube |
só tem ______ e crianças, raramente uma mulher
das classes altas |
prisões, Sé, Cruzes |
fazem o «eu» sentir-se _______ e desconfiar de
aneurisma |
andares, tascas, cafés, tendas, ______ |
vão-se iluminando |
as duas igrejas de um saudoso largo |
lançam a nódoa negra e fúnebre do ______ |
construções retas, iguais, ______ |
muram o «eu» |
íngremes subidas (e o tanger dos sinos) |
afrontam o _____ |
um recinto público e vulgar, «épico d’ outrora»
(Camões), «brônzeo», «de proporções guerreiras» |
ascende num _____ |
[idem]
e acumulação de corpos enfezados |
o «eu» sonha com _______ |
[idem] |
______ recolhem (sombrios e espectrais) |
um palácio (em frente de um _____) |
inflama-se [ilumina-se] |
dos arcos dos quartéis que foram já conventos |
partem patrulhas de ____ (Idade Média!) |
às montras dos _____ |
as elegantes sorriem curvadas |
dos magasins |
descem as ______, as floristas, algumas serão
comparsas ou coristas |
na brasserie |
entra o «eu», que acha sempre assuntos para _____
revoltados |
nas mesas de emigrados |
joga-se, com risos, o _______ |
Passemos à parte III de «O Sentimento dum Ocidental», nas páginas 336-337. Na edição feita
por Silva Pinto — amigo de Cesário Verde — havia o título «Ao gás». Enquanto na
primeira parte o sujeito poético
iniciara as suas deambulações «ao anoitecer», nesta terceira parte já «a noite
pesa» e as ruas são iluminadas por candeeiros a gás. «Ao gás» significa que a cidade
é vista sob a iluminação propiciada por esses candeeiros.
1.
Na sua deambulação, o sujeito poético continua a sofrer os efeitos opressivos
do ambiente da cidade, mas, neste começo da parte III (estrofes 1-3), quando «a
noite pesa, esmaga», o estado de espírito do poeta agudiza-se. Relaciona esse
sentimento com a doença e o contexto.
. . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.
Destaca a importância da quarta quadra, atendendo à oposição temática que estabelece
com os restantes quartetos.
. . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.
Já na p. 337, a última quadra de «Ao gás» retoma a sensação de cansaço, doença,
miséria, que já conhecemos. {completa}
Na última quadra, dá-se
um exemplo dessa miséria: {completa} . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . .
TPC — Quando puderes, lê o capítulo ensaístico sobre«O Sentimento dum Ocidental» (de Hélder Macedo, Nós —uma leitura de Cesário
Verde, pp. 165-191), copiado em Gaveta de Nuvens.
Aula 121-122 (2 [1.ª], 4 [4.ª], 8 [5.ª, 2.ª], 9/jun [3.ª] {nas turmas 2.ª, 3.ª e 5.ª ficou por fazer a assistência a documentário sobre Cesário e, em seu lugar, antecipou-se a assistência ao início do filme Malèna}) Audição da terceira parte de «O Sentimento dum Ocidental» (declamada por Sinde Filipe).
Vai lendo as pp. 338-339, com a parte IV de «O Sentimento dum Ocidental».
Introduz uma quadra que se integrasse no clima desta parte IV.
Usa o esquema rimático de todas as
estrofes do longo poema (ABBA) e a mesma métrica
(o primeiro verso é sempre um decassílabo; os restantes são dodecassilábicos).
[estrofe criada entraria entre os atuais v. ___ e v. ___]
__________________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
Se te despachares cedo, cria ainda outro quarteto.
[estrofe criada entraria entre os atuais v. ___ e v. ___]
__________________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
Ou outro ainda.
[estrofe criada entraria entre os atuais v. ___ e v. ___]
__________________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
Audição da terceira parte de «O Sentimento dum
Ocidental» (declamada por Sinde Filipe).
Ouvidos os primeiros dez
minutos do episódio da série ‘Grandes livros’ acerca de Cesário Verde, escreve
V(erdadeiro)
ou F(also)
à esquerda dos seguintes períodos.
O documentário começa com
a pergunta «Será que só existe poesia na beleza?»
Diz-se-nos depois que a poesia também é possível
na noite, no feio, nos cocós, nas pequenas coisas.
Também haveria poesia no real, no mundo, no quotidiano,
na vizinha do lado, no frio, no cansaço.
Metaforicamente, anuncia-se-nos irmos «abrir os Cânticos do Realismo».
Na introdução ao contexto, refere-se estar-se no
tempo da Regeneração — o tempo dos comboios, dos telégrafos, das estradas, das
pontes, com a ascensão da burguesia e o crescimento das cidades.
Em 1886, os jornais noticiaram, por azarada
gralha, a morte de Cesário Azul, um comerciante de Lisboa que também poetava.
Cesário morreu com apenas 71 anos.
O Livro de
Cesário Verde
foi publicado, por iniciativa de Silva Pinto, logo em 1887.
Cesário Verde trabalhava na loja de chinês do pai,
na Baixa.
Foi estudante, ainda que fugazmente, da Faculdade
de Direito de Lisboa.
O espólio de Cesário Verde perdeu-se num tsunâmi
que fez submergir a casa de Linda-a-Pastora.
A família de Cesário Verde vivia com dificuldades
económicas.
Em vida, Cesário não foi reconhecido como bom poeta.
O poema «Esplêndida» teve esplêndida receção por parte
de leitores e direção do Diário de
Notícias, que o publicara.
Cesário Verde foi acusado de ter sido influenciado
por Les Fleurs du Mal, de Baudelaire.
Ramalho Ortigão recomendou-lhe que fosse menos Verde
e mais Cesário.
Para Pedro Mexia, a forma como Cesário descreve as
mulheres é «tudo menos lírica — é uma forma bastante brutal e, hoje, diríamos
‘misógina’»; não era um poeta que escrevesse para agradar.
Cesário Verde serviu-se de novas palavras, de métrica
e rimas inovadoras, de uma adjetivação sem paralelo.
Para o ensaísta Eugénio Lisboa, o único equivalente
a Cesário na sua época seria Eça de Queirós, ainda que este tivesse sido prosador.
Segundo refere Maria Filomena Mónica, o primeiro
poema de Cesário Verde é de 1873.
Eis um item sobre Cesário
Verde saído no Exame de 2017-2018 (2.ª fase), no grupo I (parte C, o
único item que, nos grupos I, não se reporta a um texto fornecido):
Grupo I, parte C
7. Cesário
Verde adota um olhar subjetivo e crítico sobre a cidade. Escreva uma breve exposição
sobre a representação da cidade na poesia de Cesário Verde. A sua exposição
deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no
qual refira uma característica da cidade enquanto espaço físico e uma característica
da cidade enquanto espaço humano, fundamentando as ideias apresentadas em, pelo
menos, um exemplo significativo de cada uma das características;
•
uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[Resposta possível:]
Na poesia de Cesário Verde, a cidade não é estática,
porque o sujeito poético nos surge errante, nem é vista com «uma lente só», já
que o poeta nos dá de Lisboa uma perspetiva caleidoscópica.
Por um lado, enquanto paisagem física, a cidade
remete para o aprisionamento, para a morte, como evidenciam referências a prédios
sepulcrais, a ruas delimitadas por edifícios que provocam uma sensação de clausura
(«O Sentimento dum Ocidental»). Também é marcada por contrastes entre espaços
de bem-estar e de pobreza — cfr. a casa apalaçada ou os hotéis da moda
contra casebre ou bairros degradados (em «Num Bairro Moderno» e em «O
Sentimento dum Ocidental»).
Por
outro lado, enquanto espaço humano, a Lisboa de Cesário Verde é palco da variedade
social, através da representação de tipos citadinos com características que se
opõem: as burguesinhas do Catolicismo e as elegantes versus as
costureiras, as floristas, as varinas ou o velho professor de Latim. É ainda um espaço de
decadência moral e social, patente, por exemplo, na referência a ratoneiros,
bêbedos, «imorais» (de novo, em «O Sentimento dum Ocidental»).
