Saturday, August 29, 2020

Aula 57-58

 

Aula 57-58 (18 [1.ª], 19 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 20/jan [3.ª]) Estamos a terminar a unidade sobre Discursos. Estudámos a oratória religiosa, os sermões, através de Vieira, mas também se tratava de conhecer a oratória, digamos, profana, em que avultam os discursos políticos.

Na p. 66 do manual de Português, lê o «Discurso do escritor Luiz Ruffato na abertura da Feira do Livro de Frankfurt», para resolveres depois o item de correspondência acerca da «Estrutura interna do texto» (p. 67, 1):

1.  a) = __; b) = __; c) = __; d) = __; e) = __; f) = __; g) = __; h) = __.

(Não vejas ainda a correção, que ficará na Apresentação da aula, mas que daqui a pouco ouvirás em gravação.).

Ouve partes do discurso de Luiz Ruffato (a seguir). Não valerá a pena ouvires tudo: ouve só o início e o fim, para perceberes o contexto do discurso; e talvez o início da parte em falta no excerto que está no manual (cfr. «(...)»), que ficaria entre as linhas 4 e 5 (de «Brasil» a «Nós somos um país paradoxal»). Essa parte no vídeo fica entre o minuto 1 e o e 8.20. Ou seja: ouve desde o começo até ao minuto 4 (para aí) e depois ouve  de 9.30 até ao fim.

No início do ano letivo, usámos um discurso de Mr. Bean (sobre uma pintura). Agora, recorreremos de novo a um filme com Rowan Atkinson, Bean em férias. É um discurso de agradecimento de prémio, mas nos antípodas do de Luiz Ruffato. Trata-se das palavras da personagem Carson Clay, um egocêntrico realizador de cinema, ao próprio filme, que acabava de ser ovacionado por toda a plateia do Festival de Cannes.

Pus no texto de Clay várias vírgulas que não são necessárias (ou, em alguns casos, constituem mesmo uma incorreção). Circunda todas essas vírgulas desnecessárias. Talvez possas usar um círculo tracejado para as vírgulas que são prescindíveis mas não agramaticais e um círculo cheio para as absolutamente criticáveis.

«Algo muito estranho se passa, quando fazemos uma obra de arte. Por vezes, não nos apercebemos da junção dos elementos, e, quando todos se juntam, algo de mágico, algo orgânico, acontece, e foi isso que se passou hoje.

Todos disseram que isto não ia resultar. Disseram que era um enorme risco, mas quero continuar a fazer filmes como este. A combinação do cinema e do vídeo é algo que já foi feito, anteriormente, mas não, exatamente, desta forma.

Estou contente por a receção ter sido tão fantástica, e estou feliz por cá estar. Viva a França. Deus vos abençoe.»

(Daqui a pouco já te direi as minhas soluções.)

Todo o filme aproveita muito o ato de filmar com câmara digital. Por assim dizer, acompanhamos o processo de «enunciação» (a recolha de imagens por Bean, turista em França) sem sabermos que o enunciado que desse ato vai resultando (as imagens arquivadas na câmara) há de integrar-se num outro enunciado, o filme falhado de Clay.

Sublinha as comparações, recurso decerto destinado a ridicularizar o texto em off.

«Anseio esquecer-te. Esquecer os teus beijos, como fruta macia; o teu riso irrompendo na luz do dia, como prata; o teu sorriso, como a curva do quarto crescente no céu da noite; a tua beleza luminosa, a tua bondade, a tua paciência e quanto te agarravas a cada uma das palavras por mim proferidas.

Estás agora nos braços de outro. Quem é ele? Este homem? Tem porte? Tem encanto? É um amante? Ou um lutador? Que poderes tem ele sobre ti? Dançarão os teus olhos, quais pirilampos na noite, quando ele vem ao teu encontro? Amaciar-se-á o teu corpo, enquanto os teus lábios balbuciam o nome dele?»

Vê agora esta gravação onde estão os slides com as soluções do que terás feito até agora.

Passemos a ver alguns momentos de Bean em férias. Nas aulas das outras turmas, como podia usar o DVD original, preferi a versão inglesa com legendas em português. Aqui vamos seguir os mesmos passos  do filme, mas usando retalhos (clips) de uma versão dobrada em português do Brasil.

Para já vendo os trechos a seguir (é claro que muitos conhecem este filme; trata-se só de retomar alguns momentos para que reentrem no enredo):

Agora a tarefa de escrita que deves começar ainda em aula (mesmo que a lances, no espaço para resposta à pergunta, um pouco depois — mas, por favor, ainda hoje).

Prossegue o texto a partir da frase que ponho a seguir (que adaptei do discurso de Luiz Ruffato). O teu texto será relativamente livre, quanto ao assunto, mas gramaticalmente correto. Não poderás usar a letra a. Repara também já não sei nenhum A. (Não espero muitas linhas — o que consigas fazer em vinte minutos, com o constrangimento de não poderes usar AA. O ideal seria perto de cem palavras, mas compreendo que te fiques por menos. Mas vê se as frases ficam mesmo gramaticais, sem se notar que obedecem a esta regra de proibição do A, sem que o texto soe estranho).

«Estou convicto — serei ingénuo? — de que os livros têm um poder decisivo sobre o que o que nós somos e o que pode ser o mundo em que vivemos. É certo que nem só com livros ...

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Vê agora a conclusão do filme (estes dezoito minutos incluem os trechos que estivemos a analisar, sobre pontuação e comparações). O final, na praia de Cannes, tem muito a ver com o confinamento em que está o 11.º 2.ª, ainda que por antítese ou mesmo por oxímoro:

TPC — Recordo que temos estes tepecês em curso (alguns já os entregaram): acróstico com «sermão de santo antónio aos peixes» (em papel; folha aqui); neologismos substitutos de estrangeirismos (em papel); primeira versão de texto para concurso «A ética navida e no desporto» (a computador; a descarregar na Classroom). Vejam bem as instruções de cada uma destas tarefas. No caso do 11.º 2.ª, podem ir fazendo também todas estas tarefas, ainda que a mais entregável no imediato seja a que sublinhei a amarelo.

 

 

#