Viagens do 10.º 5.ª
Ficam as crónicas de viagem (por vezes, mais
relatos de viagem do que crónicas) cujas reformulações me foram enviadas. As
classificações — que acabam por se reportar à primeira versão, a não ser quando
pude notar que não foram lançadas as emendas que introduzira — ficam junto do
nome dos autores. Nesta versão não pus, em geral, as fotografias.
A caminhar pelo Rio
Ainda hoje me
pergunto se o Rio de Janeiro é só mais uma cidade ou se é “a” cidade. Mas o
Brasil não é só praias, bares, homens com um sotaque no mínimo sensual, ou
aquelas “Misses Universo” todas descascadas por causa do “sol”.
Apesar da beldade, é
um país pobre e, consequentemente, perigoso. O nosso guia (encontrava-me numa
excursão com mais um grupo de turistas e a minha família) avisou-nos de imediato
para deixarmos no hotel objetos de valor e, mesmo em termos de roupa, não
levarmos nada de marcas (senão, até nus nos deixavam).
Outra coisa
intrigante de que me apercebi durante a ida ao Rio foi o sotaque brasileiro. De
facto, era muito diferente do nosso. Lembro-me que pedi um gelado num café no
centro da cidade e o empregado ficou a olhar para mim com cara de parvo. Lá,
não é gelado, é sorvete, e, depois de descobrir isso, fui capaz de esclarecer o
meu pedido. A seguir ao gelado, ou melhor, sorvete, seguia-se o grandiosíssimo
Cristo Redentor. Era enorme, mas apesar da sua grandeza, era-me familiar. De
facto, já tinha visto um parecido em Portugal mesmo ao lado da ponte 25 de
Abril. Mas a verdade é que quem imitou fomos nós. Então, achei por bem, manter-me
no meu canto quando perguntaram se alguém tinha vindo de Portugal na excursão,
com medo de ser acusado de habitante do país que plagia.
E agora, a parte
menos boa desta cidade soalheira, as favelas, conhecidas pelos portugueses
igualmente como “bairros de lata”. Uma grande percentagem da população com
menor poder económico encontrava-se nesses aglomerados. Obviamente que não
entrámos nas favelas propriamente ditas. O nosso guia avisou-nos sobre a
hostilidade comum dos residentes, caracterizou a informação passada pelos media
sobre as favelas como um puro eufemismo, e disse que nos devíamos manter à
distância. Tenho de admitir que até me arrepiei. Passámos só ao longe, mas deu
para entender que as condições nessas micro-sociedades eram, no mínimo, deploráveis.
Mas, como não havia nada a fazer em relação a essa situação, a visita
continuara.
Para nos locomovermos pela cidade utilizámos o
bonde (conhecido como “elétrico” em Portugal). Utilizámos o mesmo para fazer
uma travessia sobre o antigo aqueduto, hoje também o cartão postal chamado
“Arcos da Lapa”, de modo a atravessarmos mais uma parte da cidade. Além de ser
uma atração de passeio na cidade e ser amarelo hoje em dia, é também um meio de
transporte real para os moradores do bairro.
Próximo da estação do
Largo dos Guimarães situa-se o Museu do bonde, de visita gratuita, onde
passámos praticamente o resto do dia.
Rodrigo [S+]
Caminhos
Encantados
Quando nasci, já tinha a minha irmã sete anos.
Tudo o que foi dela passou para mim e sempre tive uma pessoa para me guiar pela
juventude. Fui então criada no meio de filmes de princesas e de contos
fantásticos da Disney que a minha mana via. Ainda me lembro das cassetes que,
já há algum tempo, foram arrumadas na minha arrecadação em São Marcos.
Assim, com esta infância, sempre quis ver um
castelo encantado e falar com princesas
a sério. Por isso, um pouco antes de eu fazer oito anos, os meus pais
anunciaram que iríamos à Disneyland Paris, o sítio onde o mágico vem à vida.
Pensei que seria a primeira vez que iria andar
de avião, mas, surpreendentemente, os meus pais decidiram fazer a viagem de ida
e de volta de carro para experienciarmos o percurso pelas estradas de Portugal,
Espanha e França.
Naquele dia de manhã, pusemos as malas no carro
e arrancámos. Eu era muito nova, mas vou tentar contar todos os detalhes de que
me lembro.
A viagem de ida foi de dois dias, um grande
período de tempo para uma menina de oito anos, mas, mesmo com esta idade, não
quis dormir e preferi passar o tempo a olhar pela janela do carro.
Durante o primeiro dia, passámos rapidamente por
uma das fronteira mais antigas do mundo, a fronteira Portugal-Espanha.
Lembro-me de ficar espantada por estar noutro país. Acreditava que estaria num
reino longínquo onde viveria aventuras.
Lembro-me também da música dentro do carro para
nos entretermos. Era dos Queen, um grupo musical que a minha mãe e a minha irmã
adoravam, e que hoje em dia toda a família adora, e íamos todos a cantar aos
berros a acompanhar a música.
O primeira dia acabou num pequeno hotel no norte
de Espanha. Já estávamos todos cheios de sono, mas lembro-me vivamente da minha
felicidade ao ir dormir na parte de cima de um beliche pela primeira vez.
Já no segundo dia, arrancámos bem cedo, para
ainda chegarmos de dia a Paris.
Passámos pelos Pirenéus, a fronteira natural
entre Espanha e França. Admito que a vista era muito bonita, mas não acredito
que ultrapassasse a de um dia de neve na Serra da Estrela.
Chegámos a Paris ainda com o sol no céu. Já
estávamos na cidade do amor. Lembro-me de sair do carro e de ouvir um senhores
a falarem perto de nós. O sotaque era-me estranho, assim como as palavras, mas
a fluidez agradou-me assim como a paisagem.
Passámos a maior parte dos dias na Disneyland, a
ver o parque e a andar nas diversões, mas o último dia foi para passear pela
cidade de que tanto ouvíramos falar.
Passeámos por barco no rio Sena, e lembro-me de
compará-lo ao rio Tejo, que era mais largo e escuro. Subimos até ao topo da
torre Eiffel. Felizmente, não tinha vertigens e pude aproveitar a vista da
cidade de Paris. E andar pela cidade a ver os seus famosos monumentos e as suas
ruas históricas. Também comi os famosos croissants, mas ainda hoje não trocaria
os nossos pastéis de Belém por eles.
Passada essa semana, voltámos para Lisboa. A
viagem de volta já pareceu mais curta, se calhar por já a ter feito ao vir, mas
nunca reclamando sobre do aborrecimento de uma viagem.
Ainda hoje guardo essa viagem na memória com
muito amor, os meus pais não me podem levar a sítios muito longe mas fazermos
essa viagem é uma boa recordação que fica no meu coração.
Curiosamente, recentemente a minha mãe disse-me
que poderíamos voltar à Disneyland ainda este ano; por isso, este trabalho foi
bom para me recordar da minha juventude e da minha primeira viagem a 'tão
longe'.
Sara N. [B-/S+]
Uma viagem inusual
Existe uma cidade a
que todos nós sonhamos ir, uma cidade que nos fascina pelas vastas lojas ou
pelos grandes monumentos ou até pelas histórias que contam. Uma cidade a que
sempre desejei ir era Paris. Achava Paris uma cidade fascinantemente incrível,
romântica e com uma comida deliciosa, mas, agora, parece Lisboa para mim (aliás
nenhuma cidade ultrapassar a beleza da nossa capital) A primeira vez que fui a
Paris foi para visitar a minha família, ia muito contente, porque, além de ser
a minha primeira vez em Paris, também era a minha primeira viagem para fora do
país. Não posso mentir, adorei cada segundo que lá passei. Do que gostei mais
foi mesmo ver um dos meus monumentos preferidos, a Torre Eiffel.
No ano seguinte
voltei a lá ir para visitar outra vez a minha família, mas não vi nenhum
monumento nem dei grandes passeios porque o objetivo daquela viagem era só
mesmo visitar a família. Logo no ano a seguir, no meu 9ºano de escolaridade,
fui, como viagem de finalistas, a Paris. Partimos dia 28 de abril e fizemos uma
viagem de cerca de quatro dias.
No primeiro dia
visitámos o Museu d´Orsay, onde passámos quase a tarde inteira pois o museu é
de grandes dimensões e quase que nos perdíamos. A seguir fomos para o hotel
onde iríamos estar hospedadas. Não tinha grande qualidade mas como a sua
utilidade era só para a noite, chegava (e também quanto mais barato melhor).
