Friday, September 06, 2024

Aula 136-137 e aula CXXXVI-CXXXVII

Aula 136-137 (15 [3.ª], 16/mai [4.ª]) e Aula CXXXVI-CXXXVII (16/mai [só 1.ª]) Vamos continuar com trechos de O Ano da Morte de Ricardo Reis, mas saltando muitas páginas desde os textos que víramos, que chegavam só até ao cap. III. Esses primeiros três capítulos terão ficado razoavelmente compreendidos só por estas aulas. A partir de agora, há mesmo que ler de fio a pavio o livro de José Saramago.

O que a seguir vamos ler (reler, espero), que diz respeito a uma contrafé recebida por Reis (PE, 196-200; C, 171-174; Mf, 142-145), é já do cap. VIII. Podemos também recordar o que se passa até esta parte da obra, lendo e preenchendo as sínteses lacunares de cada capítulo (que surripiei a um manual da Leya):

I — Ao fim de dezasseis anos no Brasil, Ricardo Reis desembarca em (a.) _______ e hospeda-se no Hotel Bragança, onde vê, pela primeira vez, (b.) _______, figura que lhe desperta interesse por ter a mão esquerda (c.) _______.

II — Ricardo Reis lê jornais para se inteirar das notícias sobre a morte de (d.) ______ e, posteriormente, visita o túmulo do poeta no Cemitério dos Prazeres. Já no Bragança, contacta pela primeira vez com (e.) _______, criada do hotel, cujo nome o deixa surpreso.

III — Ricardo Reis presencia o “bodo do Século”, onde foram distribuídos dez escudos a cada um de mais de mil necessitados. Na noite da passagem de ano, depois de regressar do Rossio, Reis depara-se no quarto com a visita de (f.) ______, que o informa de que tem ainda oito meses para circular à vontade no mundo dos vivos.

IV — Ricardo Reis tem o primeiro contacto físico com Lídia — põe-lhe a mão no braço — e diz-lhe que a acha bonita. No entanto, estes atos fazem-no sentir-se ridículo. Fernando Pessoa volta a encontrar-se com Ricardo Reis, na esquina da rua de Santa Justa, e os dois conversam sobre a multiplicidade de eus e sobre (g.) _______. Ricardo Reis envolve-se com a criada, que entra no quarto, durante a noite, deitando-se com ele.

V — Ricardo Reis vai ao Teatro D. Maria com a intenção de travar conhecimento com o doutor Sampaio e com (h.) ______. À noite, recebe a visita de Fernando Pessoa no seu quarto e os dois falam sobre Lídia e sobre o fingimento. Lídia volta a dormir com Ricardo Reis.

VI — Ricardo Reis e Marcenda conversam na sala de estar do hotel sobre a sua debilidade física e a jovem pede-lhe a sua opinião profissional. Nessa noite, Ricardo Reis janta com o doutor Sampaio e com Marcenda e (i.) _______ não o visita porque está com ciúmes.

VII — Ricardo Reis lê (j.) ________, obra que lhe foi recomendada pelo doutor Sampaio e que relata a lealdade da jovem Marília ao sistema. Lídia volta a dormir com Ricardo Reis ao fim de cinco dias. Ricardo Reis encontra Fernando Pessoa num café do bairro e, a propósito da vitória da esquerda em Espanha, falam sobre (k.) ________ e o regresso de Reis a Portugal.

VIII (só metade) — Ricardo Reis fica doente, com febre, e Lídia dispensa-lhe todos os cuidados. Dias depois, ele recebe uma intimação para se apresentar (l.) _______, situação que desperta a desconfiança entre o pessoal e entre os hóspedes do hotel. Lídia fica preocupada e tenta prevenir Reis das práticas dessa instituição.

José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis, pp. 196-200 (PE); 171-174 (C); 142-145 (Mf):