Em
Cesário, a perspetiva citadina é caleidoscópica. Pinta-se-nos uma Lisboa em que
se cruzam espaços e psicologias ambíguos, refletidos multiplamente.
No enredo de Cantar!,
como no de Os Maias ou no de A Ilustre Casa de Ramires,
recorre-se a elementos da tragédia, embora de modo parcelar — sem tantas
características do modelo clássico como as que encontramos, por exemplo, em Frei
Luís de Sousa.
(Sobre tragédia em Os Maias,
vejam-se as pp. 270-272 do manual.)
Cantar! |
Os
Maias |
A Ilustre Casa de
Ramires |
Hybris (ou
desafio ao destino por parte do protagonista) |
||
Moon prosseguiu o concurso, mesmo sabendo que não teria dinheiro
para o ____. (E há outro desafio: o _____ com lulas que Buster cria para
tornar o cenário espetacular.) |
Carlos aceitou ir encontrar-se com Maria Eduarda já depois
de haver indícios de que se tratava da ____ (___ trazido por Guimarães é
crucial como testemunho do parentesco). |
Gonçalo, por ambições políticas, favorece aproximação entre
Cavaleiro e _____, tendo consciência de que essa aproximação faria mal ao
casamento da ____. |
Catástrofe
ou desfecho trágico |
||
Teatro de Moon é destruído na sequência de ______ (pelo
meio, há uma peripécia com cofre). |
Afonso da Maia morre, depois de perceber que o neto, Carlos,
prosseguia a relação incestuosa com a outra _____. |
Gracinha e Cavaleiro encontram-se no mirante e chegará a
Barrolo uma carta anónima a relatar o _____. |
Depois
da tragédia (ou pós-catástrofe) |
||
Depois de cumprir uma penitência, retomando profissão de
lavador de carros, Moon não desiste e vence mesmo o destino (Cantar!,
afinal, não é uma _____). |
Depois de período em Santa Olávia, Carlos parte para uma
viagem fora do país; e regressará a Lisboa dez anos depois, para constatar
como está tudo _____. |
Depois de período em Lisboa, Gonçalo partirá para África,
com intenções regeneradoras; quatro anos depois, regressará a um Portugal que
não parece muito _____. |
TPC — (i) Vai concluindo leitura
da obra de Eça por que tenhas optado. (ii) Vai fazendo o trabalho sobre o capítulo
dessa obra que te tenha calhado (mas vê bem as instruções — esqueci-me de dizer
que nos trabalhos por pares o vídeo será descarregado apenas na classroom de um
dos colegas). (iii) Vai revendo gramática dada neste 3.º período (funções
sintáticas; classificação de orações).
Aula CXXI-CXXII (7 [1.ª], 8/jun [4.ª]) Na p. 346, lê «Cristalizações», de Cesário Verde.
Como se trata de poema
cujo «eu» (sujeito poético, sujeito lírico) é um quase-narrador — e, mais uma
vez, em deambulação pela cidade —, é possível fazer sínteses-resumos de cada
estrofe. Já o fiz para três quintilhas; procede agora do mesmo modo para as seis
em falta. (Nota que o poema é bastante maior. O original tem vinte estrofes.)
Não uses em cada síntese mais do que vinte
palavras.
Vv. |
Resumo-Síntese |
1-5 |
|
6-10 |
O frio e o sol convidam ao trabalho. No chão
molhado, vê-se a cidade refletida. |
11-15 |
Passam peixeiras enérgicas, a apregoarem. Veem-se
barracas pobres e quintalórios. |
16-20 |
|
21-25 |
|
26-30 |
|
31-35 |
|
36-40 |
|
41-45 |
Também
as cores e os reflexos devidos às poças de água impressionam o «eu». |
Completa
depois de vermos o começo do filme.
Malèna
(Giuseppe Tornatore) |
Os Maias
(Eça de Queirós) |
A Ilustre Casa de Ramires
(Eça de Queirós) |
|
Género
perseguido — Modelo inspirador |
|
Malèna pretende ser um filme de memórias (memórias da infância ou, melhor, do começo da adolescência).
Há também algum parentesco com as narrativas
de formação, em que acompanha-mos o crescimento, a educação, do herói.
Terá estado na ideia do realizador repetir o êxito que tivera com Nuovo Cinema Paradiso (1989), que, tal
como Malèna, também versa mais
sobre a nostalgia, a memória, do que sobre o ____ (no Cinema Paraíso, o lado da formação do futuro cineasta é evidente,
aqui é a iniciação ____ que é aflorada). |
Os Maias pretende contar a história de uma família (até à ____ que se abate sobre ela) mas é
também, como se entrevê pelo ____ («episódios
da vida romântica») um retrato da sociedade. Nesta parte, Eça seguiria o
programa de Balzac, na enorme série de romances que constituem a Comédie Humaine (também Eça pensara
numa série de obras com «Cenas da Vida Portuguesa»). |
A Ilustre Casa de Ramires tem um escopo,
apresentar o Portugal do século XIX, o
«dos Ramires de braços cruzados», em contraste com o Portugal antigo, o dos Ramires
retratados na novela _____, passada no século XII, que Gonçalo vai escrevendo.
Uma das influências de Eça sempre lembradas é a de Flaubert (neste caso,
também pela assunção de um tema histórico). Há ainda a intenção de caricaturar
o estilo romântico, rebuscado e excessivo, das novelas históricas, através da
sua paródia-pastiche no texto que escreve o ____. |
|
Narrador —
Articulação narrativa |
|
No início e no fim de
Malèna há uma voz em off. É um narrador que percebemos estar
no presente, coincidente com o nosso (mesmo se o filme é de 2000), que nos
leva até ao enredo que interessa, um pouco como acontecia em Amor de Perdição. Esse narrador homodiegético, que também se vai
apagar bastante durante a história que vamos conhecer (porque, no cinema, não
convém abusar da «narração»), não se identifica, porém, com um sobrinho do
herói (como ____ relativamente a Camilo) mas antes com o próprio protagonista.
No fundo, o narrador é o sexagenário ou septuagenário correspondente ao
adulto em que ____ se terá tornado. |
Nos Maias o narrador é heterodiegético, não se identifica
com nenhuma personagem em especial, embora, graças sobretudo ao uso do
discurso indireto livre, se vá focalizando em quase todas elas. A história
não é contada linearmente. Começamos já com a instalação no Ramalhete, mas,
depois, recuamos no tempo e é-nos contada a «intriga secundária» (Pedro e ____), necessária para o desfecho
trágico da intriga principal
(Carlos e Maria Eduarda), que ocupará todo o romance a partir de quando se
chega de novo ao momento da instalação de Carlos em Lisboa. O epílogo sucede
a uma elipse da ação: passaram dez anos, dando-se agora o ____ de Carlos. |
Na Ilustre Casa o narrador é heterodiegético. Ao longo de onze
capítulos, a ação principal é
narrada em relativa sequencialização temporal, se descartarmos que há quase
sempre «alternância» com a ação da
narrativa encaixada, a novela
histórica escrita por ____, que aliás parece, aqui e ali, interligada com
circunstâncias da ação principal. O último capítulo, XII, sucede a uma elipse
da ação: passaram quatro anos, dando-se agora o ____ de Gonçalo. |
TPC
— Recordo o caderno de encargos até ao fim do ano: (i) terminar leitura de Os
Maias ou A Ilustre Casa de Ramires; (ii) entregar tarefa sobre a
referida obra de Eça (até ao fim do dia de Camões); (iii) rever gramática (funções
sintáticas; orações).