No segundo dia fomos
visitar a Torre Eiffel. Desta vez, foi diferente das outras, deve ter sido pela
companhia que levava porque viagens com amigos são sempre diferentes de viagens
com pais e familiares. Consegui aproveitar muito melhor a vista e consegui
tirar fotos maravilhosas das paisagens. (Recomendo plenamente a visita á Torre
para quem é apaixonado de viagens)
O terceiro dia foi,
de facto, o dia mais emocionante de toda a viagem, foi o dia que todos
ansiávamos, o dia da Disneyland. Já tinha ouvido muitas histórias sobre este
parque temático pelos meus primos e amigos que já lá tinham estado, mas nada se
pode comparar com viver a experiência realmente. O parque têm dois sítios com
atrações mas, infelizmente, nós só pudemos ir a um, porque, num dia, não se
consegue andar em todas as atrações. Só andamos em quatro delas pois as filas
conseguem ocupar-nos metade do tempo. Mas, apesar disso tudo, foi absolutamente
mágico, um dia sem confusões, preocupações ou tristezas. Jantámos por lá e
vimos o espetáculo final, aonde passam todas as músicas famosas da Disney.
No quarto e último
dia da viagem foi muito difícil acordar pois tínhamos ficado até bastante tarde
acordadas. Visitámos a Catedral de Notre Dame e tivemos de nos despedir de
Paris, mas claro não antes de comer uma das famosas paninis com aquele queijo
francês magnífico.
Assim tive de me
despedir de Paris pela terceira vez e tenho a certeza de que não será a última.
E assim foi a viagem a esta cidade que mais me tocou e que nunca irei esquecer.
Ângela [S-/S(-)]
Paris deixa memórias
maravilhosas
Desde pequena que,
sonhava ir à Disneyland, ver o castelo onde viviam as princesas dos contos de
fadas que a minha mãe me contava antes de eu adormecer ou andar em todos
aqueles carrosséis e montanhas-russas emocionantes. O meu sonho finalmente
tornou-se realidade, quando, no Natal de 2014, os meus pais ofereceram a mim e
ao meu irmão, cinco dias na Disneyland em Paris, nas férias de Carnaval.
Eu e o meu irmão
contámos entusiasticamente os meses e os dias até à tão esperada viagem. E,
quando o dia por que tanto ansiávamos, finalmente chegou, eu e o meu irmão estávamos
deveras entusiasmados. De tal maneira que foi, de certo modo, fácil acordar às
05:00, algo que eu acredito ser uma proeza minha. Seguimos para o aeroporto. Já
no avião, antes de levantar voo, conseguia já sentir a minha pulsação a
acelerar e as borboletas que voavam desconsoladamente na minha barriga.
Quando, por fim,
aterrámos em solo francês, fomos diretamente para o hotel para deixar as nossas
malas, o qual deixámos numa questão de poucas horas, seguindo para o parque de
diversões. Tudo aquilo que via me deixava absolutamente maravilhada, o grande
palácio cor-de-rosa, com os seus grandes e belos jardins, cheios de flores
coloridas, os pequenos prédios pintados de cores claras, todos os carrosséis,
montanhas russas e outras diversões, em que eu mal podia esperar por andar para
sentir a adrenalina característica destas atrações.
Nos primeiros três dias,
eu e a minha família procurámos andar em todas as atrações, cada uma mais
divertida e emocionante que a anterior. A única desvantagem era o tempo que era
necessário esperar na fila para conseguir finalmente passar à parte divertida.
No entanto, foi deste modo que passámos os nossos primeiros dias, esperando
pelo que parecia uma eternidade para nos conseguirmos divertir, durante o que
pareciam meros segundos. E, assim, passaram setenta e duas horas, nas quais
acordávamos por volta das sete da manhã e adormecíamos já depois da meia-noite.
Uma das melhores memórias que tenho destes três dias, foi quando, na noite do
terceiro, perto do alto palácio cor-de-rosa, se deu um magnifico espectáculo de
luzes, em que, inúmeras personagens de filmes da Disney eram projetados nas
paredes do palácio, terminando com um fogo de artifício lindo.
No quarto dia, decidimos
que queríamos explorar a cidade de Paris, visto que nem eu nem o meu irmão, a
tínhamos visitado antes. Subimos até ao andar mais alto da Torre Eiffel,
vislumbrando a bela cidade de Paris, fomos até ao arco do triunfo e visitámos a
Catedral de Notre-Dame. Tivemos também a oportunidade de visitar o Louvre. No
último dia, tivemos apenas tempo para ir até a uma pequena loja de recordações,
na qual gastei todo o dinheiro que tinha juntado para esta viagem. De seguida,
regressámos ao hotel para irmos buscar as nossas malas e dirigimos-nos para o
aeroporto, para regressarmos a casa.
Na viagem de volta, fiquei a maior parte do
tempo a olhar pela janela com os meus fones nos ouvidos, escutando as músicas
que, na altura, eram as minhas preferidas. Fiquei a relembrar todas as memórias
que havia criado nestes cinco dias e ficariam comigo para sempre. A verdade é
que estava um pouco triste visto que a viagem com a qual eu sonhava desde
pequenina tinha chegado ao fim, e especialmente, porque esta aventura tinha
terminado num abrir e fechar de olhos, mas penso que tal acontece com tudo
aquilo que é bom.
Beatriz
Pinto [B(-)]
As viagens da minha vida
Todos os anos, todos os verões
é sempre a mesma viagem. Estas viagens já foram tanto as melhores da minha vida
como as piores, já desejei mil vezes que acabassem e já rezei para que nunca
mais tivessem fim. Mais de dez horas de viagem, mais de 1500 quilómetros
percorridos. Anseio esta viagem aproximadamente durante seis meses entre cada
uma. Faço esta viagem Benfica-Fuengirola (Espanha) todos os verões e passagens
de anos há catorze anos. Fico feliz por ser diferente de todas as outras
pessoas cuja casa de férias seja em Vilamoura.
Sempre tive aquele sentimento
de que algo me faltava, que não tinha uma casa de férias, a casa onde nos
sentimos bem e confortáveis. Ao longo dos anos esse sentimento foi mudando por
completo, eu tinha também a “minha casa de férias”, a única diferença é que a
minha era um pouco mais longe. Com o tempo fui apreciando e gostando cada vez
mais de ter uma casa longe. Porque
quando lá estivesse ia-me sentir completamente em casa e descontraída e porque
ser longe faz com que aproveite ao máximo as melhores duas semanas do meu
verão. Não consigo explicar o sentimento que tenho por aquela cidade e por
aquele país. O sentimento de estar num túnel e saber que quando sair do mesmo
vou ver o meu porto de abrigo. E aquela estrada deixa tudo ainda mais especial,
parece que estamos a andar de avião. Passamos pelas mesmas paisagens, os mesmos
centros comerciais, as mesmas praias, com poucas mudanças, mas com tudo tão bonito
e especial. Chegamos e, muitas vezes, tenho de me controlar para não ir logo
para ir para a piscina, pois temos de ir jantar. Este jantar é o melhor jantar
de todas a férias de longe. Vamos para a marina de Puerto Banús, ao restaurante
Picasso. Um pôr do sol simplesmente lindo, a brisa de verão e as pizzas
deliciosas do restaurante. Às vezes paro para pensar naquele momento lindo,
olho para as pessoas a minha volta, apesar de todos os problemas, guerras que
existem no mundo, ali as pessoas são felizes. Quando naquele lugar não houver
felicidade, sei que não haverá em mais lado nenhum do mundo. Durante estas
semanas entre felicidade, emoção, alegria tudo é perfeito, o calor, o bronze.
Acho que a única palavra
perfeita para descrever é “perfeição”. Depois destes dias maravilhosas vem a
despedida. O último mergulho o último raio de sol, o último jantar, o último
sorriso de pura felicidade. Acordamos no dia seguinte com um sentimento
esquisito, não de tristeza, nem mesmo de infelicidade, mas sim de angústia e de
saber que vamos ter saudades daqueles momentos todos de felicidade. Pomos a
mala no carro. Aí percebemos que só a voltamos a tirar em Lisboa, tentamos
ignorar isso e passamos as últimas horas em viagem a conhecer sempre sítios
novos, a explorarmos. Espero que estas viagens sejam o início de muitas outras,
por todo o mundo.
Elisa [B-/S+]
Ilha de gelo
Fazia já dois anos desde que a minha avó paterna
tinha ido viver para a Islândia, por isso, os meus pais consideraram que era a
altura de lhe fazermos uma visita e conhecer a pequena ilha coberta de gelo que
era agora a sua nova casa.
A Islândia é uma ilha situada no Pacífico norte,
com apenas cento e três mil quilómetros quadrados e com cerca de trezentos mil
habitantes.