É na manhã de quarta-feira que vêm trazer uma contrafé a Ricardo Reis. Levou-lha o próprio Salvador, em mão de gerente, dada a importância do documento e a sua proveniência, a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado, entidade até agora não mencionada por extenso, calhou assim, hoje está calhando o contrário, não é por não se falar das coisas que elas não existem, temos aqui um bom exemplo, parecia que nada podia haver no mundo de mais importante que estar Ricardo Reis doente e Lídia assistindo-o, em vésperas de chegar Marcenda, e neste meio-tempo um escriturário esteve a preencher o impresso que haveria de ser trazido aqui, sem que nenhum de nós o suspeitasse, É assim a vida, meu senhor, ninguém sabe o que nos reserva o dia de amanhã. Em diferente sentido está reservado Salvador, a cara, não diríamos fechada, como uma nuvem de inverno, mas perplexa, a expressão de quem, ao verificar o balancete do mês, encontra um saldo inferior ao que lhe fora prometido pelo simples cálculo mental, Tem aqui uma contrafé, diz, e os olhos fixam-se no objeto dela como desconfiadamente examinariam a coluna de parcelas, Onde está o erro, vinte e sete e cinco trinta e três, quando deveríamos saber que não passam de trinta e dois, Uma contrafé, para mim, com razão se espanta Ricardo Reis, pois o seu único delito, ainda assim não costumavelmente punido por estas polícias, é receber a horas mortas uma mulher na sua cama, se tal é crime. Mais do que o papel, em que ainda não pegou, inquieta-o a expressão de Salvador, a mão dele que parece tremer um pouco, Donde é que isso vem, mas ele não respondeu, certas palavras não devem ser pronunciadas em voz alta, apenas segredadas, ou transmitidas por sinais, ou silenciosamente lidas como agora as lê Ricardo Reis, disfarçando as maiúsculas por serem tão ameaçadoras, polícia de vigilância e defesa do estado, Que é que eu tenho que ver com isto, faz a pergunta com displicente alarde, acrescenta-lhe uma adenda tranquilizadora, Há de ser algum engano, di-lo para benefício do desconfiado Salvador, agora nesta linha ponho a minha assinatura, tomei conhecimento, no dia dois de março lá estarei, às dez horas da manhã, Rua António Maria Cardoso, fica aqui muito perto, primeiro sobe a Rua do Alecrim até à esquina da igreja, depois vira à direita, ainda outra vez à direita, adiante há um cinema, o Chiado Terrasse, do outro lado da rua está o Teatro de S. Luís, rei de França, são bons lugares para distrair-se uma pessoa, artes de luz e de palco, a polícia é logo a seguir, não tem nada que errar, ou terá sido por ter errado tanto que o chamaram cá. Retirou-se o grave Salvador para levar ao emissário e mensageiro a garantia formal de que o recado fora entregue, e Ricardo Reis, que já se levantou da cama e repousa no sofá, lê e torna a ler a intimação, queira comparecer para ser ouvido em declarações, mas porquê, ó deuses, se eu nada fiz que me possa ser apontado, não devo nem empresto, não conspiro, ainda mais me convenço de que não vale a pena conspirar depois de ler a Conspiração, obra por Coimbra recomendada, tenho aqui a voz de Marília a ressoar-me aos ouvidos, O papá esteve para ser preso há dois dias, ora, quando estas coisas sucedem aos papás, que fará aos que o não são. Já todo o pessoal do hotel sabe que o hóspede do duzentos e um, o doutor Reis, aquele que veio do Brasil há dois meses, foi chamado à polícia, alguma ele teria feito por lá, ou por cá, quem não queria estar na pele dele bem eu sei, ir à pvde, vamos a ver se o deixam sair, contudo, se fosse caso de prisão não lhe tinham mandado a contrafé, apareciam aí e levavam-no. Quando ao princípio da noite Ricardo Reis descer para jantar, sente-se já bastante sólido das pernas para não ficar no quarto, verá como o vão olhar os empregados, como subtilmente se afastarão dele, não procede Lídia desta desconfiada maneira, entrou no quarto mal Salvador acabara de descer ao primeiro andar, Dizem que foi chamado à polícia internacional, está alarmada a pobre rapariga, Fui, tenho aqui a contrafé, mas não há motivo para preocupações, deve ser qualquer coisa de papéis, Deus o ouça, que dessa gente, pelo que tenho ouvido, não se pode esperar nada de bom, as coisas que o meu irmão me tem contado, Não sabia que tinhas um irmão, Não calhou dizer-lhe, nem sempre dá para falar das vidas, Da tua nunca me disseste nada, Só se me perguntasse, e não perguntou, Tens razão, não sei nada de ti, apenas que vives aqui no hotel e sais nos teus dias de folga, que és solteira e sem compromisso que se veja, Para o caso, chegou, respondeu Lídia com estas quatro palavras, quatro palavras mínimas, discretas, que apertaram o coração de Ricardo Reis, é banal dizê-lo, mas foi tal qual assim que ele as sentiu, coração apertado, provavelmente nem a mulher se deu conta do que dissera, só queria lastimar-se, e de quê, ou nem sequer tanto, apenas verificar um facto in­desmentível, como se declarasse, Olha, está a chover, afinal de contas saiu-lhe da boca espontânea a amarga ironia, como nos romances se escreve, Eu, senhor doutor, sou uma simples criada, mal sei ler e escrever, portanto não preciso de ter vida, e se a tivesse, que vida poderia ser a minha que a si lhe interessasse, desta maneira poderíamos continuar a multiplicar pala­vras por palavras, e muito mais, as quatro ditas, Para o caso, chegou, fosse isto duelo de espada e estaria Ricardo Reis sangrando. Vai Lídia a retirar-se, sinal de que não falou por acaso, há frases que pareceram espontâneas, produto da ocasião, e só Deus sabe que mós as moeram, que filtros as filtraram, invisivelmente, por isso quando alcançam a exprimir-se caem como sentenças salomónicas, o melhor, depois delas, teria sido o silêncio, o melhor seria que um dos dois interlocutores se ausentasse, o que as disse, ou o que as ouviu, mas no geral não é assim que procedem, as pessoas falam, falam, até que vem a perder-se por completo o sentido daquilo que, em um instante, foi definitivo e irrefragável, Que coisas te tem contado o teu irmão, e ele quem é, perguntou Ricardo Reis. Já Lídia não saiu, dócil voltou atrás e veio explicar, foi sol de pouca dura o bote fulminante, Meu irmão está na marinha, Qual marinha, A marinha de guerra, é marinheiro do Afonso de Albuquerque, É mais velho ou mais novo do que tu, Fez vinte e três anos, chama-se Daniel, Também não sei o teu apelido, O nome da minha família é Martins, Da parte do teu pai ou da parte da tua mãe, Da parte da minha mãe, sou filha de pai incógnito, nunca conheci o meu pai, Mas o teu irmão, É meio-irmão, o pai dele morreu, Ah, O Daniel é contra a situação e tem-me contado, Vê lá tu se tens bastante confiança em mim, Oh, senhor doutor, se eu não tivesse confiança em si.