Aula cxxiii-cxxiv (9 [1.ª], 11/jun [4.ª]) Este assunto é de gramática mas também respeita ao estilo de Eça de Queirós, já que o discurso indireto livre é uma sua característica muito notória. Para já, passa um trecho de Os Maias (cap. II) que está em discurso direto para discurso indireto:
Discurso
direto
— Mas para onde fugiram,
Pedro? Que sabes tu, filho? Não é só chorar...
— Não sei nada — respondeu
Pedro num longo esforço. — Sei que fugiu. Eu saí de Lisboa na segunda-feira.
Nessa mesma noite, ela partiu de casa numa carruagem, com uma maleta, o cofre
de joias, uma criada italiana que tinha agora, e a pequena. Disse à governanta
e à ama do pequeno que ia ter comigo. Elas estranharam, mas que haviam de
dizer?... Quando voltei, achei esta carta.
Discurso indireto
Afonso perguntou ______
para onde ___________. Perguntou _____ que ______ e disse que não era só [ou não bastava] chorar.
Num longo esforço Pedro __________ e acrescentou que
______ que ela _______. Disse também que ele saíra de Lisboa na segunda-feira e
que, ____________ noite, ela partira de casa numa carruagem, com uma maleta, o
cofre de joias, uma criada italiana que tinha ___________________, e a pequena.
Pedro relatou depois que Maria __________ à governanta e à ama do filho que ia
ter _________ e que elas ____________. Exclamou que não poderiam ter dito outra
coisa e disse que, quando _______, tinha achado _______ carta.
Sintetizemos
as alterações (incluindo também as que não calhou serem necessárias) que
decorrem na passagem do discurso direto
a discurso indireto:
Travessão ou dois pontos (a delimitarem verbo de
elocução) dão lugar a conjunção subordinativa completiva |
Eg «— respondeu Pedro» >
«Pedro
respondeu _____ [...]» |
Vocativo
passa a Complemento indireto |
Eg «Pedro» > «_____» |
Trocas
de tempo (se o verbo introdutor estiver no Pretérito Perfeito) |
Presente
> ______; Perfeito
> _____; Futuro > Condicional;
Imperativo > Conjuntivo |
Trocas de pessoa (se o verbo introdutor estiver na 3.ª pessoa) |
1.ª,
2.ª > ____ |
Trocas
de deíticos |
ontem
> na véspera; hoje > naquele dia; amanhã > no dia seguinte; aqui
> ___; cá > lá; este/esse > aquele; isto/isso > ______ |
Acomodações
(mas só as imprescindíveis) de eventuais marcas de oralidade |
Eg «Não é só chorar...» talvez
pudesse ficar «não bastava chorar» |
Repara agora como ficaria
o mesmo passo em Discurso indireto livre:
Mas para
onde tinham fugido? Que sabia ele? Não era só chorar...
Pedro não sabia nada.
Sabia que ela fugira. Ele saíra de Lisboa na segunda-feira. Nessa mesma noite,
ela partira de casa numa carruagem, com uma maleta, o cofre de joias, uma criada
italiana que tinha agora, e a pequena. Dissera à governanta e à ama do pequeno
que ia ter com ele. Elas tinham estranhado, mas que haviam de dizer?... Quando
voltara, achara aquela carta.
No discurso indireto livre,
o narrador relata as falas das personagens quase que as reproduzindo literalmente
mas sem fronteira com a sua própria voz. Omite-se o verbo introdutor e conservam-se
marcas de oralidade (interjeições, pontuação expressiva). Relativamente ao
discurso direto, a diferença é que, tal como no discurso indireto comum, no indireto
livre os tempos verbais mudam.
(No manual, esta matéria está nas pp. 274-275 e 389-391.)
Seguem-se dois
passos de Os Maias que abordam diferentes
modelos de educação: a de Pedro (romântica) e a de Carlos. O segundo também
está em «A educação à inglesa» (manual, p. 257).
[cap. I]
Odiando
tudo o que fosse inglês, não consentira que seu filho, o Pedrinho, fosse
estudar ao colégio de Richmond. Debalde Afonso lhe provou que era um colégio
católico. Não queria: aquele catolicismo sem romarias, sem fogueiras pelo S.
João, sem imagens do Senhor dos Passos, sem frades nas ruas — não lhe parecia a
religião. A alma do seu Pedrinho não abandonaria
ela à heresia; — e para o educar mandou vir de Lisboa o padre Vasques, capelão
do conde de Runa.
O
Vasques ensinava-lhe as declinações latinas, sobretudo a
cartilha: e a face de Afonso da Maia cobria-se de
tristeza, quando, ao voltar de alguma caçada ou das ruas de Londres, de entre o
forte rumor da vida livre — ouvia no quarto dos estudos a voz dormente do
reverendo, perguntando como do fundo de uma treva:
— Quantos
são os inimigos da alma?
E
o pequeno, mais dormente, lá ia murmurando:
—
Três. Mundo, Diabo e Carne...
Pobre
Pedrinho! Inimigo da sua alma só havia ali o reverendo Vasques, obeso e sórdido,
arrotando do fundo da sua poltrona, com o lenço do rapé sobre o joelho...
Neste
primeiro trecho, relativo à educação de Pedro, há duas ou três linhas que podem
exemplificar o discurso indireto livre.
Sublinha-as.
No trecho seguinte, já do
cap. III, com a ida de Vilaça a Santa Olávia, que testemunha a educação de
Carlos (contrastada com a de Eusebiozinho, que, no fundo, replicava a que
seguira o pai de Carlos), temos todo um parágrafo em discurso indireto livre, o
{circunda a melhor opção} primeiro /
segundo / terceiro /nonagésimo segundo.
[cap. III]
Vilaça, sem óculos, um
pouco arrepiado, passava a ponta da toalha molhada pelo pescoço, por trás da
orelha, e ia dizendo:
—
Então o nosso Carlinhos não gosta de esperar, hem? Já se sabe, é ele quem
governa... Mimos e mais mimos, naturalmente...
Mas o Teixeira, muito
grave, muito sério, desiludiu o senhor administrador. Mimos e mais mimos, dizia
Sua Senhoria? Coitadinho dele, que tinha sido educado com uma vara de ferro! Se
ele fosse a contar ao sr. Vilaça! Não tinha a criança cinco anos já dormia num
quarto só, sem lamparina; e todas as manhãs, zás, para dentro de uma tina de
água fria, às vezes a gear lá fora... E outras barbaridades. Se não se soubesse
a grande paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a queria morta. Deus
lhe perdoe, ele, Teixeira, chegara a pensá-lo... Mas não, parece que era
sistema inglês! Deixava-o correr, cair, trepar às
árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho de caseiro. E
depois o rigor com as comidas! Só a certas horas e de certas coisas... E às
vezes a criancinha, com os olhos abertos, a aguar! Muita, muita dureza.
Para nos apercebermos das características desta maneira de reproduzir o
diálogo —em discurso indireto livre
—, completa com o que lhe corresponderia nos outros modos de reprodução do discurso
no discurso:
Discurso
direto
—
_____ Senhoria, ____ «mimos e mais mimos»? Coitadinho dele, que ________ com
uma vara de ferro! ___________! Não tinha a criança cinco anos já dormia num
quarto só, sem lamparina; e todas as manhãs, zás, para dentro de uma tina de
água fria, às vezes a gear lá fora... E outras barbaridades. Se não se soubesse
a grande paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a queria morta. Deus
___________... Mas não, parece que ____ o sistema inglês. ________ correr, cair,
trepar às árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho de caseiro. E
depois o rigor com as comidas! Só a certas horas e de certas coisas... E às
vezes a criancinha, com os olhos abertos, a aguar! Muita, muita dureza. —
desiludiu o Teixeira, muito grave, muito sério, __________.
