Aula 37-38
Aula 37-38
(20 [4.ª], 24 [5.ª, 2.ª], 25/nov [3.ª, 1.ª])
Quanto aos
textos inspirados em bandas sonoras, o aspeto que, por vezes, falhou foi haver
alusões a contextos musicais (referindo ou não explicitamente a banda sonora) —
por exemplo, mencionar-se um dado instrumento ou um concerto. Outras falhas têm
que ver com ortografia ou sintaxe (e estão marcadas nas vossas folhas; no caso do 11.º 5.ª, vejam a
cópia no PDF em anexo —
desculpem-me irem os textos de todos em conjunto, mas não creio dever haver
sigilo entre trabalhos da mesma turma; a ordem é a da pauta). Vejam-se
agora os trailers dos filmes cujas bandas sonoras aproveitámos:
As páginas 386-388 do manual
tratam de Coerência, que estudámos na última aula, e de Coesão
textual, que abordaremos agora.
Especificamente sobre a coesão
textual, a tabela a seguir agrupa erros (encontrados em escritos de turmas
do 11.º ano) que exemplificam o incumprimento dos vários mecanismos a que devemos
recorrer. Na coluna do meio, corrigirás o que retirei de redações e que
evidencia alguma falha nas estratégias que tornam os textos coesos. (A seguir à tabela vai a minha
correção, comentada oralmente, mas não deixes de experimentar tu preencher as
lacunas, ainda que sem insistires demasiado em caso de dúvida.)
Coesão
frásica
trecho agramatical |
trecho corrigido |
fonte do problema |
conhecido pelo
o nome |
conhecido ___ nome |
ortografia |
à [á] tempos encontrei o José |
__ tempos encontrei o José |
|
o facto de haverem nomes portugueses |
o facto de ___ nomes portugueses |
concordância |
o grupo mais numeroso dos
apelidos vêm de |
o grupo mais numeroso dos
apelidos ____ de |
|
prefiro isto do que aquilo |
prefiro isto _____ |
regência |
os políticos aperceberam-se que |
os políticos aperceberam-se ____ |
|
a convicção que Lionel era bom médico |
a convicção ____ Lionel era
bom médico |
|
o aspeto que
chamei a atenção |
o aspeto _____ chamei a atenção |
|
a parte que
mais gostei |
a parte ____ mais gostei |
|
chamou a filha de «Maria Albertina» |
chamou a filha «Maria Albertina» |
|
o rei Jorge VI
que era gago, tinha de discursar |
o rei Jorge _______ tinha de discursar |
função sintática (e pontuação que implica) |
«Maria Albertina» cantada agora pelos Humanos foi escrita
por Variações |
«Maria Albertina» __________
foi escrita por Variações |
|
como por
exemplo a
telefonia |
_______ a telefonia |
Coesão
interfrásica
terminou o discurso
continuando a |
terminou o __________ a |
reconhecimento de subordinação ou coordenação |
A letra foi criada por Variações, e a música foi modernizada
pelos Humanos |
A letra foi criada por ________
a música foi modernizada pelos Humanos |
|
Sendo que |
[Frase anterior],
sendo que |
|
Pois o rei gaguejava. |
___________ |
|
Estando o rei cada vez mais gago. |
Estando o rei cada vez mais
gago, [subordinante] |
|
o facto da
Albertina ter uma filha |
o facto ___ Albertina ter uma filha |
|
apesar do
rei sofrer de gaguez |
apesar ____ rei sofrer de gaguez |
|
Concluindo, Ou seja, Como já referi, Hoje em dia, Nos dias de hoje, Na minha opinião, |
ø |
banalização de articuladores |
Direi então
que |
_______ |
Coesão
temporal
Bertie não discursou no Natal mas, antes, falou em Wembley |
Bertie não discursou no Natal mas, antes, ______
em Wembley |
correlação dos tempos verbais |
Antes de ter conhecido Lionel, Bertie experimentou várias terapias |
Antes de ter conhecido Lionel, Bertie _______
várias terapias |
|
não falava com Lionel há meses |
não falava com Lionel ___ meses |
|
Não acho que será correto |
Não acho que ____ correto |
modo exigido pela negativa |
Agrada-me que escolheste um bom nome |
Agrada-me que ________ um bom nome |
modo exigido pela subordinação |
Coesão
referencial
O surgimento da rádio foi o azar de Bertie.