Realizámos esta viagem nas férias da Páscoa e,
como na Islândia as estações do ano são semelhantes às nossas, era Primavera
nessa altura, o que significa que o gelo já começava a derreter e a temperatura
rondava os catorze graus Celsius.
A minha avó morava nessa altura na capital Reykjavík ou Reiquiavique (em
português), onde se localiza um dos nove aeroportos da ilha e foi aí que
aterrámos para o início da nossa visita.
Alugámos um carro no aeroporto e fomos a casa da
minha avó, no centro da cidade, deixar as nossas malas. Gostava de realçar o
meu espanto ao entrar em casa da minha avó e me deparar com uns fabulosos vinte
e cinco graus. Apesar de, em média, a temperatura na Islândia nunca ultrapassar
os dezasseis graus no verão, as casas são incrivelmente quentes e, por isso,
não usámos os pijamas cheios de pelo que havíamos levado.
No dia a seguir à nossa chegada fomos de carro
visitar uma linda cascata chamada Dynjandi, que se situa a cerca de uma hora e
meia de Reiquiavique. A cascata mais bela que já vi, com límpida água a
escorrer de uns altíssimos cem metros de altura.
No dia seguinte fomos visitar a lagoa azul, um
spa termal de águas quentes localizado em Grindavík, a trinta e nove quilómetros de Reykjavik. Descrevo este lugar
como uma vasta área de lindas águas azuis e vapor e a experiência mais
relaxante que já tive.
Visitámos os géiseres situados a leste de
Reiquiavique donde se destaca o géiser Strokkur, que sobe a uns incríveis
trinta metros de altura de, aproximadamente, seis em seis minutos.
Guardámos um dia especialmente para visitar o
centro da cidade. Começámos por ir beber um chocolate quente pela manhã e
almoçámos cachorros. Achei engraçado o facto de, ao fim de semana, os
islandeses se juntarem em casa de alguém por volta das três da tarde, e aí
todos juntos passarem a tarde a beber enormes canecas de cerveja. Ao final da
tarde, por volta das cinco da tarde é que vão almoçar; por isso, enquanto lá
estivemos, cada vez que lanchávamos fora de casa cruzávamo-nos com várias
famílias a fazerem a única refeição do dia. Outro facto interessante sobre os
islandeses, neste caso, sobre as islandesas, é que, apesar do frio que estava,
cerca de doze graus, as islandesas usavam saias e vestidos como se estivessem
em Portugal em época de verão. Não são muito altas, ao contrário do que se esperaria
em mulheres nórdicas mas utilizam sapatos com saltos enormes.
Neste dia fomos surpreendidos com algo bastante
engraçado, uma mulher que transportava um carrinho de compras com seis bebés,
com pouco mais de quatro meses, todos gémeos. Acabámos o dia com um jogo de bowling no centro de jogos da cidade.
Na Islândia encontrará uma cultura diferente da
nossa, baseada na diversão e em aproveitar a vida. Visitará lugares com
paisagens de o deixar de boca aberta e, nesta ilha de gelo, passará dos dias mais
inesquecíveis da sua vida.
Natacha [B(-)/B]
São Tomé, Rolas e as roças
Creio que não
posso dizer que houvesse sequer alguma coisa mínima, tal como um pouco de
chuva, que estragasse a impressão com que fiquei deste maravilhoso lugar.
Usualmente conhecida como São Tomé e Príncipe, a República Democrática de São
Tomé e Príncipe é um arquipélago vulcânico constituído por três ilhas: duas de
maior dimensão - ilha de São Tomé e ilha do Príncipe - e outra mais pequena, no
largo de São Tomé - Ilhéu das Rolas. Localizadas no Golfo da Guiné na zona
equatorial, possuem um clima único.
Comecemos pelo
início, a aterragem na ilha de São Tomé. Foi aí que começou todo este polímero
de memórias, no qual mergulho para recordar todos estes momentos. O primeiro
aspeto que se realça é o clima chuvoso, abafado, e as elevadas temperaturas.
Saindo do
aeroporto, apanhámos um autocarro que nos levou desde o norte da ilha de São
Tomé a Ponta da Baleia, um pequeno porto no sul da ilha, onde viríamos a
apanhar um barco com destino ao ilhéu das Rolas. Esse caminho de 50km, que
demorou umas longas duas horas, deu a conhecer grande parte da ilha principal
do arquipélago. Todas as vilas, praias, a floresta, os cones vulcânicos, até as
pessoas, conferem à ilha singularidade, uma bela ímpar imagem, única.
Depois da
viagem de barco, chegámos às Rolas, outro local único tanto pela sua beleza
como pela sua localização geográfica. Lá encontra-se o marco do equador, um
pequeno monumento que representa os descobrimentos e o primeiro trabalho de localização
geodésica feito pelos descobridores portugueses. Há apenas uma pequena aldeia
onde vivem maioritariamente os empregados no único hotel lá existente. O resto
da ilha consiste em floresta densa, com algumas plantações de coqueiros e
praias de arregalar os olhos só pela sua beleza.
De volta à ilha
principal, conhecemos toda a parte este da ilha: as aldeias piscatórias, praias
dos descobrimentos e os principais marcos, tais como a Boca do Inferno são
tomense ou as roças do café e do cacau.
Um dos pontos
altos da viagem foi o almoço na Roça de São João dos Angolares onde se localiza
o restaurante do famoso João Carlos Silva que de chef passou a tio, não só pela
sua hospitalidade mas também pelo convite para lá ir na minha lua de mel. Lá
comemos uma refeição única, cujas fantásticas sensações que causou na minha
boca pela mistura inesperada de certos sabores ainda hoje lembro.
Ainda na ilha
principal, conhecemos outras roças, já danificadas, algumas apenas em ruínas. À
sua volta encontram-se pequenas vilas onde habitavam os trabalhadores das
roças.
Toda a cultura,
a beleza e a diversidade de tudo me fascinaram. Por vezes ocorrem-me à memória
alguns episódios, momentos que, por mais mínimos que sejam ,recordarei para
sempre. Por exemplo quando abri um coco sozinho e bebi a sua água.
O final da
viagem foi o mais triste. Custou-me abandonar aquele lugar paradisíaco de que
nunca me esquecerei. Para sempre recordarei este lugar na minha memória.
Guilherme [B-]
Uma viagem
atribulada
A viagem começou logo com o voo cancelado. Com
poucos dias para gozar, pois as aulas começavam logo após o regresso. Foi o
primeiro embate negativo, pois tivemos que voltar para o hotel e ficar à espera
de novas notícias pois já tínhamos sabido que havia passageiros à espera há mais
de três dias.
No dia seguinte, levantámo-nos cedo, tomámos o
pequeno-almoço e fomos à procura de mais novidades sobre o voo. Finalmente, um
pouco mais tarde veio a alegre notícia de que podíamos embarcar. A viagem
correu bem e chegámos a Palma com um dia luminoso. Chegados ao hotel, fomos
arrumar as coisas e, logo de seguida, fomos para a piscina recriar-nos um pouco
ate à hora de almoço. Finalmente, podíamos começar a explorar a cidade e
arredores. Palma é uma cidade bem bonita e está bem servida de transportes
públicos. Têm lá a intermodal que, do mesmo sítio, irradia ligações para toda a
ilha, tanto de metro como de autocarros ou comboio. Começámos a viagem de
autocarro percorrendo vários quilómetros e admirando a paisagem cheia de
moinhos de água por toda a parte. De todo o lado apareciam montanhas dos mais
variados feitios. Chegamos à fábrica das pérolas (artificiais) e pude assistir
ao trabalho minucioso da sua construção. Seguimos depois para as grutas do
lobo, que são enormes e lindíssimas onde pude assistir a um espetacular
concerto cuja orquestra apareceu de barco pelo lago que se encontra no fundo da
gruta.
No final, os visitantes também podiam passear
nesses barcos. Regressámos ao hotel à tarde e voltámos para a piscina antes de
jantar. No dia seguinte, fomos visitar as praias de água quente e límpida, onde
fizemos belos passeios de gaivota(lanchas). O nível da àgua do mar é baixo e
não oferece perigo. Foi um dia para recordar.
Visitámos vários pontos turísticos, como, por
exemplo, a catedral de Palma de Maiorca e os belos jardins do palácio do rei de
Espanha, que ficam mesmo ao lado da catedral. Vimos igualmente o castelo de
Bellver, que é redondo e parece que é único com aquele feitio. Vimos também a
marina, que tem milhares de iates, passeámos pelas ruas mais bonitas, visitamos
a praça central, que é parecida com o nosso Terreiro do Paço.
O último dia passámo-lo no hotel a aproveitar o
spa, a sauna e, novamente, a piscina. Foi uma das melhores viagens que já fiz.