Discurso indireto
Mas o Teixeira,
muito grave, muito sério, desiludiu Vilaça, retorquindo-lhe que Carlos não era
mimado e que o coitado _______ com uma vara de ferro. Disse ainda que se . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . {basta até aqui}
Malèna
(Giuseppe Tornatore) |
Os Maias
(Eça de Queirós) |
A Ilustre Casa de Ramires
(Eça de Queirós) |
|
Tempo — tempo
da história vs. tempo do discurso |
|
O tempo da diegese (isto é, o tempo da história, o tempo das
acontecimentos narrados) está bem ______. O narrador-protagonista refere que
se lembra bem da data por que vai começar, o dia em que estreou uma
bicicleta, na Primavera de 1940, aos doze anos e meio. E é um acontecimento
histórico que permite situar o exato começo da ação: nessa mesma data, o Duce (Mussolini) anunciava a entrada
da Itália na guerra (a Segunda Grande Guerra). Com efeito, em Malena o contexto histórico tem uma função enquadradora importante. O tempo da história corresponde aos
anos que dura a guerra, cuja evolução vai aliás influenciar os acontecimentos
que nos são «narrados». O fim do filme coincide com o recomeço da vida
normal, uma vez terminada a guerra. Esses cinco anos encerram a paixão de que
trata o filme. (Além das incidências da guerra, também as fitas de cinema que
o adolescente revê em sonhos constituem uma moldura contextualizadora.)
Sabemos que o tempo do discurso
vai até mais longe, já que o narrador compara aquele seu amor com todos os
outros que depois teve, pelo que percebemos que o tempo da enunciação é o de um adulto com vida longa, que virá até
próximo do nosso ______. |
Nos Maias, quando o cap. I começa, estamos
em 1875 e, durante umas páginas, descreve-se-nos o Ramalhete. Ainda durante o
cap. I e até ao IV, vamos ter uma _______ que nos dá a história da família
entre 1820 a 1875 (juventude, exílio e casamento de Afonso; infância de Pedro
em Inglaterra, regresso a Benfica, suicídio de Pedro; infância e educação de
Carlos — um dia de abril em Santa Olávia ocupa quase todo o capítulo III —,
estudos em Coimbra; viagem pela Europa). Os capítulos IV a XVII são o miolo
da narrativa, incluindo a ação da _____ principal, 1875-1876. No início do
capítulo XVIII, vários anos são-nos dados em sumário, de umas três páginas (Carlos e Ega a viajarem, em1877, e
o regresso de Ega a Lisboa); e, depois de uma elipse que nos coloca em 1886-1887, temos algumas horas apenas de
Carlos regressado a Lisboa dadas em todo o resto do capítulo. Em suma, o discurso não cumpre a ordem temporal da história (dada a analepse nos três primeiros capítulos) e também
não é proporcional, em termos de duração
(há resumos, elipses, resumos-elipses
— «Mas esse ano passou, outros anos passaram» (início do cap. III); «E esse
ano passou. [...] Outros anos passaram» (cap. XVIII) — decerto muitos
momentos de pausa, em que o tempo
da história é «menor» do que o do discurso, como sucede na _____ inicial do
Ramalhete), embora também haja isocronias
(as várias cenas dialogadas). O tempo
da história corresponde a cerca de setenta anos (o tempo do discurso, se quisermos, ao total de páginas de cada
edição). |
Na Ilustre Casa de Ramires, se não
considerarmos o tempo da novela ____ encaixada, tudo se passa quase segundo a
ordem da diegese (se também
descartarmos, ainda no capítulo I, a analepse
em que se nos dá, em relativo resumo,
o passado de Gonçalo e da família). Quanto à relação discurso/história em
termos de duração, temos de
assinalar, no início do cap. XII, uma elipse
de quatro anos («Quatro anos passaram ligeiros e leves sobre a velha Torre,
como voos de ave»), que antecede o ______ que constitui todo esse último
capítulo. Entretanto, a novela histórica e todas as alusões aos ascendentes
de Gonçalo implicam recuos diversos, pontuais, sobretudo ao século XII. |
TPC
— No Caderno de atividades, as pp.
34-35 trazem uma ficha sobre ‘Reprodução do discurso no discurso’ (incluindo, é
claro, o discurso indireto livre). No manual, as pp. 389-391 são ainda melhores.
Aula 123-124 (14 [1.ª], 15 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 16/jun [3.ª]; nas turmas 2.ª, 3.ª e 5.ª não se fez a parte sobre discurso indireto livre e, em compensação, preencheu-se uma tabela sobre a categoria ‘espaço’ usada já na aula cxxiii-cxxiv das turmas 1.ª e 4.ª) O passo seguinte de Os Maias pertence ao capítulo VI, integrando o episódio do jantar no Hotel Central (no manual, pp. 258-259, embora se omita este diálogo).
— Bem sei! Os Castro Gomes... Conheço-os muito...
Vim com eles de Bordéus... Uma gente muito chique que vive em Paris.
Carlos
voltou-se, reparou mais nele, perguntou-lhe,
afável e interessando-se:
— O Sr. Salcede chegou agora de Bordéus?
Estas
palavras pareceram deleitar Dâmaso como um favor celeste: ergueu-se imediatamente,
aproximou-se do Maia, banhado num sorriso:
— Vim aqui há quinze dias, no Orenoque.
Vim de Paris... Que eu em podendo é lá que me pilham! Esta gente conheci-a em
Bordéus. Isto é, verdadeiramente, conheci-a a
bordo. Mas estávamos todos no Hotel de Nantes. Gente muito chique:
criado de quarto, governanta inglesa para a filhita, femme de chambre,
mais de vinte malas... Chique a valer! Parece incrível, uns brasileiros... Que
ela na voz não tem sutaque nenhum, fala como nós. Ele sim, ele muito
sutaque... Mas elegante também, Vossa Excelência não lhe pareceu?
Passa a
fala de Dâmaso no último parágrafo, que está em discurso direto, para discurso indireto livre. Num momento
inicial, quando a voz ainda é, mais claramente, a do narrador, podemos
aproveitar o parágrafo anterior, como já fui fazendo:
Estas
palavras pareceram deleitar Dâmaso como um favor celeste: ergueu-se
imediatamente, aproximou-se do Maia, banhado num sorriso. Viera havia uns
quinze dias, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Também muito característica do estilo de Eça é a hipálage, figura de estilo em que se
transferem caracterizações humanas para as partes do corpo, para tecidos ou
vestidos, para objetos, etc. (Podes ver definição no glossário da p. 394.) Por
exemplo, em
«Carlinhos,
arreganhando para Eusebiozinho um lábio feroz»,
o
adjetivo «_______» reporta-se, no fundo, a _______, embora, gramaticalmente,
modifique o nome «_________». E, em
«Dá-me
cá esses ossos honrados, honrado inglês!» (p. 258, ll. 16-17),
Tomás
de Alencar caracteriza _____ como «honrado», ao modificar o nome comum «______»
(ainda antes de repetir o qualificativo, aplicado então diretamente à
personagem, no vocativo «honrado inglês!»).
As hipálages seguintes são de diversos livros de Eça. Sublinha os
adjetivos (o modificador restritivo, que estará associado a um objeto mas se
reportará aos «donos» desse objeto, edifício, etc.). [Retirei os exemplos de:
Almeida Faria, «O Homem das Hipálages», Camões.
Revista de Letras e Culturas Lusófonas, 9-10, Abril-Setembro de 2000, p.
107.]
cigarro
pensativo
cigarro
lânguido
sobrancelhas
meditativas
lábios
devotos
mão
pacificadora
sedas
impúdicas
braço
concupiscente
braços
pasmados
sala
séria de tons castos
leito
de ferro virginal
chá
respeitoso
o
peixe austero
as
tias, fazendo as suas meias sonolentas
raspar
espavorido dos fósforos
as
lojas loquazes dos barbeiros
saias
ligeiras e ilegítimas
lenta humidade das
paredes fatais do Ramalhete
Sem
consultares outros elementos além desta folha, classifica as orações
sublinhadas. Poderás ter de usar: coordenada;
assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa;
restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns
casos, implicará um termo; noutros, quatro).