Vamos então ao passo da contrafé. Vê o significado de «contrafé» (copio, adaptado, o verbete do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, 2001):

contrafé [kõtrαfέ], n. f. (De contra- + ). Jur. Cópia autêntica de convocação ou intimação judicial que se entrega à pessoa citada. Recebeu uma contrafé para se apresentar no tribunal.

Responde à pergunta 1, aliás completa as citações na resposta que copio:

1. Caracteriza, fundamentando, as reações provocadas pela chegada da contrafé.

R.: Em Ricardo Reis, o documento causa inicialmente espanto, seguido de temor — «disfarçando as maiúsculas por serem _________». Entretanto, Salvador mostra perturbação e desconfiança do hóspede («a expressão de Salvador, a mão dele que parece tremer um pouco», «do _______ Salvador»). Quanto ao «pessoal do hotel», a reação é idêntica, de desconfiança e medo: «verá como o vão olhar os empregados, como __________». Por seu lado, Lídia revela medo, preocupação com o que possa acontecer-lhe —«está _______ a pobre rapariga».

Quanto à pergunta 2, bastará completares a resposta lacunar com as preposições (ou contrações com preposição) em falta:

2. Explica em que medida a situação pontual narrada ilustra o ambiente vivido na sociedade portuguesa do Estado Novo.

R.: O incidente ilustra a vida ____ um regime repressivo, vigiada ____ polícia política e dominada ____ medo, que leva ____ desconfiança e afastamento ____ quem possa estar ____ suspeita.

Da pergunta 3 podemos ler a resposta, sem nenhum exercício em especial. Depois, responte a 4.

3. Verifica, no diálogo com Lídia, a sobreposição de dois planos narrativos. No segundo, e usando apenas nomes, aponta as emoções despertadas em Ricardo Reis.

R.: No diálogo sobrepõem-se o plano respeitante às representações do século XX e o que se refere às representações do amor. Emoções assinaláveis seriam a dor, a culpa, a vergonha, entre decerto várias outras possíveis.

4. Comenta agora agora este trecho (explicando «Conspiração» e «Coimbra»): «depois de ler a Conspiração, obra por Coimbra recomendada».

