Saturday, August 29, 2020

Aula 39-40

 

Aula 39-40 (24 [4.ª], 26 [3.ª, 2.ª, *5.ª], 30/nov [*1.ª]) {*por classroom} Segue-se um resumo do capítulo III do «Sermão de Santo António aos Peixes», tirado de um livro para crianças (Padre António Vieira, Sermão de Santo António aos Peixes, adaptado para os mais novos por Rui Lage; ilustrações de André Letria; Quasi, 2008) e completado por mim num dos parágrafos.

Lê o resumo e completa o quadro a seguir. (Podes dar uma vista de olhos ao trecho do cap. III que está no manual, na p. 47.)

[p. 47, ll. 1-4] Apenas de alguns de vós, irmãos peixes, falarei agora.

[manual omite] O primeiro tem lugar na Escritura, é o peixe de Tobias. Ia Tobias pela margem de um rio, quando um peixe enorme veio na sua direção para o comer. O anjo Rafael disse a Tobias que arrastasse o peixe pela barbatana e lhe retirasse as entranhas, já que o fel (a bílis) lhe seria útil, para curar a cegueira, e o coração, para vencer os demónios. Com efeito, o fel serviria para aplicar nos olhos do pai de Tobias, que, sendo cego, logo recuperou a visão. Quanto ao coração, queimada uma sua parte, fez afastar um demónio que assaltara o próprio Tobias.

[p. 47, ll. 5-34] Quem haverá que não louve e admire muito a rémora, peixinho tão pequeno no corpo e tão grande na força, que, não sendo maior que um palmo, quando se pega ao leme de uma nau da Índia a prende e amarra mais que as próprias âncoras? Oh, se houvesse uma rémora na terra que tivesse tanta força como a do mar, menos perigos haveria na vida e menos naufrágios no Mundo!

[manual omite] Não menos admirável é a tremelga, ou raia elétrica, a que os latinos chamaram torpedo. Cá a conhecemos mais de fama que de vista. Mas com as grandes virtudes é assim: quanto maiores são, mais se escondem. O pescador segura a cana na mão e deixa o anzol ir ao fundo; mal a raia morde o isco, começa a tremer-lhe o braço. De maneira que passa a força da boca do peixe ao anzol, do anzol a linha, da linha à cana e da cana ao braço do pescador. Oxalá aos padres, pescadores da terra, lhes tremesse assim o braço do esforço de tanto pescarem almas! Tanto pescar e tão pouco tremer!

[manual omite] Navegando daqui para o Pará, vi correr pela tona da água, aos saltos, um cardume de peixinhos que não conhecia. Disseram-me que lhes chamavam quatro-olhos, e na verdade me pareceu que eram quatro os seus olhos, em tudo perfeitos. «Dá graças a Deus», disse a um destes peixes, pois às águias, que são os linces do ar, deu-lhes a natureza somente dois olhos, e aos linces, que são as águias da terra, também dois; e a ti, peixinho, quatro.

A razão dos quatro-olhos é a de que estes peixinhos, que andam sempre na superfície da água, não só são perseguidos por outros peixes mas também por aves marítimas que vivem na costa. Como têm inimigos no mar e inimigos no ar, dobrou-lhes a natureza as sentinelas e deu-lhes quatro olhos. Ensinou-me esse peixinho que tanto devo olhar para cima, onde há o azul do céu e nuvens que passam, cheias de sonhos, como para baixo, onde há terra, respeitando a natureza e vivendo em harmonia com bichos e homens.

[manual omite] Por fim, irmãos peixes, dou-vos graças porque ajudais os mais pobres. Elogiem-se na mesa dos ricos as aves e os animais terrestres com que se fazem esplêndidos banquetes, mas vós, peixes, continuai a alimentar os pobres, e sereis recompensados. Tomai o exemplo das irmãs sardinhas. Porque cuidais que as multiplica o Criador em tão grande número? Porque são sustento de pobres. As solhas e os salmões são raros, porque se servem à mesa dos reis e dos poderosos, mas o peixe que sustenta a fome dos pobres, a esse, Cristo o multiplica e aumenta.

Peixe

Característica boa (que deve servir de exemplo aos homens)

Peixe de Tobias

As suas entranhas deitavam um fel que _____________________.

Rémora

Apesar de pequeno, fixando-se ao leme de um barco, _________________.

Torpedo (raia elétrica)

Quando toca no isco, _____________________.

Quatro-olhos

Os seus quatro olhos permitem que _____________________________.

Sardinha

Serve de _______________________.

Vê a correção (nesta apresentação com a gravação também dos meus comentários orais):

Vê também este clip com rémoras (interessa só o primeiro minuto e meio):

Na p. 46, depois de leres as definições de tipos de argumentos ao cimo, faz a correspondência pedida na metade inferior da mesma página («Leitura, 1»).

Excerto textual a = __ ({hesito}); b = __; c = __; d = __; e = __; f = __.

Repara agora também nesta outra classificação de tipos de argumentos (que inclui dois da do manual):

Argumento por analogia — Assimilação de uma relação geralmente conhecida a outra, que pode ser mais problemática. Aproximam-se dois fenómenos particulares. A refutação típica de um argumento por analogia é «não se podem comparar coisas que não são comparáveis». No campo jurídico, o precedente implica um argumento analógico.

