Os Maias 11
Sara (11.º 5.ª)
Sara (Bom ou Bom (-)) Pontos fortes Originalidade, criatividade,
demonstradas na reflexão no texto escrito, no recurso à metáfora do dominó e
sua relação com as imagens. Ideia lembra uma corrente de estudo da história que
se funda precisamente na ponderação dos efeitos de circunstâncias alternativas.
Boa leitura (mas hesitação em «família que a tinha criado» [cerca de 1.30], que
impunha a repetição da gravação: num trabalho destes espera-se que haja muitas
tentativas até se chegar à melhor versão; em 2.18, não se percebe bem, mas, se é «despenhado
um contra o outro», não é boa redação). Aspetos
melhoráveis Abordagem é fundamentalmente expositiva (sugerira que o
evitassem e optassem por estratégia menos escolar, mais transgressora) e há certa
economia de meios em termos de imagens (duas, embora bem imaginadas). A corrigir:
«enfatuado pela Gouvarinho» não me parece o ideal (seria ‘enfeitiçado pela
Gouvarinho’?); «*se Carlos tivesse afastado-se» (se Carlos se tivesse
afastado); «e não tivesse desfalecido nessa decisão» (e não tivesse fraquejado
nessa decisão / retrocedido nessa decisão / recuado ... / cedido... / desistido
dessa ...).
Clara (11.º 4.ª)
Clara
(Bom+/Muito Bom- ou mesmo Muito Bom-) Pontos fortes Muito boa construção da
narrativa, através de cirúrgica mudança da intriga (Carlos opta por Gouvarinho,
em detrimento de Eduarda, após recuperação de Sara). Bom gosto, domínio
técnico, apurado sentido do estilo gráfico e de como funciona o cinema (por
exemplo, na repetição da cena para se perceber o contraste das duas evoluções
do enredo usa-se um recurso de certo cinema experimental). Boa leitura em voz
alta, talvez com, por vezes, ligeiríssimos entaramelamentos (sim, a palavra é
um pouco ridícula; no fundo, há breves momentos em que a fluência não é
extraordinária, como se tivéssemos de falar enquanto comíamos um bife à
Império, aliás um naco de pão embebido no molho sobrante, confirmando-se entretanto
que, infelizmente, o nível das batatas fritas já não é o mesmo — também aqui, num
segundo tudo se alterou irreversivelmente). Aspetos
melhoráveis A corrigir: pronúncia de «*conde[n]sa» (condessa — o erro, que
quase não se nota, resulta de uma assimilação: nasaliza-se a segunda sílaba por
influência da sílaba inicial, essa, sim, nasal); «que me começava a não
parecer», não sendo incorreto, é menos elegante do que «que começava a não me
parecer»; «que me tinham sido entregues esta manhã» (talvez: «naquela manhã»).
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