R.: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Parte C

Escreva uma breve exposição na qual explicite dois aspetos que aproximem as personagens Marcenda e Lídia (de O Ano da Morte de Ricardo Reis) de, respetivamente, Teresa e Mariana (de Amor de Perdição).

A sua exposição deve incluir:

uma introdução ao tema;

um desenvolvimento no qual explicite dois aspetos que aproximem os dois pares de personagens, fundamentando cada um desses aspetos em, pelo menos, um exemplo significativo;

uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Predicativo do complemento direto

Resolve estes exercícios roubados a Maria Regina Rocha, Gramática de Português. Ensino Secundário, 10.º, 11.º e 12.º ano, Porto, Porto Editora, 2016, p. 236:

1. Nas frases que se seguem, sublinhe a azul o complemento direto e a preto o predicativo do complemento direto.

a) Os pais acham sempre os filhos bonitos e inteligentes.

b) Foi o príncipe D. Pedro quem tornou o Brasil independente.

c) O ministro nomeou aquele cientista Secretário de Estado do Ensino Superior.

d) Desde que vieste de férias, sinto-te diferente.

e) Há quem considere bons os filmes de ação.

f) Ele constituiu um amigo de infância como seu advogado.

g) Ela tem-nos por pessoas de bem.

2. Complete as frases introduzindo um predicativo do complemento direto.

a) Pela primeira vez, o povo elegeu uma mulher __________

b) A Julieta acha sempre a sopa _________

c) Os alunos da nossa turma nomearam a Patrícia _________

d) Os juízes declararam o réu _________

e) Eles tomaram o visitante por __________

f) Os rapazes consideraram este trabalho _________

Palavras divergentes (e palavras convergentes)

Continuo a roubar exercícios à simpática Maria Regina Rocha (pp. 193-194); no entanto, nos pares de divergentes, procura também identificar a palavra vernácula (ou chegada «por via popular») e o cultismo (ou palavra que nos chegou por via erudita):







Leituras em voz alta
(de «O Sentimento dum Ocidental»)


Circunda a alínea correta ou completa com a classificação devida.

Alguns itens de exame sobre funções sintáticas

[2024, 1.ª fase, grupo II]

6. Todos os constituintes sublinhados desempenham a função sintática de complemento do adjetivo, exceto em

(A) «indiferentes à beleza» (linha 4).

(B) «incapazes de a perceber» (linha 4).

(C) «juízos de beleza» (linha 5).

(D) «inferior a outro» (linha 13)

[2024, 1.ª fase, grupo II]

6. A expressão «do tempo» (linha 20 [«A gestão do tempo é uma aprendizagem»]) e o pronome «nos» (linha 16 [«Não nos podemos iludir com»]) desempenham as funções sintáticas

(A) de modificador do nome, no primeiro caso, e de complemento direto, no segundo caso.

(B) de complemento do nome, no primeiro caso, e de complemento direto, no segundo caso.

(C) de complemento do nome, no primeiro caso, e de complemento indireto, no segundo caso.

(D) de modificador do nome, no primeiro caso, e de complemento indireto, no segundo caso.

[2023, 1.ª fase, grupo II]

5. O pronome pessoal «nos» desempenha a função sintática de complemento direto em todas as expressões abaixo apresentadas, exceto em

(A) «nos compõe» (linha 11).

(B) «nos tornam» (linha 16).

(C) «nos manter» (linha 26).

(D) «nos dizem» (linha 24).

[2022, 1.ª fase, grupo II]

6. Tal como em «vale-me» (linha 34), o pronome pessoal com função de complemento indireto está presente em

(A) «atraem-me» (linha 1).

(B) «me salta» (linha 3).

(C) «me confronto» (linha 33).

(D) «sustenta-me» (linha 34).

[2023, 2.ª fase, grupo II]

7. O único caso em que a expressão iniciada por «para» desempenha a função sintática de complemento oblíquo é o da expressão

(A) «para o livro» (linha 19 [«A nossa sociedade olha para o livro como um dado adquirido»]).

(B) «para consumo orientado dos fiéis» (linha 13 [«a palavra publicada é dividida e organizada em categorias primorosas para consumo orientado dos fiéis»]).

(C) «para quem ler livros é essencial» (linha 5 [«aqueles para quem ler livros é essencial são muito poucos»]).

(D) «para dar contexto ao presente» (linha 29 [«continuar uma conversa do passado para dar contexto ao presente»]).

