Aulas (21-39)
Aula
21
(13/out [1.ª, 2.ª, 3.ª]) Explicação sobre Critérios específicos de Português
(cfr. Apresentação).
Nas pp. 98-99, lê a crónica
«O país dos teimosos», de Ricardo
Araújo Pereira, e escolhe as melhores alíneas. Não uses outras páginas
do manual nem outros materiais. E demora só o tempo que eu aconselhar.
A expressão «para os picuinhas» (l. 2) é
a) caricatural, e diz-nos que, embora se trate de poema
de Campos, não é relevante distingui-lo dos de Pessoa.
b) erudita, assinalando que não se deve deixar de
fazer a correta referência bibliográfica.
c) irónica, sublinhando que o poema está, na
verdade, assinado por Fernando Pessoa ortónimo.
d) agressiva, mostrando repulsa por quem está sempre
disposto a encontrar defeitos no trabalho dos outros.
A palavra «picuinhas» (l. 2)
a) está mal escrita, porque deve grafar-se
«picuínhas» (com acento).
b) não leva acento, uma vez que se trata de uma
palavra esdrúxula.
c) não tem acento sobre o i porque o
ditongo ui é mesmo para ser lido.
d) não leva acento, apesar de se fazer hiato (u-i),
porque o nh seguinte faz que não seja necessário.
O verso «Onde é que há gente no mundo?» (l. 4)
revela, por parte do poeta,
a) vontade de saber onde há pessoas.
b) espanto e indignação por todos se acharem tão
perfeitos.
c) melancolia e tristeza dada a solidão que o eu
poético sente.
d) arrependimento e remorso, por o sujeito lírico
se considerar muito inferior aos outros.
A alusão a Álvaro de Campos e a citação de versos do
«Poema em Linha Reta» (ll. 1-4) permite ao cronista
a) introduzir a sua perspetiva.
b) introduzir um contra-argumento.
c) apresentar um exemplo.
d) reforçar o ponto de vista defendido.
Os questionários de Proust (cfr. l. 5) — a que,
no verão, os jornais costumam recorrer —, são inquéritos
a) sobre Marcel Proust.
b) sobre o verão.
c) sobre a personalidade de quem lhes responde.
d) que se focam particularmente nos defeitos dos
inquiridos.
«Trata-se de uma boa pergunta» (l. 5) e «Todos os
verões, tenho estudado os questionários de Proust dos jornais» (ll. 5-6) são
exemplo de segmentos com os valores aspetuais, respetivamente,
a) genérico, perfetivo.
b) genérico, iterativo.
c) imperfetivo, habitual.
d) habitual, iterativo.
A frase «Este ano, o DN e o Público [...]
têm continuado a sua busca meritória por um ser humano verdadeiramente defeituoso»
(ll. 9-11) constitui um exemplo de ironia, porque
a) elogia a análise psicológica desenvolvida pelos
questionários de verão dos jornais.
b) salienta a naturalidade dos defeitos humanos.
c) desvaloriza os objetivos dos questionários dos jornais
e a qualidade dos inquiridos.
d) sugere a inutilidade dos questionários de verão
dos jornais.
A função sintática desempenhada pela oração «uma vez
que se trata da mais chata e insignificante das falhas de carácter» (l. 13) é
a) modificador (de G. V.).
b) complemento do nome.
c) complemento direto.
d) complemento oblíquo.
Na l. 15, «incluí»
a) leva acento para que não se leia o ditongo ui.
b) está mal escrito (devia ser «inclui»).
c) não devia ter acento porque se trata da 3.ª
pessoa do Presente do Indicativo (ele inclui).
d) tem acento porque se trata da 1.ª pessoa do
Presente do Indicativo.
No segundo parágrafo (ll. 19-29), o cronista destaca,
em relação aos defeitos assumidos nos questionários dos jornais, o facto de
a) serem inatos aos inquiridos.
b) corresponderem a imperfeições físicas.
c) decorrerem de motivações externas.
d) serem comuns.
Em «lhes esgota a paciência» (ll. 20-21) o pronome
pessoal encontra-se anteposto ao verbo, porque a) é usado numa frase declarativa.
b) depende de uma oração coordenada.
c) está integrado numa oração subordinante.
d) ocorre numa oração subordinada.
Na l. 25, «desgraçado» é
a) irónico.
b) objetivo.
c) metafórico.
d) hiperbólico.
Em «a pobre inquirida» (l. 28), o adjetivo «pobre»
a) tem valor denotativo, dado estar anteposto.
b) significa ‘com poucos recursos’.
c) quer dizer ‘infeliz’, sentido conotativo que
advém da anteposição.
d) significa ‘sem abrigo instalada em tenda em
Arroios’.
A função sintática desempenhada pela oração «que
confessam defeitos apresentáveis» (ll. 32-33) é
a) complemento direto.
b) modificador restritivo do nome.
c) modificador apositivo do nome.
d) sujeito.
No contexto em que se encontra, «apresentáveis»,
que é modificador de «defeitos» (l. 33), significa
a) ‘não demasiado graves’.
b) ‘verdadeiros’.
c) ‘perdoáveis’.
d) ‘que não deem má imagem’.
«sou preguiçoso» (l. 34) e «apontou» (l. 16) são
exemplos de segmentos com os valores aspetuais, respetivamente,
a) genérico, iterativo.
b) genérico, perfetivo.
c) imperfetivo, habitual.
d) habitual, iterativo.
A função sintática desempenhada pelos pronomes «nos»
(l. 21) e «me» (l. 37) é, respetivamente,
a) complemento direto, complemento indireto.
b) complemento indireto, complemento direto.
c) complemento direto, complemento direto.
d) complemento indireto, complemento indireto.
A citação na l. 40, que faz alusão ao escrutínio
para entrada no paraíso,
a) indica um pecado que decerto impediria esse
ingresso.
b) assume ser pecado o que, na verdade, é uma
virtude.
c) é irónica porque não há paraíso.
d) é absurda porque refere um pecado demasiado
grave.
O poema «Un soir à Lima», que pedi lesses em casa,
é
a) do mesmo heterónimo do do poema que o cronista
refere no início de «O país dos teimosos».
b) do Álvaro de Campos da fase futurista.
c) acerca do mesmo assunto do «Poema em Linha
Reta».
d) um texto de nostalgia da infância.
Como se fazia notar em ficha do Caderno de atividades
que te pedi fosses lendo, são características da poesia de Álvaro de Campos (se
excetuarmos a sua fase decadente)
a) a regularidade formal e a impetuosidade ao
nível do sentido.
b) a irregularidade estrófica e métrica, a
ausência de rima.
c) a regularidade da métrica e a ausência de rima.
d) a regularidade da métrica, a irregularidade
estrófica, a rima.
TPC — Não te esqueças de
aceitar o amável convite que te enviei (para entrares na Classroom). Vai lendo
«Como vai ser o ‘Projeto de leitura’».
Aula 22 (13 [1.ª], 14 [2.ª], 16/out [3.ª]) Assistência a começos de seis versões de Frei Luís de Sousa:
Começar aos 6 minutos e
trinta:
Peça radiofónica, realizada por Edgar Marques, em 1958, audível aqui.
Encenação de Jorge Listopad em 1967 acessível só aqui.
Começar no final do
primeiro minuto:
Começar aos 9 minutos:
Começar aos 3 minutos:
As representações de que vimos
a parte correspondente à cena I e ao começo da cena II do Ato
Primeiro de Frei Luís Sousa, de Almeida Garrett, são:
|
Filme/Peça |
Ano |
Realizador/Encenador |
Atores para Madalena e Telmo |
|
Frei Luís de Sousa |
1950 |
António Lopes Ribeiro |
Maria Sampaio, João Villaret |
|
Frei Luís de Sousa |
1958 |
Edgar Marques |
Carmen Dolores, Luís Filipe |
|
Frei Luís de Sousa |
1967 |
Jorge
Listopad |
Carmen
Dolores, Luís Santos |
|
Frei Luís de Sousa |
1986 |
Jorge
Listopad |
Carmen
Dolores, Carlos Wallenstein |
|
Quem és tu? |
2001 |
João Botelho |
Suzana Borges, José Pinto |
|
Madalena |
2013 |
Jorge
Pinto |
Emília
Silvestre, ¿Jorge Pinto? |
|
Frei Luís de Sousa |
2019
|
Miguel
Loureiro |
Maria
Duarte, Ângelo Torres |
Ato Primeiro
Câmara antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegância portuguesa
dos princípios do século dezassete. Porcelanas, charões , sedas, flores, etc. No
fundo, duas grandes janelas rasgadas, dando para um eirado que olha sobre o Tejo
e donde se vê toda Lisboa; entre as janelas o retrato, em corpo inteiro, de um cavaleiro
moço, vestido de preto, com a cruz branca de noviço de S. João de Jerusalém. Defronte
e para a boca da cena um bufete pequeno, coberto de rico pano de veludo verde franjado
de prata; sobre o bufete alguns livros, obras de tapeçaria meias feitas e um vaso
da China de colo alto, com flores. Algumas cadeiras antigas, tamboretes rasos, contadores.
Da direita do espectador, porta de comunicação para o interior da casa, outra da
esquerda para o exterior. É no fim da tarde.
Cena
I
Madalena só, sentada junto à banca,
os pés sobre uma grande almofada, um livro aberto no regaço, e as mãos cruzadas
sobre ele, como quem descaiu da leitura na meditação.
Madalena (repetindo maquinalmente
e devagar o que acaba de ler) –
Naquele engano d’alma ledo
e cego,
que a fortuna não deixa durar
muito…
Com paz e alegria d’alma...
um engano, um engano de poucos instantes que seja... deve de ser a felicidade suprema
neste mundo. E que importa que o não deixe durar muito a fortuna? Viveu-se, pode-se
morrer. Mas eu!... (Pausa). Oh! que o não saiba ele ao menos, que não suspeite
o estado em que eu vivo... este medo, estes contínuos terrores, que ainda me não
deixaram gozar um só momento de toda a imensa felicidade que me dava o seu amor.