Porém, ele venceria a rádio |
O surgimento da rádio foi o grande azar de
Bertie. Porém, ________ |
anáfora e elipse |
António Variações critica o novorriquismo
nos nomes. António Variações refere a |
_________ critica o novorriquismo nos nomes. António
Variações refere a |
catáfora |
Bertie ficou angustiado. Ele falara pouco mais do que |
Bertie ficou angustiado. Falara pouco mais do
que |
______ |
O filho de Jorge V era pai de Elisabeth e
Margaret. Ele tinha aquelas duas
filhas |
O filho de Jorge V era pai de Elisabeth e
Margaret. _____ tinha aquelas duas filhas |
correferência não anafórica |
O rapaz [de]
que o pai era Jorge V |
O rapaz _____ pai era Jorge V |
pronominalizações diversas |
O século passado, onde nasceu a telefonia, |
O século passado, _____ nasceu a telefonia, |
Coesão
lexical
a citação
que faz Jorge V |
a _________ que faz Jorge V |
pertinência do termo |
o cartoon demonstra |
o cartoon _______ |
|
o cronista fala
que |
o cronista _______ que |
|
A rádio acabava de surgir. Foi a rádio que |
A rádio acabava de surgir. Foi a _______ que |
sinonímia |
a escolha dos nomes mostra que os portugueses têm
pouca criatividade. Essa não originalidade
|
a escolha dos nomes mostra que os portugueses têm
pouca criatividade. Essa ________ |
antonímia |
A rádio acabava de surgir. Foi a rádio que |
A rádio acabava de surgir. Foi _____ ________
que |
hiperonímia |
coisas do género |
[termo
mais específico] |
_________ |
Vê, e ouve, esta correção
da tabela (que ficou mais demorada, e arastada sobretudo, do que gostaria que tivesse
ficado):
Do quadro sobre Coerência — propositadamente
infringida em sketches da série Lopes da Silva — que começáramos na
última aula faltava-nos completar estas filas (com relevância, não redundância,
não contradição): [11.º
5.ª: nas folhas da aula de hoje, repeti, no final de tudo, essa parte do quadro;
podes ires escrevendo aí ou usando a tabela completa da aula anterior]
Sabes
onde há gajas boas? |
A insistência na pergunta inicial, até nos
cansarmos de tanta repetição e da ênfase na bondade das «gajas», é uma infração
ao princípio da _______. Atenta-se também contra o princípio da _______, porque
a pergunta implicava que quem a fazia soubesse a resposta, o que,
inesperadamente, não sucede. |
Chamada
por engano |
Na conversa entre jornalista e senhora da Venda
Nova falha sobretudo o princípio da _____, na medida em que a interlocutora
insiste em fazer pedidos («dispensava-me o seu bidé?») que não servem o
objetivo do telefonema (falar do Iraque), estão à margem do tópico central. |
Conversa
na esplanada |
Os amigos não se interessam pela história do indivíduo
que tem uma alface de estimação: desviam-se para outro assunto («É o
Edmundo?»; «São 4h34») ou não percebem o que está a ser defendido («há
alfaces tenrinhas»; «se fosse uma alface lisa»). Infringem o princípio da _______.
|
Bomba
a bordo |
O insólito resulta de comissário e comandante
agirem como se não detivessem um saber comum (‘bombas não são desejáveis’), o
que viabiliza a interação com o bombista. |
As reações à ereção da estátua
do Padre António Vieira (referidas no trecho de episódio do Governo Sombra que acabaste de ouvir), a recente polémica acerca da criação de
um Museu das Descobertas (o nome deixaria transparecer uma posição de
superioridade do povo colonizador) ou a discussão acerca da necessidade de
devolver objetos artísticos trazidos para os museus europeus nos séculos passados
são alguns dos casos reveladores de que a maneira como se vê a história dos
povos pode moldar-se à evolução de juízos ideológicos. [Em aula, referi também
escritores e cineastas cuja obra passou a ser proscrita por editoras ou distribuidoras
depois de conhecidos aspetos do s[eu percurso de vida (Céline, Woody Allen,
James Franco); livros que saíram do cânone por conterem abordagens consideradas
agora racistas (alguns dos álbuns de Tintin; a série dos Tom Sawyer); e
lembrámos também o que acontecera a premiados recentes quando foram descobertos
pecados políticos de juventude (o Nobel Peter Handke; o Camões Vítor Aguiar e
Silva).]
Escreve texto de opinião (na p. 364 explica-se este género) que
aborde o mesmo assunto, a nossa relação com
testemunhos do passado (históricos, literários, religiosos, de tradições),
especialmente com os que contendam com modos de pensar hodiernos. [11.º 5.ª: cerca de 150 a 200 palavras;
nas outras turmas ficou para completar em casa; sugiro que, sem pressas (nas
outras turmas o processo ainda vai demorar mais uma aula porque só me trazem
depois), descarreguem na Classroom o vosso texto, em Word ou, se manuscrito, mesmo
em imagem — que eu consiga ler...]
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TPC
— Em «Coerência e coesão textuais» (Gaveta
de Nuvens), lê a parte sobre ‘Coesão’ (as páginas iniciais, sobre coerência,
podes olhá-las com menos atenção); no manual, as pp. 386-388 tratam dos mesmos
assuntos. Relanceia a ficha ‘Texto e textualidade’ (coerência e coesão) no Caderno de Atividades (pp. 32-33), que
reproduzirei já com soluções.
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