Os Maias 15
Leonor (11.º 9.ª)
Leonor
(Bom (-)) Pontos fortes Aspetos técnicos e bom
gosto (há facilidade, intuição estética, criatividade, originalidade, noção de
como se faz cinema). Por exemplo, há competência na realização e montagem, estão
bem pensadas e executadas as cenas de ligação, com boas representação de Leonor
(e de outra colega), enfim, o filme «vê-se bem», a vertente ‘cinema’
foi conseguida; falta mais investimento na parte ‘mostrar conhecimento da obra’
(diria que
o conselho exibido no último slide é também apropriado à autora,
embora até perceba que a intenção era mesmo fazer auto-ironia). Aspetos
melhoráveis Em termos mais estritamente escolares, há sobretudo leitura em
voz alta, já que o texto do diário pouco altera o que vem no livro (como se se a
autora se refugiasse em aspetos de forma-arte, em que esteve muito bem, mas tivesse
descartado o conteúdo mais queirosiano). A corrigir: falta acento em «capítulo»,
logo no início; no slide final, Os Maias
tem de ficar em itálico (ou sublinhado, se não houver itálico; mas deve
reconhecer-se que, no princípio do filme, o título aparecia bem grafado); «tivera
uma irmã que morrera[,] de dois anos» (seria melhor: tivera uma irmã, de dois
anos, que morrera» ou «que morrera com apenas dois anos»); «um diário, que tem
aqui coisas escritas» (que surpresa, um diário com texto!); «Sédan» não pode
ser pronunciado à inglesa, é um topónimo de língua francesa ([sêdã], lido sem que haja tónica especificamente na penúltima sílaba, mas, de certo modo, como aguda).
Madalena (11.º 4.ª)
Madalena
(Bom (-) ou Bom-/Bom(-)) Pontos fortes Justaposição de dois
narradores (Carlos e Ega), para assim cobrir todo o capítulo. Estratégia de
usar mensagens escritas (aliás de diferentes meios contemporâneos: facebook,
twitter, etc.), que alternam com a narração, permitindo que, embora o filme
assente na verdade sobre simples relatos (e relativamente idênticos aos do
original de Eça), se consiga conferir ao trabalho variedade e ritmo. Leitura em
voz alta muito segura. Asseio técnico (som, montagem). Aspetos melhoráveis Teria evitado os slides googlados que ilustram
o que vai sendo dito (mesmo quando exigiram até algum tratamento posterior da
autora, com sinaléticas adicionadas); ao contrário, os das mensagens escritas
reproduzidas são muito pertinentes, é claro. A corrigir (na primeira mensagem):
«*espavoniar» (pavonear/espaventar).
Margarida & Pedro
(11.º 3.ª)
Pedro
& Margarida (Muito Bom (-)) Pontos fortes Transposição para a época
contemporânea através de criação de um Alta
definição com Maria Eduarda. O pastiche está muito bem concebido e executado
(texto, que não se limita a integrar o enredo do livro mas faz a sua «translação»
para o novo contexto, televisivo e do XXI; representação; montagem, que faz que
o ritmo se aproxime bastante do do programa-fonte). Já salientei representação
(sobretudo a de Margarida, que desempenha excelentemente o seu papel; Pedro tem
menos texto, o que se compreende porque é assim mesmo no programa cujo formato estavam
a imitar, mas também segue o perfil do apresentador, naturalmente mais apagado e,
no entanto, insinuando o mesmo tom intimista usado por D. O.). Aspetos melhoráveis A corrigir: «covardia»
(é preferível «cobardia»; a forma «covardia» existe também, mas tem sabor ora
arcaico ora regional ora diastrático).
Henrique (11.º 2.ª)
Henrique
(Bom (-)) Pontos fortes Criação de monólogo de um
jornalista de jornal tabloide para abordar o enredo do capítulo no que se refere à
difamação engendrada por Dâmaso. Foi bem imaginada a situação; o texto consegue
ser irónico, ancorando-se quer na crítica ao jornalismo moderno quer na personalidade
de Salcede. Representação, ou leitura expressiva, boa também. Capacidades técnicas.
Aspetos melhoráveis Slides inseridos
(googlados) prejudicam a coerência do todo, embora perceba que muitos deles sejam
espécie de comentário exterior do autor e, com efeito, tenham humor. A corrigir:
«*em que águas anda-se a meter» («em que águas se anda a meter», porque ser uma
estrutura subordinada impede a ênclise, obrigando a que o pronome fique antes
do verbo); «satisfatoriamente aceito a sua proposta» («com satisfação»; «satisfatoriamente»
tem outro sentido, o de ‘razoavelmente’, ‘aceitavelmente’); «*preocupar sobre a
qualidade de vida dos meus filhos» («preocupar com a» ou «preocupar quanto à»);
«*algo que lhe apenas vai chamar» («algo que apenas lhe vai chamar»); «que
recebo esse merecimento» («que recebo o reconhecimento desse mérito»).
Carolina (11.º 2.ª)
Carolina
(Suficiente/Suficiente (-)) Pontos fortes Leitura em voz alta mostra
facilidade (não parece ter sido muito preparada, mas percebe-se que Carolina
consegue ser expressiva, quando é preciso, embora devesse ser menos rápida). No
texto criado há apartes ao relato principal, fora do texto de Eça e em
linguagem coloquial, que foram bem pensados. Aspetos melhoráveis Houve pouco investimento neste trabalho (imagem
quase única e nem mesmo essa original; texto também acaba por seguir muito o do
próprio livro de Eça, apesar das tais pequenas inserções que elogiei). A
corrigir: num dos slides iniciais, falta acento em «página».
#
<< Home