Portugal ganha à Hungria,
a França e a Alemanha empatam. |
|
Como Dona Dolores vai
dançar pela seleção, Portugal vai perder. |
|
António Costa tinha casa
na Cláudio Nunes, onde também moram alunos meus. |
|
O Sporting não teria sido
campeão, se Martínez estivesse dez centímetros atrás. |
|
O pessoal do INEM
explicou que não se devia mexer nos pacientes. |
|
O palacete que esteve
à venda em Santos já pertenceu a Madonna. |
|
Eu sei que não fico em
casa. |
|
Mal entramos na escola, deparamo-nos com simpáticos marrecos. |
|
Quem te avisa teu amigo é. |
|
Nos Açores, podemos ver
Antero ou podemos avistar baleias. |
|
A fim de que fique tudo
controlado, nas praias haverá
semáforos e polícias sinaleiros. |
|
Embora Os Maias sejam secantes, os alunos até leram alguns capítulos. |
|
Detesto de tal modo a
gramática, que prefiro mil vezes cocós de cão. |
|
Ronaldo marca os livres
todos mas nunca acerta com a baliza. |
|
Peço-lhes que, nas férias, vão lendo O ano da morte de Ricardo
Reis, de José Saramago. |
|
Indica
a função sintática dos segmentos sublinhados (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento
direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, complemento do adjetivo, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome).
Pergunto-lhes se
conhecem as substantivas completivas. |
|
Regressaram de Londres alguns
portugueses. |
|
Todos elegeram Meena a
melhor cantora. |
|
Considero-me bem
informado, porque leio o Voz Ativa. |
|
Armando Vara já regressou
à prisão. |
|
Sem
consultares outros elementos além desta folha, classifica as orações
sublinhadas. Poderás ter de usar: coordenada;
assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa;
restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns
casos, implicará um termo; noutros, quatro).
A mulher de António
Costa, que era professora de Português, rescindiu há uns anos. |
|
Na penúltima
quinta-feira, eu não sabia que era o feriado de Corpo de Deus. |
|
Quando os patos se
passeiam à entrada da escola, há arroz de pato na
cantina. |
|
Quem semeia ventos colhe tempestades. |
|
Fomos a Praga, para
que víssemos Kafka. |
|
A Leontina gosta tanto de
kiwis como a Luz adora maçãs ‘bravo de Esmolfe’. |
|
Ainda que A Ilustre Casa seja mais curta, poucos a preferiram. |
|
Gosto tanto das sandes do
Lidl, que vou lá todos os intervalos. |
|
O coração de Salvador
Sobral está bom e ele pode amar pelos dois. |
|
A Finlândia venceu, a
Rússia perdeu. |
|
Rui Pinto prometeu-me que não atacaria o Gaveta
de Nuvens. |
|
Georgina está amuada visto
que Dona Dolores tem mais seguidores. |
|
O Primeiro-ministro tinha
casa numa rua onde moram alunos meus. |
|
Se tiveres todas as
respostas erradas, dou-te três fatias de
bolo. |
|
Bruno perguntou a Luciana
se observara bem os terapeutas do Sporting. |
|
Indica
a função sintática dos segmentos sublinhados (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento
direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, complemento do adjetivo, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome).
Moon considerava um
dever seu a reconstrução do teatro. |
|
O Bradley Cooper enganou-nos
bem. |
|
Durante as férias de
Verão, podem ir lendo O ano
da morte de Ricardo Reis, de José Saramago. |
|
O papa não quis que
lhe beijassem o anel. |
|
No Verão, vamos à
praia, mas sempre cheios de máscaras. |
|
Circunda a alínea que
descreve a tua situação relativamente à leitura de Os Maias ou A Ilustre Casa de
Ramires:
a) Li o livro na totalidade.
b) Li quase todo livro, faltando-me uns três
capítulos (ou por aí) ou ainda menos.
c) Li cerca de metade da obra.
d) Li cerca de um terço da obra.
e) Li dois ou três capítulos ou menos do que isso.
Entrega esta folha e, se
já leste uma das obras na totalidade, pede o questionário sobre o livro em
causa (A Ilustre Casa de Ramires ou Os Maias).
Se não estás nessa condição, resolve
a tarefa que te vai ser indicada ou já terá sido distribuída.
Questionário sobre Os Maias
O trecho em discurso
indireto livre e que é de Os Maias é
a) «Ai, era um escândalo!
Que nunca houvera em Leiria autoridades assim! O secretário-geral era um
desaforo com a Novais... Que se podia esperar de homens sem religião, educados
em Lisboa, que, segundo D. Josefa, estava predestinada a perecer como Gomorra
pelo fogo do Céu?».
b) «Então, que diabo, os
rapazes tinham querido!... Mas ele, realmente, não podia apresentar um cavalo
decente, com as suas cores, senão daí a quatro anos. De resto não apurava
cavalos para aquela melancolia [...]».
c) «Agora acompanhava-o sempre
ao quarto de Miss Sara. Pelo corredor amarelo, caminhando ao seu lado, Carlos
perturbava-se sentindo a carícia desse íntimo perfume em que havia jasmim, e
que parecia sair do movimento das suas saias».
d) «— Agradeço! agradeço!
vamos a isso — exclamava o Ega esfregando as mãos, faiscando de júbilo».
Nas últimas páginas da
obra, Carlos e Ega vão conversando por Lisboa, a
a) pensarem em paio com ervilhas,
a fazerem considerações sobre a vida, a correrem para um americano.
b) discutirem sobre as
corridas de cavalos, recordarem como era o país, apressarem-se para um jantar.
c) discutirem escolas
literárias, refletirem sobre o sentido da vida, desistirem de um jantar.
d) pensarem em mulheres, a
fazerem reflexões filosóficas, a esbofetearem um americano.
Um pouco marginais à
intriga passional (embora com ela se entreteçam funcionalmente), vão surgindo
na obra episódios que constituem documentos, quase caricaturas, de ambientes
sociais do Portugal oitocentista. Entre esses momentos de crónica social podem
citar-se:
a) tarde nas termas;
jantar no Hotel Central; flirt na
Vila Balzac.
b) visita a redação de
jornal; duelo; cerimónia de casamento burguês.
c) corridas; jantar em
casa dos condes; sarau.
d) jogo de críquete; manhã
de veraneio no Estoril, serão em Santa Olávia.
A morte de Afonso
a) é completamente
independente da intriga amorosa que envolve Carlos e Maria Eduarda.
b) ocorre em momento pouco
posterior ao reconhecimento da tragédia.
c) é anterior ao
conhecimento do parentesco que havia entre Carlos e Maria Eduarda.
d) não chega a ocorrer
dentro da cronologia que é dada pelo discurso da obra.
O passo que não é de Os Maias é:
a) «[...] cortou pelo
Loreto como uma pedra que rola, enfiou ao fundo da Praça de Camões, num grande
portão que uma lanterna alumiava. Era a redação d’A Tarde».
b) «Topsius recolheu a
tomar uma nota do grande poeta “Calcinhas”. Eu fechei a vidraça: e, depois de
ir ao corredor fazer às escondidas um rápido sinal-da-cruz, vim desapertar
sofregamente, e pela vez derradeira, os atacadores do colete da minha saborosa
bem amada».
c) «Esguio, mais sombrio
naquele fundo cor de canário, o poeta derramou pensativamente pelas cadeiras,
pela galeria, um olhar encovado e lento: [...] || — “A Democracia”! — anunciou
[...]».
d) «De modo nenhum: tinha
só intenção de lhe arrancar as orelhas! || Teles da Gama saudou, rasgadamente.
|| Foi isso mesmo o que eu respondi [...]»