[2023, fase especial, grupo II]

5. Todos os constituintes sublinhados desempenham a função sintática de complemento do adjetivo, exceto em

(A) «incompreensíveis para os restantes» (linha 11).

(B) «espécie de animais» (linha 2).

(C) «inseparável da autoconsciência» (linha 1).

(D) «conscientes de si próprios» (linha 2).

[2021, 1.ª fase, grupo II]

6. As expressões «por tapeçarias decorativas» (linha 28 [«Passa ainda por tapeçarias decorativas como quem experimenta rimas»]) e «de um livro» (linha 32 [«a ilustração de um livro»]) desempenham as funções sintáticas de

(A) modificador do grupo verbal, no primeiro caso, e de modificador do nome restritivo, no segundo caso.

(B) complemento oblíquo, no primeiro caso, e de modificador do nome restritivo, no segundo caso.

(C) complemento oblíquo, no primeiro caso, e de complemento do nome, no segundo caso.

(D) modificador do grupo verbal, no primeiro caso, e de complemento do nome, no segundo caso.

[2020, 1.ª fase, grupo II]

6. Identifique a função sintática desempenhada por:

a) «que cada um destes números poderá ser da ordem de dez mil triliões» (linhas 4 e 5 [«Diversas estimativas indicam que cada um destes números poderá ser da ordem de dez mil triliões»]);

b) «pelos nossos instintos» (linha 23 [«Pelo contrário, muitas vezes somos enganados pelos nossos instintos»]).

a) ___________________

b) ___________________

[2020, 2.ª fase, grupo II]

6. Identifique a função sintática desempenhada pelas expressões:

a) «a mulher com quem se casou» (linha 12 [«como Eça escreva uma carta de amor a Emília de Resende, a mulher com quem se casou»]);

b) «que» (linha 17 [«a única relação séria que Pessoa teve»]).

a) ___________________

b) ___________________

[2020, fase especial, grupo II]

6. Identifique as funções sintáticas desempenhadas por:

a) «encantados» (linha 2 [«Ficámos encantados»]);

b) «com a encenação» (linha 5 [«dialoga em absoluto com a encenação»]).

a) ___________________

b) ___________________

Classifica quanto à função sintática os constituintes sublinhados:

«Da próxima vez» (Luís Represas)

As ruas da minha cidade | ___________

Abriram os olhos de encanto para te ver passar, | ___________

As pedras calaram os passos

E as casas abriram janelas só para te ouvir cantar;

Porque há muito muito tempo não vinhas ao teu lugar, | ___________

Ninguém sabia ao certo onde te procurar

 

Da próxima vez não vás sem deixar destino ou direção.

Se houver próxima vez, não esqueças: leva contigo recordação    | ___________

E um beijo pendurado ao peito do teu coração.

 

Quisemos saber como estavas, | ___________

Se a vida tinha tomado bem conta de ti

Ou se a vida teve medo e eras tu que a levava refugiada em ti.

Cada verão que passava sentíamos-te chegar, | ___________

Como era possível que o sol se atrevesse a brilhar!

 

Da próxima vez não vás sem deixar destino ou direção. | ___________

Se houver próxima vez, não esqueças: leva contigo recordação

E um beijo pendurado ao peito do teu coração

 

Deves trazer tantas histórias,

Tantas, que algumas ficaram caídas por aí; | ___________

Outras, eu tenho a certeza,

O teu fogo na alma queimou, deixaram de existir;

Só queremos saber se és a mesma que vimos partir; |___________

Não existe mundo lá fora que te possa destruir

 

Da próxima vez não vás sem deixar destino ou direção.

Se houver próxima vez, não esqueças: leva contigo recordação

E um beijo pendurado ao peito do teu coração. | ___________

 

Da próxima vez não vás sem deixar destino ou direção.

Se houver próxima vez, não esqueças: leva contigo recordação| ___________

E um beijo pendurado ao peito do teu coração.

TPC — (i) Lê já mais de metade da obra, pelo menos. Na próxima semana começarei a testar a efetiva leitura da obra. (ii) Também em gramática há muito que se pode estudar. (iii) Proximamente, vou abrir espaço na Classroom para lançarem aí o comentário-análise sobre canção e Frei Luís de Sousa, mas podem ir já fazendo (leiam instruções; vejam o meu exemplo e outros; não recorram a plágios ou a IA).

 

 

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