Oh! que amor, que felicidade... que desgraça a minha! (Torna a descair em profunda
meditação; silêncio breve).
Cena
II
Madalena, Telmo Pais
Telmo (chegando ao pé de
Madalena, que o não sentiu entrar) – A minha senhora está a ler?…
Madalena (despertando) –
Ah! sois vós, Telmo... Não, já não leio: há pouca luz de dia já; confundia-me a
vista. E é um bonito livro este! o teu valido, aquele nosso livro, Telmo.
Telmo (deitando-lhe os
olhos) – Oh! oh! livro para damas – e para cavaleiros... e para todos: um
livro que serve para todos – como não há outro, tirante o respeito devido ao da
palavra de Deus! Mas esse não tenho eu a consolação de ler, que não sei latim
como meu senhor… quero dizer como o Sr. Manuel de Sousa Coutinho – que, lá
isso!... acabado escolar é ele. E assim foi seu pai antes dele, que muito bem o
conheci: grande homem! Muitas letras, e de muito galante prática, e não somenos
as outras partes de cavaleiro: uma gravidade!… Já não há daquela gente. Mas,
minha senhora, isto de a palavra de Deus estar assim noutra língua, numa língua
que a gente… que toda a gente não entende… confesso-vos que aquele mercador
inglês da Rua Nova, que aqui vem às vezes, tem-me dito suas cousas que me
quadram… E Deus me perdoe, que eu creio que o homem é herege, desta seita nova
d’Alemanha ou d’Inglaterra. Será?
Madalena – Olhai, Telmo; eu não
vos quero dar conselhos: bem sabeis que desde o tempo que… que…
Telmo – Que já lá vai, que era
outro tempo.
Madalena – Pois sim… (suspira).
Eu era uma criança; pouco maior era que Maria.
[...]
Responde a este item (que
inventei eu, ainda que procurando cumprir os moldes habituais de uma pergunta 7
de prova de exame):
Grupo
I
Parte
C
7. Escreva uma breve
exposição na qual mostre que, desde o início da peça Frei Luís de Sousa,
se vão acumulando elementos que contribuem para o clima de tragédia que logo se
insinua.
A sua exposição deve
incluir:
• uma introdução;
• um desenvolvimento no qual
explicite dois aspetos que promovam o clima de tragédia;
• uma conclusão adequada ao
desenvolvimento do texto.
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TPC — Vê a ficha corrigida
que porei em Gaveta de Nuvens (é a ficha nas pp. 34-35 do Caderno de
Atividades), que trata das falas de Madalena e Telmo imediatamente a seguir
ao passo que lemos hoje. (Menos importante por agora: nas pp. 398-401 do manual
estão «guias» para a compreensão de Frei Luís de Sousa.)
Aula 23-24 (14 [1.ª, 2.ª], 16/out [3.ª]) Correção de odes futuristas.
«Lisbon
Revisited (1923)» — na p.
93 — foi publicado, na Contemporânea,
em 1923. Três anos mais tarde, no mesmo periódico e também assinado por Álvaro de Campos, saiu o poema em baixo,
com título idêntico mas datado, entre parênteses, de 1926.
Compara o tom e o tema dos dois textos. Inclui pelo
menos uma citação de cada um dos poemas. (Aproveita para procurar explicar também
o uso do inglês no título.)
Lisbon Revisited (1926)
Nada me prende a nada.
Quero cinquenta coisas ao mesmo
tempo.
Anseio com uma angústia de fome
de carne
O que não sei que seja —
Definidamente pelo indefinido…
Durmo irrequieto, e vivo num
sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade
a sonhar.
Fecharam-me todas as portas
abstratas e necessárias.
Correram cortinas de todas as
hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não há na travessa achada o
número de porta que me deram.
Acordei para a mesma vida para
que tinha adormecido.
Até os meus exércitos sonhados
sofreram derrota.
Até os meus sonhos se sentiram
falsos ao serem sonhados.
Até a vida só desejada me farta
— até essa vida…
Compreendo a intervalos desconexos;
Escrevo por lapsos de cansaço;
E um tédio que é até do tédio
arroja-me à praia.
Não sei que destino ou futuro
compete à minha angústia sem leme;
Não sei que ilhas do Sul impossível
aguardam-me náufrago;
Ou que palmares de literatura
me darão ao menos um verso.
Não, não sei isto, nem outra
cousa, nem cousa nenhuma…
E, no fundo do meu espírito,
onde sonho o que sonhei,
Nos campos últimos da alma,
onde memoro sem causa
(E o passado é uma névoa natural
de lágrimas falsas),
Nas estradas e atalhos das florestas
longínquas
Onde supus o meu ser,
Fogem desmantelados, últimos
restos
Da ilusão final,
Os meus exércitos sonhados,
derrotados sem ter sido,
As minhas coortes por existir,
esfaceladas em Deus.
Outra vez te revejo,
Cidade da minha infância pavorosamente
perdida…
Cidade triste e alegre, outra
vez sonho aqui…
Eu? Mas sou eu o mesmo que aqui
vivi, e aqui voltei,
E aqui tornei a voltar, e a
voltar,
E aqui de novo tornei a voltar?
Ou somos todos os Eu que estive
aqui ou estiveram,
Uma série de contas-entes ligadas
por um fio-memória,
Uma série de sonhos de mim de
alguém de fora de mim?
Outra vez te revejo,
Com o coração mais longínquo,
a alma menos minha.
Outra vez te revejo — Lisboa
e Tejo e tudo —,
Transeunte inútil de ti e de
mim,
Estrangeiro aqui como em toda
a parte,
Casual na vida como na alma,
Fantasma a errar em salas de
recordações,
Ao ruído dos ratos e das tábuas
que rangem
No castelo maldito de ter que
viver…
Outra vez te revejo,
Sombra que passa através de
sombras, e brilha
Um momento a uma luz fúnebre
desconhecida,
E entra na noite como um rastro
de barco se perde
Na água que deixa de se ouvir…
Outra vez te revejo,
Mas, ai, a mim não me revejo!
Partiu-se o espelho mágico em
que me revia idêntico,
E em cada fragmento fatídico
vejo só um bocado de mim —
Um bocado de ti e de mim!…
Álvaro de Campos
(Fernando
Pessoa, Poesia dos Outros Eus, edição
de Richard Zenith, Lisboa, Assírio & Alvim, 2007)
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Sobre o aspeto, tens as pp. 328-329 do manual. Indica o valor aspetual predominante em cada uma destas frases de Último a sair:
|
Ela estava a fazer jogo, esteve a fazer jogo desde
o início. |
|
|
Há muitas melgas nesta
casa. |
|
|
Já acabou o Fenistil. |
|
|
A melga entrou lá dentro. |
|
|
A melga vinha [a voar]. |
|
|
Procurei bué. Estive ali um quarto de hora à procura da melga. |
|
|
Tu és meu amigo, Rui. |
|
|
* Costumo sair do quarto dos homens e visitar
o das mulheres. |
|
|
* Tens procurado as melgas todas as noites. |
|
*
inventados para efeitos do exercício
Atribui às frases, de Último a sair — passo do «milagre» vivido por Bruno Nogueira —, um valor
aspetual (genérico, imperfetivo, perfetivo,
habitual, iterativo, [incoativo, cessativo]).
|
Frase |
valor aspetual |
|
É um iogurte de coco e de ananás muita bom. |
|
|
Você está andando, Bruno. |
|
|
Ainda ontem estava numa cadeira de
rodas e hoje eu te vejo aqui de pé. |
|
|
Começo a ouvir barulho. |
incoativo [tem-se
descartado] |
|
Veio uma luz lá do meio. |
|
|
Ela [Nossa Senhora] conhece-me. |
|
|
Os três pastorinhos já lerparam. |
|
|
Você é a nova Irmã Lúcia! |
|
O poema «Dobrada à moda do
Porto», de Álvaro de Campos, tem bastantes marcas de narratividade.
A situação relatada é sobretudo pretexto para o «eu» refletir sobre si mesmo. É
este poema um novo exemplo do Campos intimista, agora talvez em clave mais irónica
que desiludida.
O que te peço é que reescrevas
o poema, verso a verso, criando outra situação (a tal parte mais narrativa, que
deixará de ter a ver com um restaurante), mantendo entretanto tudo o que
sublinhei (em geral, os fragmentos mais líricos ou mais introspetivos).
Além das partes sublinhadas,
conserva, é claro, o número de versos, e procura não alterar muito a pontuação
do original. Quanto ao título, deve ser trocado por outro, é claro.
Dobrada à moda do Porto
Um dia, num restaurante, fora do
espaço e do tempo,
Serviram-me o amor como
dobrada fria.
Disse delicadamente ao
missionário da cozinha
Que a preferia quente,
Que a dobrada (e era à moda
do Porto) nunca se come fria.
Impacientaram-se comigo.
Nunca se pode ter razão, nem num restaurante.
Não comi, não pedi outra
coisa, paguei a conta,
E vim passear para toda a
rua.
Quem sabe o que isto quer
dizer?
Eu não sei, e foi comigo...
(Sei muito bem que na
infância de toda a gente houve um jardim,
Particular ou público, ou
do vizinho.
Sei muito bem que
brincarmos era o dono dele.
E que a tristeza é de hoje).
Sei isso muitas vezes,
Mas, se eu pedi amor,
porque é que me trouxeram
Dobrada à moda do Porto
fria?
Não é prato que se possa
comer frio,
Mas trouxeram-mo frio.
Não me queixei, mas estava
frio,
Nunca se pode comer frio,
mas veio frio.
Fernando
Pessoa, Poemas de Álvaro de Campos, edição de Cleonice Berardinelli,
Lisboa, INCM, 1990 (com modernização da grafia).