O passo que não é de Os Maias é:
a) «Levamos Rosa, está
claro, sei que se não pode separar dela... E assim viveríamos sós, todos três,
num encanto! || — Meu Deus! Fugirmos? — murmurou ela, assombrada».
b) « — E com esta Maria
andei muitas vezes ao colo, meu caro senhor... Não sei se ela ainda se lembra
de uma boneca que eu lhe dei, que falava, dizia Napoléon...».
c) «— É de graça, amigo
Sebastião! É de graça! Tu não imaginas que influência isto tem no sentimento!».
d) «Mas era impossível
encontrar o maestro, porque invariavelmente a criada afirmava que o menino
Vitorino não estava em casa».
Pertence a Os Maias o trecho
a) «Não, não queria ficar
na terra perversa donde partia, esbulhado e escorraçado, aquele rei de Portugal
que levantava na rua os Jacintos!».
b) «Na volta, com efeito,
fizera-se uma mudança. Subitamente “Rabino” perdera terreno, resistindo à
subida, com o fôlego curto».
c) «Carvalho voltou
vermelho e excitado. Tinha havido uma cena; ele pusera fora a criada. E então
destemperou: queixou-se daquela má sorte que o não deixava ter uma criada
decente...».
d) «A Amparo declarou-se
«banzada». O casamento então, com a Ameliazinha...».
Pode corresponder a
«Queijadas, Antiguidades, Poemas, Piano», pela mesma ordem,
a) Vilaça, Carlos,
Eusébio, Cruges.
b) Cruges, Craft,
Craveiro, Cruges.
c) Ega, Steinbroken,
Alencar, Diogo.
d) Cruges, Carlos, Diogo,
Alencar.
Fazem parte da criadagem
que vai surgindo nos Maias
a) Vilaça, Anselmo,
Melanie.
b) Lola, Silva, Baptista.
c) Teixeira, Juliana,
Taveira.
d) Domingos, Baptista,
Melanie.
As expressões «Chique a
valer!», «Oh yes», «C’est très grave, c’est excessivement grave!», «Não se
mencione o excremento» pertencem, respectivamente, a
a) Alencar, Sara,
Steinbroken, Ega.
b) Dâmaso, Sara, Steinbroken,
Alencar.
c) Dâmaso, Sara, Melanie,
Alencar.
d) Dâmaso, Sara, Melanie,
Ega.
A série «Marquês
Silveirinha, Mefistófeles, tio do Dâmaso» corresponde a
a) Cohen, Gouvarinho,
Vilaça.
b) Vilaça, Cohen, Castro
Gomes.
c) Eusébio, Ega,
Guimarães.
d) Souselas, Ega, Castro
Gomes.
Estão ligadas ao
jornalismo as personagens
a) Castro Gomes, Neves,
Ega.
b) Ega, Neves, Sousa Neto.
c) Palma, Sousa Neto,
Conde de Gouvarinho.
d) Palma, Neves,
Guimarães.
A estes espaços podemos
associar, respetivamente, as personagens Eusebiozinho, Craft, Alencar:
a) Paris, Ramalhete,
Sintra.
b) Ramalhete, Rua de São
Francisco, Toca.
c) Sintra, Toca, Trindade.
d) Santa Olávia, Benfica,
Hotel Central.
Quando, pela última vez,
se encontra amorosamente com Maria Eduarda, Carlos
a) julga ser ela sua
prima.
b) não sabe ainda que ela
é sua irmã.
c) acredita ser ela um seu
tio.
d) sabe que ela é sua
irmã.
A alínea que só tem
personagens de Os Maias é
a) Ramires, Carlos, Cohen,
Pacheco.
b) Guimarães, Taveira,
Dâmaso, Domingos.
c) Sara, Zé Fernandes,
Craft, Jacinto.
d) Alencar, Acácio, Sousa
Neto, Libaninho.
Não há nenhuma personagem
de Os Maias em
a) Melanie, Macário,
Basílio.
b) Acácio, Fradique,
Artur.
c) Raquel, Mac Gren,
Baptista.
d) Ega, Alencar, Tancredo.
A alínea que só tem
mamíferos irracionais mencionados nos Maias
é
a) Memé, Lucinda, Cavalão.
b) Lucinda, Niniche,
Bonifácio.
c) Cavalão, Bonifácio,
Niniche.
d) Vladimiro, Bonifácio,
Niniche.
Algumas das personagens,
bastantes planas, podem ser consideradas personagens-tipo. Por exemplo,
correspondem aos tipos «’jornalista corrupto’, ’brasileiro’, ‘gentleman’»
a) Diogo, Monforte,
Steinbroken.
b) Neves, Diogo, Cruges.
c) Neves, Guimarães, Dâmaso.
d) Palma Cavalão, Castro
Gomes, Craft.
Esta série de
caracterizações — alto funcionário público; ministro e incompetente; orador
vazio — corresponde a
a) Cruges; Taveira; Mac
Gren.
b) Taveira; Sousa Neto;
Cruges.
c) Teles da Gama; Cruges;
Ega.
d) Sousa Neto; Gouvarinho;
Rufino.
À série ‘Dâmaso, Cohen,
Alencar’ correspondem, por esta ordem,
a) romântico, político
corrupto, poeta realista.
b) cobarde,
revolucionário, escritor.
c) político conservador,
diplomata, poeta.
d) pretensioso, banqueiro
judeu, romântico decadente.
Questionário sobre A
Ilustre Casa de Ramires
Barrolo era
a)
bonacheirão e ingénuo.
b)
rígido mas alegre.
c)
tristonho e ressentido.
d)
otimista e racional.
Gracinha
e André Cavaleiro,
a)
ficaram-se por paixão platónica.
b)
namoraram mas sem envolvimento físico.
c)
chegaram a concretizar fisicamente o seu amor.
d)
beijaram-se apenas.
Quem
lançara a Gonçalo o desafio de escrever uma novela histórica fora
a)
o Castanheiro.
b)
o Barrolo.
c)
André Cavaleiro
d)
o Videirinha.
Por
intervenção da mulher do Casco, Gonçalo
a)
pede a libertação do Casco e dá guarida ao filho doente.
b)
prende o Casco e ajuda na educação do filho.
c)
aceita-a como empregada e manda fazer sepultura para o Casco.
d)
manda prender a Rosa.
Ana
Lucena era
a)
bonita e tinha conversa fácil.
b)
atraente mas pouco sofisticada.
c)
filha de talhante e feia que doía.
d)
boa pessoa.
Antes
de, no último capítulo, regressar, Gonçalo estivera
a)
no Algarve.
b)
em África.
c)
em Paris.
d)
em Londres.
Em
carta anónima que recebe, Barrolo é tratado por
a)
Barrelas.
b)
Bacoco.
c)
Barrolinho
d)
Parolo.
O
caçador de Nacejas era
a)
mais jovem e corajoso do que Gonçalo.
b)
mais cobarde do que Gonçalo.
c)
mais velho que Gonçalo.
d)
de classe social mais alta que Gonçalo.
A
reaproximação de Gonçalo e André Cavaleiro teve que ver com
a)
paixão de Gonçalo por irmã de Cavaleiro.
b)
interesses de dinheiro de André e amorosos de Gonçalo.
c)
devaneios de Gonçalo e ambições políticas de Cavaleiro.
d)
a ambição política de Gonçalo e os devaneios de André.
Ameaçado
pelo «caçador de Nacejas», Gonçalo
a)
queixa-se.
b)
foge.
c)
grita.
d)
perde as estribeiras.
Videirinha
tocava
a)
violino.
b)
violão.
c)
acordeão.
d)
piano.
A
morte de Sanches Lucena
a)
prejudicou a carreira de Gonçalo.
b)
abriu uma oportunidade para Gonçalo.
c)
foi importante para a redação da novela histórica.
d)
deprimiu Gonçalo.