No dia seguinte regressámos a Portugal e
começaram as aulas.
Pedro S. [S(+)/S]
Açores —
quanto falta para chegar?
Todo o arquipélago dos Açores é alvo de muita
visita turística, devido à sua beleza natural: os montes esverdeados com
armentos de vacas a pastar, as praias cuja areia é escura e repleta de pedras
de origem vulcânica, as lagoas azuis, as caldeiras, que apesar do cheiro a
enxofre, nos relaxam com água quentinha, as variadas plantações que lá crescem
e embelezam a paisagem...
Na ilha de São Miguel, a cidade e capital Ponta
Delgada, com os seus monumentos, vida colorida, desfiles de areais e horizontes
de mar, é um convite a visitar a sua paz interior com tanta beleza e silêncio,
uma viagem calma e apreciativa, que com certeza, ficará gravada na minha
memória como uma das mais calmas; os jardins floridos apresentam cores
magníficas que transformam a paisagem em poesia e muitos outros encantos que
esperam para serem descobertos.
Comecemos então por Ponta Delgada, o destino
cultural da ilha. Enveredámos por ruas estreitas, com casas típicas e calçadas
basálticas, visitámos monumentos antigos e assistimos a atrações de rua
magníficas.
No porto repleto de barcos e âncoras gigantes,
feitas de metal ferrugento para decorar, embarcámos num cruzeiro para ir ver os
golfinhos e as baleias. Já muito longe da costa conseguimos avistá-los no seu
habitat natural.
Fazendo uma viagem para o interior da ilha,
provámos o tão famoso cozido à portuguesa, visitámos as Furnas e o seu parque
natural, onde vimos tirar o cozido à portuguesa de dentro dos geiseres, o qual
almoçámos de seguida; visitámos ainda as lagoas (Lagoa das Sete Cidades e Lagoa
do Fogo).
Fomos também à fábrica do chá Gorreana onde
apreciámos a extensão da plantação. No final ainda tivemos oportunidade de
visitar as estufas de ananases e aprender o seu processo de evolução ao longo
das várias etapas, que correspondem a estufas consecutivas.
A ilha não é muito grande; porém, foi possível
visitá-la por completo, no interior e ao longo da costa, durante a nossa
estadia.
Ana S. [B(-)]
Os
encantos da Fé em Portugal
Segundo a tradição do colégio em que andava, no
fim do 9.º ano os alunos passavam um dia a fazer canoagem no rio Douro para
celebrar o fim de ciclo. Já cansados de ouvir sempre a mesma história, a minha
turma apresentou uma proposta para substituir a habitual canoagem por uma
peregrinação a Fátima. A verdade é que todas as outras turmas não viram
qualquer interesse nesta ideia mas, no final da viagem, todos a adoraram. Sendo
o colégio religioso, não havia razão para que esta viagem não se realizasse.
Além disso, todos tinham curiosidade de conhecer o local de peregrinação cristã
mais conhecido em Portugal, visitado por milhões de pessoas vindas de todo o
mundo, por ser, de facto, uma das maiores maravilhas portuguesas.
Partimos num fim de semana de maio. Fomos de
autocarro até ao Centro de Espiritualidade Francisca e Jacinto Marto, em
Montelo. No meio de tanta diversão e felicidade, tivemos neste Centro de
Espiritualidade um momento de reflexão, não só sobre Deus mas também sobre a
nossa personalidade, que nos ajudou a compreender quem erámos e o que estávamos
ali a fazer. De seguida, já com as malas às costas e prontos para caminhar,
andámos dois quilómetros até ao Poço do Arneiro, em Aljustrel, onde rezámos em
conjunto num ambiente mais descontraído.
A próxima
paragem foi também em Aljustrel no Santuário dos Valinhos, o local de
nascimento dos três Pastorinhos. Este Santuário, para além de nos obrigar a ter
um espírito de reflexão interior, transmite-nos uma sensação de relaxamento
extrema, através das oliveiras e azinheiras que rodeiam os passadiços.
Continuando a viagem, a caminhar por entre as
ervas, começámos a sentir-nos livres com toda a harmonia que nos rodeava. Até
chegar a Lomba de Égua, em Fátima, toda a turma, em conjunto, foi lendo algumas
passagens da Bíblia, rezando o terço, ouvindo música e até fazendo alguns jogos
que ajudavam na união do grupo e na integração de todas as pessoas.
Depois deste dia cansativo, mas divertido e
intenso, ficámos hospedados no Albergue Peregrinos a Pé, onde passámos a noite.
No dia seguinte, fomos, finalmente, ao tão
grande e esperado Santuário de Fátima, que a igreja católica apelidou Santuário
de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, dedicado a Nossa Senhora. De facto, este
Santuário não só é belo e enorme como também transmite força e vontade de rezar
ao ver toda aquela imensidão de pessoas ajoelhadas, a percorrer a passadeira
vermelha que, mais tarde, também eu percorri. Neste Santuário, antes de nos
dirigirmos à Capelinha das Aparições, onde estava a decorrer a missa, fomos
acender uma vela, pedindo um desejo. De seguida, vimos a Basílica da Nossa
Senhora do Rosário e, para finalizar, fomos até à Basílica da Santíssima
Trindade.
Terminei esta viagem com um orgulho enorme, pois
ajudou-me a encontrar o meu “eu” e também a criar laços com os meus colegas de
turma. Foi, sem dúvida, uma viagem inesquecível e que irei repetir, pois é
essencial para todos aqueles que acreditam em Deus e têm fé.
Beatriz E. [B/B(-)]
Ir a Praga
e não visitar a cidade?
Até então só conhecia Praga pelos livros, de
quando andáramos no sétimo ano a decorar todos os países e capitais da Europa.
Tive a oportunidade única de ir a um país com os meus amigos. Em julho de 2016,
logo após a vitória de Portugal no euro2016, lá estávamos nós, um grupo de
cerca de vinte ginastas adolescentes encarregues a 2 professores, dentro de um
avião em direção à República Checa. De loucos? Talvez. Eramos umas crianças,
não em idade, mas em experiência. A maioria de nós só tinha começado a fazer
ginástica “a sério” no ano anterior. Aquilo era tudo uma novidade para nós.
Foi uma das viagens da minha vida, sem dúvida.
Todas as experiências pelas quais passamos fizeram-nos crescer, fizeram-nos ver
o que é uma semana por nossa conta. Aliás, no meu caso, seria a segunda vez que
iria numa aventura destas. Num grupo destes é de esperar que haja bons e maus
momentos, não é verdade?
Pois bem, iniciámos a nossa viagem. Entre
conhecer o alojamento e os locais de exibições, devemos ter perdido cerca de
dois dias, mas, quando o invento realmente começou… aí, sim, sentimos que não
tínhamos ido em vão. A primeira vez que
todos os países se reuniram num pavilhão foi a loucura total. Portugal era a
delegação com mais pessoas e devíamos ser também os mais loucos! Quando dei por
mim, estava a gritar, juntamente com todos os outros portugueses, “Éder, Éder,
Éder”. Este foi só um dos momentos por que passamos, porque, se eu fosse a
escrever tudo aquilo que nos aconteceu, não saia daqui…
Mas não resisto em contar outro momento que me
marcou muito: a nossa última exibição. Não falo da primeira porque nunca é a
que nos traz as melhores recordações, em termos técnicos. É sempre aquela que
tem mais erros, provavelmente porque já há algum tempo que não fazíamos aquele
esquema em público (algum tempo são cerca de três semanas). Mas relativamente à
exibição: correu muitíssimo bem! Em termos técnicos (pés esticados, saltos
altos e perfeitos, etc.) foi fantástico e em termos de apreciação do público,
ainda mais. O momento que mais me marcou foi quando uma classe da Lourinhã,
estava a bater palmas e a gritar por nós e o esquema ainda nem tinha acabado!
Foi uma sensação mesmo agradável! Aquelas raparigas marcaram-nos a todos pela
positiva. Já as conhecíamos desde o ano passado porque quando fomos a outra
viagem de ginástica, partilhamos o alojamento com elas
Além de gozar com os franceses, perdermo-nos,
achar dinheiro no chão, perder a carteira, fazer exibições, dormir e comer,
ainda tivemos tempo para visitar a cidade de Praga, só no último dia. Mas mais vale tarde do que nunca! Praga… Que
cidade maravilhosa! Para mim, parece uma cidade de bonecas. A arquitetura
daqueles prédios, que lindo que é! Parecia que estávamos num labirinto com tantos
edifícios iguais.
Por fim, antes de irmos para o aeroporto fomos
ver o rio Moldava em cima de uma das tantas pontes sobre o rio. Como eu disse,
não vimos quase nada desta cidade tão bonita.