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TPC — Vê em Gaveta de Nuvens o que sobre ‘Processos irregulares de formação de palavras’ retirei de boa gramática. Vai também lendo o escrevi sobre «Como vai ser o ‘projeto de leitura’».
Aula XXV (17 [2.ª], 20/out [1.ª]) Correção de redação que se entregava (cfr. Apresentação). Explicação do que é um «Questionário de Proust».
Lê um dos «Questionários de Proust» que o Público
publicou num destes verões [ficam aqui seis dos vinte e tal que foram usados na aula].
Marcel Proust foi um escritor francês (1871-1922), autor de Em busca
do tempo perdido, uma das mais importantes obras da literatura universal. Não
foi ele que concebeu o questionário; mas respondeu a inquérito semelhante (esta
versão já estará adaptada), resposta depois encontrada no seu espólio, o que
fez que o questionário fosse batizado assim.
Responde a algumas
das perguntas do Questionário de Proust. Como se percebe, trata-se, por vezes,
de procurar também ser espirituoso, nem sempre literal na resposta. Responde na
ordem do inquérito, copiando também a pergunta. Podes descartar uma ou outra
questão (mas, no total, não saltes mais de três itens).
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Aula 26 (20/out [1.ª, 2.ª, 3.ª]) Correção de questionário sobre «O país dos teimosos» (ver Apresentação).
Para efeitos desta matéria, é útil rever o verbo — a sua conjugação, a sua flexão —, recordando as suas subclasses.
O verbo pode ser...
|
principal |
intransitivo |
não seleciona complementos |
|
|
transitivo
|
direto |
seleciona complemento
direto |
|
|
indireto |
seleciona complemento
indireto (ou complemento oblíquo) |
||
|
direto e indireto |
seleciona dois complementos |
||
|
predicativo |
seleciona complemento
direto e predicativo do complemento direto |
||
|
copulativo |
associa-se a um nome predicativo
do sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar, permanecer, tornar-se,
etc.) |
||
|
auxiliar |
dos tempos compostos |
ter, haver |
|
|
da passiva |
ser |
||
|
temporal |
ir, haver de |
||
|
aspetual |
estar, continuar,
começar, acabar, ir, vir, ficar |
||
|
modal |
ter de, poder, dever |
||
Sobre os valores modais (ou modalidade)
tens a explicação na p. 328 do manual. As três modalidades
são: epistémica (valores de probabilidade,
certeza); deôntica (permissão, obrigação);
apreciativa. Na tabela, preenche a
coluna da direita com a modalidade que esteja em causa.
|
«O
desensofador» (série Lopes da Silva) |
modalidade |
|
Ui! |
|
|
Não lhe vou mentir: está
muito complicado... |
|
|
Vai ser preciso
desmontar: tenho de tirar a almofada. |
|
|
Tenho de fazer a verificação do forro a nível do
extravio de acepipes. |
|
|
Não pode recolocar agora? |
|
|
Não posso voltar cá. |
|
|
Tenho um serviço num
dentista que deve ser demorado. |
|
|
Que horror: parece impossível!
|
|
|
Parece incrível como há
gente assim em pleno século XXI... |
|
|
E posso colocar eu a almofada? |
|
|
Por mim, pode. |
|
|
Pode só virar o fecho éclair
ao contrário... |
|
|
Pode meter mal a almofada... |
|
|
A única coisa que pode acontecer é desfigurar o sofá para
sempre. |
|
|
Posso oferecer-lhe uma cerveja? |
|
|
Devemos ter cuidado com chaves e naperons — o
mundo tornou-se complicado para os sofás. |
|
Indica a função sintática do que esteja sublinhado:
Morro na praia
(Capitão Fausto)
Trabalhar
nunca me fez bem nenhum, _________
Mas é melhor que ver o tempo
a passar.
Atrasado, faço mais um refrão.
Ao menos, vou gastar o tempo
todo a cantar.
Não paro enquanto ainda
for a tempo.
A tempestade virou costas
ao mar, _________
Por muito que eu não queira,
De hoje não vai passar.
Fecho-me em casa, finjo que sou cantor, _________
Ostento a tentativa de me
levar a sério,
Mas, no fundo, nada mais
vai mudar.
Eu canto a parolada, tu só tens de aceitar. ________
Mãe, eu só te quero lembrar,
Até morrer no peito eu vou-te
levar;
Minha mãe, eu só te quero
lembrar, _________
Até morrer no peito eu vou-te
levar.
Caladinho, tu andaste a
pastar,
Por esta altura tinhas já
o trunfo na mão. _________
Adormeço sempre a equacionar
E durmo mal dormido a pensar
nesta canção.
Adio mais um dia perceber
Que aos vinte e seis não
posso mais empatar.
Assumo o compromisso, ________
Deixo as nuvens entrar.
Morro na praia a vinte passos
de ser
Um gajo formado, um gajo
pronto a vingar;
Mas, no fundo, fundo, tudo tem de mudar, _________
Agora, que eu não estudo,
não me vou mais calar.
Mãe, eu só te quero lembrar,
Até morrer no peito eu vou-te levar; _________
Minha mãe, eu só te quero
lembrar,
Até morrer no peito eu vou-te levar. _________
TPC — Faz leitura de poema,
perguntas e soluções de «Notas sobre Tavira» (pp. 100-101), de Álvaro de
Campos. Vai procurando ler sempre as partes «teóricas» das zonas do manual por
que formos passando.
Aula 27-28 (21 [1.ª, 2.ª], 23/out [3.ª], 24/out [1.ª]) Ainda algumas correções do comentário comparativo dos dois «Lisbon Revisited».
[Exemplo de comentário
sobre os dois «Lisbon Revisited», de Álvaro de Campos:]
Se é verdade que os poemas
apresentam um tema comum — a desilusão do sujeito poético face ao seu
desencontro emocional com o espaço que o envolve —, o tom usado é distinto.
Em «Lisbon Revisited
(1923)», o tom do discurso é de irrequietude e revolta, como denota a presença
frequente de frases com valor modal deôntico («Paguem o que devem!»; «Não me
peguem no braço!»; etc.), tantas vezes acumulando negação, imperativo e exclamação.
Já em «Lisbon Revisited
(1926)» as palavras do sujeito lírico assumem uma dimensão de desilusão e
desânimo, a que não é alheia a fragmentação do eu («Mas, ai, a mim não me
revejo! / Partiu-se o espelho mágico em que me revia idêntico, / E em cada
fragmento fatídico vejo só um bocado de mim»).
Entretanto, nos dois
textos o poeta sente-se como um «estrangeiro», não integrado nas vivências
comuns e nos hábitos culturais da capital. A utilização do inglês no título dos
poemas acentua a inadaptação do eu lírico, que expressa assim a sua circunstância
de «estrangeiro» em Lisboa.
Na p. 56, lê o poema IX
de «O Guardador de Rebanhos», de Alberto
Caeiro, e completa a tabela:
|
Trechos |
Vv. |
Figuras |
Funcionalidade do recurso estilístico |
|
Sou um guardador de
rebanhos. |
1 |
______ |
O
sujeito poético aproxima-se da natureza. A afirmação é a primeira premissa
do silogismo constituído pelos três primeiros versos, cuja conclusão será «o
sujeito poético é um guardador de __________». |
|
Penso com os olhos e com
os ouvidos / E com as mãos e os pés, / E com o nariz e a boca. |
4-6 |
Enumeração |
Com este inventário de
órgãos sensoriais reforça-se o que se estipulara no v. 3 (a _______ do sentir
físico). |
|
Polissíndeto |
A articulação dos termos
através da _____ «e» ajuda a representar o eu lírico como ingénuo, simples, infantil, ao mesmo tempo que
acentua o citado predomínio das ________. |
||
|
______ |
Hierarquizam-se
as sensações de acordo com o grau de conhecimento que permitem apreender: as
impressões visuais são a primeira fonte de saber, seguindo-se as auditivas,
as táteis, as olfativas e, por fim, as gustativas. |
||
|
E com as mãos e os pés /
E com o nariz e a boca. |
5-6 |
______ / Paralelismo |
Através da arrumação
paralelística, consegue-se estilizar, «poetizar», o segmento, que pretendia
também afirmar a simplicidade (caeiriana)
do eu. |
|
Pensar uma flor é vê-la e
cheirá-la / E comer um fruto é saber-lhe o sentido. |
7-8 |
Metáfora / _____ |
Exemplifica-se o que se
teorizara antes (o poeta só pensa através das sensações — no caso, visão,
olfato, gosto). No v. 7, a ação sensorial está à direita (pensar = visão e olfato); no verso 8, a ordem é
a contrária (gosto = pensar). |
|
Me sinto triste de
gozá-lo tanto, |
10 |
_______ |
O quase paradoxo marca
talvez a aversão do eu à perceção
mental do gozo. |
|
E fecho os olhos quentes, |
12 |
Sinestesia |
Um pouco forçadamente,
talvez se possa considerar haver aqui uma associação do ____ («quente») à
visão («olhos»), que, de novo, tenderia a valorizar o domínio das ___________.
|
|
Sinto
todo o meu corpo deitado na realidade, |
13 |
_______ |
Sugere-se a importância
do sentir (do «corpo»), que seria a única via de acesso à «realidade». |
|
Sei a verdade e sou
feliz. |
14 |
Paralelismo / Bipartição
do verso |
Na sequência da metáfora
anterior, confirma-se a supremacia do ____ sobre o pensar, assume-se a
sensação como a autêntica forma de _____ e única fonte de felicidade. |
Depois, relanceia os dois trechos expositivos na p. 57, reunidos sob o título «O
primado das sensações», e completa a seguinte solução do item 1:
a. bucolismo: «tónica na vertente
bucólica e instintiva» (ll. 1-2); «Caeiro pretende ser o “descobridor da
____________”» (l. 5); «O espaço de existência de Caeiro é o __________» (l.
12).
b. sensacionismo: «O
__________________ chega apenas pelo olhar puro» (ll. 8-9); «Alberto Caeiro é o
poeta que cultiva as _____________» (l. 10).
c. objetivismo:
«universo poético [...] linear, sem profundidade, despojado de toda a
subjetividade de sentido.» (ll. 3-4); «As _______ são o que são, resumem-se à
sua aparência» (l. 6); «Para Caeiro, o mundo é claro, evidente, simplesmente
____» (ll. 7-8); «afirma um pensamento que nega as ilusões e os excessos da
modernidade» (ll. 13-14); «o estilo de Alberto Caeiro é feito de [...]
espontaneidade» (ll. 14-15).
d. antimetafísica:
«negando que a natureza tenha significados ocultos» (ll. 5-6); «ao poeta cabe
aceitá-las como elas são, sem _________» (ll. 6-7); «filosofia de vida feita de
simplicidade e de naturalidade» (ll. 11-12).
