Aula 39-40
Aula 39-40 (24
[4.ª], 26 [3.ª, 2.ª, *5.ª], 30/nov [*1.ª]) {*por classroom} Segue-se um resumo do capítulo III do «Sermão de Santo António aos Peixes», tirado de um
livro para crianças (Padre António Vieira, Sermão
de Santo António aos Peixes, adaptado para os mais novos por Rui Lage;
ilustrações de André Letria; Quasi, 2008) e completado por mim num dos parágrafos.
Lê o resumo e completa o
quadro a seguir. (Podes dar uma vista de olhos ao trecho do cap. III que está
no manual, na p. 47.)
[p. 47, ll. 1-4] Apenas de alguns de vós,
irmãos peixes, falarei agora.
[manual omite] O primeiro tem lugar na
Escritura, é o peixe de Tobias. Ia
Tobias pela margem de um rio, quando um peixe enorme veio na sua direção para o
comer. O anjo Rafael disse a Tobias que arrastasse o peixe pela barbatana e lhe
retirasse as entranhas, já que o fel (a bílis) lhe seria útil, para curar a
cegueira, e o coração, para vencer os demónios. Com efeito, o fel serviria para
aplicar nos olhos do pai de Tobias, que, sendo cego, logo recuperou a visão.
Quanto ao coração, queimada uma sua parte, fez afastar um demónio que assaltara
o próprio Tobias.
[p. 47, ll. 5-34] Quem haverá que não louve e admire muito a rémora, peixinho tão pequeno
no corpo e tão grande na força, que, não sendo maior que um palmo,
quando se pega ao leme de uma nau da Índia a prende e amarra mais que as
próprias âncoras? Oh, se houvesse uma rémora na terra que tivesse tanta força
como a do mar, menos perigos haveria na vida e menos naufrágios no Mundo!
[manual omite] Não menos admirável é a tremelga, ou raia elétrica, a que os
latinos chamaram torpedo. Cá a conhecemos mais de fama que de vista. Mas com as grandes virtudes é assim: quanto
maiores são, mais se escondem. O pescador segura a cana na mão e deixa o
anzol ir ao fundo; mal a raia morde o isco, começa a tremer-lhe o braço. De maneira
que passa a força da boca do peixe ao anzol, do anzol a linha, da linha à cana
e da cana ao braço do pescador. Oxalá
aos padres, pescadores da terra, lhes tremesse assim o braço do esforço
de tanto pescarem almas! Tanto pescar e
tão pouco tremer!
[manual omite] Navegando daqui para o Pará, vi
correr pela tona da água, aos saltos, um cardume de peixinhos que não conhecia.
Disseram-me que lhes chamavam quatro-olhos,
e na verdade me pareceu que eram quatro os seus olhos, em tudo perfeitos. «Dá graças a Deus»,
disse a um destes peixes, pois às águias, que são os linces do ar,
deu-lhes a natureza somente dois olhos, e aos linces, que são as águias da
terra, também dois; e a ti, peixinho, quatro.
A
razão dos quatro-olhos é a de que estes peixinhos, que andam sempre na
superfície da água, não só são perseguidos por outros peixes mas também por
aves marítimas que vivem na costa. Como têm inimigos no mar e inimigos no ar,
dobrou-lhes a natureza as sentinelas e deu-lhes quatro olhos. Ensinou-me esse
peixinho que tanto devo olhar para cima, onde há o azul do céu e nuvens que
passam, cheias de sonhos, como para baixo, onde há terra, respeitando a
natureza e vivendo em harmonia com bichos e homens.
[manual omite] Por fim, irmãos peixes, dou-vos graças
porque ajudais os mais pobres. Elogiem-se
na mesa dos ricos as aves e os animais terrestres com que se fazem esplêndidos
banquetes, mas vós, peixes, continuai a alimentar os pobres, e sereis
recompensados. Tomai o exemplo das
irmãs sardinhas. Porque cuidais que as multiplica o Criador em tão
grande número? Porque são sustento de pobres. As solhas e os salmões são
raros, porque se servem à mesa dos reis e dos poderosos, mas o peixe que
sustenta a fome dos pobres, a esse, Cristo o multiplica e aumenta.
Peixe |
Característica boa (que
deve servir de exemplo aos homens) |
Peixe
de Tobias |
As
suas entranhas deitavam um fel que _____________________. |
Rémora |
Apesar
de pequeno, fixando-se ao leme de um barco, _________________. |
Torpedo
(raia elétrica) |
Quando toca no isco, _____________________. |
Quatro-olhos |
Os
seus quatro olhos permitem que _____________________________. |
Sardinha |
Serve
de _______________________. |
Vê a
correção (nesta apresentação com a gravação também dos meus comentários orais):
Vê também este clip com
rémoras (interessa só o primeiro
minuto e meio):
Na p. 46, depois de leres
as definições de tipos de argumentos ao cimo, faz a correspondência
pedida na metade inferior da mesma página («Leitura, 1»).
Excerto textual a = __ ({hesito}); b = __; c = __; d = __; e = __; f = __.
Repara
agora também nesta outra classificação de tipos de argumentos
(que inclui dois da do manual):
Argumento por analogia — Assimilação de uma
relação geralmente conhecida a outra, que pode ser mais problemática.
Aproximam-se dois fenómenos particulares. A refutação típica de um argumento
por analogia é «não se podem comparar coisas que não são comparáveis». No campo
jurídico, o precedente implica um
argumento analógico.