Mas divertimo-nos muito, ficámos com a lembrança
de experiências inesquecíveis e voltámos tristes por ter acabado esta
fantástica experiência.
Ana J. [S+/B-]
Um passeio no Alto Adige
Itália. Todos os anos vou para este país passar
as férias da Páscoa para visitar os meus tios e primos, que vivem em Bolonha. A
ansiedade é sempre muita, porque, para além do convívio familiar, temos por
hábito viajar para outros lugares de Itália e, às vezes, para outros países
vizinhos. Este ano não foi exceção e o destino estava escolhido há muito: o
Alto Adige italiano, com uma escapadela ao austríaco.
Durante a viagem, fizemos várias paragens, mas
eu gostei sobretudo de visitar a fábrica dos produtos Loacker, onde
saboreámos as famosas bolachas waffers e visitámos uma exposição de tudo o que
esta fábrica produz. Havia imensos produtos diferentes. Duas horas depois de
reiniciarmos a viagem, começaram a aparecer as primeiras montanhas, ao longe,
que, conforme nos aproximávamos, ficavam mais altas. Quando chegámos ao
destino, ficámos alojados num pequeno e simpático hotel de montanha, chamado Herrenstein,
numa pequena aldeia situada num vale, Braies di Dentro. A paisagem,
nesta altura do ano, é algo
impressionante!
Os campos da aldeia muito verdes, as casas muito
bonitas e bem arranjadas, com pequenos jardins à volta e, a cercar toda a
aldeia, altas montanhas com imensa neve no topo. De repente, a neve começou a
cair e foi mesmo bonito e agradável. Tudo se alterou e a aldeia ficou toda
branca.
Nos dias seguintes, visitámos muitos lugares,
mas destaco o Lago de Braies, nas montanhas Dolomitas, e o Lago di Landro.
Claro que ambos estavam completamente gelados, mas, mesmo assim a paisagem era
espetacular. Pode-se passear à volta do lago de Braies por um caminho estreito
e um pouco assustador, que começa junto de um grande hotel, que, por acaso, me
pareceu um hotel fantasma, pois pelo que soube, só abre durante o verão. No
Lago di Landro a paisagem é mais ampla e, depois de muitas fotografias,
entrámos num café-restaurante, Dürrensee, muito agradável onde bebemos
um bom chocolate quente e comemos uma deliciosa fatia de bolo Floresta Negra.
No último dia na Áustria, fomos ainda a vários
lugares, mas, em Lienz, a aventura de andar no Alpine Coastner,
uma montanha russa que aproveita o declive da montanha, foi inesquecível. Ainda
bem que ultrapassei o meu medo inicial e fui andar nesta diversão, que tem uma
velocidade estonteante e assustadora. Foi muito bom sentir toda aquela
adrenalina.
Depois, voltámos para Bolonha e, como gostamos
muito de conhecer novos lugares, no dia seguinte apanhámos logo o comboio e
fomos a Veneza. Mas isso fica para um
próximo artigo.
Leonor [B]
Como os tempos mudam
Era a
segunda vez, desde a minha vinda ao mundo, que ele estava ali, à minha frente,
e eu à frente dele. Majestoso, pomposo, cheio de imponência. Parecia abraçar
toda a cidade de Roma, tornando-a num lugar pequeno e acolhedor. O Coliseu
romano é, de facto, impressionante. Tão impressionante como da primeira vez que
o vira. E lá estava eu, num quente fim de tarde, rodeada de quatro dos melhores
seres humanos que conheço, a olhar para aquele que fora, um dia, um local de
lutas de gladiadores, em que foram mortos homens e animais, por puro
entretenimento. Como os tempos mudam… No entanto, passados dois milénios, ainda
temos a oportunidade de sentir o ambiente do mais grandioso anfiteatro da
antiguidade. Tal como o Coliseu, a maior parte do que se vê hoje em Roma, foi
construído há muitos séculos, e, tal como as vidas que construíram a cidade, as
obras foram envelhecendo e desaparecendo até aos dias de hoje, sobrando apenas
as suas ruínas.
Ao
passear pelo Fórum Romano, tentei imaginar como seria a vida de um Romano no
século terceiro, quando o Fórum era frequentado. Quais seriam as preocupações
dos habitantes? Assemelhavam-se às nossas? De certeza que não eram o número de likes
que tinham nas fotografias, publicadas nas redes socias. Como será que se
comportavam entre si? Será que também eram hipócritas uns com os outros e só
mostravam sorrisos quando precisavam de algum favor? Como seriam as suas
ambições? Será que planeavam uma vida em Marte? São perguntas que, por mais
informação e confirmação histórica que nos seja providenciada, nunca vão poder
ter uma resposta cem por cento completa e concreta. Vimos as termas onde
tomavam os seus banhos e conviviam, ou, pelo menos, era o que se dizia nos
guias turísticos. Vimos os grandiosos templos, ou o que resta deles, onde se
rezava aos múltiplos deuses em que se acreditava. Pensei muito nisso. Porquê
vários deuses? Não lhes chegava só um? Será que eu estou errada em acreditar
num só? Como os tempos mudam…
Na
terceira noite da minha estadia em Roma, acompanhada pela minha turma de
História da Música, fomos até à Fontana di Trevi. Estava uma noite agradável, e
já estava escuro quando chegámos à fonte, pelo que eram as luzes da própria que
iluminavam as ruas. À noite, o monumento é ainda mais impressionante do que
durante o dia. Apesar da hora tardia, ainda havia bastante confusão de
turistas, mas, ainda assim, conseguimos atirar uma moeda para a água, virados
de costas, como manda a tradição.
Ainda
na mesma noite, já perto da meia-noite, fomos à escadaria da Praça de Espanha,
e subimos todos os seus degraus. No cimo, já ao lado da Igreja Trinità dei
Monti, esperámos pelas doze badaladas para cantarmos os parabéns a dois gémeos,
que tiveram a sorte de fazer dezassete anos na cidade de Roma. Não foram uns
parabéns quaisquer — tínhamos ensaiado um arranjo a várias vozes, como que um
coro afinado, que até mereceu palmas de muitas pessoas que pararam para nos
ouvir. Depois disto, conversámos mais um pouco sobre a antiguidade, e
imaginámos quais seriam os rituais de aniversários praticados pelos romanos na
época. Será que tinham uma cantiga diferente? Será que eram oferecidos
presentes? Será sequer que eram celebrados os seus nascimentos? Mais uma vez,
eram perguntas que nos deixavam a pensar, incrédulos com a mudança.
No
último dia da nossa viagem, aproveitámos para conhecer mais um pouco (porém,
não na sua totalidade) do que tinha sido Roma no passado. Enquanto caminhávamos
pelas ruas estreitas e cantarolávamos canções, como fazíamos sempre para animar
os longos percursos a pé, apercebi-me de que Roma é muito mais que monumentos
históricos, que foram construídos há muitos séculos. Roma é o cheiro a massa
fresca e molho de tomate, que invade as ruas quando a hora de almoço se
aproxima. Roma são os pintores que encontramos nas ruas, que usam latas de
tinta com um cheiro potente. Roma são os dois rapazes que cantam e tocam ao
lado da ponte de Santo Angelo, e que fazem uma excelente banda sonora enquanto
vemos o pôr do sol, que se esconde atrás da Igreja do Vaticano. Roma são os
sorrisos daqueles que provam pela primeira vez um incrível gelado italiano.
Roma, que existe há mais de dois mil anos, não está morta. Os tempos mudam, mas
Roma permanece viva.
Maria
[B+/MB-]
Viagem inesquecível
Estava eu no 4ºano de escolaridade, quando a
minha tia, a irmã mais velha da minha mãe, me convidou para ir com ela a
Londres. Três dias passados com ela, noutro país, primeira viagem de avião,
tinha tudo para ser inesquecível. E foi. Nunca mais me esqueço da viagem mais
mal aproveitada da minha vida.
Falemos de factos: miúdo com dez anos, louco
apaixonado por futebol, viaja para Londres durante o Mundial 2010, que, na
altura, foi realizado em África do Sul. Claro que não iria dar bom resultado,
sendo eu um fanático pelo desporto rei que é o futebol. Devia lembrar-me da
visita que fiz ao “Buckingham palace” mas não, eu lembro-me é do jogo da famosa
Argentina de Lionel Messi, orientada por Diego Maradona, contra a imbatível
Alemanha, de Miroslav Klose, em que o resultado final foram uns surpreendentes
quatro a zero a favor da seleção germânica. Lembro-me também do jogo de
Portugal contra a Coreia do Norte, com uma vitoria fácil para a nossa seleção, uns
expressivos sete a zero, e destaque para o golo caricato de Cristiano Ronaldo e
para a estreia de Liedson a marcar pela seleção das Quinas. E claro que não
podia esquecer-me da inesquecível vitória de “nuestros hermanos” no mundial,
com uma vitória sobre a Holanda, de Sneijder e de Robben, de um a zero, com um
golo de Andrés Iniesta já no prolongamento.