Lê agora o texto II de «O Guardador de Rebanhos».
Sintetiza em frases com menos de trinta letras as lições que o sujeito quer
inculcar em cada uma das três primeiras estrofes:
II
Tudo que vejo está nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar
pelas estradas
Olhando para a direita e
para a esquerda,
E de vez em quando olhando
para trás...
E o que vejo a cada
momento
É aquilo que nunca antes
eu tinha visto,
E eu sei dar por isso
muito bem...
Sei ter o pasmo comigo
Que teria uma criança se,
ao nascer,
Reparasse que nascera
deveras...
Sinto-me nascido a cada
momento
Para a completa novidade
do mundo...
Creio no mundo como num
malmequer,
Porque o vejo. Mas não
penso nele
Porque pensar é não
compreender...
O mundo não se fez para
pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos
olhos)
Mas para olharmos para ele
e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia:
tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é
porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a
por isso,
Porque quem ama nunca sabe
o que ama
Nem sabe porque ama, nem o
que é amar...
Amar é a primeira
inocência,
E toda a inocência é não
pensar...
Poemas de Alberto Caeiro, edição de Ivo Castro, ed. digital, Lisboa, IN, 2020, pp.
17-18.
estrofe dos vv. 1-12: ___________________________.
sextilha de 13-18:
_____________________________.
quintilha de 19-23:
_____________________________.
Quanto ao dístico final (vv. 24-25) constitui um silogismo
inacabado:
Amar é a primeira inocência,
E toda a inocência é não
pensar...
Logo _________________.
Na p. 60, lê o poema XXXIX de «O Guardador
de Rebanhos», de Alberto Caeiro,
«O mistério das cousas, onde está ele?».
Completa as respostas a estes itens (vê a mesma p.
60):
3.
Seleciona
a opção de resposta adequada para completar a afirmação.
Com a referência aos «poetas» (v. 11) e aos
«filósofos» (v. 12), o sujeito poético reforça a sua ________ de um
conhecimento subjetivo da realidade e critica os que se dedicam a ________.
4. Interpreta o verso 16,
considerando o conteúdo da última estrofe.
O sujeito poético sintetiza o motivo da sua ________ em interpretar de modo metafísico a realidade e a sua defesa do sensacionismo como forma ________ de conhecer o mundo. Uma vez que as coisas não têm qualquer «significação» para além da sua dimensão física, elas devem ser apreendidas simplesmente por meio dos _________ (v. 15). Assim, na última estrofe, o «eu» enunciador reafirma o primado das sensações (v. 15) e reforça a ________ do objetivismo.
Escreve comentário em
que relaciones Horácio Lopes da Silva com a filosofia de Alberto Caeiro. Naturalmente,
a abordagem pode fazer-se através dos pontos de contacto mas também é possível
citar as divergências. (Podes consultar manual mas sem te perderes em
leituras.) A caneta.
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TPC — Lê as pp. 58-59 do manual, que têm um questionário resolvido (sobre o poema «Se eu pudesse trincar a terra toda», de Alberto Caeiro). || Para quem não esteve nas aulas de 16 e 17 de outubro, turmas 2.ª e 3.ª — Vê as seguintes aulas em Gaveta de Nuvens, para teres ideia do que se fez: para o 12.º 2.ª, as aulas 22 e XXV; para o 12.º 3.ª, a aulas 22 e 23-24.
Aula 29 (23 [1.ª] 26/out [2.ª, 3.ª]) Correção de resposta a item 7 de prova-modelo de exame sobre o início de Frei Luís de Sousa (cfr. Apresentação).
[Solução possível:]
Em Frei Luís de Sousa são determinantes as dúvidas, a instabilidade
emocional de Madalena. Numa tragédia é essencial a acumulação de indícios que façam
adivinhar que não devemos desafiar o destino.
A primeira cena mostra-nos Madalena a ler Os Lusíadas e a comparar-se
com Inês de Castro, que considera ter sido mais feliz: apesar de vir a ser assassinada
pelos seus algozes, Inês pudera ainda gozar momentos de felicidade, ao passo que
ela continuava angustiada por aqueles «continuos terrores» que a impediam de fruir
a felicidade que lhe dava o amor por Manuel.
A entrada de Telmo não acalmará a ansiedade de Madalena; ao contrário,
o velho aio irá aludindo ao mesmo passado que a atemoriza e lhe será constantemente
recordado: a simples correção «como meu senhor... quero dizer como o Sr. Manuel
de Sousa Coutinho» revela que Telmo não esqueceu o primeiro amo e o prefere ao segundo
marido de Madalena, que aliás respeita.
Sozinha, Madalena não «vive», porque teme que o passado (ou seja, o
primeiro casamento, com João de Portugal) se interponha. Porém, nem Camões nem Telmo
são companhias que a pacifiquem porque ambos lhe recordam aquilo em que não quer
acreditar.
Podendo socorrer-te dos valores
modais (modalidade)
apontados na p. 328, preenche a coluna à direita. De qualquer modo, os termos a
usar serão:
epistémica
(valor de certeza);
epistémica
(valor de probabilidade);
deôntica
(valor de obrigação);
deôntica
(valor de permissão);
apreciativa.
|
Frase de Último a sair, passo de traição de
Débora |
Modalidade (valor de ...) |
|
Pões-me
creme? [Débora para Bruno] |
deôntica
(valor de obrigação) |
|
Podes
pôr-me creme, faz favor. [Débora para Bruno] |
|
|
Posso.
[Bruno para Débora] |
|
|
Então
não posso. [Bruno para Débora] |
|
|
As
tuas mãos são uma coisa, Bruno! [Débora
para Bruno] |
|
|
São
super-fortes! [Débora para Bruno] |
|
|
Eu
até me estou a sentir mal. [Bruno para Débora] |
|
|
O
Unas é que devia estar a fazer
isto... [Bruno] |
|
|
Não
te preocupes. [Débora para Bruno] |
|
|
O
quintal ainda não é aí. [Débora para Bruno] |
|
|
E
o vizinho não tem de saber de
nada. [Débora para Bruno] |
|
|
Se calhar, posso
espalhar por mais sítios? [Bruno para Débora] |
|
|
Claro.
[Débora para Bruno] |
|
|
É
isso. [Débora para Bruno] |
|
|
Está
ótimo! [Débora para Bruno] |
|
|
Tens
uma melga aqui. [Unas para Débora] |
|
|
Posso matá-la? [Unas para
Débora] |
|
|
Granda
melga! Bem! [Bruno para Unas] |
|
|
[...]
quando podes ter o original [Bruno
para Débora] |
|
|
Se calhar, até quero o original.
[Débora para Bruno] |
|
|
Tipo duas
melgas que voavam mais ou menos
assim. [Bruno] |
|
|
Unas, isso é aquela conversa que não interessa a ninguém.
[Débora] |
|
Completa, depois de vermos o final do filme.
|
Final do filme Ruby Sparks |
Começo da peça Frei Luís
de Sousa |
|
Ruby
______ do passado, por determinação do seu criador. |
______
está cada vez mais aprisionada no passado, o que é também suscitado por Telmo. |
|
Está
a ler A Namorada, de manhã, quando chega
______. |
Tinha
estado a ler Os Lusíadas, ao ______,
quando entra Telmo. |
|
Diz
a Calvin que está a gostar do livro embora um amigo lhe tivesse dito ser um pouco
______. |
Diz
a _____ como admira Os Lusíadas, com
o que concorda o velho aio, para quem o livro é o seu «valido». |
|
Acaba
por reconhecer no seu interlocutor o _____ da obra, ao ver a badana. |
Alude-se
a Camões, que _____ ainda conhecera. |
|
Trata-se
de um livro ______ de lançar: Ruby pede que não lhe seja revelada a intriga. |
Trata-se
de um livro já clássico: Madalena e Telmo ______ ambos o conteúdo da obra. |
|
Ruby
e Calvin decidem _____. |
Madalena
pede a Telmo que não continue a influenciar _____. |
TPC — Vai lendo o que escrevi em Gaveta de Nuvens sobre o «projeto de leitura».
Aula 30-31 (27 [1.ª], 28 [2.ª], 30/out [3.ª]) Correção de comentário sobre «filósofo matarruano» e Caeiro. [Exemplo de comentário comparativo entre Alberto Caeiro e filósofo matarruano:]
Ainda antes de nos
centrarmos nos aspetos discursivos ou ideológicos, podemos dizer que as
alegadas simplicidade e pouca instrução de Alberto Caeiro têm réplica no perfil
de Horácio Lopes da Silva, que, ao primeiro relance, nos surge como ingénuo, de
estrato popular, embora — o que já extravasa do retrato do pastor —
marcadamente boçal e com laivos de idiotia.
A recusa do pensamento é
característica comum, mas esse traço é voluntário em Caeiro, para quem o sentir
imediato é que é pensar, e somos nós que o inferimos no caso do filósofo
matarruano (que até considera ter «inúmeros pensamentos — chego a ter dois ou
três pensamentos por mês»). A aproximação aos elementos da natureza (que ao
«guardador de rebanhos» servem como exemplos cuja espontaneidade deve ser
imitada, e a Horácio, como fontes de embevecimento) também é semelhante.