Quem
viajou com Gonçalo foi
a)
o Padre Soeiro.
b)
a Rosa.
c)
o Bento.
d)
André Cavaleiro.
Em
tempos, o Cavaleiro
a)
fora incorreto com Gracinha.
b)
não pudera casar com Gracinha por lutas familiares.
c)
fora impedido pelo pai de casar com Gracinha.
d)
fora rejeitado por Gracinha.
Maria
Mendonça era
a)
uma criada.
b)
uma burguesa-nobre casamenteira.
c)
a amante do Sanches Lucena.
d)
a irmão de André.
Gonçalo
e Barrolo eram
a)
cunhados.
b)
primos.
c)
irmãos.
d)
genro e sogro.
Uma das personagens da
novela histórica que Gonçalo escreve é
a) o Perneta.
b) o Cego.
c) o Bastardo.
d) o Louco.
O parágrafo «— Oh
infame!... Então no outro dia assim me larga, sem escrúpulo, depois de eu lhe
preparar um cabrito estupendo, assado num espeto de cerejeira? E para quê?...
Para uma orgia reles, com bolinhos de bacalhau e bichinhas de rabiar!»
a) é de A Ilustre Casa de Ramires e está em
discurso direto.
b) é de A Ilustre Casa de Ramires e está em
discurso indireto livre.
c) não é de A Ilustre Casa de Ramires e está em discurso
direto.
d) não é de A Ilustre Casa de Ramires e está em
discurso indireto livre.
Para ainda conhecermos um soneto de Antero de Quental, lê «A um poeta»
(p. 296).
Para responderes às perguntas 1 a 3, no manual, completa o que
já esbocei, mas sem deixares de ler mesmo cada pergunta. A resposta a 6
copiá-la-emos a partir de slide.
1. Ao longo do poema, encontramos vários vocábulos do campo
lexical da guerra: «____», «____», «_____», «____», «_____», «___».
2. Neste soneto, o sujeito opõe a atitude de adormecimento de
alguns poetas, alheados da «______________» (v. 4), à atitude que o sujeito
preconiza, que é a da atenção à «_______________» que luta em «vozes de _____».
O poeta fará assim da sua poesia uma «_________» ao serviço da luta por um «_______».
3. Ao longo do soneto, surgem vários verbos no imperativo — «___»
(v. 5), «_____» (v. 9) —, apóstrofes — «___________» (v. l) e frases
exclamativas — «_____» (v. 5) — que constituem formas de apelo ao interlocutor.
6. . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
.
Escreve comentário em que relaciones este soneto de Antero e o
que já conhecemos da poesia de Cesário Verde e da prosa de Eça de Queirós.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . .
Malèna (Giuseppe
Tornatore) |
Os
Maias
(Eça de Queirós) |
A
Ilustre Casa de Ramires
(Eça de Queirós) |
|
Espaço — espaço físico; simbolismo |
|
O
local em que começam e acabam as memórias daqueles cerca de cinco anos é o
mesmo, a avenida marginal da vila siciliana. De resto, o espaço físico da narrativa está muitíssimo ______, tudo se passa
em Castelcuto. |
Nos
Maias, Lisboa é o espaço da parte ‘_____
de costumes’ (o sarau, na Trindade; as corridas, em Belém; o jantar, no
Hotel Central; etc.). Como espaços da parte ‘intriga’, destacaríamos as
várias casas da família (Benfica, Santa Olávia, Ramalhete; a Toca), Coimbra,
Lisboa, Sintra. Há alusões pontuais a Inglaterra, França, Itália, Espanha,
Brasil. No epílogo, no episódio do passeio final, o cenário é bastante ______:
Carlos e Ega sobem do Passeio Público até ao Chiado, à estátua de Camões,
para concluírem que Portugal, tendo mudado, não mudou. |
Na
Ilustre Casa, o espaço físico
principal pertence a uma zona a partir da Torre (Santa Ireneia, _______,
Oliveira). Esta geografia é inspirada no que Eça conhecia da área de Resende
(Lamego), sede da nobre família da sua mulher. Há, porém, ambiguidades (cfr. referência à orla marítima).
Surgem como espaços a que se alude pontualmente Coimbra, Porto, Lisboa.
África, no final, começa por ser vista como hipótese de regeneração., como
desfecho das outras viagens de Gonçalo. A Torre dos Ramires também _____ ora
os feitos dos Ramires heroicos ora a própria decadência de Gonçalo (e de
Portugal). |
TPC — Descarrega («Reformulações esquecidas [de Frei Luís de
Sousa/canção; Amor de Perdição/filme; Fuga]») a versão limpa que nunca
terás chegado a entregar. (Traz-me os livros que porventura te tenha emprestado
e de que já não precises.)
Aula 125-126 (16 [1.ª], 17 [5.ª, 2.ª], 18/jun [4.ª, 3.ª]) Correção de questionário de gramática (cfr. Apresentação e tabelas a seguir).
Soluções do questionário de gramática
[Versão
com arroz de pato e Kafka]
A mulher de António Costa, que era professora
de Português, rescindiu há uns anos. |
subordinada adjetiva relativa explicativa |
Na penúltima quinta-feira, eu não sabia que
era o feriado de Corpo de Deus. |
subordinada substantiva completiva |
Quando os patos se passeiam à entrada da escola, há arroz de pato na
cantina. |
subordinada adverbial temporal |
Quem semeia ventos colhe tempestades. |
subordinada substantiva relativa |
Fomos a Praga, para que víssemos Kafka. |
subordinada adverbial final |
A Leontina gosta tanto de kiwis como a Luz
adora maçãs ‘bravo de Esmolfe’. |
subordinada adverbial comparativa |
Ainda que A
Ilustre Casa seja mais curta, poucos a preferiram. |
subordinada adverbial concessiva |
Gosto tanto das sandes do Lidl, que vou lá
todos os intervalos. |
subordinada adverbial consecutiva |
O coração de Salvador Sobral está bom e ele
pode amar pelos dois. |
coordenada copulativa |
A Finlândia venceu, a Rússia perdeu. |
coordenada assindética |
Rui Pinto prometeu-me que não atacaria o Gaveta de Nuvens. |
subordinante |
Georgina está amuada visto que Dona Dolores
tem mais seguidores. |
subordinada adverbial causal |
O Primeiro-ministro tinha casa numa rua onde
moram alunos meus. |
subordinada adjetiva relativa restritiva |
Se tiveres todas as respostas erradas, dou-te três fatias de
bolo. |
subordinada adverbial condicional |
Bruno perguntou a Luciana se observara bem os
terapeutas do Sporting. |
subordinada substantiva completiva |
Moon considerava um dever seu a
reconstrução do teatro. |
predicativo do complemento direto |
O Bradley Cooper enganou-nos bem. |
complemento direto |
Durante as férias de Verão, podem ir lendo O ano
da morte de Ricardo Reis, de José Saramago. |
modificador do grupo verbal |
O papa não quis que lhe beijassem o anel. |
complemento direto |
No Verão, vamos à praia, mas sempre
cheios de máscaras. |
complemento oblíquo |
[Versão
com Portugal a ganhar e a perder]
Portugal ganha à Hungria, a França e a
Alemanha empatam. |
coordenada assindética |
Como Dona Dolores vai dançar pela seleção, Portugal vai perder. |
subordinada adverbial causal |
António Costa tinha casa na Cláudio Nunes, onde
também moram alunos meus. |
subordinada adjetiva relativa explicativa |
O Sporting não teria sido campeão, se Martínez
estivesse dez centímetros atrás. |
subordinada adverbial condicional |
O pessoal do INEM explicou que não se devia
mexer nos pacientes. |
subordinada substantiva completiva |
O palacete que esteve à venda em Santos
já pertenceu a Madonna. |
subordinada adjetiva relativa restritiva |
Eu sei que não fico em casa. |
subordinada substantiva completiva |
Mal entramos na escola, deparamo-nos com
simpáticos marrecos. |
subordinada adverbial temporal |
Quem te avisa teu amigo é. |
subordinada substantiva relativa |
Nos Açores, podemos ver Antero ou podemos
avistar baleias. |
coordenada disjuntiva |
A fim de que fique tudo controlado, nas praias haverá
semáforos e polícias sinaleiros. |
subordinada adverbial final |
Embora Os
Maias sejam secantes, os alunos até leram alguns capítulos. |
subordinada adverbial concessiva |
Detesto de tal modo a gramática, que prefiro
mil vezes cocós de cão. |
subordinada adverbial consecutiva |
Ronaldo marca os livres todos mas nunca
acerta com a baliza. |
coordenada adversativa |
Peço-lhes que, nas férias, vão lendo O ano da morte de
Ricardo Reis, de José Saramago. |
subordinante |
Pergunto-lhes se conhecem as substantivas
completiva. |
complemento direto |
Regressaram de Londres alguns portugueses. |
sujeito |
Todos elegeram Meena a melhor cantora. |
predicativo do complemento direto |
Considero-me bem informado, porque leio o
Voz Ativa. |
complemento direto |
Armando Vara já regressou à prisão. |
complemento oblíquo |
3.º período — alguns focos do ensino e da avaliação (que, porém, não devem ser
vistos como parcelas para se chegar a uma média)
Leitura |
|||
Aula |
Questionário sobre trecho de capítulo IV de Amor de Perdição (aula 97-98) |
|
|
Questionário
sobre primeira parte da «Conclusão» de Amor
de Perdição (aula 101-102) |
|||
Observação direta da eficiência a resolver as
tarefas com textos em todas as aulas |
|||
Educação
literária |
|||
Aula Casa |
Questionário sobre primeiro terço de Os
Maias / A Ilustre Casa de Ramires
(aula 115-116) |
|
|
Efetiva leitura da obra (cfr.