Esta viagem tornou-se inesquecível pelos motivos
já referidos. Ainda hoje me lembro dos ralhetes que levei da minha tia por
querer ficar no quarto do hotel a ver os jogos do mundial, a não querer passear
e conhecer a cidade, a cidade que qualquer pessoa gostaria de visitar, até eu.
Mas é claro que me lembro da cidade cheguei a andar num autocarro turístico,
visitei o palácio da rainha. Adoraria uma segunda oportunidade para poder conhecer
Londres, uma cidade cheia de história, tanto na política e cultura, como no
desporto, essencialmente o futebol inglês, já que a Grã-Bretanha é a pátria do
futebol (só é pena a seleção nacional inglesa ser tão fraquinha, como temos
visto ao longo da última década).
Há que aproveitar todas as viagens que se
realizam. Um dia podemos arrepender-nos e, depois, uns anos mais tarde,
queremos voltar a ter outra oportunidade de viajar e não a teremos, como é o
meu caso. Mesmo assim, lá vou eu dar alguma graxa à minha Tia, para ver se ela me
leva de novo à capital inglesa.
Tiago [S(-)]
¿Qué ha
pasado?
As típicas alergias de rinossinusite na
Primavera não me deixavam dormir. Estávamos em março de 2014. Do outro lado da
casa, os meus pais estariam a discutir
os pormenores de uma viagem de trabalho a Alicante, Espanha. Recordo-me que já
era bastante tarde, mas isso não me impediu de entrar a correr pelo quarto dos
meus pais e quase implorar para que me deixassem ir. A viagem seria só em
julho, precisamente na semana em que eu faria 12 anos. A minha mãe não queria
deixar de estar presente no dia do meu aniversário e acabou por ceder. Eu
estava maravilhado com a ideia de sair finalmente de Portugal. Mas estava longe
de imaginar que a viagem não iria correr bem.
Faltavam agora, cerca de duas semanas para a
viagem. Num acidente estúpido, escorreguei e parti o braço. Nunca tinha feito
uma fratura, mas, quando fiz, consegui partir os três ossos do meu braço direito de uma só vez. É claro que 7
horas dentro das urgências do Hospital Santa-Maria completaram o meu dia
perfeito. Com tantos dias para partir o braço, fui escolher um dia de greve de
enfermeiros. Sorte ou azar, aconteceu. Rapidamente as minhas férias começaram a
piorar.
Duas semanas depois, e já com três quilogramas
aplicados junto ao cotovelo, começámos uma longa viagem de carro. Recordo-me
que saímos de casa por volta das seis da manhã. No carro, o desconforto de ter
o braço ao peito não me deixava dormir. Exaustos e esfomeados, chegámos ao
hotel por volta das cinco da tarde. Pousámos as malas, e fomos para as ruas de
Espanha. Não consigo explicar ao certo os sentimentos de um miúdo de onze anos
que, pela primeira, vez saíra do seu país materno. Apesar de ser o nosso país
vizinho geograficamente, toda aquela atmosfera era diferente. Uma das coisas em
que encontrei grandes diferenças, foi o pavimento. Habituado à calçada
portuguesa, encontrar um chão negro e áspero recordava-me de que estava no
estrangeiro.
Os dias iam passando e eu questionava-me se
teria ou não valido a pena todo aquele esforço para passar dias e dias em
reuniões. O sexto dia do mês de julho chegara e eu já estava mentalizado para
passar mais um dia nas salas de reuniões. Mas aquele dia era diferente, eu
sentia-o na expressão da minha mãe. Iria passar o meu aniversário em Benidorm,
a pequena cidade com prédios altos e
modernos junto à costa Este de Espanha.
Não tínhamos fatos de banho e eu tinha gesso ao
peito. A ideia de ir à água estava fora de questão, teria de contentar-me com a
vista. Até que o meu pai me levou à
feira local e comprou dois pares de calções de praia de muito má qualidade.
Milhares de perguntas bombardearam o meu cérebro: “Para quê dois pares? Porque
é que têm tamanhos diferentes?...” Comprara também sacos plásticos e fita-cola
industrial. Sorriu e disse-me para esticar o braço direito. Colocou os sacos e
pôs fita-cola em redor do meu braço engessado. Ajudou-me a vestir os calções e
fomos para a praia.
No areal, os turistas e os espanhóis olhavam
espantados para mim. Mas eu não queria saber, segurei a mão do meu pai e entrei
junto a ele nas águas do Mediterrâneo.
João
R. [B(-)/B]
A Sul é
mais interessante!
“A Sul é mais interessante!” é uma frase que
define Portugal muito bem, pois as zonas de Lisboa e do Algarve são, sem
dúvida, mais interessantes aos olhos da maioria dos turistas e da maioria dos
portugueses, graças às lindas praias da nossa costa e da compaixão dos
portugueses para com todos (desde que estes não ofendam a sua querida pátria).
Mas este texto não se refere a Portugal, mas a
um país pelo qual tenho muito afeto, a República da Coreia (ou Coreia do Sul).
A Coreia do Sul tem uma cultura profunda e
interessantíssima, mas é ofuscada pela relevância internacional da sua vizinha,
a Coreia do Norte. Este ofuscamento tornou-se mais relevante desde que uma
possível cimeira entre o Líder Supremo da Coreia do Norte, Kim Jeong-eun, e o
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi anunciada.
Continuando com o tópico da Coreia do Sul, venho
apresentar alguns locais que visitei em Seoul quando lá estive de férias, em
agosto de 2017. Cheguei a Seoul de manhã, com a minha mãe. Tinha aprendido
coreano no início do ano, graças ao meu interesse pela cultura sul-coreana, e
então foi bastante “divertido” traduzir as palavras aos meus pais. De facto,
senti-me muito bem por conseguir fazê-lo.
Fomos para o hotel, arrumámos as nossas roupas e
outras coisas que tínhamos connosco e fomos comer ao restaurante do hotel.
Depois, fomos visitar à vila de Bukchon Hanok, uma vila antiga que data até
1500. Esta vila é uma simples área residencial, mas a beleza das contruções que
refletem a visão dos coreanos durante a Dinastia de Joseon, com a utilização do
Neo-confucionismo, é realmente uma imagem incrível. Esta vila é cercada por
dois enormes palácios: a oeste, pelo Gyeongbokgung (cujo significado é “Palácio
da Felicidade Brilhante”) e a este pelo Changdeokgung (cujo significado é
“Palácio da Virtude Prosperante”).
O Gyeongbokgung é considerado o mais belo
palácio de entre os chamados “Cinco Grandes Palácios de Seoul”, aos quais
também pertence o Changdeokgung. Os mais de 7700 quartos do palácio foram
completamente destruídos nas invasões japonesas do século XVI, mas foram mais
tarde reconstruídos no final do século XIX, pelo Rei Gojong. O Changdeokgung
foi o palácio preferido pelos Reis da Dinastia Joseon e tem ainda bastantes
marcas da ocupação japonesa, no início do século XX. Tive a oportunidade de
visitar o exterior e o interior destes dois monumentos da história coreana, e
foi uma experiência incrível, pois estive dentro dos quartos e consegui ver a
arquitetura coreana do século XVI.
No dia seguinte, visitei a zona de Myeongdong.
Esta zona é equivalente à 5ª Avenida de Nova Iorque ou à baixa de Lisboa, sendo
a grande zona comercial da cidade. Estivemos lá de manhã, dado que, por volta
das 12h, se enche e torna-se impossível de lá andar sem dar um encontrão a cada
três segundos.
Ainda em Myeongdong, fomos a uma sessão de
autógrafos dos BTS (방탄소년단),
uma banda de K-Pop muito conhecida, não só na Coreia, mas também no mundo,
sendo a banda com o maior grupo de fãs do mundo. Enquanto lá estive, recebi
autógrafos dos sete membros da banda e tirei algumas fotos. Foi uma experiência
muito boa visto que é a minha banda preferida.