A importância dada aos sentidos por parte de Caeiro reveste-se no matarruano sonhador de matizes sensuais ausentes no poeta bucólico; diríamos aliás que as sensações visuais são determinantes em ambos, só que no sketch são associadas a um objetivo diferente — «observar as moças» —, que seria incoerente em Caeiro: o epicurismo aconselha à fruição do que nos seja dado (cfr. «carpe diem») mas supõe uma lhaneza incompatível com a excitação gulosa de Lopes da Silva.
Critérios
para distinguir funções sintáticas
funções
ao nível da frase
O
sujeito concorda com o verbo.
Se experimentarmos alterar o número ou pessoa do sujeito, isso refletir-se-á no
verbo que é núcleo do predicado:
Caiu
a cadeira. → Caíram as cadeiras (Para se confirmar
que «a cadeira» não é aqui o complemento direto: →
*Caiu-a.)
O predicado pode ser identificado se
se acrescentar «e» + grupo nominal +
«também» (ou «também não») à oração:
O Egas partiu para o
Dubai. → O Egas partiu para o Dubai e o Ivo também (também partiu para o Dubai).
O vocativo distingue-se
do sujeito porque fica isolado por vírgulas e não é com ele que o verbo
concorda. Antepor-lhe um «ó» pode confirmar que se trata de vocativo.
Tu, Evelina, não percebes
nada disto! → Tu, ó Evelina, não
percebes nada disto!
Para distinguir o modificador de frase do modificador
do grupo verbal, pode ver-se que as construções que ponho à direita (a
interrogar ou a negar) são possíveis com o modificador do grupo verbal mas não com
o advérbio que incide sobre toda a frase.
Evidentemente, o povo tem razão. → *É evidentemente que o povo tem razão?
Talvez Portugal ganhe. → *Não talvez Portugal ganhe.
Com um modificador de grupo
verbal o resultado seria gramatical:
Ele come alarvemente.
→ É alarvemente que
ele come?
funções
internas ao grupo verbal
O complemento direto é
substituível pelo pronome «o» («a», «os», «as»):
Dei mil doces ao diabético.
→ Dei-os ao diabético.
O complemento indireto, introduzido
pela preposição «a», é substituível por «lhe»:
Ofereci uma sopa de
nabiças ao arrumador. → Ofereci-lhe uma sopa de nabiças.
O complemento oblíquo, e mesmo quando
usa a preposição «a» (uma das várias que o podem acompanhar), nunca é substituível
por «lhe»:
Assistiu ao jogo contra
as Ilhas Faroé. → *Assistiu-lhe.
Para identificarmos um modificador do grupo verbal, podemos
fazer a pergunta «O que fez [sujeito] + [modificador]?» e tudo soará gramatical:
Marcelo fez um discurso na
segunda-feira.
Que fez Marcelo na segunda-feira?
Fez um discurso.
Se se tratar de um complemento
oblíquo, o resultado já será agramatical:
Dona Dolores foi à Madeira.
*Que fez Dona Dolores à
Madeira? Foi.
O complemento agente da passiva começa
com a preposição «por», precedida por verbo na passiva, e podemos adotá-lo como
sujeito da mesma frase na voz ativa:
A casa foi comprada por
Monica Bellucci. → Monica Bellucci comprou
a casa.
As joias de Kim foram
roubadas pelos ladrões. → Os ladrões
roubaram as joias de Kim.
O predicativo do sujeito é uma função
sintática associada a verbos copulativos (como «ser», «estar», «parecer»,
«ficar», «permanecer», «continuar», mas também «tornar-se», «revelar-se»,
«manter-se», etc.). Atribui uma qualidade ao sujeito ou localiza-o no tempo ou
no espaço.
Os taxistas andam revoltados.
A Violeta está em casa.
O predicativo do complemento direto é uma função sintática associada a
verbos transitivos-predicativos (como «achar», «considerar», «eleger»,
«nomear», «designar» e poucos mais), os que selecionam um complemento direto e,
ao mesmo tempo, lhe atribuem uma qualidade/característica.
A ONU elegeu Guterres secretário-geral.
(Para confirmar que «Guterres» é o complemento direto e «secretário-geral», o
predicativo do complemento direto: → A ONU elegeu-o secretário-geral.)
Eles deixaram a porta aberta.
(→ Eles deixaram-na aberta.)
Cfr., porém, «Comprei o bolo
podre», que pode ter duas interpretações: uma em que todo o segmento «o bolo
podre» é o complemento direto (‘Comprei-o’); e outra em que «o bolo» é o
complemento direto e «podre» é o predicativo do complemento direto (‘Comprei-o podre’).
funções
internas ao grupo nominal
O complemento do nome,
quando tem a forma de grupo preposicional, é selecionado pelo nome (ou seja, é
obrigatório, mesmo se, em alguns casos, possa ficar apenas implícito). Os nomes
que selecionam complemento são muitas vezes derivados de verbos.
A absolvição do réu
desagradou-me. (Seria aceitável «A absolvição desagradou-me» num contexto em
que a referência ao absolvido ficasse implícita.)
A necessidade de
estudar gramática é uma balela. (*A necessidade é uma balela.)
Quando tem a forma de grupo adjetival, o complemento do nome constitui uma unidade com o nome, ficando tão
intimamente ligado a ele, que, na sua ausência, aquele parece ter já outro
sentido. (Reconheça-se que estes casos não são fáceis de distinguir de certos modificadores
restritivos do nome.)
A previsão meteorológica
falhou.
Os conhecimentos informáticos
são úteis.
O modificador restritivo do nome
restringe a realidade que refere, mas não é selecionado pelo nome (não é
«obrigatório»).
Comprei o casaco azul.
Cão que ladra não morde.
O modificador apositivo do nome,
sempre isolado por vírgulas, travessões ou parênteses, não restringe a
realidade a que se refere nem é selecionado pelo nome (a sua falta não
prejudicaria o sentido da frase).
O filme de que te falei, Cinema Paraíso, já foi objeto de
paródias.
O Renato Alexandre, que
é amigo do seu amigo, conhece o Busto.
função
interna ao grupo adjetival
O complemento do adjetivo
é selecionado por um adjetivo (embora seja, frequentemente, opcional).
Ela ficou radiante com
os presentes. (Ela ficou radiante.)
Isso é passível de pena
máxima. (*Isso é passível.)
Indica
a função
sintática das expressões sublinhadas, em frases do episódio «Débora vs.
Luciana», de Último a sair. Só tens de preencher a coluna da direita (a
do meio serve apenas para lembrar elementos úteis ao teu raciocínio).
|
Frase
(em geral de Último a sair) |
A
ter em atenção |
Função
sintática |
|
Ó pessoal,
podem vir até aqui? |
|
|
|
Ó pessoal, podem vir até
aqui? |
* que fazem eles até aqui? |
|
|
Antes que expluda,
é melhor falarmos entre todos. |
oração adverbial temporal |
|
|
Antes que expluda, é melhor falarmos
entre todos. |
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|
|
Basicamente,
é isto. |
* É basicamente que é isto |
|
|
Vocês acham normal terem-me
nomeado? |
acham normal isso |
|
|
Vocês acham normal
terem-me nomeado? |
cfr.
verbo transitivo-predicativo |
|
|
terem-me nomeado |
terem-na /* terem-lhe |
|
|
Limpo esta merda todas
as semanas. |
Limpo-a |
|
|
Limpo esta merda todas as
semanas. |
Que faço todas as semanas? |
|
|
Limpo a merda que vocês
deixam espalhada na cozinha. |
«que» = ‘a merda’, ‘a qual’ |
|
|
Trato das plantas. |
e a Luciana também |
|
|
Estou-te a perguntar se és
tu que vais limpar tudo isto. |
|
|
|
Vê se te acalmas. |
se o acalmas / * se lhe
acalmas |
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|
Deixa o Bruno em paz. |
|
|
|
Olha a gaja que fala com as
árvores. |
oração adjetiva relativa
restritiva |
|
|
Olha a gaja que fala
com as árvores. |
|
|
|
Ai, coitadinha, que eu sou tão
especial. |
cfr.
verbo copulativo |
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|
Vou mostrar ao mundo a
verdadeira Luciana. |
Vou mostrar-lhe |
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|
Olha, filha, verdadeiro é isto. |
cfr.
«verdadeiras são estas» |
|
|
Pensas que vens aqui falar
assim para as pessoas. |
= isso / substantiva completiva |
|
|
Sónia, gostas de partir
pratos? |
* Que faz ela de partir pratos?
Gosta |
|
|
Débora e Luciana, que são
ambas tripeiras, discutem. |
|
|
|
Por causa da nomeação de
Débora gerou-se grande discussão. |
|
|
|
Por causa da nomeação de
Débora gerou-se grande discussão. |
|
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|
— O Roberto uniu-nos —
disseram Débora e Rui. |
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|
— Os quartos e a casa de banho
foram limpos por mim. |
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A Susana também é capaz de
partir de pratos. |
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|
A mãe da Luciana não a
educou assim. |
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|
|
Débora não fez sequer uma queixa
dos colegas. |
|
|
Ouviremos
quatro trechos de bandas sonoras
de filmes. Depois de ouvida cada música (durante cerca de dois minutos), terás
mais uns quatro minutos para escrever poucas frases (em prosa — de qualquer
género, incluindo prosa poética) que a música te inspire.
Não
é dizer «inspira-me isto e aqueloutro», «lembra-me assim ou assado». É escrever
o texto inspirado pela música. Por exemplo, a primeira
música inspirou-me isto:
1 Viajara
ainda de noite. Atravessara o rio já raiava a manhã. Não esperou nem mais um
segundo, havia que chegar rápido ao acampamento. Pararia apenas já a cem metros
da tenda em que funcionava o quartel-general.
