Olimpíadas da Cultura Clássica, trabalhos premiados
Para as denominadas «Olimpíadas da Cultura Clássica», a escola escolheu três trabalhos, que enviou a concurso, os vídeos de B. Entrezede, Guilherme, Mafalda F., Natacha (11.º 5.ª), «Dido e Eneias, o musical»; de Marta (11.º 2.ª), «Perseu e Andrómeda — a magia das armas que sangram amor»; e de Eduardo, Júlia, Margarida, Rodrigo (11.º 4.ª), «Os deuses é que escolhem as maravilhas dos homens». Por sinal, cada um destes filmes tratava um dos três temas da edição deste ano deste concurso: (i) Dido e Eneias; (ii) Perseu e Andrómeda; (iii) Maravilhas da Antiguidade. O trabalho de Marta obteve o 1.º lugar neste concurso nacional; os também excelentes outros dois trabalhos tiveram menções honrosas. SEguem-se os vídeos:
[Dido e Eneias]
B. Entrezede, Guilherme, Mafalda, Natacha (11.º 5.ª) — «Dido e Eneias, o Musical»
(Muito Bom)
Já o
tenho dito outras vezes. O vídeo, o cinema, implica planificar, coordenar,
obriga a que nada seja feito sobre o joelho (texto, música, espaços). Também é
uma arte de composição a partir de outras artes. Ora, neste trabalho, entrou a
literatura — escrita de poemas e de texto —, a literatura-história — o
conhecimento da Eneida e da
mitologia —, a música — criação das composições —, a dança/ginástica —
coreografia e execução —, a própria história do cinema, na medida em há uma
óbvia intertextualidade com filmes musicais. O grande mérito deste grupo foi
saber planear tudo de modo a que, em relativamente pouco tempo de filme, tenhamos
imensas coisas e tão diversificadas. Todas as peripécias do mito em causa —
que, como sempre nas narrativas da antiguidade e na mitologia, não são poucas —
são percorridas por alusões em composições musicais, na história de adormecer
ou na representação. Só não gosto, no genérico final, de «lyrics» (preferia, em
português, «letra da canção»). Aí, no genérico, anotei que um dos «câmaras» foi
o Tiago.
[Perseu e Andrómeda]
Marta (11.º 2.ª) — «Perseu e Andrómeda: a magia das armas que sangram amor» (Muito Bom)
Tal
como em outros vídeos de Marta fugiu-se à abordagem informativa ou de simples
relato do tópico de que se trata e preferiu-se adotar formato de criação mais
poética que, ainda assim, tem como pano de fundo o mito de Perseu e Andrómeda.
O resultado é requintado, metafórico, difícil (permite muitas leituras),
constituindo um objeto com bom gosto (destaco também o tratamento da imagem e
do som), que vale por si próprio, mesmo fora do contexto escolar ou de concurso
sobre cultura clássica.
[Maravilhas da
antiguidade]
Eduardo, Júlia, Margarida, Rodrigo (11.º 4.ª) — «As sete maravilhas do
mundo antigo [proponho eu este outro título: ‘Os deuses é decidem as maravilhas
dos homens’]» (Muito Bom)
Receava
que o tratamento de um assunto destes tivesse demasiado de wikipédico e pouco
de literário, criativo, expressivo. Ora o grupo teve uma ideia engenhosa, a de
pôr deuses a eleger as maravilhas dos humanos: com isso, alargou o assunto
clássico à mitologia e conseguiu pretexto para situação paródica, que levou a
um texto bem escrito, engraçado, inteligente, sem humor falhado (não é fácil!)
e a bons exercícios de representação (destaco Eduardo, num papel com mais risco).
Fizeram-no sem erros (e não é fácil citar tantos nomes antigos sem cair em
algum lapso). A ideia foi além disso bem acabada, não ficou a meio (veja-se a
solução para a maravilha egípcia e para as outras que ficavam a faltar ainda).
Assumira-se entretanto que a parte informativa era momento secundário, sem que
se deixasse de ir debitanto os dados que o assunto do concurso exigia, mas não
investindo demasiado nesses assumidos trechos de leitura de cábulas.
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