Argumento dedutivo
(dedução) —
Passagem de proposições, tomadas como premissas, para uma nova proposição, que
é a sua consequência necessária. Trata-se de um argumento «lógico»: «Todos os
homens são mortais | Arnaldo é homem | Arnaldo é mortal».
Argumento indutivo
(indução) —
Passagem do particular para o geral. Partindo de um facto, observação,
experiência, conclui-se uma lei geral (estamos no domínio da probabilidade): «A
água do Tejo, do Douro, do Mondego é doce | O Tejo, o Douro, o Mondego são rios
| A água dos rios é doce».
Argumento de autoridade — Citação de alguém
reconhecido como autoridade na matéria em causa.
[usei
sobretudo: Rui Alexandre Grácio, Vocabulário
Crítico de Argumentação, Coimbra, Grácio Editor, 2013]
Na p. 53, resolve o ponto A, atentando na
diferença entre discurso fechado e discurso aberto.
R.: A ordem seria (só o ponto
3 está fora do seu lugar): __, 1, __, __, __, 6.
Em B, dá-se-te um exemplo de exemplo («Gil Vicente, no Auto da
Barca do Inferno, utiliza as seguintes figuras alegóricas: o Anjo e o
Diabo»), para que digas qual seria o argumento
que ele poderia vir apoiar, vir a ilustrar.
R.: O exemplo dado
parece adequar-se mais ao argumento ___ («A alegoria possibilita a
reflexão crítica de uma forma indireta»).
Em C, são argumentos os números __, __, 6;
e exemplos, __, __, 5.
Depois de vermos dois trechos de episódios da
segunda temporada do Programa do Aleixo,
completa.
episódio
1 (vê só de 1.20 a 5.10):
episódio
3 (vê só de 0.45 a 4.40):
No episódio 1 é discutida a tese «É preferível
urinar-se no ____________». Nesse «Debate Tipo Prós & Contras», a referida
tese é ________ por uns (Busto, Nélson) e refutada por outros (Renato, Bussaco,
Bruno).
Os «argumentos» — na verdade, não se trata de
argumentos bem formulados, mas podemos reconstituir as premissas em que se
fundariam —, em apoio ou em prejuízo da _____, podem exemplificar a tipologia
na página anterior (nota, porém, que este exercício é bastante amador — é bem
provável que estes «argumentos» pudessem ser escrutinados de outro modo):
Completa
com dedutivo / indutivo / por analogia / de autoridade |
|
Faço na mata porque o chichi também é natureza
(Bussaco) {Mata integra natureza / Chichi lembra natureza
/ Chichi deve fazer-se na mata} |
Argumento _____ |
Faço no duche porque uma vez saí do banho para
fazer chichi e, quando voltei para o banho, já não havia água. (Nélson) {Uma vez saí do banho e deixou de haver água /
Presumo que todas as vezes que saia do banho faltará a água} |
Argumento _____ |
Não havia água, porque puxaste o autoclismo.
(Renato) {Inválido, porque pode haver outros motivos para
faltar a água} |
Argumento indutivo |
Se não puxasse, ficava a casa de banho a cheirar
a chichi. (Nélson) {Se o chichi ficar na retrete, a casa de banho
cheirará mal / Se não puxar o autoclismo, o chichi fica na retrete / Se não
puxar o autoclismo, a casa de banho cheirará mal} |
Argumento _____ |
Se se fizer chichi no banho, poupam-se descargas
de autoclismo. (Busto) {Se se fizer chichi no banho, usa-se menos vezes
a sanita / Se se usar menos vezes a sanita, poupam-se descargas do autoclismo
/ Se se fizer chichi no banho, poupam-se descargas do autoclismo} |
Argumento _____ |
Ao contrário da água dos autoclismos, que vai
para o mar, a do duche volta a ser distribuída; por isso, se se fizer chichi
no duche, beberemos a nossa urina. (Bruno) |
Argumento
_____, assente em premissa falsa |
A água com detergente das casas de banho vai
para a piscina, porque a piscina tem um cheiro característico e é azul, e a
água com detergente tem um cheiro característico e é azul. (Nélson) {Inválido, porque o cheiro característico não
tem de vir obrigatoriamente da água com detergente} |
Argumento _____ |
No episódio 3, Renato alega que «uma vez, um homem
morreu depois de ter bebido por latas com urina de rato», o que constitui um
argumento _______ (se isso aconteceu uma vez, é de prever que aconteça assim
mais vezes).
Falta-nos um exemplo de argumento de autoridade,
mas podíamos inventá-lo: {sobre a tese
‘Beber diretamente da lata é perigoso’}: «. . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . .».
Vê as correções (que irei
comentando), e também já a explicação da tarefa de escrita:
O que te peço são os dois
parágrafos (com dois argumentos e respetivos exemplos — um ou dois por cada
argumento) que são pedidos no cimo da p. 53 (Escrita). Argumentos podem
ser favoráveis ou desfavoráveis à tese. (Tanto podes escolher ambos favoráveis
ou desfavoráveis, como usares um de cada posição.)
O tema não será o do
manual, mas este (apresento-o já em forma de tese):
«As touradas devem ser
mais taxadas que outros espetáculos.» (Na gravação com a correção sobre
argumentos, expliquei brevemente o que significava taxar um espetáculo mais do
que os outros.)
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(Os
colegas do 11.º 1.ª podem fazer em papel e levar-me estes parágrafos na quarta,
dia 2; a turma 11.º
5.ª deve descarregar os seus parágrafos, em manuscrito (imagem) ou em Word.)
TPC — Avança mesmo na
leitura.
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