Argumento dedutivo (dedução) — Passagem de proposições, tomadas como premissas, para uma nova proposição, que é a sua consequência necessária. Trata-se de um argumento «lógico»: «Todos os homens são mortais | Arnaldo é homem | Arnaldo é mortal».

Argumento indutivo (indução) — Passagem do particular para o geral. Partindo de um facto, observação, experiência, conclui-se uma lei geral (estamos no domínio da probabilidade): «A água do Tejo, do Douro, do Mondego é doce | O Tejo, o Douro, o Mondego são rios | A água dos rios é doce».

Argumento de autoridade — Citação de alguém reconhecido como autoridade na matéria em causa.

[usei sobretudo: Rui Alexandre Grácio, Vocabulário Crítico de Argumentação, Coimbra, Grácio Editor, 2013]

Na p. 53, resolve o ponto A, atentando na diferença entre discurso fechado e discurso aberto.

R.: A ordem seria (só o ponto 3 está fora do seu lugar): __, 1, __, __, __, 6.

Em B, dá-se-te um exemplo de exemplo («Gil Vicente, no Auto da Barca do Inferno, utiliza as seguintes figuras alegóricas: o Anjo e o Diabo»), para que digas qual seria o argumento que ele poderia vir apoiar, vir a ilustrar.

R.: O exemplo dado parece adequar-se mais ao argumento ___ («A alegoria possibilita a reflexão crítica de uma forma indireta»).

Em C, são argumentos os números __, __, 6; e exemplos, __, __, 5.

Depois de vermos dois trechos de episódios da segunda temporada do Programa do Aleixo, completa.

episódio 1 (vê só de 1.20 a 5.10):

episódio 3 (vê só de 0.45 a 4.40):

No episódio 1 é discutida a tese «É preferível urinar-se no ____________». Nesse «Debate Tipo Prós & Contras», a referida tese é ________ por uns (Busto, Nélson) e refutada por outros (Renato, Bussaco, Bruno).

Os «argumentos» — na verdade, não se trata de argumentos bem formulados, mas podemos reconstituir as premissas em que se fundariam —, em apoio ou em prejuízo da _____, podem exemplificar a tipologia na página anterior (nota, porém, que este exercício é bastante amador — é bem provável que estes «argumentos» pudessem ser escrutinados de outro modo):

Completa com dedutivo / indutivo / por analogia / de autoridade

Faço na mata porque o chichi também é natureza (Bussaco)

{Mata integra natureza / Chichi lembra natureza / Chichi deve fazer-se na mata}

Argumento _____

Faço no duche porque uma vez saí do banho para fazer chichi e, quando voltei para o banho, já não havia água. (Nélson)

{Uma vez saí do banho e deixou de haver água / Presumo que todas as vezes que saia do banho faltará a água}

Argumento _____

Não havia água, porque puxaste o autoclismo. (Renato)

{Inválido, porque pode haver outros motivos para faltar a água}

Argumento indutivo

Se não puxasse, ficava a casa de banho a cheirar a chichi. (Nélson)

{Se o chichi ficar na retrete, a casa de banho cheirará mal / Se não puxar o autoclismo, o chichi fica na retrete / Se não puxar o autoclismo, a casa de banho cheirará mal}

Argumento _____

Se se fizer chichi no banho, poupam-se descargas de autoclismo. (Busto)

{Se se fizer chichi no banho, usa-se menos vezes a sanita / Se se usar menos vezes a sanita, poupam-se descargas do autoclismo / Se se fizer chichi no banho, poupam-se descargas do autoclismo}

Argumento _____

Ao contrário da água dos autoclismos, que vai para o mar, a do duche volta a ser distribuída; por isso, se se fizer chichi no duche, beberemos a nossa urina. (Bruno)

Argumento _____, assente em premissa falsa

A água com detergente das casas de banho vai para a piscina, porque a piscina tem um cheiro característico e é azul, e a água com detergente tem um cheiro característico e é azul. (Nélson)

{Inválido, porque o cheiro característico não tem de vir obrigatoriamente da água com detergente}

Argumento _____

No episódio 3, Renato alega que «uma vez, um homem morreu depois de ter bebido por latas com urina de rato», o que constitui um argumento _______ (se isso aconteceu uma vez, é de prever que aconteça assim mais vezes).

Falta-nos um exemplo de argumento de autoridade, mas podíamos inventá-lo: {sobre a tese ‘Beber diretamente da lata é perigoso’}: «. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .».

Vê as correções (que irei comentando), e também já a explicação da tarefa de escrita:

O que te peço são os dois parágrafos (com dois argumentos e respetivos exemplos — um ou dois por cada argumento) que são pedidos no cimo da p. 53 (Escrita). Argumentos podem ser favoráveis ou desfavoráveis à tese. (Tanto podes escolher ambos favoráveis ou desfavoráveis, como usares um de cada posição.)

O tema não será o do manual, mas este (apresento-o já em forma de tese):

«As touradas devem ser mais taxadas que outros espetáculos.» (Na gravação com a correção sobre argumentos, expliquei brevemente o que significava taxar um espetáculo mais do que os outros.)

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

(Os colegas do 11.º 1.ª podem fazer em papel e levar-me estes parágrafos na quarta, dia 2; a turma 11.º 5.ª deve descarregar os seus parágrafos, em manuscrito (imagem) ou em Word.)

TPC — Avança mesmo na leitura.

 

 

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