Nos dias seguintes, visitámos algumas outras
atrações turisticas. Mas a parte mais importante desta viagem, pelo menos a meu
ver, foi o penúltimo dia em que lá estivemos, dia 26 de agosto, quando se
realizou a Grande Final da LCK, a liga coreana de League of Legends. Com o
título de campeão em título, um lugar garantido no Mundial e um prémio de
75.000€ na linha, a final realizou-se num formato de Melhor de cinco entre a
Longzhu Gaming, que tinha dois veteranos
e três novatos, sendo a grande surpresa da temporada, e a SK Telecom T1, que já
tinham vencido a LCK por cinco vezes, além de três vitórias no Mundial. A
Longzhu levava para o jogo a sua imprevisibilidade, já a SKT levava o seu
trabalho de equipa e a qualidade técnica de um dos seus jogadores, Lee
Sang-hyeok, mais conhecido por Faker, o melhor jogador da história do League of
Legends.
Os dois primeiros jogos foram renhidos, mas a
Longzhu conseguiu a vitória em ambos. No terceiro jogo, os SKT conseguiram
responder e muitos acreditavam e que conseguiriam fazer o “reverse sweep”. Mas,
no quarto jogo, um dos membros da Longzhu brilhou e conseguiu vencer a partida
para a sua equipa, levando para casa o título de MVP da final. Foi uma final
excitante de ver ao vivo, pois nunca tinha tido esta experiência, que vou
recordar em toda a minha vida.
Foi uma viagem incrível, que quero repetir este
ano novamente.
João
Grego [B(+)]
Viagem aos Picos da
Europa
Nunca
me passaria pela cabeça vir a gostar de passear por montanhas, até que, de
repente, me confronto com a grande cadeia dos Picos da Europa em Espanha.
Inicialmente, a viagem nem iria ser feita, devido ao mau tempo, que tinha sido
noticiado pela metereologia, mas não foi o tempo que nos fez abdicar duma das
minhas maiores aventuras de até então.
Fui de
carro e não de avião. Era muito mais barato e, assim, aproveitava-se para ir
visitando outros sítios pelo caminho, ver a vista e apreciando os ares do
campo. Comigo levava uma mala cheia de roupa quente, luvas, gorros, camisolas
de gola alta, tudo aquilo que me ajudasse a não passar tanto frio quando
estivesse a enfrentar as grandes massas de neve da cordilheira.
No
primeiro dia previa-se chuva para o dia todo e, curiosamente, nem caiu uma gota.
Apartir desse dia, fomos desconfiando das ''dicas'' dos metereologistas sobre o
que prevenir em relação ao ''mau tempo''. Jamais tinha visto tanta beleza em
apenas um piscar de olhos, nunca tinha visto tal cenário. Telhados brancos,
árvores cobertas de neve até ao cimo e um extenso prado totalmente camuflado
por uma espessa camada branca, esta será talvez a mais fácil e mais pobre
descrição sobre o que observei naquele local.
Depois
do passeio, nada melhor do que ir jantar a um restaurante típico da região e
poder saborear esse momento na presença de amigos. O melhor é que, ao contrário
dos menus em Portugal, em Espanha os menus têm primeiro prato, segundo prato e
sobremesa incluídos. Como eu sou um rapaz de saciar bem o estômago, este tipo
de serviço para mim era como a cereja no topo do bolo.
No dia
seguinte, fomos de teleférico até ao topo duma das montanhas que tinha três ou
quatro quilómetros de altura. No início, parecia um pouco assustador mas
rapidamente me apercebi de que não era preciso ter medo de nada. A viagem,
tanto na ida como na volta foram bastante calma aproveitando-se para ir
adorando as magníficas paisagens das montanhas.
A roupa
que tinha vestido para o passeio que ia fazer na montanha era muito
inapropriada, tanto que acabei por gelar completamente as mãos e os pés: não
foi nada bonito, os meus dentes batiam e as minhas mãos e os meus pés estavam
tão frias, que até começavam a queimar.
Entretanto,
de tanta dor acabei por acordar. E foi assim que acabei por ganhar uma enorme
vontade ir um dia visitar as cordilheiras de Espanha. Foi uma viagem incrível,
oxalá tivesse verdadeiramente acontecido.
Pedro
R. [S]
[Título]
Em Vila Nova de Tazem não existem muitas
pessoas. Sendo uma vila antiga e desconhecida por muitos, as pessoas que lá
vivem são os mais velhos que passaram lá toda a sua vida e cujos filhos e netos
foram para a cidade.
Esta vila não é um ponto turístico usual, mas,
tendo uma ótima vista para a Serra da Estrela e estando bastante perto da mesma
(10/15 min a conduzir), é um lugar espetacular para descansar e esquecer um
pouco os problemas. existem inúmeras atividades para realizar em Vila Nova de
Tazem ou perto da mesma, desde estar sentado na esplanada do "Cunha"
a beber uma bebida gelada até ir caminhar pela Serra da Estrela. As pessoas que
habitam esta vila são pessoas excelentes com as quais é muito fácil de comunicar
e ouvir as estórias vividas por elas é uma atividade que prova ser
recompensadora.
Na minha opinião, a melhor atividade para se
realizar nesta vila é passear por ela e pelos seus campos acompanhado de amigos
a apreciar a paisagem cheia de animais de todos os tipos, desde animais de
grande porte, como cavalos e vacas, até simples gatos que andam pelas ruas, a
sentir a brisa e o cheiro da natureza. Como já referi, a vila não é grande e
nunca ninguém se perdeu a tentar explorá-la. O meu lugar favorito para estar a
passear e para relaxar, chama-se "tapada do Bairro". Aqui existem
carvalhos lindos que proporcionam um lugar com sombra e bastante confortável
para fazer um piquenique ou estar sentado a falar com amigos. Também há um
grande vinhal que tem as melhores uvas que já provei.
Outra atividade bastante interessante é visitar
o museu do pão na Serra da Estrela onde a história do pão é explicada e
diferentes receitas de pão estão expostas. Neste museu existem quadros
magníficos feitos de pão, um restaurante, com vista para Seia e para o resto da
serra, e uma loja onde se vende pão e acompanhantes. Este conjunto de
caraterísticas faz deste museu um ótimo lugar para passar uma tarde.
Para pessoas como eu que gostam de passear mas
preferem ficar em casa aconselho irem a Vila Nova no inverno, quando está a
nevar, estar à frente de uma salamandra a ver a neve a cair e a ver a serra
branca, a conversar com amigos e a comer a bola regional quentinha, é uma das
minhas atividades favoritas.
Ir para a praia fluvial na Serra da Estrela
também está na minha lista de preferências. Esta praia, apesar de a água ser
gelada, é linda e ninguém a conhece. Estar nesta praia prova sempre ser
recompensante, a conexão com a natureza, ouvir o barulho dos pássaros, sentir o
cheiro dos pinheiros e castanheiros e sentir que estamos rodeados só por
natureza intocada pelos humanos.
Apesar de Vila Nova parecer espetacular todas as
manhãs passam ovelhas pelas ruas a fazer muito barulho e, no verão, os
incêndios da Serra da Estrela são assustadores do ponto de vista de alguém que
está nesta vila. Mesmo assim sinto que vale a pena visitar Tazem, com tantas
coisas para fazer, boas pessoas, ótima comida, a simplicidade das coisas. Não
consigo parar de pensar em Vila Nova como sendo uma casa, um mini paraíso, um
lugar para o qual posso simplesmente fugir e esquecer tudo.
Tomás
[B-/B(-)]
[Título]
Fui de viagem até
Gondarém, uma pequena freguesia no conselho de Vila Nova de Cerveira, onde fica
a casa dos meus falecidos bisavós em que passo sempre duas semanas das minhas
férias de verão. É uma casa pequena mas muito acolhedora, com um terreno de
perder de vista. No primeiro verão que lá fui, não visitei apenas a minha terra
como também todas as outras das redondezas.
Passei por Viana da
Castelo no dia de Nossa Senhora da Agonia para ver aqueles típicos desenhos
feitos apenas de sal e para ver também a feira. E não poderia faltar a visita
ao centro comercial e ao funicular de Santa Luzia, juntamente com a igreja do
mesmo nome, que do seu topo tem uma vista lindíssima.
Em seguida, dirigimo-nos
a Ponte de Lima onde passeámos pela ponte sobre o rio Lima, apreciando as
lindas paisagens daquela região.
De Ponte de Lima
seguimos para Caminha onde fomos à feira, que é todas as quartas feiras, e onde
pudemos visitar o mercado, com o típico cheiro a peixe fresco, a Igreja Matriz
de Caminha e o parque de campismo de Vila Praia de Âncora onde passámos um dia
inteiro nas piscinas. Acabámos também a ver o Monte do Calvário e a Igreja
Matriz de Vila Praia de Âncora, começando a perceber que todas as igrejas que visitávamos
eram todas bem cuidadas e decoradas.
No resto da semana,
fiquei por Gondarém, onde passei o tempo quase todo na piscina na casa dos meus
tios-avós, que tem uma vista magnífica para o rio, para toda a serra e para a Ilha
dos amores. Durante a noite, as luzes da piscina acendiam-se, ficando apenas
aquela luz e a luz das estrelas a iluminar a paisagem.