Foi então que verificou mais uma vez se levava a
carta. E se a tivesse perdido? Mas logo a sentira, aconchegada no bolso
esquerdo.
— Diga ao Marechal que cheguei.
2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Bandas
sonoras:
1
2
3
4
5
Trailers:
TPC — Sobre funções sintáticas podes consultar em Gaveta de Nuvens ‘Funções sintáticas’. De qualquer modo, o manual trata este assunto nas pp. 330-336.
Aula 29-30 (28 [3.ª], 29 [4.ª], 31/out [1.ª]) Correções.
Lê este excerto de uma
crónica de Miguel Esteves Cardoso:
O arroz-doce quente
Vou fazer 55 anos e só
esta semana provei arroz doce quente, acabado de fazer. Avisaram-me que fazia
virar a tripa, mas que valia a pena. E fez, mas valeu.
Faltam-me a marmelada
quente e os doces de ginja e tomate recém-fervidos e arrefecidos só o bastante
para não arrancar o céu da boca. [...]
Adiar prazeres é uma boa
estratégia. Convém que sejam prazeres que não requeiram energia física. Tenho
autores guardados, como Joseph Roth. Ou cidades, como Barcelona. De resto, fui
ganancioso e esbanjei, na estupidez e cobardia do
carpe diem, o pouco conhecimento que
tinha na imensidão das coisas que conheci. Antes de aprender a dar-lhes valor,
à parte serem diferentes umas das outras. Só se vai uma vez a Paris pela
primeira vez. Desperdicei-a aos treze anos. A pressa é uma paixão destrutiva.
[...]
Fiz bem com o arroz-doce
quente. As alegrias também se poupam e adiam. Devem guardar-se. Faz mal quem se
antecipa tanto que lhe escapa a felicidade de saber o que lhe está a acontecer.
Antes de ser tarde.
Miguel Esteves Cardoso, «O
arroz-doce quente», Público, 18 de
julho de 2010 [transcrito de Expressões.
12.º ano, Porto, Porto Editora, 2012, de que adapto também duas perguntas]
Explica por que motivo
considera o cronista que «[a]diar prazeres é uma boa estratégia».
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Ouçamos agora duas
declamações, ambas por Sinde Filipe, do poema de Ricardo Reis cujo
primeiro verso é «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio» (p. 68). [Em
aula, ouvimos a de Luís Lima Barreto, talvez até melhor do que estas:]
A opção pelo adiamento de prazeres
defendida no poema de Reis prende-se com os mesmas razões que moviam o cronista
de «O arroz-doce quente»?
Enquanto em «O arroz-doce quente» se defende . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . ., no poema de Ricardo Reis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . ..
Em vez de resolveres os quadros do item 1
da p. 69, que considero complicativos, completa a tabela seguinte, indicando as
estrofes que correspondem aos três momentos:
|
1.ª parte |
estrofes ___ e ___ |
Desejo de usufruir o momento. |
|
2.ª parte |
estrofes ___ a ___ |
Renúncia voluntária ao prazer e ao
arrebatamento. |
|
3.ª parte |
estrofes ___ e ___ |
Justificação da renúncia. |
Como o manual propõe em 1.1, também seria
possível dividir o poema em quatro partes, cujo assunto se resumiria nas
etiquetas a seguir (que não estão por ordem). Põe a seu lado as estrofes que
lhes correspondem:
|
A consciência e antecipação da morte. |
estrofes ___ e ___ |
|
A inutilidade dos compromissos. |
estrofes ___ e ___ |
|
A efemeridade da vida. |
estrofes ___ e ___ |
|
A busca da tranquilidade. |
estrofes ___ e ___ |
Circundando-a, seleciona
nos pares a negro a palavra pertinente:
No início do poema, o
sujeito lírico, situado num espaço bucólico/urbano, apela, através da perífrase/apóstrofe presente no primeiro verso, à presença de Lídia,
a quem exorta/desencoraja a observar o rio e a sua
corrente como antíteses/metáforas da vida e da sua
transitoriedade. A constatação da brevidade da vida é aceite de modo sereno/perturbado e conduz ao desejo de fruir os momentos e assumir
compromissos, mesmo físicos/psicológicos, como a hipótese (marcada
pelo recurso aos parênteses) de enlaçar as mãos.
Completa esta síntese
sobre as influências clássicas na ode de Ricardo Reis:
O poema é vincadamente
neoclássico, de influência horaciana, e esse cariz manifesta-se sobretudo nas
características a seguir enunciadas:
papel do Destino (Fado) — é o destino que rege o curso do tempo
que o rio simboliza e no termo do qual está a ________;
referências mitológicas — deuses,
«barqueiro sombrio»
que recebe o ______ (Caronte);
presença do epicurismo-estoico — se a vida passa e não
se pode evitar a morte, é preciso, por um lado, aproveitar o _________
(epicurismo), e, por outro, vivê-lo com serena e altiva aceitação do destino (_________);
recurso à ode, na tradição de ___________ (até o nome «Lídia»
foi buscado nas Odes do poeta romano). [NB — «ode», quando se trata de Ricardo
Reis, não tem o sentido que lhe era dado a propósito do Álvaro de Campos
futurista-sensacionista]
O protagonista da curta-metragem
Destiny, de Fabien Weibel,
não tem a mesma perspetiva do eu de «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do
rio» (e que encontraremos sempre nos poemas de Ricardo Reis) quanto a destino, morte, modo de encarar a
vida. Mas o final do pequeno filme parece fazer a apologia do que defende Reis
(e os epicuristas e estoicos em que este se inspirava).
Comprova o que acabo de
dizer em cerca de cem palavras, escritas a caneta (e riscando, quando for
necessário), sem trapalhices de sintaxe e de ortografia.
. . . . . . . . . . . . .
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[A
curta-metragem centra-se nas rotinas matinais de um protagonista extremamente
rigoroso nos hábitos (de tal modo que não parece «aproveitar o dia»). Tendo
prefigurado o seu atropelamento, revive sucessivamente a mesma manhã, procurando
evitar a repetição dos acontecimentos que conduziriam à sua morte.
Esta
reação do personagem, tentando esforçadamente impedir um desenlace fatal,
contrasta com a atitude de aceitação do destino expressa no poema de Ricardo
Reis.
Já depois da ficha técnica, vemos que se dá razão ao epicurismo-estoicismo à Reis, uma vez que um relâmpago vem cumprir o que o destino já decidira.]
Não
creias, Lídia, que nenhum estio
Por
nós perdido possa regressar
Oferecendo
a flor
Que
adiámos colher.
Cada
dia te é dado uma só vez
E
no redondo círculo da noite
Não
existe piedade
Para
aquele que hesita.
Mais
tarde será tarde e já é tarde.
O
tempo apaga tudo menos esse
Longo
indelével rasto
Que
o não-vivido deixa.
Não
creias na demora em que te medes.
Jamais
se detém Kronos cujo passo
Vai
sempre mais à frente
Do
que o teu próprio passo.
Sophia de Mello Breyner Andresen,
Dual, Lisboa, Moraes
Editores, 1972
Lê «Não creias, Lídia, que
nenhum estio», de Sophia de Mello Breyner Andresen. O
poema tem semelhanças óbvias com odes de Ricardo Reis — a que alude até no
título — e, particularmente, com «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio».
Descarta as semelhanças
formais (quartetos com um/dois versos mais curtos; vocativo «Lídia», uso da 1.ª
pessoa do plural) e ocupa-te apenas com o contraste em termos de ideologia.
Além do que já escrevi, bastarão umas cinquenta-sessenta palavras.
Embora ambos os textos
reconheçam a fugacidade da vida, o poema de Sophia, ao contrário do de Ricardo
Reis, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[Embora ambos os textos
reconheçam a fugacidade da vida, o poema de Sophia, ao contrário do de Ricardo
Reis, parece sugerir que não se deve deixar de passar pelas experiências que se
nos apresentem («não existe piedade para aquele que hesita»), alertando-se-nos
para o facto de o «não vivido» deixar «indelével rasto». Quase se aprova uma
certa urgência da fruição («mais tarde será tarde»), o que contraria a atitude
defendida nos poemas de Reis.]
TPC — Lê as pp. 74-75 do manual, com a análise do poema de Reis «Prefiro rosas, meu amor, à pátria» e um texto expositivo (sobre classicismo e Ricardo Reis).
Aula XXXIV (30/out [1.ª], 24 [3.ª], 28/nov [2.ª]) Correções em torno de «Dobrada à moda do Porto» recriada.
Não abras o manual.
Dentro dos envelopes estão recortes com versos de um poema de Fernando Pessoa, ortónimo, que tentarás ordenar corretamente.
O poema tem rima, mas não tem métrica regular nem as estrofes têm número de
versos idêntico (há um terceto, uma quintilha, outro terceto, uma quadra, outra
quadra, um dístico final).
O
esquema rimático já distribuído pelas estrofes é o que ponho a seguir. Outra
uma ajuda: a rima A
é -ia. A rima B
é -iste.
A / A / A // B / C / D / C / B // E / D / E // F / G
/ H / E // F / I / J / H // J / H
[Já depois de
vermos o poema no manual, na p. 44]
O
poema é dado como ilustrativo da ‘nostalgia de infância’
no ortónimo. Porém, talvez consigamos ver laivos dos outros Pessoas aqui e ali.
Copia versos que pudessem ser...
de
Alberto Caeiro: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . . . . . . . .
de
Ricardo Reis: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . . . . . . .
de
Álvaro de Campos: [todo o poema poderia ser do Campos da fase intimista, se
se lhe retirasse a rima (e se acrescentasse algum momento mais disfórico)]
do Pessoa ortónimo da «dor de pensar»: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Propõe
uma solução para rimas dos vv. 13 e 17, procurando torná-las numa única rima
(mas fazendo o mínimo de alterações no resto do texto).
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Aula 35 (3 [1.ª, 3.ª], 7/out [2.ª]) Correções.