folha do questionário de gramática, aula 123-124): leu o livro? |
|
||
[Criação de filme a propósito de capítulo da obra de Eça escolhida (ver Oralidade)] |
|
||
Escrita |
|||
Aula |
Texto de opinião sobre «A submissão é uma
ignomínia [...]» (aula 97-98) |
|
|
Texto em prosa segundo modelo de «De tarde»
(aula 109-110) |
|||
Texto deambulatório (aula 111-112) |
|||
Sobre paratexto de obra de Eça (aula 113-114) [mas
só nas turmas 1.ª e 4.ª] |
|||
Crónica gastronómica à MEC (aula CXV-CXVI) [mas
só nas turmas 1.ª e 4.ª] |
|||
Casa ou
online |
Biografia de personagem segundo modelo da de
Domingos Botelho (aula 91-92) |
||
Crónica de viagem para «Fuga dos leitores» (aula
95-96) |
|||
Reformulação do anterior (tepecê da aula
103-104) |
|||
Comparação entre filme e Amor de Perdição (tepecê da aula 105-106) |
|||
Reformulação do anterior (tepecê da aula
113-114) |
|||
Recuperações de trabalhos anteriores |
|||
Compreensão
do oral/Expressão oral |
|||
Casa |
Vídeo a pretexto de capítulo
de Os Maias / A Ilustre Casa de Ramires (tepecê da aula 117-118) |
|
|
Gramática |
|||
(Casa) Aula |
Criação de texto segundo uma matriz sintática
(aula 103-104) |
|
|
Criação de quarteto com métrica e rima segundo
modelo de Cesário Verde (119-120) |
|||
Questionário sobre conteúdos mais recorrentes no
período (aula 123-124) |
|||
Assiduidade,
pontualidade, material |
|||
|
Malèna
(Giuseppe Tornatore) |
Os Maias
(Eça de Queirós) |
A Ilustre Casa de Ramires
(Eça de Queirós) |
|
Personagens
— caracterização (direta/indireta); composição (modelada, ou
redonda/plana/tipos) |
|
Quase todas as
personagens são planas, mesmo personagens-tipo (o professor gozado
pelos alunos; os adolescentes gabarolas; as vizinhas maledicentes; a descarada
amante do barão não sei quantos; o pai de Renato, emotivo e antifascista;
...). Serão aliás mais figurantes,
do que personagens secundárias.
Malèna é que se pode considerar personagem menos óbvia, mais ______. Há aliás
diferença entre a sua heterocaracterização
(retratada pelos outros é apenas aquela que se insinua aos homens) e a caracterização _____ (o que vamos
sabendo através das suas ações). Renato é, muitas vezes, um tipo, o do adolescente obsessivamente
apaixonado, mas, quando assumido pelo narrador, já é mais modelado, mais redondo. |
Nos Maias, segundo Carlos Reis, a caracterização de Pedro da Maia é
tipicamente naturalista (Pedro seria o resultado da hereditariedade e do
estilo de _______ recebida), visando-se comprovar uma tese (para esta escola,
a literatura seguiria metodologia experimental). Nem tanto assim, a de Maria
Eduarda e, ainda menos, a de Carlos. Carlos é sobretudo caracterizado indiretamente (pelo que vai fazendo)
e é personagem relativamente modelada.
Também assim, Afonso da Maia, o próprio Ega. Mais planas, por vezes verdadeiros tipos, são as personagens secundárias (Alencar, o poeta
romântico; Dâmaso, o novo-rico; Cavalão, o jornalista corrupto; Gouvarinho, o
político; _______, o gentleman; Castro Gomes, o «brasileiro»; Cohen, o
banqueiro; Rufino, o deputado; Taveira, o funcionário público; a Gouvarinho,
a adúltera; etc.). Aquelas que são exclusivas da vertente ‘crónica de
costumes’ (episódios da vida do XIX) tendem a ser verdadeiros tipos sociais/profissionais. |
Na Ilustre Casa, o protagonista, Gonçalo Mendes Ramires, é personagem relativamente modelada, não se pode dizer que seja
sempre a personagem-tipo do
fidalgo de província decadente e que vive dos pergaminhos dos _______. Tem
defeitos que se repetem (ser timorato, por exemplo; a ambição fútil que o
leva a ceder em matéria de princípios), mas mostra-se-nos também a sua
má-consciência, o que torna a personagem mais verdadeira, não um simples
estereótipo; e, no final, com a aventura africana, parece haver uma regeneração
(que não é talvez conclusiva, porque o epílogo deixa tudo em aberto). As personagens secundárias são
personagens mais planas,
funcionando como tipos, muitas
vezes: o criado Bento; a cozinheira Rosa; o bom padre Soeiro; o governador
civil e «Don Juan» André Cavaleiro; o Videirinha, dado ao violão, que
receberá, conseguido por Gonçalo, o lugar de amanuense; o deputado por Vila
Clara Sanches Lucena; as maledicentes manas _______; as mulheres sempre um
pouco fúteis e frágeis (mesmo Gracinha); o «boa pessoa» e ingénuo Barrolo. Há uma outra galeria de personagens (Tructezindo,
o «Bastardo», etc.), as que pertencem à novela histórica, que serão mais caricaturas do que tipos, porque se trata de uma
paródia-pastiche. |
A pensar em 2021-2022 — A obra de
leitura integral no 12.º ano é O
ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago. Podem tê-la à mão e ir
lendo, embora esperar pelo começo do ano pudesse ter a vantagem de se
explicarem então alguns aspetos relacionados com a criação dos heterónimos de
Pessoa (entre os quais, Ricardo Reis), ficção que Saramago aproveitou no
romance. De qualquer modo, também podem sempre dedicar-se a algum livro dos do Projeto de leitura (essa lista de obras
posso pô-la em breve, já que é fixa e está nos programas).
#
<< Home