Na semana seguinte,
passámos por Vila Nova de Cerveira onde visitámos também a feira, e, em seguida,
subimos até ao topo da serra para vermos o típico Cervo de Vila Nova de
Cerveira. Nessa semana, passámos também por Valença para visitarmos o Forte de
Valença e toda a sua beleza interior. Passámos lá um dia inteiro a ver as lojas
e todo o artesanato de diferentes tipos.
Na vinda de volta
para Lisboa, já quase que é tradição fazermos uma paragem na Bairrada para
comermos o delicioso leitão que se cozinha naquela zona.
Aconselho muito esta
viagem para quem gosta de um ambiente sossegado mas, ao mesmo tempo, cheio de
atividades de diferentes tipos para todos os gostos e idades. São sítios
excelentes para relaxar e para passear em família, ficando a conhecer melhor o
património do nosso país.
Carolina
[B/B(-)]
Nova Iorque brasileira
O meu pai dissera-me que iríamos para o Brasil
no mês seguinte.
Já com malas, feitas e revistas, o meu tio
Filipe ligou-nos para avisar que já estava pronto e à espera à nossa porta.
Saímos de casa (meio tristes por deixá-la para trás e meio otimistas para ver o
que o futuro nos guardava), e lá estava ele com um grande sorriso por nos ver.
Após uma breve reunião pusemos as malas no porta-bagagens e sentamo-nos prontos
para partir. Quando chegámos ao aeroporto tivemos que nos despedir do nosso
"motorista" para prosseguir com o plano. Nada que ele não estivesse
habituado visto que também fazia muitas destas viagens, mas custou-nos à mesma.
Fizemos tudo de acordo com o que nos foi indicado e passámos pela segurança
habitual sem problemas (mais tarde, foi-me dito que transportáramos café a
mais, e só não me disseram na altura para não provocar uma reação mais
suspeitosa).
Não consegui dormir no avião e o meu pai também
não, já o meu irmão e a minha mãe conseguiram-no sem problemas. No entanto, não
foi tudo mau. O avião era mais moderno e já tinha ecrãs com filmes disponíveis
na parte de trás de todos os bancos por isso consegui-me distrair das doze
longas horas que se seguiram. Ao chegar, apercebi-me de duas coisas instantaneamente:
que havia um grande contraste da temperatura de dentro do avião para fora e que
o Brasil é vastamente mais populoso que Portugal. Isto causa um certo choque
(não só térmico) numa criança com nove anos, de repente ter o dobro ou o triplo
das pessoas à minha volta, não é um processo fácil. Não era a primeira vez da
minha mãe no Brasil; então. já tinha uma certa ideia do que fazer e chamou um
táxi depois de irmos buscar as nossas malas.
Para terem uma noção de como é São Paulo, o
taxista que nos levou não sabia onde era o nosso apartamento alugado porque era
noutro bairro. Foi a minha mãe que teve de pesquisar na net como se chegava lá,
mas é compreensível tendo em consideração o tamanho daquele país. Chegamos ao
edifício luxuoso que serviria como nossa casa durante as semanas seguintes. Era
um duplex, ou seja, dois andares com uma escada encaracolada a servir de
ligação de que eu e o meu irmão nos apoderámos, rapidamente, para as nossas
brincadeiras. O resto da casa era confortável mas não tão luxuosa quanto o
exterior levaria a imaginar: duas casas de banho, uma cozinha espaçosa, uma
grande sala (que servia de quarto para o meu irmão e para mim, à noite).
Após umas voltas pela cidade decidimos ir a uma
praia que a minha mãe conhecia e recomendava chamada Rivieira de S. Lourenço.
Não era tarefa fácil pois, volto a lembrar, a escala brasileira é diferente da
nossa: esta praia ficava a cinco horas de carro graças ao trânsito extremo que
faz parte do quotidiano brasileiro. No entanto, prosseguimos com o nosso plano
e preparámos as malas. O meu pai fez sandes com variados ingredientes,
incluindo atum, frango assado, salsicha, patê, para nós comermos durante a
viagem.
Decidimos lá ficar dois dias. Reservámos dois
quartos de hotel, um para o meu irmão e para mim, e outro para os meus pais. O
hotel tinha um aspeto luxuoso e extravagante e, só para o tornar ainda melhor, uma sala de jogos
(que, mais tarde, se provaria útil nos momentos mais entediantes desta viagem).
Já na praia, com toalhas deitadas, reparámos que havia uma tenda de praia com
um número pouco usual de clientes e fomos investigar. Vendia uns pastéis
recheados com carne picada e/ou queijo com massa estaladiça e nós não pensámos
nada de mais sobre os mesmos mas, como já estava a ficar tarde, decidimos pedir
25 pastéis: 10 com carne, 10 com queijo e 5 sem recheio. De repente, começou a
chover, violentamente. O chapéu que nos resguardara do sol agora protegia-nos
da chuva e, mesmo assim, um jovem de aproximadamente vinte anos veio trazer os
pastéis previamente encomendados. Nunca comi nada melhor na vida, estava tudo
perfeito. A temperatura, apesar da chuva, estava ótima (tanto do mar como da
chuva).
Infelizmente, tivemos que voltar para Portugal,
pois as aulas iriam recomeçar brevemente, e passámos por todo o processo de
segurança do aeroporto mais uma vez. Ao chegarmos à nossa pátria, avisaram-me
da probabilidade de voltarmos ao Brasil mas durante mais tempo, para ser mais
exato, três anos.
G. Maia [S+/B-]
Finlândia uma
viagem repleta de memórias
Há muito tempo que sonhava em realizar uma
viagem fora de Portugal, poder levantar voo para um lugar que me fosse
desconhecido.
Até que chegou o dia em que entrei no ginásio,
quando ia ter o meu último treino da época e recebi a notícia de que iríamos
até à Finlândia fazer ginástica.
E foi no dia 12 de julho de 2015 que concretizei
um dos meus maiores desejos.
O ficar sem ar, assim que entrei no aeroporto, a
excitação de entrar pela primeira vez num avião, a dor de ouvidos ao descolar,
o sentir o estômago a chegar à boca e, para completar, o chamarem-me para ir
até ao coque pit, tudo se tornou realidade naquele dia.
Assim que saí do avião, senti logo o frio e a
chuva daquele belíssimo país nórdico.
Eram seis da manhã e já se via uma enorme
confusão na cidade. Ao longo dos dez dias que lá estivemos, pude perceber que
os finlandeses começam a trabalhar muito cedo e consequentemente, tomam as suas
refeições aproximadamente duas horas antes de nós, portugueses. À meia-noite já
ninguém tem as luzes de casa acesas.
Durante estes dias, para além de termos tido as
nossas inúmeras exibições, também tivemos tempo para descobrir um pouco de Helsínquia.
Todos os dias havia algum acontecimento que nos
levava a descobrir um pouco sobre a cultura dos finlandeses.
Na primeira noite, como de costume estávamos a conviver
um pouco nas redondezas da escola onde estávamos alojados e, por volta da uma
da manhã, entraram dois rapazes a fazer piões com uma mota no meio dos campos
de futebol. Descobrimos então que estes momentos alucinantes, pois como aquele
houve muitos mais, apenas aconteciam às sextas e sábados, pois eram os dias em
que no dia seguinte ninguém trabalhava. Então, as pessoas aproveitavam para se
exceder um pouco nos seus vícios.
No dia seguinte, fomos visitar o centro da
cidade de Helsínquia. A cidade com todos os seus transportes públicos,
permitia-nos ter uma vida subterrânea, o que é bastante bom na época de grandes
temporais. Percebemos também que foi naquela cidade que surgiu uma das
primeiras famosas lojas da Magnum.
Alguns dias depois, juntámo-nos com toda a nossa
comitiva do Sporting e apanhámos um barco até uma pequena ilha, a Ilha do Amor.
A Finlândia é banhada por um mar repleto de maravilhosas e pequenas ilhas.
Visitar aquela pequena aldeia rodeada de mar foi concretizar o sonho de
conseguir dar a volta a uma ilha e poder nadar nos seus mares com o medo de ser
devorada pelo fantástico e famoso monstro do lago Ness.
No último dia tive a oportunidade de ir até um novo país, de cruzeiro. Fomos até à Estónia.
Tallinn é uma cidade maravilhosa, rodeada de casas tradicionais belíssimas e de
floridos campos lindíssimos.
Voltei para Portugal a 22 de julho, de coração
cheio de novas aventuras e memórias magníficas.
Mafalda [B-]
#
<< Home