Aula 57-58
Aula 57-58 (18 [1.ª], 19 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 20/jan [3.ª]) Estamos a terminar a unidade sobre Discursos. Estudámos a oratória religiosa, os sermões, através de Vieira, mas também se tratava de conhecer a
oratória, digamos, profana, em que avultam os discursos políticos.
Na p. 66 do manual de
Português, lê o «Discurso do escritor Luiz Ruffato na abertura da Feira do
Livro de Frankfurt», para resolveres depois o item de correspondência acerca da
«Estrutura interna do texto» (p. 67, 1):
1.
a) = __; b) = __; c) = __; d) = __; e) =
__; f) = __; g) = __; h) = __.
(Não vejas ainda a
correção, que ficará na Apresentação da aula, mas que daqui a pouco ouvirás em
gravação.).
Ouve partes do discurso de
Luiz Ruffato (a seguir). Não valerá a pena ouvires tudo: ouve só o
início e o fim, para perceberes o contexto do discurso; e talvez o início da
parte em falta no excerto que está no manual (cfr. «(...)»), que ficaria entre as linhas 4 e 5 (de «Brasil» a
«Nós somos um país paradoxal»). Essa parte no vídeo fica entre o minuto 1 e o e
8.20. Ou seja: ouve desde o começo até ao minuto 4 (para aí) e depois ouve de 9.30 até ao fim.
No início do ano letivo, usámos
um discurso de Mr. Bean (sobre uma pintura). Agora, recorreremos de novo a um filme
com Rowan Atkinson, Bean em férias. É
um discurso de agradecimento de prémio,
mas nos antípodas do de Luiz Ruffato. Trata-se das palavras da personagem Carson
Clay, um egocêntrico realizador de cinema, ao próprio filme, que acabava de ser
ovacionado por toda a plateia do Festival de Cannes.
Pus no texto de Clay
várias vírgulas que não são necessárias (ou, em alguns casos, constituem mesmo
uma incorreção). Circunda todas essas vírgulas desnecessárias. Talvez
possas usar um círculo tracejado para as vírgulas que são prescindíveis mas não
agramaticais e um círculo cheio para as absolutamente criticáveis.
«Algo muito
estranho se passa, quando fazemos uma obra de arte. Por vezes, não nos
apercebemos da junção dos elementos, e, quando todos se juntam, algo de mágico,
algo orgânico, acontece, e foi isso que se passou hoje.
Todos disseram que isto
não ia resultar. Disseram que era um enorme risco, mas quero continuar a fazer
filmes como este. A combinação do cinema e do vídeo é algo que já foi feito, anteriormente,
mas não, exatamente, desta forma.
Estou contente por a
receção ter sido tão fantástica, e estou feliz por cá estar. Viva a França.
Deus vos abençoe.»
(Daqui a pouco já te direi
as minhas soluções.)
Todo o filme
aproveita muito o ato de filmar com câmara digital. Por assim dizer, acompanhamos
o processo de «enunciação» (a recolha
de imagens por Bean, turista em França) sem sabermos que o enunciado que desse ato vai resultando (as imagens arquivadas na
câmara) há de integrar-se num outro
enunciado, o filme falhado de Clay.
Sublinha as comparações, recurso decerto destinado
a ridicularizar o texto em off.
«Anseio
esquecer-te. Esquecer os teus beijos, como fruta macia; o teu riso irrompendo
na luz do dia, como prata; o teu sorriso, como a curva do quarto crescente no
céu da noite; a tua beleza luminosa, a tua bondade, a tua paciência e quanto te
agarravas a cada uma das palavras por mim proferidas.
Estás agora nos braços de
outro. Quem é ele? Este homem? Tem porte? Tem encanto? É um amante? Ou um lutador?
Que poderes tem ele sobre ti? Dançarão os teus olhos, quais pirilampos na noite,
quando ele vem ao teu encontro? Amaciar-se-á o teu corpo, enquanto os teus
lábios balbuciam o nome dele?»
Vê agora
esta gravação onde estão os slides com as soluções do que terás feito até
agora.
Passemos a ver alguns
momentos de Bean em férias. Nas aulas das outras turmas, como podia usar
o DVD original, preferi a versão inglesa com legendas em português. Aqui vamos
seguir os mesmos passos do filme, mas
usando retalhos (clips) de uma versão dobrada em português do Brasil.
Para já vendo os trechos a
seguir (é claro que muitos conhecem este filme; trata-se só de retomar alguns
momentos para que reentrem no enredo):
Agora a tarefa de escrita que deves começar ainda
em aula (mesmo que a lances, no espaço para resposta à pergunta, um pouco
depois — mas, por favor, ainda hoje).
Prossegue o texto a partir da frase que ponho a
seguir (que adaptei do discurso de Luiz Ruffato). O teu texto será relativamente
livre, quanto ao assunto, mas gramaticalmente correto. Não poderás usar a letra a. Repara também
já não sei nenhum A. (Não espero muitas linhas — o que consigas fazer em vinte
minutos, com o constrangimento de não poderes usar AA. O ideal seria perto de cem
palavras, mas compreendo que te fiques por menos. Mas vê se as frases ficam
mesmo gramaticais, sem se notar que obedecem a esta regra de proibição do A, sem
que o texto soe estranho).
«Estou convicto — serei ingénuo? — de que os
livros têm um poder decisivo sobre o que o que nós somos e o que pode ser o
mundo em que vivemos. É certo que nem só com livros ...
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Vê agora a
conclusão do filme (estes dezoito minutos incluem os trechos que estivemos a analisar,
sobre pontuação e comparações). O final, na praia de Cannes, tem muito a ver
com o confinamento em que está o 11.º 2.ª, ainda que por antítese ou mesmo por
oxímoro:
TPC — Recordo que temos estes
tepecês em curso (alguns já os entregaram): acróstico com «sermão de santo antónio aos peixes» (em papel; folha aqui);
neologismos substitutos de estrangeirismos (em papel); primeira versão de texto para concurso «A ética navida e no desporto» (a computador; a descarregar na Classroom). Vejam bem
as instruções de cada uma destas tarefas. No caso do 11.º 2.ª, podem ir fazendo
também todas estas tarefas, ainda que a mais entregável no imediato seja a que
sublinhei a amarelo.
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