As subordinadas adverbiais desempenham funções sintáticas de modificadores (do grupo verbal — causais, finais, temporais, comparativas — ou da frase — condicionais e concessivas).
Nos cinco períodos a seguir (de «A sua tia faleceu derivado a
complicações», série Meireles), temos frases simples e frases complexas.
Todas elas têm um modificador (que,
neste caso, exprime causa), mas, por vezes, essa função é desempenhada por uma
oração (uma subordinada adverbial causal).
1. A sua tia faleceu devido a uma condição rara.
5. Como tinha um duende no
peito, a sua tia faleceu.
Distingue as frases complexas e as simples:
Têm duas orações as frases n.º __ e n.º __, que são também as
que têm dois predicados (cujas formas verbais são: ______ e _____; _____ e _____).
São, portanto, frases ________. Ao
contrário, são frases simples as n.º
__, n.º __ e n.º __, cada uma com uma única oração.
Em cada uma das duas frases complexas há uma oração subordinante e outra subordinada. Sublinha as orações
subordinantes (as que poderiam aparecer sozinhas) e circunda as subordinadas
(já fui dizendo que, neste caso, são subordinadas
adverbiais causais). As palavras que introduzem essas orações («porque» e
«____») são conjunções subordinativas
causais.
Regressemos às frases simples. Nelas, há um sujeito («_________») e um predicado, incluindo-se aí o modificador do grupo verbal
(respetivamente: «devido a uma condição rara», «________» e «______»).
Podemos reescrever as frases, substituindo os modificadores
não oracionais por orações [completa 2’ e 3’] e vice versa [completa 5’]. (Repara que já o fiz para 1 e para 4. Nas
orações há verbo, que marquei a itálico; nos modificadores não oracionais,
não.)
1. A sua tia faleceu
devido a uma condição rara.
1’. A sua tia faleceu | porque se deu uma condição rara.
2’. A sua tia faleceu | _____________________.
3’. A sua tia faleceu | visto que _______________.
4’. A sua tia faleceu por
causa da repetição da palavra «pinhal».
5. Como tinha um duende no peito, | a sua tia faleceu.
5’.
_______________________, a sua tia faleceu.
Quando a oração subordinada adverbial precede a subordinante
ou fica intercalada, deve ser isolada por vírgulas
(se estiver depois da subordinante, é aceitável que não se ponha vírgula,
embora, por mim, ainda prefira ir pondo vírgula também). A posição da subordinada causal relativamente à subordinante costuma
poder alterar-se (mas, por exemplo, no caso da frase 5 — com «como» —, a
subordinada tem de estar antes da subordinante).
Nota ainda que «A sua tia faleceu derivado a complicações» é
uma frase simples, em que «derivado a complicações» é o _________. No entanto,
a expressão «derivado a» não é correta (o que se deve dizer é: «devido a»).
Nos três períodos que se seguem (6-8), temos exemplos de
frases com orações subordinadas
adverbiais causais não finitas
(infinitiva, gerundiva, participial). Distribui estas últimas designações por
cada uma das orações sublinhadas.
6. Por ter um duende no peito, a sua tia faleceu. —
______________
7. Tendo um duende no
peito, a sua tia faleceu. — ______________
8. Alojado o duende no
peito, a sua tia faleceu. — ______________
Transforma o modificador (do grupo verbal), que sublinhei,
numa oração subordinada adverbial causal.
Vim aqui de propósito por
causa dos carapaus à espanhola.
Vim aqui de propósito |
________________________
Transforma o modificador (do grupo verbal) sublinhado, que é
uma oração subordinada adverbial causal, num modificador não oracional.
Pedi-te para vires hoje aqui | porque eu ando aqui com um
problema.
Pedi-te para vires hoje
aqui ____________________________
Divide em orações e classifica-as (destaquei os verbos, porque
ajudam a identificar as orações):
Se quisesse bitoque, comia ao pé de casa, no
Aires.
_________________________
Abres a manteiga e os patês das
entradas com cuidado, comes tudo e, depois, enches os pacotes com
miolo de pão.
_________________________
Classifica as orações que já fui delimitando:
Aconselho-te | a não referires
o meu nome | quando andares a resolver esse assunto
_________________________
Fechas aquilo bem fechado | e,
depois, parece | que não foi encetado.
_________________________
Classifica as orações que sublinhei quanto à função sintática
que desempenham:
Olha este jogo | que eu inventei.
______________________
Olha | que são só dois douradinhos.
______________________
Fiz isso | antes de vir.
______________________
Classifica quanto à função
sintática o que está sublinhado. (Quando os constituintes sublinhados são
também uma oração, dou a sua classificação entre parênteses.)
Sei lá (Bárbara Tinoco)
Eu sei lá em que dia da semana vamos.
Sei lá qual é a estação do ano. | ________ (subordinada substantiva relativa)
Sei lá — talvez nem sequer queira saber —, | _______ (sub. subst. completiva infinitiva)
Eu sei lá porque dizem que estou louca. | _______ (sub. substantiva completiva)
Sei lá... Já não sou quem fui, sou outra. | _______ (sub.
substantiva relativa)
Sei lá... Pergunta-me amanhã,
Talvez eu saiba responder. | ______ (subs. completiva
infinitiva)
E eu juro, eu prometo e eu faço, e eu rezo,
Mas, no fim, o que sobra de mim? | _______
E tu dizes coisas belas, histórias de telenovelas,
Mas, no fim, tiras mais um pouco de mim.
Então, força, leva mais um bocado,
Que eu não vou a nenhum lado, | _______
Leva todo o bom que há em mim,
Que eu não fujo, eu prometo, eu perdoo e eu
esqueço,
Mas, no fim, o que sobra de mim?
Mas tu sabes lá as guerras que eu tenho! | _______
Tu sabes lá das canções que eu componho!
Tu sabes lá — talvez nem sequer queiras saber —,
Mas tu sabes lá da maneira que eu te amo! | _______
Tu sabes lá... Digo a todos que é engano. | _______
Tu sabes lá... Pergunto-te amanhã, | _______
Mas não vais saber responder.
E eu juro, eu prometo e eu faço, e eu rezo,
Mas, no fim, o que sobra de mim?
E tu dizes coisas belas, histórias de telenovelas,
Mas, no fim, tiras mais um pouco de mim.
Então, força, leva mais um bocado,
Que eu não vou a nenhum lado.
Leva todo o bom que há em mim, | ________ (sub. adj. rel. restrit.)
Que eu não fujo, eu prometo, eu perdoo e eu
esqueço,
Mas, no fim, o que sobra de mim? | ________
Sim, eu juro...
Sim, eu juro...
TPC
— No manual, percorre as páginas mais relacionadas com classificação de orações
(pp. 337-340); também úteis são as classificações de conjunções (pp. 323-324).
Aula 36-37 (4 [1.ª, 2.ª], 6/nov [3.ª]) Correções (textos inspirados nas bandas sonoras).
compromisso — egoisticamente — paralelismos — natural —
quietismo — desvalorizar — apóstrofe — sofrimento — renovação — interrogação —
indiferença — distante — vida — confidente — classicizante — flores —
epicurista — imperturbável — preocupações — fluir
O poeta revela-se inclinado à _____, ao apagamento, ao _____, à ausência de _____ com o que quer que seja, à
rejeição do não ______. Ele exercita-se na arte de ser «aquele a quem já nada importa».
«As outras coisas
que os humanos / Acrescentam à vida» (vv.
13-14) opõem-se aqui ao que é natural, representado pelas _____ de gosto
clássico — as rosas (que o poeta prefere — v. 1) e as magnólias (que o poeta
ama — v. 2) —, pelo passar da _____ sem deixar marcas nem comprometer (notar os
_____ de construção ao gosto clássico — «Logo que a vida» / «Que a vida»
/ «Logo que», vv. 4 a 6), pelo raiar da
aurora (v. 9), pelo aparecer das flores, cada ano, com a primavera (símbolo da
______ — vv. 10-11) e pelo seu desaparecer com o outono (símbolo da
negatividade e do ______ do tempo — v. 12).
Essas outras coisas não naturais nada «aumentam na
alma» do poeta (notar a ______
retórica do v. 15) em termos positivos. Elas são o sentido de pátria (notar o
grafismo em minúscula para ______ a importância da «pátria» — v. 1 —, com tudo o que «pátria» significa a nível coletivo e individual), a busca da glória e
da virtude (v. 3 — que não deixam de ser mais preocupações), a ambição do poder
e do fazer prevalecer _______ os próprios caprichos («Que um perca e
outro vença» — v. 8).
Tudo isto, que só traz ao poeta «o desejo de
indif’rença» (v. 16 — notar a grafia
______ do termo) «e a confiança mole / Na hora fugitiva» (vv. 17-18), nada lhe acrescenta. Ele só deseja manter-se
sereno e ______, esperando que a passagem do tempo (a «hora fugitiva») se processe sem ______ («mole» — v. 17).
O destinatário do poema — o «meu amor» (v. 1) — assume aqui o papel de ______, e exprime a ideia de
solidão e intimismo. O poeta dirige-se-lhe (notar a ______ do v. 1,
encontrando-se o vocativo intercalado na frase, ao gosto clássico).
Apesar de referir esse interlocutor, Reis mostra aqui aspirar
a um ideal contemplativo (marca ______) e ser nada inclinado à comunicação
direta autêntica. Ele dirige-se ao seu amor mas não institui com ele quaisquer
laços, antes se mostra ______. O que ele pretende instituir é uma filosofia de
vida que lhe permita atravessar a existência sem _____.
Lino Moreira da Silva, Do Texto à Leitura
(Metodologia da Abordagem Textual) Com a Aplicação à Obra de Fernando Pessoa, Porto, Porto Editora, 1989 (adaptado)
[Tarefa retirada do manual Expressões.
12.º ano, Porto, Porto Editora, 2012]
Vem sentar-te comigo,
vamos não fazer nada
Viver no sofá e ver o dia
passar
Entre séries e filmes,
queijo e marmelada
Mimos e memes, e o resto
deixa p’ra lá
Vem viver numa quinta onde
só haja domingo
No campo respira-se melhor
Não falte vinho ou
lareira, e isto uma vida inteira
Seja lá o tempo que isso
for
E fazer da cama um
castelo, e do ócio profissão
Partilha-me o teu novelo,
que eu guardo-o bem na minha mão
Erguer um forte com
mantas, viver em roupa interior
Acordarmos às tantas,
dormir sem despertador
E, se for assim, eu nem
desgosto do amor
Vem deitar-te comigo, em
baixo e em cima de mim
Que esta corrida ganhas tu
E só saímos da cama quando
nos der na gana
Depois voltamos para o
round two
Anda para o meu lado, vem
dançar um bocado
Que com três copos sou o
Fred Astaire
Vem, aperta-me os braços,
que eu conto os compassos
Vem ser a minha mulher, se
for para
Fazer da cama um castelo,
e do ócio profissão
Partilhar o teu novelo,
guardá-lo bem na minha mão
Erguer um forte com
mantas, viver em roupa interior
Acordarmos às tantas,
dormir sem despertador
E, se for assim, eu nem
desgosto do amor
Nuno Lanhoso, Mitos
e Nicolaus, 2022
A canção «Nem desgosto do amor» (cfr. p. 68), de Nuno Fanhoso, cuja letra transcrevi
em cima, ainda que tenha um v. 1 anafórico de «Vem sentar-te comigo, Lídia, à
beira do rio» (p. 68), não revela a exata perspetiva assumida na ode de Ricardo Reis. Desenvolve esta ideia.
Mais do que te reportares especificamente a esta ode, podes focar-te na
filosofia de Ricardo Reis genericamente:
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. . .
[A copiar:]
Ainda que tenha em comum com a ode de Reis o convite feito
pelo sujeito poético a uma mulher, a letra da canção de Lanhoso não adota a
atitude de abdicação, conformista, de absoluta cedência ao que o destino
disponha, típica do estoicismo de Ricardo Reis. Embora se comece por uma
aparente renúncia à proatividade («vamos não fazer nada», v. 1), seguem-se
depois apelos a uma fruição incontida, que tem pouco que ver com a moderação do
epicurismo-estoico («voltamos para o round two», v. 17; «acordarmos às tantas»,
v. 12; «com três copos sou o Fred Astaire», v. 19).
Antes de vermos mais um trecho de Clube dos Poetas Mortos, de Peter Weir, atentemos no poema de Walt
Whitman (1819-1892), «O Captain! my Captain!», que o protagonista,
John Keating, citava logo na sua apresentação aos alunos. Logo perceberemos
como Álvaro de Campos e os futuristas foram influenciados pelo
poeta americano — já para não falar dos poetas da geração beat, como Allen Ginsberg, que conhecemos de Howl (1956).
Ó CAPITÃO! MEU CAPITÃO!
Ó capitão! meu capitão! terminou a nossa terrível viagem,
O navio resistiu a todas as
tormentas, o prémio que buscávamos está ganho,
O porto está próximo, oiço
os sinos, toda a gente está exultante,
Enquanto seguem com os
olhos a firme quilha, o ameaçador e temerário navio;
Mas, oh coração! coração! coração!
Oh as gotas vermelhas e sangrentas,
Onde no convés o meu
capitão jaz,
Tombado,
frio e morto.
Ó capitão! meu capitão!
ergue-te e ouve os sinos;
Ergue-te — a bandeira
agita-se por ti, o cornetim vibra por ti;
Para ti ramos de flores e
grinaldas guarnecidas com fitas — para ti as multidões nas praias,
Chamam por ti, as massas
agitam-se, os seus rostos ansiosos voltam-se;
Aqui capitão! querido pai!
Passo o braço por baixo da tua cabeça!
Não passa de um sonho
que, no convés,
Tenhas
tombado frio e morto.
O meu capitão não responde, os seus lábios estão pálidos e imóveis,
O meu pai não sente o meu braço, não tem pulso nem vontade,
O navio ancorou são e
salvo, a viagem terminou e está concluída,
O navio vitorioso chega da
terrível viagem com o objectivo ganho:
Exultai, ó praias, e tocai, ó sinos!
Mas eu com um passo desolado,
Caminho no convés onde
jaz o meu capitão,
Tombado,
frio e morto.
Walt Whitman, Folhas de Erva [Leaves of Grass, 1855], II, trad. de
Maria de Lourdes Guimarães, Lisboa, Relógio D’Água, 2002, p. 599
Ainda antes de falar aos seus alunos em Walt Whitman,
Keating aludira a um verso do poeta romano Horácio (65 a.C.-8 a.C.), onde se
lê, em latim, carpe diem (que
podemos traduzir por ‘goza o dia’, ‘colhe o dia’, ‘desfruta do presente’). A
ode completa é esta (destaquei a negro o passo que interessa mais):
Tu não perguntes (é-nos
proibido pelos deuses saber) que fim a mim, a ti,
os deuses deram, Leucónoe,
nem ensaies cálculos babilónicos.
Como é melhor suportar o
que quer que o futuro reserve,
quer Júpiter muitos
invernos nos tenha concedido, quer um último,
este que agora o tirreno
mar quebranta ante os rochedos que se lhe opõem.
Sê sensata, decanta o
vinho, e faz de uma longa esperança
um breve momento. Enquanto
falamos, já invejoso terá fugido o tempo:
colhe cada
dia, confiando o menos
possível no amanhã.
[Horácio, ode 11 do Livro I, Odes, tradução de Pedro Braga Falcão, Lisboa, Cotovia, 2008, p. 69]
O sentido horaciano de «colhe o dia» (carpe diem) é talvez mais conformista, mais passivo, do que
aquele que sairá da interpretação comum do filme. Note-se, no último verso, o
‘confiando o menos possível no amanhã’. O sentido que lhe daria Ricardo Reis, e
à filosofia epicurista, seria, naturalmente, o antigo, o clássico.
O filme citara antes o poema inglês — de Robert Herrick
(1591-1674) — «To the Virgins, to Make Much of Time», em que se defende, a
partir do exemplo da efemeridade das rosas, que devemos aproveitar a juventude,
porque a vida é breve. Também neste passo se tratava de uma ideia comum ao epicurismo-estoicismo de Ricardo Reis.
Lê este poema do patrono da nossa escola, José Gomes Ferreira
(1900-1985):
Vive em cada minuto
a tua eternidade
— sem luto
nem saudade.
Vive-a pleno e forte
num frenesim
de arremesso.
Para que a tua morte
seja sempre um fim
e nunca um começo.
José Gomes Ferreira, Poeta
Militante, I, 3.ª ed., Lisboa,
Moraes Editores, 1977
Num comentário, compara-o com a ode de Reis «Cada um cumpre o
destino que lhe cumpre» (p. 77), procurando distinguir e/ou aproximar a
«filosofia» de cada poema.
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TPC — Lê em Gaveta de Nuvens soluções das fichas 2 e
3 do Caderno de atividades, sobre
Alberto Caeiro e Ricardo Reis. Estes trabalhos são para ser feitos com mais
estoicismo (neste caso, alguma abnegação) do que epicurismo (sei lá como colhem
o dia).
Aula 39 (6 [1.ª], 7/nov [2.ª, 3.ª])
|
Letra |
Estrutura |
|||
|
I |
Sujeito |
Núcleo do Predicado |
Modificador do grupo verbal |
Complemento oblíquo
[País] |
|
A Irene |
irá |
no inverno |
a Inglaterra |
|
|
|
Sujeito |
Núcleo do Predicado |
Complemento indireto |
Complemento direto |
|
|
|
|
|
|
|
|
Sujeito |
Núcleo do Predicado |
Complemento direto |
Predicativo do c. direto |
|
|
|
|
|
|
|
|
Sujeito |
Núcleo do Predicado |
Complemento direto |
Modificador do grupo
verbal [País] |
|
|
|
|
|
|
|
|
Modificador do GV
[Capital] |
Sujeito |
Núcleo do Predicado |
Predicativo do sujeito |
|
|
|
|
|
|
|
|
Sujeito |
Núcleo do Predicado |
Agente da passiva |
Modificador do grupo
verbal |
|
|
|
|
|
|
|
|
Sujeito [Figura artística] |
Modificador apositivo |
Núcleo do Predicado |
Complemento direto |
|
|
|
|
|
|
|
|
Vocativo |
Núcleo do Predicado |
Complemento direto |
Complemento indireto |
|
|
|
|
|
|
|
|
Sujeito [Figura pública] |
Núcleo do Predicado |
Complemento direto |
Modificador do grupo
verbal |
|
|
|
|
|
|
|
|
Sujeito [Desportista] |
Núcleo do Predicado |
Complemento direto |
Modificador restritivo do
nome |
|
|
|
|
|
|
|
|
Núcleo do Predicado |
Complemento direto |
Complemento indireto |
Modificador do grupo verbal |
|
|
|
|
|
|
|
|
Sujeito [Banda] |
Núcleo do predicado |
Agente da passiva |
Modificador do grupo
verbal |
|
|
|
|
|
|
|
|
Modificador de frase |
Sujeito [Escritor] |
Núcleo do Predicado |
Complemento direto |
|
|
|
|
|
|
O primeiro a terminar a frase corretamente ganha 3 pontos; o segundo, 2; o terceiro, 1. A cada frase que se revele errada é atribuído um ponto negativo (-1 ponto).
TPC — Lê ficha do Caderno de atividades (já corrigida) sobre ‘Funções sintáticas’ que porei em Gaveta de Nuvens.
#
Português / 12.º 1.ª; 12.º 2.ª; 12.º 3.ª / Escola Secundária José Gomes Ferreira / 2025-2026
(O nome do blogue aproveita título de um livro do patrono da escola.)



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